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IMPACTOS DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA O filme estadunidense “Juno” narra a maneira como a jovem protagonista lida com a gravidez em sua adolescência, destacando os inúmeros desafios e a necessidade da personagem de tomar decisões quanto ao futuro da vida própria e da criança. Fora da ficção, no Brasil contemporâneo os impactos da gravidez precoce também se fazem presentes. Nesse sentido, faz-se imprescindível analisar que tal problema é fruto da ignorância social e gera consequências individuais e coletivas. Em primeiro plano, é evidente que a gravidez na adolescência decorre da falta de democratização da informação. O processo de colonização do Brasil, iniciado na década de 1530, teve como uma de suas principais características a intensa influência religiosa na formação da mentalidade dos indivíduos, os quais, por conta disso, perpetuam a ideia de que o sexo consiste em ato pecaminoso, restringindo o diálogo na família e a educação sexual nas escolas ao estabelecer o assunto como um tabu. Em virtude desse contexto social, os jovens apresentam um comportamento irresponsável uma vez que não são devidamente orientados para que mantenham relações seguras, cenário que demonstra como a ausência de construção e internalização do conhecimento sobre a questão é determinante para o aumento do número de casos. Por conta desse cenário, os efeitos nocivos são alarmantes. A gravidez na adolescência afeta diretamente a rotina da jovem, a qual, em razão da dificuldade de conciliar a situação com as atividades escolares, tende a apresentar queda em seu desempenho e, de modo preponderante na porção populacional mais desfavorável, e a abandonar os estudos. Nessa conjuntura, sem a devida formação escolar, as mães precoces, principalmente, tornam-se vulneráveis ao desemprego ou aos menores salários e, consequentemente, permanecem na condição de pobreza. Sendo assim, ocorre a reprodução do ciclo de subcidadania, circunstância descrita por Jessé Souza como característica de parcela da sociedade brasileira que não tem acesso a direitos básicos, cenário que intensifica as desigualdades sociais que assolam o país. Portanto, são fundamentais mudanças para reduzir os índices de gravidez na adolescência. Primordialmente, é função do Ministério da Educação combater a desinformação entre os jovens, por intermédio de projetos que estimulem o diálogo nas famílias e da inserção da educação sexual na grade curricular das instituições escolares, com o objetivo de orientar a respeito da prática de relações seguras, para prevenir a gravidez precoce. Ademais, cabe ao Estado assegurar os direitos da criança e do adolescente garantidos pela Constituição Federal, por meio do oferecimento de assistência às jovens para que elas conciliem a situação com as atividades escolares, com o fito de evitar a evasão. Diante de tais mudanças, será possível observar a redução dos índices de gravidez precoce e, consequentemente, dos impactos na vida dos jovens, ilustrados na obra cinematográfica “Juno”.
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