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As arqueas, um domínio ainda misterioso • Analisar as características das arqueas e os seus ambientes; • Examinar o histórico evolutivo deste grupo e suas relações filogenéticas; • Narrar o processo de endossimbiose e a formação do domínio Eukarya. A descoberta das Archaea é relativamente nova; além disso, nem sempre temos acesso a algumas informações sobre as atualizações na Biologia, principalmente àquelas relacionadas à diversidade biológica. Quem são as arqueas? Conceito Arqueas são organismos procariotos de grande diversidade, mas menores, quanto ao número de espécies, que as do domínio Bacteria. Por serem procariontes, não apresentam membrana interna individualizando um material genético, ou seja, uma carioteca: este material fica de forma difusa pelo citoplasma. Pertencentes ao domínio Archaea1, elas possuem características moleculares distintas que as separam tanto das bactérias (o outro grupo mais proeminente de procariontes) quanto dos eucariotos (organismos, inclusive plantas e animais, cujas células contêm um núcleo definido). Os membros do Archaea incluem: • Pyrolobus fumarii, cujo limite superior de temperatura para a vida é de 113°C (235°F), já foi encontrado em fontes hidrotermais; • Espécies de Picrophilus, que foram isoladas de solos ácidos no Japão. Trata-se dos organismos mais tolerantes ao ácido de que se tem conhecimento: são capazes de crescer em torno de pH 0; • Os membros do Archaea incluem: • Pyrolobus fumarii, cujo limite superior de temperatura para a vida é de 113°C (235°F), já foi encontrado em fontes hidrotermais; • Espécies de Picrophilus, que foram isoladas de solos ácidos no Japão. Trata-se dos organismos mais tolerantes ao ácido de que se tem conhecimento: são capazes de crescer em torno de pH 0; Na região que você pensar ser mais inóspita e praticamente impossível de viver, uma arquea estará lá. Antes confundidas com as bactérias por serem procariontes, elas são igualmente diversas em morfologia e fisiologia. Nem sempre apresentam parede celular – e, quando a apresentam, sua composição é distinta da parede das bactérias, formada por diversos componentes sem peptidoglicanos. http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0103/aula8.html Arqueas podem ser unicelulares ou formar filamentos ou agregações. Esta fonte hidrotermal apresenta uma diversidade de cores brilhantes. Isso se deve à existência das arqueas termofílicas. A zona em azul contém água a ferver e é livre da ação de organismos. Já as que variam entre verde e laranja são zonas onde crescem arqueas e bactérias em temperaturas sucessivamente menores. Fisiologicamente, arqueas podem ser aeróbias, anaeróbias facultativas ou estritamente anaeróbias. Há espécies quimiossintetizantes e fotossintetizantes anoxígenas, além de outros tipos diversos de obtenção de energia. Recentes análises filogenéticas do material genético de diversas espécies dividiram as arqueas em dois grupos: crenarqueota e euriarqueota. As crenarqueotas são postuladas como os organismos mais abundantes em oxidação de amônia no solo, representando uma grande proporção (aproximadamente 20%) dos micro-organismos presentes no picoplâncton dos oceanos do mundo. Já na subdivisão euriarqueota, organismos não cultivados em sedimentos marinhos de profundidade são responsáveis pela remoção do metano, um potente gás de efeito estufa, por intermédio da oxidação anaeróbica do gás armazenado nesses sedimentos. Em contraste, estima-se que as euriarqueotas metanogênicas não cultivadas (produtoras de metano) de ambientes anaeróbios terrestres, como campos de arroz, geram aproximadamente de 10% a 25% das emissões globais de metano. Características Embora os domínios Bacteria, Archaea e Eukarya sejam baseados em critérios genéticos, desde a publicação de Woese, em 1990, as propriedades bioquímicas também indicam que as arqueas formam um grupo independente dentro dos procariontes, compartilhando características tanto com as bactérias quanto com os eucariotos. Paredes celulares: Virtualmente, todas as bactérias contêm peptidoglicano nas suas paredes celulares; no entanto, arqueas e eucariontes não o possuem. Como existem vários tipos de paredes celulares nas arqueas, a ausência ou presença do peptidoglicano é uma característica distintiva entre elas e as bactérias; Ácidos graxos: Bactérias e eucariotos produzem lipídios de membrana, que são formados por ácidos graxos ligados por ligações éster a uma molécula de glicerol. Em contraste, as arqueas têm ligações http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0103/aula8.html de éter ligando os ácidos gordos às moléculas de glicerol; Complexidade de RNA polimerase: A transcrição dentro de todos os tipos de organismos é realizada por uma enzima chamada RNA polimerase, que copia um molde de DNA em um produto de RNA. As bactérias contêm uma RNA polimerase simples, com quatro polipeptídeos. No entanto, tanto arqueas quanto eucariotas têm múltiplas RNA polimerases que contêm múltiplos polipeptídeos. As da arquea, por exemplo, contêm mais de oito polipeptídeos; as de eucariotos, 10 a 12. Portanto, as RNA polimerases daquela se assemelham mais às destes que às de bactérias; Síntese proteica:Várias características da síntese proteica nas arqueas são semelhantes às dos eucariotos, mas não às das bactérias. Uma diferença proeminente é que estas possuem um RNAt iniciador (RNA de transferência) com um aminoácido metionina modificada, enquanto os eucariotos e as arqueas têm um com uma metionina não modificada; Metabolismo: Vários tipos de metabolismo em arqueas e bactérias não existem em eucariotos, incluindo a fixação de nitrogênio, desnitrificação, quimiolitotrofia e crescimento hipertermofílico. A metanogênese (produção de metano como subproduto metabólico) ocorre apenas no domínio Archaea, especificamente na subdivisão euriarqueota. Essa via metabólica, conhecida como via metilaspartato, representa um tipo único de Anaplerose 4 (processo de reabastecer provisões de intermediários metabólicos). No caso em questão, o intermediário é o metilaspartato. Filogenia Nele, pudemos concluir que os domínios Archaea e Eukarya apresentam uma evidente proximidade com o domínio Bacteria, o que nos confere uma base para falarmos do processo de surgimento dos eucariontes. http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0103/aula8.html Perceba que Eukaryota, ou seja, o domínio no qual nós, seres humanos, estamos incluídos, é o grupo-irmão de um clado pertencente ao domínio Archaea denominado Heimdallarchaeota. A formação dos Eukarya e o processo de endossimbiose Visualize nosso planeta há cerca de 1,7 bilhão de anos. O ambiente, certamente, não era um dos melhores para estar. Nos mares, uma série de células procariontes se proliferava, pois elas não mais eram atingidas por enormes meteoros ou qualquer outro tipo de desastre ambiental intenso. Com essa proliferação, é possível imaginar que a disponibilidade de substâncias nutritivas dissolvidas na água começava a diminuir. Com a diminuição de nutrientes, foi necessário englobar outros procariontes para suprir suas carências energéticas. Em diversos movimentos de englobamento, as células procariontes então começavam não só a receber um maior aporte energético, como também a aumentar a possibilidade do estreitamento das relações de simbiose5. Alguns destes procariontes englobados foram indivíduos que conseguiam captar moléculas oxidativas, como o oxigênio atmosférico, e extrair o máximo de elétrons de nutrientes adquiridos, formando, dessa maneira, diversas moléculas de ATP6. A partir do estabelecimento de relações mútuasde troca de favores entre estas células adquiridas e a eucarionte, uma intimidade genética começou a se desenvolver. Tempos depois, a antiga célula procarionte com alta aquisição energética agora se tornava parte integrante da célula eucarionte, que era maior, passando a ser chamada de mitocôndria. É possível observar no presente todos os indivíduos que apresentam células eucariontes com mitocôndrias e sem cloroplasto, como protozoários, fungos e animais. Outra linhagem de células eucarióticas com mitocôndrias, tempos depois, começou a englobar pequenos procariontes fotossintetizantes similares às cianobactérias atuais, dando origem aos eucariontes fotossintetizantes. Hoje em dia, eles são representados por algas uni ou pluricelulares e plantas. http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0103/aula8.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0103/aula8.html
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