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Livro_GRD-0284 CONTABILIDADE DAS INSTITUICOES FINANCEIRAS

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Contabilidade 
das Instituições 
Financeiras
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa 
(PROPEP)
Emilio Antonio Francischetti
Pró-Reitoria de Administração Acadêmica
(PROAC)
Carlos de Oliveira Varella
Núcleo de Educação a Distância
(NEAD)
Márcia Loch
CATALOGAÇÃO NA FONTE 
NÚCLEO DE COORDENAÇÃO DE BIBLIOTECAS – UNIGRANRIO
P289c Passos, Dayse de Lima.
Contabilidade das Instituições Financeiras / Dayse de Lima Passos. – Duque de 
Caxias, RJ: UNIGRANRIO, 2019. 
244 p.: il.; 23 cm.
Inclui bibliografia 
1. Instituições Financeiras - Contabilidade. I. Título.
CDD – 657.8333
Produção: Fábrica de Soluções Unigranrio Desenvolvimento do material: Dayse de Lima Passos
Copyright © 2019, Unigranrio
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, 
mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio.
Pró-Reitoria de Graduação
(PROGRAD)
Virginia Genelhu de Abreu Francischetti
Pró-Reitoria de Pós-Graduação Lato Sensu e Extensão 
(PROPEX)
Nara Pires
Sumário
Sistema Financeiro Nacional 
Objetivo ............................................................................................ 9
Introdução ......................................................................................... 11
1. Definição do Sistema Financeiro Nacional (SFN) ....................... 13
2. Conselho Monetário Nacional (CMN) ....................................... 17
3. Banco Central do Brasil (BCB); Banco do Brasil (BB), Banco Nacional 
 de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa Econômica 
 Federal (CEF) .......................................................................... 20
Síntese .......................................................................................... 31
Referências ........................................................................................ 33
Instituições Financeiras
Objetivo ............................................................................................ 37
Introdução ......................................................................................... 39
1. Instituições Financeiras Públicas .............................................. 41
2. Instituições Financeiras Privadas ............................................. 46
3. Bancos Múltiplos .................................................................. 48
Síntese .......................................................................................... 53
Referências ........................................................................................ 55
Plano Contábil das Instituições Financeiras - COSIF
Objetivo ........................................................................................... 59
Introdução ......................................................................................... 61
1. Objetivos, Estrutura e Característica Básica ............................... 63
2. Contabilização ...................................................................... 72
3. Operações de Crédito ............................................................ 79
Síntese .......................................................................................... 97
Referências ....................................................................................... 99
Operações Financeiras
Objetivo ........................................................................................... 101
Introdução ......................................................................................... 103
1. Classificação, Tipos, Limites Operacionais ................................. 105
2. Crédito de Curso Anormal ...................................................... 111
3. Operações Ativas e Passivas ................................................... 114
Síntese .......................................................................................... 135
Referências ....................................................................................... 137
Arrendamento Mercantil
Objetivo ........................................................................................... 141
Introdução ......................................................................................... 143
1. Características Operacionais ................................................... 145
2. Regulamentação ................................................................... 150
3. Contabilização ...................................................................... 152
Síntese ............................................................................................ 163
Referências ....................................................................................... 165
Capitalização
Objetivo ........................................................................................... 167
Introdução ......................................................................................... 169
1. Capitalização ....................................................................... 171
1.1 Características Operacionais ................................................... 171
1.2 Regulamentação ................................................................... 174
1.3 Contabilização ...................................................................... 177
Síntese ............................................................................................ 187
Referências ........................................................................................ 189
Demonstrações Financeiras Obrigatórias
Objetivo ........................................................................................... 191
Introdução ......................................................................................... 193
1. Padronização e Registro ........................................................ 195
2. Elaboração das Demonstrações Financeiras Obrigatórias ............. 196
3. Relatórios Especiais ............................................................... 212
Síntese ............................................................................................ 217
Referências ........................................................................................ 219
Auditoria Interna do Banco Central (Rotina)
Objetivo ............................................................................................ 221
Introdução ......................................................................................... 223
1. Auditoria Interna do Banco Central (Rotina) ............................. 225
1.1 Levantamento da Carteira ...................................................... 227
1.2 Auditoria de Caixa ................................................................ 229
1.3 Auditoria de Procedimentos .................................................... 229
Síntese ............................................................................................ 241
Referências ....................................................................................... 243
Sistema Financeiro Nacional 
Objetivo
Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de:
Identificar os principais órgãos e funções do Sistema Financeiro 
Nacional. 
9Contabilidade das Instituições Financeiras
Introdução
Nesta unidade de aprendizagem, você aprenderá como funciona o 
Sistema Financeiro Nacional (SFN) e entenderá como se realiza a intermediação 
do crédito dos agentes superavitários, com os agentes deficitários.
Compreenderá, ainda, como está dividido o SistemaFinanceiro 
Nacional e sua composição. Verá detalhadamente como alguns órgãos auxiliam 
o bom andamento do SFN, suas funções, características e responsabilidades, 
a exemplo do Conselho Monetário Nacional, Banco Central do Brasil, 
Comissão de Valores Mobiliários, Comitê de Política Monetária do Banco 
Central, Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional etc.
11Contabilidade das Instituições Financeiras
1. Definição do Sistema Financeiro Nacional (SFN)
Até 1964, os órgãos de aconselhamento e gestão da nossa política 
monetária, crédito e finanças públicas, concentravam-se no então Ministério 
da Fazenda, na Superintendência da Fazenda, na Superintendência da Moeda 
e do Crédito (SUMOC) e, também, no Banco do Brasil. Porém, essa 
estrutura não correspondia mais aos crescentes encargos e responsabilidades 
na condução da política econômica. Instituiu-se, então, o Sistema Financeiro 
Nacional (SFN), que, por meio da Lei 4.595/64 (Lei da Reforma Bancária), 
criou o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil 
(BCB ou BACEN), bem como as normas e rotinas sob as quais as entidades 
financeiras deveriam subordinar-se.
Na Lei 4.595/64, a definição de instituições financeiras está no artigo 17: 
Consideram-se instituições financeiras, para efeitos da legislação 
em vigor, as pessoas jurídicas públicas e privadas, que tenham 
como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou 
a aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em 
moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade 
de terceiros.
A intermediação financeira das instituições financeiras envolve a 
utilização de recursos de terceiros, das pessoas físicas (indivíduos) ou jurídicas 
(empresas) que têm recursos sobrando, considerados agentes superavitários. 
Dessa forma, procuram as instituições financeiras para fazer algum tipo de 
investimento (aplicação), por determinado período de tempo, permitindo, 
assim, que as instituições financeiras utilizem esses recursos (terceiros) que 
não serão sacados, pelo menos por um tempo, para oferecer operações de 
financiamentos, empréstimos, arrendamentos mercantis, entre outros, para 
os agentes deficitários.
Os agentes deficitários são as pessoas físicas e jurídicas que estão 
precisando de dinheiro por motivos como consumo, pagamento de dívidas, 
aplicação em determinados setores comerciais (agricultura, comércio, 
indústria, siderurgia etc.). Nessas transações, as instituições financeiras pagam 
juros para os agentes superavitários (juros menores) e recebem juros dos 
13Contabilidade das Instituições Financeiras
agentes deficitários (juros maiores), com a finalidade de obter lucro, sempre. 
As instituições financeiras também trabalham com recursos próprios, mas a 
maior parte do capital utilizado é de terceiros.
Por meio dos intermediários financeiros (instituições financeiras), os 
tomadores têm acesso aos recursos de que necessitam para viabilizar seus 
projetos ou atividades; de outro lado, os poupadores obtêm uma forma de 
guardar e/ou aplicar seus recursos com segurança, conforme representado 
na Figura 1.
Intermediários 
Financeiros
Saques Prestações
Principal + Remuneração (se houver) Principal + Juros
Poupadores Tomadores
Captação Operações de Crédito 
Figura 1: Intermediação do crédito. Fonte: Newlands Junior (2015). 
Caracteriza-se superávit quando os recursos financeiros arrecadados superam os desembolsos 
(receitas menos despesas, igual a lucro ou sobra: gastou menos do que tinha disponível). 
O déficit ocorre quando o desembolso é maior do que a arrecadação (receitas menos 
despesas, igual a prejuízo ou falta: gastou mais do que tinha disponível).
Esse conceito é aplicável, com as devidas adaptações, tanto para pessoas físicas e jurídicas 
quanto para o Estado.
A estrutura do SFN no Brasil é decorrente de um conjunto de 
instrumentos legais e inspirada no modelo de especialização de instituições 
existentes nos Estados Unidos, sendo cada segmento identificado de acordo 
com o objetivo principal das destinações dos recursos captados, conforme 
afirmam Niyama e Gomes (2012):
Importante
14 Contabilidade das Instituições Financeiras
 ▪ Crédito de curto e curtíssimo prazos: Bancos Comerciais, Caixa 
Econômica Federal, Cooperativas de Crédito e Bancos Múltiplos 
com carteira comercial;
 ▪ Crédito de médio e longo prazos: Bancos de Investimento, Bancos 
de Desenvolvimento, Caixa Econômica Federal e Bancos Múltiplos 
com carteira de investimento ou desenvolvimento;
 ▪ Crédito ao consumidor: Sociedades de Crédito, Financiamento e 
Investimento (“Financeiras”) e Bancos Múltiplos com carteira de 
crédito, financiamento e investimento;
 ▪ Crédito habitacional: Caixa Econômica Federal, Associações de 
Poupança e Empréstimo, Companhias Hipotecárias, Sociedades 
de Crédito Imobiliário e Bancos Múltiplos com carteira de 
crédito imobiliário;
 ▪ Intermediação de títulos e valores mobiliários: Sociedades 
Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, 
Bancos de Investimentos e Bancos Múltiplos com carteira 
de investimento;
 ▪ Arrendamento mercantil: Sociedades de Arrendamento Mercantil 
e Bancos Múltiplos com carteira de arrendamento mercantil.
Existem outras instituições financeiras que são específicas para seus 
devidos segmentos, como:
 ▪ Seguradoras;
 ▪ Companhias de capitalização;
 ▪ Entidades fechadas e abertas de previdência privada;
 ▪ Empresas de factoring;
 ▪ Consórcios;
 ▪ Agências de fomento e de desenvolvimento;
 ▪ Sociedades de crédito ao microempreendedor;
 ▪ Bancos de câmbio etc.
15Contabilidade das Instituições Financeiras
O Sistema Financeiro Nacional é composto por um conjunto de 
instituições financeiras e regras que têm como função manter o fluxo, de forma 
coesa e segura, de recursos necessários ao giro da economia, que envolvem 
os poupadores (agentes superavitários) e os tomadores (agentes deficitários), 
constituindo, assim, o mercado financeiro.
O SFN é composto por órgãos normativos, que podem ser reguladores 
ou fiscalizadores|supervisores, órgãos operacionais e órgãos recursais.
Estão entre os órgãos normativos:
 ▪ Conselho Monetário Nacional (CMN) – regulador;
 ▪ Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) – regulador;
 ▪ Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) – 
regulador;
 ▪ Banco Central do Brasil (BCB ou BACEN) – supervisor;
 ▪ Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – supervisor;
 ▪ Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) – supervisor;
 ▪ Superintendência Nacional de Previdência Complementar 
(PREVIC) – supervisor;
 ▪ Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM) – 
supervisor.
Esses órgãos têm função de 
regular e fiscalizar as instituições 
financeiras. Posteriormente, com 
mais detalhes, veremos como alguns 
desses órgãos funcionam. Os órgãos 
normativos relacionados a seguros 
serão abordados em outra unidade 
curricular específica para este assunto.
Em se tratando dos órgãos operacionais, incluem-se todas as 
instituições financeiras bancárias ou monetárias: Bancos Comerciais e 
Cooperativas de Crédito. Assim como as instituições financeiras não bancárias 
Para conhecer como 
funciona o Sistema 
Financeiro Nacional, assista 
ao vídeo indicado. 
Assista agora
Saiba Mais
16 Contabilidade das Instituições Financeiras
https://www.youtube.com/watch?v=tOQjRR8vihQ
ou não monetárias: Bancos de Investimento, Bancos de Desenvolvimento, 
Sociedades de Arrendamento Mercantil, Sociedades de Crédito, Financiamento 
e Investimento (financeiras), Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI), 
Associações de Poupança e Empréstimo etc.
Os órgãos recursais são os responsáveis pelo julgamento de recursos 
administrativos, equivalente ao Poder Judiciário. São eles:
 ▪ Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN);
 ▪ Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional de Seguros 
Privados (CRSNSP); 
 ▪ Câmara de Recursos da Previdência Complementar (CRPC).
2. Conselho Monetário Nacional (CMN)O Conselho Monetário Nacional é o “chefe” do Sistema 
Financeiro Nacional (órgão supremo), trabalhando sempre em 
conjunto com o Banco Central do Brasil. Tem a responsabilidade de 
formular a política da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade 
da moeda e o desenvolvimento econômico e social do País (BCB, 2018). 
É um órgão com funções exclusivamente deliberativas, responsável 
por editar/reformular a política da moeda e do crédito.
O Conselho Monetário Nacional é composto, atualmente, pelos 
seguintes membros:
 ▪ Ministro da Fazenda (Presidente do Conselho);
 ▪ Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão;
 ▪ Presidente do Banco Central do Brasil.
Os membros do CMN reúnem-se uma vez por mês para deliberar 
sobre assuntos relacionados com as devidas competências do CMN. Em 
casos extraordinários, pode ocorrer mais de uma reunião por mês. As 
matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções, normativo 
17Contabilidade das Instituições Financeiras
de caráter público, sempre divulgado no Diário Oficial da União e na 
página de normativos do Banco Central do Brasil. Em todas as reuniões são 
lavradas atas, cujo extrato é publicado no Diário Oficial da União (DOU) 
(BCB, 2018).
Junto ao CMN, além do BCB, funciona a Comissão Técnica da Moeda 
e do Crédito (Comoc), como órgão de assessoramento técnico na formulação 
da política da moeda e do crédito do país. Ela funciona como uma assessoria 
do CMN para as questões legais, mas, além da Comoc, a legislação prevê o 
funcionamento de mais sete comissões consultivas.
O Banco Central do Brasil é a Secretaria-Executiva do CMN e 
da Comoc. Compete ao Banco Central organizar e assessorar as sessões 
deliberativas (preparar, assessorar e dar suporte durante as reuniões, elaborar 
as atas e manter seu arquivo histórico). Além disso, o BCB auxilia, em ações 
complementares, o CMN, por exemplo: o CMN regula os critérios sobre o 
recolhimento de depósitos compulsórios, mas quem recolhe efetivamente em 
seus cofres é o Banco Central do Brasil. Também o Conselho Monetário é o 
responsável por zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras, mas 
quem atua na fiscalização direta é o BCB.
Está previsto o funcionamento, também junto ao CMN, de comissões 
consultivas de Normas e Organização do Sistema Financeiro, de Mercado de 
Valores Mobiliários e de Futuros, de Crédito Rural, de Crédito Industrial, 
de Crédito Habitacional e para Saneamento e Infraestrutura Urbana, de 
Endividamento Público e de Política Monetária e Cambial.
O CMN e a Comoc têm a seguinte composição, conforme os Quadros 
1 e 2, a seguir.
Ministro da Fazenda 
Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Presidente do Banco Central do Brasil 
Quadro 1: Composição do CMN. Fonte: Adaptado do BCB (2018).
18 Contabilidade das Instituições Financeiras
Presidente do Banco Central do Brasil 
Presidente da Comissão de Valores Mobiliários 
Secretário-Executivo do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Secretária-Executiva do Ministério da Fazenda
Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda 
Secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda 
Diretores do Banco Central do Brasil 
Quadro 2: Composição da Comoc. Fonte: Adaptado do BCB (2018).
O Conselho Monetário Nacional tem uma série de atribuições 
previstas na Lei 4.595/1964 e várias destas responsabilidades dizem respeito 
ao papel que assumiu como conselho de política econômica; outras tantas 
dizem respeito diretamente à sua função de órgão normativo superior do 
Sistema Financeiro Nacional.
O Conselho Monetário Nacional é o órgão deliberativo máximo do 
Sistema Financeiro Nacional e, dentre as suas principais atribuições, que 
estão prescritas nos artigos 3º e 4º da Lei 4.595, de 31 de março de 1964, 
destacam-se as seguintes:
 ▪ Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
 ▪ Regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização 
das instituições financeiras;
 ▪ Adaptar os volumes dos meios de pagamentos às reais necessidades 
da economia nacional e seu processo de desenvolvimento;
 ▪ Regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio da 
balança de pagamentos do país,
 ▪ Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras;
 ▪ Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos 
financeiros;
 ▪ Expedir normas gerais de contabilidade a serem observadas pelas 
instituições financeiras;
19Contabilidade das Instituições Financeiras
 ▪ Determinar recolhimento de compulsórios sobre depósitos à vista,
 ▪ Fixar as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia 
(todas as modalidades e formas);
 ▪ Disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial (as 
atividades das bolsas de valores e dos corretores de fundos públicos) 
e outras mais.
3. Banco Central do Brasil (BCB); Banco do Brasil (BB), 
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico 
e Social (BNDES), Caixa Econômica Federal (CEF)
Neste tópico, veremos as características e funcionalidades de alguns 
órgãos que compõem o Sistema Financeiro Nacional.
Iniciando pelo Banco Central do Brasil (BCB ou mais conhecido como 
BACEN), no nosso e em todos os países do mundo, o BACEN, tem a mesma 
função clássica, que é a de fiscalizar as operações financeiras como um todo: 
fiscalizar as instituições, controlar a oferta da moeda e do crédito e também de 
executor das políticas monetária e cambial do país. Assim, ele é o responsável por 
cumprir as disposições e normas emanadas pelo Conselho Monetário Nacional.
O Banco Central do Brasil é o banco dos bancos. Ele é o órgão executivo central do Sistema 
Financeiro Nacional, responsável pela fiscalização e cumprimento das disposições que 
regulam o funcionamento do sistema, de acordo com as normas expedidas pelo Conselho 
Monetário Nacional. 
Sendo de sua competência privativa as funções de:
 ▪ Fiscalizar as operações bancárias, como um todo;
 ▪ Controlar os meios de pagamentos por meio da emissão de moeda 
(emitir e distribuir papel moeda e moeda metálica);
Importante
20 Contabilidade das Instituições Financeiras
 ▪ Realizar operações de empréstimos a instituições financeiras 
bancárias;
 ▪ Recolhimento de depósitos compulsórios;
 ▪ Controle do capital estrangeiro (formatar, executar e acompanhar as 
relações financeiras com o exterior) e da política cambial (formatar, 
executar e acompanhar);
 ▪ Regular a execução da compensação de cheques;
 ▪ Comprar e vender títulos públicos federais;
 ▪ Exercer o controle de crédito (executar e acompanhar a política 
creditícia);
 ▪ Conceder autorização para constituição e funcionamento de 
instituições financeiras, entre outras.
Quem controla e autoriza a emissão de moeda é o BACEN, e quem produz o dinheiro é a 
Casa da Moeda do Brasil (CMB). 
A Casa da Moeda é a única instituição autorizada pelo BACEN a emitir papel-moeda e moeda 
metálica, aqui no Brasil. Ela também é responsável por emitir passaportes, carteiras de 
trabalho, entre outros documentos. Trata-se de uma empresa pública, vinculada ao Ministério 
da Fazenda, que foi fundada em 1694, por D. Pedro II. 
Muitas dessas funções nada mais são do que meios de executar uma 
função primordial: manter o poder de compra da moeda, ou seja, manter a 
inflação dentro de patamares definidos pelo CMN. A este desenho se dá o 
nome de metas inflacionárias. O Banco Central tem a missão de manter a 
inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 
em níveis predefinidos e utiliza, assim, diversas ferramentas específicas, com 
essa finalidade. (GALLAGHER et al., 2018)
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão normativo 
e de fiscalização do mercado de títulos de renda variável não emitidos pelo 
sistema financeiro, formado por ações e títulos mobiliários. A CVM foi criada 
pela Lei 6.385/1976, que lhe conferiu poderes para disciplinar e normatizar 
Importante
21Contabilidade das Instituições Financeiras
o mercado de capitais, tendo comoprincipal 
objetivo o seu fortalecimento. Com a criação 
dessa autarquia, pretendia-se proteger o pequeno 
investidor de fraudes e de práticas irregulares na 
negociação de valores mobiliários; assim, a CVM 
zela pela lisura e pela transparência das operações 
feitas com títulos e valores mobiliários.
É importante destacar que os valores mobiliários são formados por: (a) ações, debêntures 
e bônus de subscrição; (b) cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de 
desdobramento relativos aos valores mobiliários; (c) certificados de depósitos de valores 
mobiliários; (d) cédulas de debêntures; (e) cotas de fundos de investimento em geral ou 
de clubes de investimentos em quaisquer ativos; (f) notas comerciais (commercial papers); 
(g) contratos futuros, de opções e outros derivativos cujos ativos subjacentes sejam valores 
mobiliários; (h) títulos ou contratos de investimento coletivo, ofertados publicamente. 
Destaca-se que não são considerados valores mobiliários os títulos da dívida pública federal, 
estadual ou municipal e os títulos cambiais de responsabilidade de instituição financeira, 
exceto as debêntures. (BRUNI, 2013, p.16)
Ainda que complexas, as funções da CVM podem ser resumidas em:
 ▪ Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de 
Bolsa e de balcão;
 ▪ Proteger os acionistas ou debenturistas das irregularidades de 
controladores das companhias abertas;
 ▪ Evitar ou coibir fraude de manipulação de preço de valores 
mobiliários;
 ▪ Assegurar o acesso do público a informações sobre valores 
mobiliários emitidos;
 ▪ Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores 
mobiliários;
 ▪ Promover e expandir o mercado acionário.
Importante
Lisura: fig. integridade de 
caráter; honestidade nas 
ações; retidão.
Glossário
22 Contabilidade das Instituições Financeiras
As empresas, para emitir ações, debêntures, bônus de subscrição ou 
qualquer outro valor mobiliário, via distribuição pública, devem se registrar 
previamente na CVM e enviar periodicamente uma série de dados, de forma a 
fornecer ao investidor um grau adequado de informação sobre o investimento 
que está sendo disponibilizado.
Observando a Figura 2, você entenderá como funciona o mercado 
financeiro.
Fiscalizado e 
regulado pelo BACEN
Fiscalizado e 
regulado pela CVM
Mercado Financeiro
Mercado Monetário Mercado de Crédito Mercado de Câmbio Mercado de Capitais
Figura 2: Configuração do Mercado Financeiro. Fonte: Gallagher et al. (2018).
Esse é o entendimento fundamental acerca dos mercados existentes:
 ▪ Mercado Monetário – são negociados os instrumentos financeiros 
que afetam de alguma forma a moeda. Lembrando que o termo 
“monetário” vem da palavra “moeda”. Logo, estamos diante de 
produtos como títulos públicos, Certificado de Depósito Bancário 
(CDB), Recibo de Depósito Bancário (RDB) e outros.
 ▪ Mercado de Crédito – aqui ocorrem os empréstimos e 
financiamentos oferecidos por intermediários financeiros, como 
por exemplo os bancos.
 ▪ Mercado de Câmbio – local de trocas de moedas, como de real 
para dólar ou euro.
 ▪ Mercado de Capitais – neste mercado as empresas buscam capital 
para investimento no médio e longo prazos, por meio da emissão 
de títulos como ações e debêntures, entre outros.
23Contabilidade das Instituições Financeiras
A respeito do Comitê de Política Monetária do Banco Central 
(COPOM), foi instituído em 20 de junho de 1996, com objetivo de estabelecer 
as diretrizes da política monetária e de fixar a taxa de juros. A criação do 
COPOM buscou proporcionar maior transparência ao processo decisório 
referente à política monetária, a exemplo do que já era adotado nos Estados 
Unidos e na Alemanha. Atualmente, uma gama de autoridades monetárias 
em todo o mundo adota prática semelhante.
O COPOM é composto por presidente e diretores do BACEN e se 
reúne, ordinariamente, oito vezes por ano, e, extraordinariamente, sempre 
que necessário, por convocação de seu presidente. Essa reunião ocorre em 
dois dias, sendo o primeiro para análise e o segundo, para tomar a decisão.
Formalmente, os objetivos do COPOM são:
 ▪ Implementar a política monetária;
 ▪ Definir a meta da Taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e 
Custódia); e
 ▪ Analisar o Relatório da Inflação.
Esta taxa anunciada pelo COPOM é denominada Taxa SELIC 
Meta ou Taxa SELIC Alvo. A Taxa SELIC é a taxa básica da economia, 
que remunera os títulos públicos e baliza todas as outras taxas, bem 
como os valores da devolução do imposto de renda (Taxa SELIC 
Diária). A meta SELIC afeta diretamente a forma como a poupança 
remunera mensalmente.
Nas reuniões do COPOM, a meta SELIC pode permanecer a mesma, 
crescer ou diminuir de acordo com o cenário analisado. A taxa definida em 
reunião valerá até a próxima reunião, onde serão tomadas novas decisões. 
As decisões emanadas do COPOM são divulgadas por meio de Comunicado 
assinado pelo Diretor de Política Monetária, comunicado divulgado na data 
da segunda sessão da reunião ordinária (segundo dia), após as 18h.
A Taxa SELIC Diária não coincide com a Taxa SELIC Meta. Isso ocorre porque há diferenças 
entre a meta estabelecida na reunião do COPOM e o que ocorre no dia a dia do mercado 
Importante
24 Contabilidade das Instituições Financeiras
nas negociações de títulos públicos. De acordo com a oferta e a demanda dos títulos, os 
preços variam e, consequentemente, a remuneração dos títulos também, afetando, assim, 
sua média (Taxa SELIC Diária). Ambos os valores são referenciados em valores anuais. 
(GALLAGHER et. al., 2018, p.37)
Conheça melhor o COPOM, suas atribuições, agendas de reuniões, 
histórico das taxas de juros e consulte a última ata, para entender 
como o comitê avalia o relatório da inflação e determina a Meta SELIC. 
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) 
é um órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério 
da Fazenda, criado pelo Decreto 91.152/1985, com as competências ampliadas 
pela Lei 9.069, de 1995. Sua principal atribuição é julgar em segunda e 
última instância administrativa os recursos interpostos das decisões relativas 
às penalidades administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela 
Comissão de Valores Mobiliários pela Secretaria de Comércio Exterior (órgão 
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e pelo Conselho 
de Controle das Atividades Financeiras (COAF), nas infrações previstas em 
diversos dispositivos da Lei 4.595/1964, em diversos outros dispositivos legais 
correlatos, na Lei 9.613/1998 (Lei da Lavagem de Dinheiro) e na legislação 
cambial, de capitais estrangeiros, de crédito rural e industrial.
Os principais motivos para a criação do CRSFN foram:
1. Sobrecarga de tarefas do CMN; e
2. Necessidade de representantes de entidades de classe participarem 
do processo de recurso.
O CRSFN é atualmente constituído por 16 conselheiros, sendo oito 
membros (quatro titulares e respectivos suplentes) indicados pelo governo 
e oito (quatro titulares e respectivos suplentes) indicados por entidades 
representativas do setor privado.
Saiba Mais
Leia mais
25Contabilidade das Instituições Financeiras
http://www.bcb.gov.br/pt-br#!/n/COPOM
Atualmente, as quatro classes de entidades que compõem o CRSFN, 
cada uma com um representante, são:
1. Abrasca – Associação Brasileira das Companhias Abertas;
2. Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados 
Financeiro e de Capitais;
3. Ancord – Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de 
Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias;
4. Febraban – Federação Brasileira das Associações de Bancos.
Algumas instituições são consideradas de apoio ao Sistema Financeiro 
Nacional, tendo atribuições especiais (agentes especiais), como o Banco do 
Brasil, Banco de Desenvolvimento Econômico e Social e a Caixa Econômica 
Federal, por estarem ligadas diretamente ao governo.
O Banco do Brasil (BB) é uma sociedade anônima de capital misto, 
cujo controle acionárioé exercido pela União e é o principal executor dos 
serviços bancários de interesse do governo federal. 
Sobre a história do Banco do Brasil, é a instituição financeira mais 
antiga do país e passou por três fases marcantes. Tiveram início, no ano de 
1808, as atividades do primeiro Banco do Brasil, que durou até 1829. Nesse 
mesmo século, entre as décadas de 30 e 40, fundou-se um segundo Banco do 
Brasil, tendo encerradas as atividades em virtude das dificuldades financeiras 
já existentes naquela época. O terceiro e definitivo Banco do Brasil, surgiu 
em 1851, criado por Visconde de Mauá, financista que muito contribuiu para 
a credibilidade de nossa moeda. Em 1854, o banco fundiu-se ao próspero 
Banco Comercial do Rio de Janeiro, criado em 1828. Dessa fusão, resultou 
um banco que se firmou no mercado e se mantém até os dias atuais.
Nessa parceria com o governo, o Banco do Brasil é responsável por:
 ▪ Receber créditos do tesouro nacional, oriundos de tributos e 
rendas federais;
 ▪ Realizar pagamentos do orçamento geral da união;
 ▪ Executar os serviços de compensação de cheques e outros papéis;
26 Contabilidade das Instituições Financeiras
 ▪ Executar a política de importação e exportação do país (adquirindo 
ou financiando os bens de exportação e ser o agente pagador e 
recebedor no exterior);
 ▪ Executar a política dos preços mínimos de produtos 
agropecuários etc.
De atividade muito importante, o Banco de Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES) é o responsável pela execução da política de 
investimentos na área econômica e social do país. Sua atuação está voltada 
aos financiamentos de longo prazo nos setores de: transportes, mineração, 
siderurgia e outros indispensáveis ao desenvolvimento e ao bem-estar social.
O BNDES é, atualmente, uma empresa pública federal (100% das 
ações pertencem à União) vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio Exterior, mas já foi, na sua criação, uma autarquia 
federal. Foi criado em 20 de junho de 1952 pela Lei Federal 1.628, como 
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), depois, em 
1982, passou a se chamar Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico 
e Social (BNDES), pela integração das preocupações sociais à política de 
desenvolvimento.
Observe, na Figura 3, a origem das fontes de recursos para 
financiamentos concedidos pelo BNDES.
57%27%
4%
5%
7%
Tesouro Nacional
FAT/PIS=PASEP
Patrimônio Líquido
Captações Externas
Outras 
Figura 3: Fontes de captação do BNDES (dados de junho de 2015). Fonte: Abreu e Silva (2016).
27Contabilidade das Instituições Financeiras
O BNDES tem três subsidiárias integrais, cujas atuações básicas são 
descritas a seguir (NEWLANDS; BRITO):
 ▪ Finame – Agência Especial de Financiamento Industrial: voltada 
para o financiamento de máquinas e equipamentos industriais a 
empresas nacionais. Nesse intuito, as formas de atuação da Finame 
são: programa automático – apoio à aquisição de máquinas e 
equipamentos de produção em série; programa especial – apoio à 
aquisição de máquinas e de equipamentos de maior valor, destinados 
a projetos de grande porte, fabricados em sua maioria por encomenda; 
programa agrícola – apoio à aquisição de máquinas e equipamentos 
voltados para a produção agropecuária ou agroindustrial; e 
Finamex: apoio às indústrias brasileiras exportadoras de máquinas e 
equipamentos, inclusive mediante financiamento pré-embarque.
 ▪ BNDES Participações S.A. – BNDESPAR: o objetivo principal 
é promover a capitalização da empresa nacional por meio de 
participações acionárias. Invés de conceder financiamentos, o 
BNDESPAR adquire ações das empresas, injetando recursos 
próprios (não exigíveis) para financiar seus investimentos. 
Após consolidado o investimento, o banco põe à venda as ações 
adquiridas. Outras formas de atuação do BNDESPAR são a garantia 
oferecida no lançamento público de novas ações (underwriting) 
e o financiamento para que os acionistas venham a subscrever o 
aumento de capital da empresa.
 ▪ BNDES PLC: é uma subsidiária integral do BNDES, constituída 
no Reino Unido, e tem como principal finalidade a aquisição 
de participações acionárias em outras companhias, por ser uma 
investment holding company. Inaugurada em novembro de 2009, em 
Londres, a subsidiária representou a chegada do banco a um dos 
principais centros financeiros do mundo, constituindo mais uma 
etapa da expansão das atividades da instituição para fora do Brasil. 
Também são objetivos da subsidiária aumentar a visibilidade do 
banco junto à comunidade financeira internacional e auxiliar de 
maneira mais efetiva as empresas brasileiras que estão em processo 
de internacionalização ou aquelas que buscam oportunidades no 
mercado internacional.
28 Contabilidade das Instituições Financeiras
Outro banco tradicional é a Caixa Econômica Federal (CEF), criada 
em 1861, está regulada pelo Decreto-Lei 759, de 12 de agosto de 1969, como 
empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Trata-se de instituição 
assemelhada aos bancos comerciais e múltiplos, podendo captar depósitos à 
vista, realizar operações ativas e efetuar prestação de serviços. 
A Caixa Econômica Federal é uma instituição financeira pública 
que atua de forma autônoma e apresenta um objetivo claramente social. 
É classificada como órgão auxiliar do Governo Federal na execução de sua 
política creditícia.
Uma característica distintiva da CEF é que ela prioriza a concessão 
de empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de 
assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e 
esportes. Pode operar com crédito direto ao consumidor, financiando 
bens de consumo duráveis, emprestar sob garantia de penhor industrial 
e caução de títulos, bem como tem o monopólio do empréstimo sob 
penhor de bens pessoais (joias, metais preciosos, pedras preciosas etc.) 
e sob consignação. Tem, ainda, o monopólio (exclusividade) da venda de 
bilhetes de loteria federal, além de centralizar o recolhimento e posterior 
aplicação de todos os recursos oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço (FGTS) (é o agente operador exclusivo). A CEF integra o Sistema 
Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e é o principal agente do 
Sistema Financeiro da Habitação (SFH), atuando no financiamento da 
casa própria, principalmente no segmento de baixa renda. 
A CEF também pode realizar:
 ▪ Adiantamentos a governos com garantia na arrecadação futura de 
impostos;
 ▪ Empréstimos sob consignação a funcionários públicos, aposentados 
e trabalhadores de empresas privadas com desconto em folha de 
pagamento;
 ▪ Executar operações de arrendamento mercantil;
 ▪ Promover o crédito direto ao consumidor, por meio do 
financiamento de bens duráveis.
29Contabilidade das Instituições Financeiras
Atualmente, é a CEF quem recolhe os valores destinados ao FGTS, porém em tempos não 
tão distantes, essa atribuição já foi responsabilidade de outros bancos, como Unibanco, 
Bamerindus etc. A partir do fim de 1990, os saldos do FGTS foram centralizados na 
CEF. Então, essa concessão, em algum momento, pode mudar. Esteja sempre atendo às 
mudanças das regras e leis.
O fato de ser responsável pela implementação das políticas sociais do 
governo federal faz da CEF um agente especial. Entre os programas sociais 
administrados por ela, destacam-se os elencados no Quadro 3.
PROGRAMA O QUE É?
Bolsa Família
É um programa de transferência direta de renda, direcionado às famílias em situação 
de pobreza e de extrema pobreza em todo o país, que tem como objetivos: combater 
a fome e promover a segurança alimentar e nutricional, combater a pobreza e outras 
formas de privação das famílias, promover o acesso à rede de serviços públicos, em 
especial, saúde, educação, segurança alimentar e assistência social.
Minha Casa Minha 
Vida
É uma iniciativa do Governo Federal que oferece condições atrativas para o 
financiamento de moradias para famílias de baixa renda.
Seguro-desemprego
Um dos mais importantes direitosdos trabalhadores brasileiros, o benefício oferece 
auxílio em dinheiro por um período determinado. Ele é pago em três a cinco parcelas 
de forma contínua ou alternada.
FIES
O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um programa do Ministério da 
Educação (MEC) que financia a graduação, em instituições particulares, de 
estudantes que não têm condições de arcar com os custos.
Farmácia Popular
É um programa que procura ampliar o acesso da população aos medicamentos 
considerados essenciais ao tratamento de doenças com maior ocorrência no Brasil, 
e é realizado por meio de transferência de recursos do Ministério da Saúde aos 
estabelecimentos farmacêuticos credenciados. 
Bolsa Atleta
O programa do Governo Federal, em parceria com o Ministério dos Esportes, tem o 
objetivo de formar uma geração de atletas com potencial de representar o Brasil. A 
estratégia é simples: garantir a manutenção pessoal mínima de atletas para que eles 
tenham as condições necessárias para se dedicar ao esporte.
Quadro 3: Programas sociais administrados pela CEF. Fonte: Abreu e Silva (2016).
Importante
30 Contabilidade das Instituições Financeiras
Síntese
Nesta unidade de aprendizagem, você observou que o Sistema 
Financeiro Nacional é dividido em órgãos normativos e órgãos operacionais, e 
que o Conselho Monetário Nacional é o órgão supremo dentro desse sistema.
Vimos, ainda, que, junto com o Conselho Monetário Nacional, foi 
criado o Banco Central do Brasil, que opera sempre em conjunto com as 
determinações do próprio CMN, fiscalizando as instituições financeiras. A 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) normatiza e fiscaliza diretamente 
as empresas que são sociedades anônimas de capital aberto (mercado de 
capitais) e o COPOM tem como objetivo estabelecer as diretrizes da política 
monetária e de fixar a meta SELIC. O Conselho de Recursos do Sistema 
Financeiro Nacional, como vimos, faz parte da estrutura do Ministério da 
Fazenda, lembrando que ainda existem os órgãos de apoio, com funções 
especiais, como o Banco do Brasil (principal executor dos serviços bancários 
de interesse do governo federal), CEF (órgão auxiliar do governo federal na 
execução de sua política creditícia) e BNDES (responsável pela execução da 
política de investimentos na área econômica e social do país).
31Contabilidade das Instituições Financeiras
Referências
ABREU; Edgar; SILVA, Lucas. Sistema Financeiro Nacional. São Paulo: 
Método, 2016. [Minha Biblioteca]
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Entenda o CMN. Disponível em: 
<https://www.bcb.gov.br/Pre/CMN/Entenda%20o%20CMN.asp>. Acesso 
em: 17 maio 2018.
________. Copom. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pt-br#!/n/
COPOM>. Acesso em: 20 mai. 2018.
BRASIL. Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4595.htm>. Acesso em: 22 mai. 2018.
BRITO, Osias. Mercado financeiro: estruturas, produtos, serviços, riscos, 
controle gerencial. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2013. [Minha Biblioteca]
BRUNI, Adriano Leal. Certificação Profissional ANBIMA Série 
10 (CPA-10). 5 ed. São Paulo: Atlas, 2013. [Minha Biblioteca] 
GALLAGHER, Lilian Massena et al. Exame de certificação ANBIMA 
CPA-20: teoria. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2018.
JUNIOR, Carlos Arthur Newlands. Sistema financeiro e bancário 
(Série Provas & Concursos). 5 ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2015. 
[Minha Biblioteca]
33Contabilidade das Instituições Financeiras
NIYAMA, Jorge Katsumi; GOMES, Amaro L. Oliveira. Contabilidade 
de instituições financeiras. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
SOUZA, Henrique. Sistema Financeiro Nacional: seja um investidor de sucesso. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tOQjRR8vihQ>. 
Acesso em: 22 mai. 2018.
34 Contabilidade das Instituições Financeiras
Instituições Financeiras
37Contabilidade das Instituições Financeiras
Objetivo
Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de:
Identificar as Instituições Financeiras Públicas, Privadas e os Bancos 
Múltiplos.
Introdução
Nesta unidade de aprendizagem, você irá identificar, dentro do Sistema 
Financeiro Nacional, quais são as instituições financeiras consideradas públicas 
e as consideradas privadas, e conhecerá as características principais dos bancos 
múltiplos e como eles atuam no mercado financeiro.
Para entender o que são bancos múltiplos, você conhecerá o que é um 
banco comercial (ou que possui uma carteira comercial) e o que é um banco 
de investimento (ou que possui uma carteira de investimento).
Além disso, você será capaz de identificar o que são cooperativas de 
crédito e quais são as demais instituições financeiras com função operacional 
componentes do Sistema Financeiro Nacional.
39Contabilidade das Instituições Financeiras
1. Instituições Financeiras Públicas
Quando escutamos o termo “instituições financeiras”, lembramos 
imediatamente da instituição financeira mais conhecida: as instituições 
financeiras bancárias, ou mais comumente chamadas de bancos.
Instituições financeiras, conforme Brito (2013, p.4):
São instituições que atuam no processo de intermediação financeira, 
compreendendo, sobretudo, diversas modalidades de captação de 
recursos, operações de crédito, seguros, capitalização, mercado 
de capitais, poupança e financiamento à habitação, arrendamento 
mercantil e comércio exterior, sendo essas operações de curto e 
longo prazos.
Conhecemos diversos bancos, tais como: Banco Santander, Banco do 
Brasil, Banco Itaú, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia, Banco 
Bradesco etc. O termo “banco” origina-se do seguinte fato: já na Idade 
Antiga, a moeda era trocada em cima de um banco ou mesa colocada no 
mercado local, em que as pessoas trocavam a moeda, de diversas procedências 
e valores, dando, assim, o aparecimento dos primeiros banqueiros. Ainda 
relembrando a história, antes da existência de moedas, as trocas que ocorriam 
eram de produtos e mercadorias por outros produtos e mercadorias diversas 
que as pessoas estivessem necessitando, o que era conhecido como escambo.
Depois do escambo, também foi utilizado como moeda de troca o 
“sal”, que era muito utilizado para conservação dos alimentos. Depois, foi 
a vez de o metal, originalmente no seu estado bruto; mais tarde, passou a 
ser pesado e marcado com o seu valor. Segundo o Banco Central do Brasil 
(2018), no século VII a.C., surgiram as primeiras moedas com características 
semelhantes às que conhecemos atualmente.
O papel moeda surgiu mais à frente, na Idade Média, quando surgiu a 
prática de se guardar ouro com os ourives. Estes possuíam cofres para guardar 
suas matérias-primas (o ouro), utilizado para construir as mais diversas peças, 
e, posteriormente, vendê-las. O espaço ocioso do cofre era utilizado para 
guardar o ouro de terceiros: o ourive entregava um recibo para atestar a guarda 
41Contabilidade das Instituições Financeiras
do ouro, que continha data da guarda, quantidade e nome do primeiro dono. 
Porém, o documento começou a circular e ninguém retornava para resgatar 
o ouro: as pessoas que inicialmente guardaram seus ouros com o ourive, 
passaram a repassar o recibo para outras, seus credores, quitando dívidas – 
nesses casos, o recibo dificilmente retornava aos olhos do ourive.
Com algumas descobertas arqueológicas, foi possível identificar que 800 
anos antes de Cristo havia, na assíria, um bem-desenvolvido sistema de letras 
de câmbio, notas promissórias e cheques, semelhantes aos de nossa época; e, 
embora a história seja omissa nesse ponto, é fora de dúvida que os fenícios, 
dado ao seu intenso comércio marítimo, conheceram algum sistema bancário 
que lhes facilitasse o manejo de papéis de crédito para suas trocas internacionais.
Entre os gregos e romanos, eram comuns algumas das operações 
típicas dos bancos modernos. A Idade Média viu crescer sensivelmente o 
comércio do dinheiro e, consequentemente, os negócios bancários.
No século XII, surgiu, em Veneza, o primeiro banco de depósitos, o 
qual, em 1157, adquiriu caráteroficial, com a denominação de “La Banca di 
Venezia”. Ainda nesse século, o Banco de Amsterdã foi o que introduziu na 
Europa o uso da moeda papel – mesma data, talvez, do nascimento do crédito 
moderno e do sistema bancário.
No entanto, foi sobretudo depois de 1900 que o capital dos bancos 
aumentou consideravelmente, fazendo com que estes ocupassem no mercado 
financeiro o papel preponderante que hoje desfrutam.
No Quadro 1, abordamos a conceituação de alguns autores sobre o 
que é um banco. Observe:
Garrone (1924) É uma empresa intermediária do crédito.
Dória (1995) É uma instituição de crédito, que tem como finalidade a produção e a circulação dos 
capitais, servindo de intermediário entre aqueles que dispõem de recursos e aqueles 
que precisam.
Bosisio (2014) É uma harmônica coordenação de pessoas e de bens da qual se serve o sujeito 
econômico para obter o crédito, principalmente mediante o crédito.
42 Contabilidade das Instituições Financeiras
Renzi (2016) Os bancos são empresas que têm por objetivo o exercício do crédito, que pode 
ser efetuado com meios próprios e com meios provindos, mediante uma função 
eminentemente mediadora: utiliza-se desses fundos para empregá-los em operações 
desenvolvidas entre comerciantes, industriais, agricultores etc., que necessitam de 
meios financeiros.
D’Áuria (1937) São intermediários do giro monetário. Obtêm os capitais de quem os possui, 
fornecendo-os aos que dele necessitam para o desenvolvimento de suas operações.
Quadro 1: Conceitos de autores. Fonte: Adaptado de Marques Filho (2008).
Resumindo, os bancos são empresas que possuem capitais próprios 
e de terceiros, empregando esses recursos em diversas espécies de operações 
peculiares ao comércio de dinheiro, com o objetivo de obter lucro. 
Figura 1: Instituições Financeiras. Fonte: Dreamstime.
As instituições financeiras podem ser classificadas como públicas ou 
privadas, segundo o artigo 17 da Lei 4.595/64 (BRASIL, 1964, art. 17), 
também conhecida como Lei da Reforma Bancária:
Art. 17. Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos 
da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, 
43Contabilidade das Instituições Financeiras
que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, 
intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de 
terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor 
de propriedade de terceiros.
As instituições financeiras públicas (ou bancos públicos) são aquelas 
mantidas pelos Governos Federal ou estadual, encarregados da execução da 
política creditícia dos respectivos Governos. Entretanto, conforme ressalta 
Abrão (2016, p.78), “os não federais ficam sujeitos às disposições relativas 
às instituições financeiras privadas, além de se dedicarem às operações dos 
bancos comerciais comuns”. 
Assim, o estado (governo) intervém nessas instituições. O principal 
agente da política de investimentos do Governo Federal é o Banco Nacional 
de Desenvolvimento Econômico e Social.
São instituições financeiras públicas as Caixas Econômicas Estaduais, 
que se equiparam, no que couber, à Caixa Econômica Federal, gozando das 
mesmas isenções legais.
A Caixa Econômica Federal como instituição financeira pública trabalha 
com diversas parcerias, sempre em relação a interesses sociais. 
Leia o artigo indicado e conheça sobre a parceria mais recente 
realizada pela CEF.
O Banco do Brasil é o Agente Financeiro do Tesouro Nacional e está 
sob a supervisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), funcionando 
como instrumento de execução da política creditícia e financeira do Governo 
Federal, segundo o artigo 19 da Lei 4.595/64 (BRASIL, 1964, art. 19). O 
Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista, controlada pelo governo, 
pois ele possui a maioria de suas ações com direito a voto, sendo o restante 
de capital privado. 
Segundo redação dada no Decreto-Lei nº 900/1969, em seu artigo 5 
(BRASIL, 1969, art. 5):
Saiba Mais
Leia mais
44 Contabilidade das Instituições Financeiras
https://jornal.usp.br/institucional/usp-e-caixa-economica-federal-assinam-convenio-para-parceria-tecnologica/
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de 
personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a 
exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade 
anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria 
à União ou a entidade da Administração Indireta.
As instituições financeiras públicas 
caracterizam-se pelos financiamentos de obras de 
interesse social, em longo prazo. Segundo Abrão 
(2016, p.78), “O papel crucial das instituições 
públicas representa maior autonomia na realidade 
de políticas destinadas aos diversos setores para 
efeito de crescimento da atividade empresarial e 
com volume de recursos disponíveis em carteira”.
A parceria das entidades públicas financeiras 
com o governo é fundamental para a obtenção 
dessa política de crédito e para o equilíbrio da taxa 
de juros e redução dos spreads bancários.
A margem financeira cobrada pelo banco e outras instituições financeiras é um valor que 
varia de banco para banco e acresce à habitual taxa de juro cobrada pelo empréstimo.
Para os bancos, quanto maior o spread, maior é o lucro nas suas operações. O spread 
bancário brasileiro é um dos mais altos do mundo, o que gera muitas críticas, uma vez que é 
um dinheiro que poderia fazer a economia girar, e não ser totalmente utilizado pelos bancos 
(SIGNIFICADOS, 2018).
O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional 
de Desenvolvimento Econômico e Social são considerados agentes especiais 
dentro do Sistema Financeiro Nacional, pelas suas atuações em consonância 
com os planejamentos estratégicos do Governo.
Hoje em dia, existe uma parceria dos bancos públicos e os bancos 
privados para que haja equidade nas operações oferecidas aos agentes deficitários, 
gerando uma melhoria no desempenho das próprias instituições financeiras.
Importante
Spread: Spread bancário é 
a diferença entre o que os 
bancos pagam na captação de 
recursos e o que eles cobram ao 
conceder um empréstimo para 
uma pessoa física ou jurídica. No 
valor do spread bancário, estão 
embutidos impostos como o IOF e 
o CPMF (quando está em vigor). 
Nesse contexto, o termo inglês 
“spread” significa “margem”.
Glossário
45Contabilidade das Instituições Financeiras
2. Instituições Financeiras Privadas
Como vimos anteriormente, as instituições financeiras também podem 
ser privadas – o que constitui a maioria delas, hoje, no Brasil.
Destacam-se entre as instituições financeiras privadas os bancos 
comerciais. Elas devem ser obrigatoriamente Sociedades Anônimas - S.A., de 
acordo com o art. 25 da Lei nº 4.595/64 (BRASIL, 1964). Entre elas estão 
igualmente as cooperativas de crédito, que possuem forma jurídica própria, 
como veremos mais à frente. Essas instituições desempenham atividade de 
intermediação de crédito e prestam serviços aos consumidores de serviços 
financeiros, em nosso país. Elas disponibilizam diversas operações para 
aqueles que necessitam de crédito ou desejam ser remunerados pelos seus 
excedentes de recursos, prestando diversos tipos de assessorias financeiras.
As instituições financeiras privadas são constituídas e controladas 
pela iniciativa privada, dentro dos princípios e regras criadas pelo CMN, sob 
fiscalização do BACEN. Elas têm como principal atividade a intermediação 
de recursos financeiros para a grande população brasileira (pessoas físicas e 
jurídicas) com os mais diversos fins, caracterizando-se pelos financiamentos 
a curto e médio prazos.
Entre as instituições financeiras privadas, destacam-se:
 ▪ Sociedades de crédito, financiamento e investimento;
 ▪ Sociedades distribuidoras;
 ▪ Sociedades corretoras;
 ▪ Agentes autônomos de investimentos;
 ▪ Sociedades arrendadoras;
 ▪ Sociedades de investimento;
 ▪ Bancos comerciais;
 ▪ Bancos de investimentos;
 ▪ Bancos múltiplos.
46 Contabilidade das Instituições Financeiras
Tratando-se dascooperativas de crédito, observa-se, além da legislação 
e normas do sistema financeiro, a Lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971 
(BRASIL, 1971, art. 1), que define a política nacional de cooperativismo 
e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas. São organizações 
que atuam tanto no setor rural quanto no urbano e podem se originar da 
associação de funcionários de uma mesma empresa ou grupo de empresas, 
de profissionais de determinado segmento, de empresários ou mesmo adotar 
a livre admissão de associados em uma área determinada de atuação, sob 
certas condições. 
Os empréstimos e financiamentos só podem ser concedidos para 
os próprios cooperativados, segundo o art. 26, nº 12, do Decreto nº 60.597 
(BRASIL, 1967, art. 26) e, geralmente, com taxas menores que os bancos 
usuais. Os eventuais lucros auferidos com suas operações – prestação de serviços 
e oferecimento de crédito aos cooperados – são repartidos entre os associados. 
As cooperativas de crédito devem adotar, obrigatoriamente, em sua 
denominação social, a expressão “Cooperativa”, vedada a utilização da palavra 
“Banco”; além disso, devem possuir o número mínimo de vinte cooperados e 
adequar sua área de ação às possibilidades de reunião, controle, operações e 
prestações de serviços. Estão autorizadas a realizar operações de captação por 
meio de depósitos à vista e a prazo somente de associados, de empréstimos, 
repasses e refinanciamentos de outras entidades financeiras e de doações. 
Podem conceder crédito somente a associados, por meio de desconto de 
títulos, empréstimos, financiamentos, e realizar aplicação de recursos no 
mercado financeiro (BRASIL, 2003).
As cooperativas de crédito atuam fortemente no setor rural, 
com abrangência da Lei Complementar nº 93, de 4 de fevereiro de 1998, 
regulamentada pelo Decreto nº 3.475, de 19 de maio de 2000, estabelecendo 
o Banco da Terra com a finalidade essencial de financiar programas de 
reordenação fundiária e assentamento rural.
Há, nesse campo agrícola, portanto, a prevalência de inúmeras 
alternativas, visando, sobretudo, amparar as cooperativas, facilitar o processo 
de concessão de crédito e situar preceitos impregnados da reforma agrária, 
faltando apenas maior estímulo e uma adequada fiscalização dos recursos, 
principalmente quando da liquidação dessas entidades (ABRÃO, 2106).
47Contabilidade das Instituições Financeiras
3. Bancos Múltiplos
Antes de falarmos sobre Bancos Múltiplos, faz-se necessário entender 
o que é um banco comercial ou ter uma carteira comercial.
Os bancos comerciais são intermediários financeiros que recebem 
recursos (depósitos, CDB, cobrança de títulos, arrecadação de 
tributos e tarifas públicas e outros) e os distribuem através do 
crédito (empréstimos e financiamentos) para quem necessita 
de recursos e, dessa forma, fazem girar a atividade produtiva. 
(BRUNI, 2013, p.22)
Os bancos comerciais (com carteiras comerciais) são instituições 
financeiras privadas ou públicas que têm como objetivo principal proporcionar 
suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a médio prazos, o 
comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, às pessoas físicas e 
terceiros em geral (GALLAGHER et al., 2018).
A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é 
atividade típica do banco comercial, o qual pode também captar depósitos 
a prazo, como CDB e RDB. Quando nos referimos ao depósito à vista, 
estamos falando de conta-corrente. O nome da conta contábil que se refere à 
conta-corrente do cliente em uma instituição financeira tem o nome de 
Depósito à Vista, podendo ser de pessoa física ou de pessoa jurídica. O banco 
comercial deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua 
denominação social deve constar a expressão “Banco”, conforme Resolução 
CMN 2.099, de 1994. Em 1836, foi estabelecido o primeiro banco comercial 
privado do país, o Banco do Ceará.
Tratando-se de bancos múltiplos, Bruni (2013, p.22) menciona que:
Os bancos múltiplos surgiram através da Resolução nº 1.524/88, 
que, com o objetivo de racionalizar a administração das instituições 
financeiras, permitiu que várias instituições pudessem constituir-se 
em uma única instituição financeira, com um único balanço, um 
único caixa e, consequentemente, com grande redução de custos.
48 Contabilidade das Instituições Financeiras
Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas 
que realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições 
financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento 
e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e 
de crédito, financiamento e investimento. 
Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e 
regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas 
carteiras. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por 
banco público. Para ser um banco múltiplo ele deve ser constituído com, 
no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial 
ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade anônima. 
As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista, como 
já vimos. Na sua denominação social, deve constar a expressão “Banco”, de 
acordo com a Resolução CMN 2.099, de 1994.
Tratando-se de um banco de investimento, Bruni (2013, p.22) afirma 
que “são entidades privadas especializadas em operações de participação ou 
financiamento, a médio e longo prazos, no suprimento de capital fixo ou 
capital de giro às empresas”.
Figura 2: Moeda corrente. Fonte: Dreamstime.
49Contabilidade das Instituições Financeiras
Esses tipos de bancos não podem manter contas-correntes – como 
fazem os bancos comerciais – e captam recursos pela emissão de Certificado 
de Depósito Bancário (CDB) e de Recibo de Depósito Bancário (RDB), por 
meio de captação e repasses de recursos, de origem interna ou externa, ou pela 
venda de cotas de fundos de investimentos que são administrados por eles.
Assista ao vídeo indicado e conheça melhor as características de 
um Banco Comercial, de um Banco de Investimento e dos Bancos 
Múltiplos, a fim de entender como funcionam as operações ofertadas 
pelas instituições financeiras.
Suas operações ativas são, basicamente: 
 ▪ Empréstimo a prazo mínimo de um ano para financiamento de 
capital fixo ou capital de giro; 
 ▪ Repasses de empréstimos obtidos no país ou no exterior;
 ▪ Aquisição de ações, obrigações ou quaisquer outros títulos ou 
valores mobiliários para investimento ou revenda no mercado de 
capitais, conhecidas também como operações de underwriting.
Underwriter é a denominação da instituição financeira que realiza operações de lançamento 
de ações no mercado primário, que podem ser bancos múltiplos, bancos de investimentos, 
sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
As operações de underwriting são ofertas públicas de títulos em geral (ações, por exemplo) e de 
títulos de crédito representativo de empréstimo (debêntures, por exemplo), em particular, por 
meio de subscrição, cuja prática é permitida somente pela instituição financeira autorizada pelo 
Banco Central do Brasil (BACEN) para esse tipo de intermediação (PORTAL EDUCAÇÃO, 2018).
Para Niyama (2012, p.11):
Dentre as operações especiais, podemos destacar a administração 
de fundos de investimento, a distribuição, a intermediação ou a 
Saiba Mais
Importante
Assista agora
50 Contabilidade das Instituições Financeiras
https://www.youtube.com/watch?v=lpCQaC01FYA
colocação no mercado de títulos e valores mobiliários, a realização de 
operações compromissadas, a concessão de fiança e aval, a realização 
de operações de câmbio e de compra e venda no mercado físico de ouro. 
Além do apoio financeiro às empresas, os bancos de investimento 
possuem uma estrutura técnica, que permite oferecer uma série de serviços aos 
seus clientes, tais como assessoria em projetos de melhoria da produtividade,de reorganização, racionalização e modernização das empresas, fusões, cisões 
ou incorporações (corporate finance).
51Contabilidade das Instituições Financeiras
Síntese
Nesta unidade de aprendizagem, você conheceu como estão divididas 
as instituições financeiras, sendo elas públicas ou privadas.
Entre as instituições financeiras públicas estão o BNDES, Caixa 
Econômica Federal e Banco do Brasil, sendo este último uma sociedade de 
economia mista. Suas características são financiamentos de longo prazo e de 
obras de interesse social.
Entre as instituições financeiras privadas estão todos os bancos mais 
conhecidos, como: Banco Itaú, Banco Bradesco, Banco Santander etc., e têm 
como característica os empréstimos às pessoas físicas e jurídicas, para todos 
os tipos de fins, no curto e médio prazos.
Para serem múltiplos, os bancos devem trabalhar com, no mínimo, 
duas carteiras, sendo pelo menos uma comercial ou de investimento. A 
carteira comercial tem como sua atividade típica a abertura de conta-corrente 
para os seus clientes, podendo, dessa forma, captar depósitos à vista.
53Contabilidade das Instituições Financeiras
Referências
ABRÃO, Nelson. Direito bancário. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Museu de Valores do Banco 
Central. 2018. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/htms/origevol.
asp?idpai=HISTDIN>. Acesso em: 10 jul. 2018.
______. Resolução CMN 2.099, de 1994. Aprova regulamentos que 
dispõem sobre as condições relativamente ao acesso ao Sistema Financeiro 
Nacional, aos valores mínimos de capital e patrimônio líquido ajustado, 
à instalação de dependências e à obrigatoriedade da manutenção de 
patrimônio líquido ajustado em valor compatível com o grau de risco 
das operações ativas das instituições financeiras e demais instituições 
autorizadas a funcionar pelo Banco Central. Disponível em: <https://
www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/1994/pdf/res_2099_v1_O.pdf>. 
Acesso em: 11 jul. 2018.
______. Resolução CMN 3.106, de 2003. Altera disposições relativas 
a requisitos e procedimentos para a constituição, a autorização para 
funcionamento e alterações estatutárias de cooperativas de crédito. Disponível 
em: <https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/2003/pdf/res_3140_
v1_O.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2018.
BRASIL. Decreto nº 3.475, de 19 de maio de 2000. Regulamenta a Lei 
Complementar nº 93, de 4 de fevereiro de 1998, que criou o Fundo de Terras 
e da Reforma Agrária - Banco da Terra, e dá outras providências. Disponível 
em: <www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2000/decreto-3475-19-maio-
2000-377168-norma-pe.html>. Acesso em: 11 jul. 2018.
55Contabilidade das Instituições Financeiras
https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/1994/pdf/res_2099_v1_O.pdf
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______. Decreto nº 60.597, de 19 de abril de 1967. Regulamenta o Decreto-
lei nº 59, de 21 de novembro de 1966. Disponível em: <www2.camara.leg.
br/legin/fed/decret/1960-1969/decreto-60597-19-abril-1967-401464-
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______. Decreto-lei nº 900, de 29 de setembro de 1969. Altera disposições do 
Decreto-lei número 200, de 25 de fevereiro de 1967, e dá outras providências. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0900.
htm#art5iii>. Acesso em: 11 jul. 2018.
______. Lei Complementar nº 93, de 4 de fevereiro de 1998. Institui 
o Fundo de Terras e da Reforma Agrária - Banco da Terra - e dá outras 
providências. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/
Lcp93.htm>. Acesso em: 11 jul. 2018.
______. Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. Dispõe sobre a Política 
e as Instituições Monetárias, Bancárias e Creditícias, Cria o Conselho 
Monetário Nacional e dá outras providências. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4595.htm>. Acesso em: 11 jul. 2018.
______. Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Define a Política Nacional 
de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas, 
e dá outras providências. Disponível em: <www.planalto.gov.br/CCivil_03/
leis/L5764.htm>. Acesso em: 11 jul. 2018.
BRITO, Osias. Mercado financeiro: estruturas, produtos, serviços, riscos, 
controle gerencial. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
BRUNI, Adriano Leal. Certificação Profissional ANBIMA Série 10 (CPA-
10). 5 ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
GALLAGHER, Lilian Massena et al. Exame de certificação ANBIMA 
CPA-20: teoria. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2018.
JORNAL DA USP. USP e Caixa Econômica Federal assinam convênio 
para parceria tecnológica. Disponível em: <https://jornal.usp.br/
institucional/usp-e-caixa-economica-federal-assinam-convenio-para-
parceria-tecnologica/>. Acesso em: 13 jul. 2018.
56 Contabilidade das Instituições Financeiras
MARQUES FILHO, Drauzio Ferreira. Gestão de Ativos e Passivos nas 
Instituições Financeiras do Mercado Brasileiro: uma abordagem na alocação 
do capital. 2008. Disponível em: <http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/PUC_
SP-1_7f17b5fa20f11b98213eea624c406fa0>. Acesso em: 31 jul. 2018.
 
NIYAMA, Jorge Katsumi; GOMES, Amaro L. Oliveira. Contabilidade de 
instituições financeiras. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
PORTAL EDUCAÇÃO. Operações de Underwriting. 2018. Disponível em: 
<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/concursos/operacoes-
de-underwriting/44914>. Acesso em: 12 jul. 2018.
SIGNIFICADOS. O que é Spread Bancário. Disponível em: <https://www.
significados.com.br/spread-bancario/>. Acesso em: 11 jul. 2018.
TOPINVEST. CPA 20 - Aula 08 - Bancos Múltiplos. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=lpCQaC01FYA>. Acesso em: 
11 jul. 2018.
57Contabilidade das Instituições Financeiras
Plano Contábil das 
Instituições Financeiras - COSIF
59Contabilidade das Instituições Financeiras
Objetivo 
Analisar o Plano Contábil das Instituições Financeiras.
61Contabilidade das Instituições Financeiras
Introdução
Nesta unidade de aprendizagem, veremos como está estruturado o 
COSIF – o Plano de Contas das Instituições Financeiras –, para que serve 
cada um dos seus capítulos, funcionalidades e objetivos. Para começar, vamos 
observar como são feitas as contabilizações das operações passivas, como: 
depósito à vista, depósito a prazo, depósito em caderneta de poupança, 
Documento de Ordem de Crédito (DOC), Transferência Eletrônica Disponível 
(TED) e ordem de pagamento. Por fim, serão vistas as operações ativas: 
descontos, empréstimos e financiamentos, tanto na modalidade prefixada 
quanto na pós fixada. Veremos como são realizadas as contabilizações das 
operações ativas, nas instituições financeiras.
63Contabilidade das Instituições Financeiras
1. Objetivos, Estrutura e Característica Básica
O Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional 
(COSIF), mais conhecido como o Plano de Contas das Instituições Financeiras, 
foi criado com a edição da Circular 1.273, em 29 de dezembro de 1987, 
com o objetivo de unificar os diversos planos contábeis existentes à época 
e uniformizar os procedimentos de registro e elaboração de demonstrações 
financeiras, o que veio a facilitar o acompanhamento, análise, avaliação do 
desempenho e controle das instituições integrantes do Sistema Financeiro 
Nacional (BCB, 2018). No passado, os planos eram elaborados por cada 
instituição individualmente.
O COSIF apresenta os critérios e procedimentos contábeis a serem 
observados pelas instituições financeiras, bem como a estrutura de contas e 
modelos de documentos previstos no mesmo.
A competência para expedir normas gerais de contabilidade a serem 
observadas pelas instituições financeiras é do Conselho Monetário 
Nacional (CMN), sendo que as normas específicas são elaboradas 
pelo Banco Central do Brasil (BCB) e devem estar em consonância 
com as disposições constantes na Lei das Sociedades por Ações. 
(NIYAMA;GOMES, 2012, p.19)
Essas normas devem ser observadas pelas instituições financeiras 
conforme a Circular 1.273/87, tendo como objetivo: uniformizar os 
registros; racionalizar a utilização das contas; estabelecer regras, critérios 
e procedimentos necessários à obtenção e divulgação de dados; e possibilitar 
o acompanhamento do sistema financeiro, bem como a análise, a avaliação 
do desempenho e o controle pelo BACEN, de modo que as demonstrações 
financeiras expressem, com clareza, a real situação econômico-financeira da 
instituição (BCB, 1987).
Cabem às instituições financeiras os seguintes procedimentos 
(NIYAMA; GOMES, 2012, p.19):
a. Adotar métodos e critérios uniformes no tempo, sendo que as 
modificações relevantes e a quantificação de seus efeitos sobre 
64 Contabilidade das Instituições Financeiras
as demonstrações financeiras devem ser evidenciadas em notas 
explicativas, quando aplicáveis;
b. Registrar as receitas e as despesas no período em que elas ocorrem 
e não na data do efetivo ingresso ou desembolso, em respeito ao 
regime de competência;
c. Proceder à apropriação mensal das rendas, até mesmo dos 
ganhos, lucros, despesas, perdas, mora, receitas e prejuízos, 
independentemente da apuração de resultado a cada seis meses;
d. Apurar os resultados semestralmente, considerando todas as 
provisões e receitas, observando os períodos de 1º de janeiro a 30 de 
junho e de 1º de janeiro a 31 de dezembro, para fins de publicação;
e. Proceder às devidas conciliações dos títulos contábeis com os 
respectivos controles analíticos e mantê-las atualizadas, devendo a 
respectiva documentação ser arquivada por, pelo menos, cinco anos. 
As normas e procedimentos, bem como as demonstrações financeiras 
padronizadas previstas no COSIF, são de uso obrigatório pelos:
 ▪ Bancos múltiplos;
 ▪ Bancos comerciais;
 ▪ Bancos de desenvolvimento;
 ▪ Bancos de investimentos;
 ▪ Sociedades de crédito, financiamentos e investimentos;
 ▪ Sociedades de crédito imobiliário e associações de poupança e 
empréstimo;
 ▪ Sociedades de arrendamento mercantil (Leasing);
 ▪ Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e câmbio;
 ▪ Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
 ▪ Caixas econômicas;
 ▪ Cooperativas de crédito;
 ▪ Administradoras de consórcios;
 ▪ Agências de fomento ou desenvolvimento;
65Contabilidade das Instituições Financeiras
 ▪ Instituições em liquidação extrajudicial;
 ▪ Companhias hipotecárias;
 ▪ Sociedades de crédito ao microempreendedor;
 ▪ Fundos de investimento;
 ▪ Bancos de câmbio.
Algumas empresas não são fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil, 
assim, não são obrigadas a seguir as regras do COSIF, conforme elencado abaixo:
1. Sociedades de fomento mercantil (Factorings);
2. Administradoras de cartão de crédito;
3. Fundos de pensão (entidades abertas e fechadas de previdência privada);
4. Seguradoras;
5. Sociedades de capitalização;
6. Planos de saúde.
O COSIF está dividido em quatro capítulos, como pode ser visto na Figura 1: 
Figura 1: Capítulos do COSIF. Fonte: BCB (2018).
66 Contabilidade das Instituições Financeiras
Cada capítulo do COSIF tem sua função (BB, 2018), conforme a seguir:
Capítulo 1 – Normas Básicas: nele, estão consolidados os princípios, 
critérios e procedimentos contábeis que devem ser utilizados por todas as 
instituições integrantes do sistema financeiro, com destaque sobre cada grupo 
de contas do balanço. Dentro desse capítulo, são abordados, atualmente, 37 
assuntos diferentes, conforme a Figura 2:
Figura 2: Capítulo 1 do COSIF. Fonte: BCB (2018).
67Contabilidade das Instituições Financeiras
Capítulo 2 – Elenco de Contas: são apresentadas as contas integrantes 
do plano contábil e suas respectivas funções, o que nelas deve ser registrado 
e como devem ser feitas as movimentações de débito e crédito, objetivando 
a uniformidade. As contas estão dispostas em seus grupos, como mostra a 
Figura 3:
Figura 3: Capítulo 2 do COSIF. Fonte: BCB (2018).
Capítulo 3 – Documentos: são apresentados os modelos de 
documentos de natureza contábil que devem ser elaborados, remetidos ou 
publicados por todas as instituições integrantes do sistema financeiro, para 
atender às exigências do BCB (BACEN). Esse capítulo possui, atualmente, 
15 modelos de documentos, conforme mostra a Figura 4:
Figura 4: Capítulo 3 do COSIF. Fonte: BCB (2018).https://www3.bcb.gov.br/aplica/cosif
https://www3.bcb.gov.br/aplica/cosif
68 Contabilidade das Instituições Financeiras
Capítulo 4 – Anexos: são apresentadas as normas editadas por outros 
organismos (Comitê Pronunciamento Contábil (CPC), Instituto dos Auditores 
Independentes do Brasil (IBRACON) etc.), que foram recepcionadas para 
aplicação às instituições financeiras e as demais autorizadas a funcionar pelo 
Banco Central do Brasil. Atualmente, existem nove anexos no capítulo 4, 
todos eles emitidos pelo CPC.
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi criado pela 
Resolução CFC nº 1.055/05 e tem como objetivo (CPC, 2018):
O estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre 
procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações 
dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade 
reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu 
processo de produção, levando sempre em conta a convergência da 
Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.
Os pronunciamentos constantes no capítulo 4 do COSIF são aceitos 
pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil, além 
disso, são adotados por todas as instituições financeiras.
Figura 5: Capítulo 4 do COSIF. Fonte: BCB (2018).
Vale ressaltar que os capítulos do COSIF estão hierarquizados em ordem de apresentação. 
Assim, nas dúvidas de interpretação entre as Normas Básicas e o Elenco de Contas, 
prevalecem as Normas Básicas.
Importante
69Contabilidade das Instituições Financeiras
As instituições financeiras devem observar as seguintes características 
básicas do COSIF (NIYAMA, 2012, p.23):
I. A escrituração deve estar fundamentada em comprovantes hábeis 
para a perfeita validade dos atos e fatos administrativos, deve ser 
completa, mantendo-se em registros permanentes todos os atos 
e fatos que modifiquem imediatamente ou não, o patrimônio da 
instituição financeira.
II. O fornecimento de informações inexatas, a falta ou atraso de 
conciliação contábil ou a escrituração em atraso por mais de 15 
dias, subsequentes ao encerramento de cada mês, ou processadas 
em desacordo com as normas do BACEN, colocam a instituição, 
seus administradores, gerentes e membros do conselho fiscal, 
sujeitos a penalidades cabíveis, nos termos da Lei 4.595 de 1964.
III. Quanto à atuação do responsável pela contabilidade, este deve 
observar os procedimentos legais, os princípios fundamentais de 
contabilidade, a ética profissional e o sigilo bancário, cabendo 
ao Banco Central do Brasil comunicar aos órgãos competentes, 
sempre que forem observadas irregularidades, para adoção de 
medidas cabíveis.
IV. O exercício social, obrigatoriamente, tem a duração de um ano, 
terminando sempre em 31 de dezembro e deve ser fixado no 
estatuto ou contrato social.
Demonstraremos, agora, a estrutura patrimonial e os exemplos de 
contas existentes no Ativo e no Passivo das instituições financeiras (não estão 
elencadas todas as contas).
Estrutura Patrimonial e Exemplos de Contas:
I – Ativo
1 Circulante e Realizável a Longo Prazo
1.1.0.00.00.6 Disponibilidades
1.1.1.00.00.9 Caixa
1.1.1.10.00.6 Caixa
1.1.2.00.00.2 Depósitos Bancários
70 Contabilidade das Instituições Financeiras
1.1.2.10.00.9 Banco Do Brasil Cta. Depósitos
1.3.1.10.00.4 Títulos De Renda Fixa
1.3.1.10.25.5 CDB – Certificado de Depósito Bancário
1.3.1.15.00.9 Cotas de Fundos de Investimento
1.6.1.10.00.1 Adiantamentos a Depositantes
1.6.1.20.00.8 Empréstimos
1.6.1.30.00.5 Títulos
Descontados
1.6.2.10.00.4 Financiamentos
1.7.1.10.00.0 Arrendamentos Financeiros a Receber
1.7.1.97.00.9 Rendas a Apropriar de

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