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Resumo do Texto "O ciclo da Revolução Burguesa" - Octavio Ianni

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
ANA CLAUDIA LOPES MARTINS
Resumo do Texto “O ciclo da revolução burguesa”
MANAUS
2016
IANNI, Octavio. O ciclo da revolução burguesa. 2.ed. Petrópolis. Vozes. 1985. p. 77-112
No primeiro ponto “A crise de hegemonia e o populismo”, Octavio Ianni começa expondo o período pós Estado Novo, de 1945 a 1964, onde a Constituição de 1946 favorecia “uma democracia burguesa razoavelmente autoritária” (p.77) e movimentos sociais e políticos da parte dos trabalhadores urbanos e rurais, e estudantes. Mas ocorreram também movimentos contra a democracia, onde os grevistas das fábricas eram reprimidos com violência, junto com ideias comunistas. Seguindo o imperialismo norte americano que surgiu da 2o Guerra Mundial, a repressão com os demais setores da sociedade continuou e houve um aumento no poder da grande burguesia, devido à relação do capital imperialista com o capital nacional. “As forças econômicas e politicas da anti- democracia aumentavam a sua força ao longo dos anos.” (p.78).
É claro que houve políticos que iam ao encontro dessa hegemonia mundial, como Vargas, que no seu mandato foi criada a Petrobras. Campanhas foram realizadas, o que resultou em progressos democráticos garantidos pela constituição de 1946.
Após essa exposição das características do período, Ianni aborda o populismo. De certa maneira, o populismo dominou a política brasileira pós 45, e todos os progressos são ligados ao populismo. Cresce a participação popular no processo político, como em sindicatos e partidos políticos, porque “a primeira luta do povo era a conquista da cidadania” (p.78). Esses sindicatos e partidos que cresciam eram marcados por nomes como “popular” “trabalhista” “comunista”, ou seja, a sociedade brasileira mostra-se de outra maneira. “A tendência populista-ideológica é a dominante.” (p.80).
Os partidos que se consolidaram, definindo-se como “nacionais” foram o PSD (Partido Social Democrático), UDN (União Democrática Nacional) e PTB (Partido Trabalhista Brasileiro). O PSD era composto pela burguesia rural e industrial, já o PTB, era por operários e urbanos; e a UDN, formada por burgueses e liberais urbanos, sendo assim sempre se opondo a democracia vigente. O autor expõe a crise de hegemonia posta em 1930, com o fim do domínio agrário-comercial, o que permite que percebam a importância de alianças de classes. Dentro disso, cresce a participação e a importância política dos trabalhadores urbanos e rurais. A participação rural foi a que mais cresceu, e daí surgiu uma aliança importante, PTB- PSD, o PSD podia tentar controlar o movimento trabalhista, e o PTB ganhava força. Os dois partidos eram contra a UDN.
Durante o período que o PSD governou, cresce a industrialização e com isso a área urbana, e pautaram-se em não alterar o setor rural. Quando o PTB entra no governo, com João Goulart, a situação altera-se. O PTB rompe a aliança e investe nas reformas de base, observando isso o PSD une-se a oposição, UDN. A aliança PSD-UDN era mais forte porque contava com “a elite agrária e os grupos liberais da indústria e da classe média” (p.83). No governo de Goulart, a burguesia urbana e rural uniram-se para combater o progresso político do povo.
Ianni afirma que todos os governos 46-64 se empoderaram de certa maneira do populismo. Devido à participação política do povo, o que impulsiona para conquistas populares e democráticas, o populismo faz-se necessário nos governos. Dentro do populismo há formas de “legitimação”, “clientelismo” e “recrutamento”. 
O golpe de 1964 foi arquitetado com liderança da UDN, com a intenção de que a elite voltasse a dominar politicamente. Entretanto, esta elite não queria a ascensão da elite agrária. O Brasil, neste momento, encontra-se mais dividido. O PTB une-se aos setores populares, sindicatos urbanos e rurais e a ligas camponesas, o que o torna representação da classe trabalhadora. 
Ianni esboça as características do período, além do aumento de operários, houve “proletarização, o desenvolvimento das classes, a expansão e diversificação do mercado interno, a intensificação da divisão do trabalho (em âmbito da economia como um todo, de cada um dos setores, em particular e de cada fábrica e fazenda), tudo isso envolve a politização crescente das relações sociais, das relações sociais de produção. Cresce tanto a participação política em geral como o engajamento em sindicatos, partidos, eleições, comícios, greves, debates” (p.88).
A união dos trabalhadores do campo tem a finalidade de realizar uma reforma agrária, então todas as discussões e debates são um avanço da formação da sociedade civil, da cidadania, ou seja, o povo começa a tornar-se classe. E é exatamente por isso que ocorre o golpe de 1964, para “bloquear o processo político e destruir as conquistas democráticas” (p.91).
O segundo ponto tratado por Ianni é “Militarismo e classes sociais”. E ele começa tratando o que a ditadura significou economicamente, politicamente e socialmente. Primeira característica: a ditadura acabou com o progresso democrático que o país vinha tendo, isso inclui progressos democráticos burgueses também, devido à sobreposição da burguesia financeira e monopolista; Segunda característica: investimentos na educação, na economia, na política, entre outros para que a sociedade brasileira transforme-se “numa fábrica de produção de lucro” (p.94); Terceira característica: Consolidação do predomínio da grande burguesia estrangeira e nacional; Quarta característica: a entrada do militarismo para que retome o poder burguês. O que, é claro, faz parte do imperialismo comandado pelos Estados Unidos que tem proporções internacionais. 
A industrialização e a urbanização alteraram as relações capitalistas de produção e as classes sociais, e aumenta o poder da grande burguesia, devido à concentração do capital. A ditadura significou a vitória da classe dominante, o que permitiu o aumento salarial da porção mais rica da sociedade, enquanto o salário do restante da população assalariada diminui. Além disso, cresce o número de empregados públicos, e quanto a isso é importante salientar o aumento da tecnocracia estatal e a burocracia pública que se estende para todas as regiões brasileiras.
 Uma característica salientada pelo autor é que a burguesia conseguiu manter-se no poder sem mostrar-se como ditadora. Mas é claro, ela que inspirou e comandou todo o processo. A ideia era: reprimir a classe trabalhadora, cristalizando a divisão de classes, mostrando que é necessário porque só assim teremos uma sociedade “estável, pacifica, cordial, trabalhadora, ordeira, obediente” (p.100). Essa ordem era importante para a produção de capital que beneficiava a classe dominante. 
O terceiro ponto tratado por Octavio Ianni, chama-se “A marcha da contra- revolução”. O maciço processo de industrialização alterou o desenvolvimento capitalista no campo, as forças produtivas principais, e o “exército industrial”. Desenvolvem-se as classes socais subordinadas tornando-se nacionais.
Ianni faz uma breve história do populismo, dizendo que foi a partir de 1930 com a crise econômica mundial, que teve como consequência no Brasil a crise de hegemonia na elite agrária e comercial, que passa a configurar-se o populismo. E nesse populismo constante, nenhuma classe impõe-se a outra, sempre mantendo o desenvolvimento do capital obedecendo ao imperialismo. E que a história do processo político 1930-1945, envolve o populismo e que várias classes apoiaram-se nele. 
A partir de 1961, com a crise da grande burguesia, ou seja, a crise do populismo cresce a ideia de classe dentro das massas, sendo eles estudantes empregados, proletário urbano e rural, campesinato. O Estado entra em contradição, o poder politico, cada vez mais dominado pelo povo, e o poder econômico, dominado pelo grande capital estrangeiro e monopolista. Entretanto, o avanço já estava posto, e ideias comunistas tornavam-se cada vez mais tratadas. O que podia ser o ponto de união dessas ideiastão contraditórias, seria a nacionalização das empresas estrangeiras e a substituição das importações pela industrialização. 
A crise da ditadura põe-se quando: A burguesia nacional passa a irritar-se com o comprometimento do governo com o imperialismo; Diminuição da autonomia do Estado brasileiro, com a forte entrada do imperialismo; Aumento dos movimentos do povo; Rompimento da sociedade civil com o Estado; entre outros pontos.
Sendo assim, a burguesia procura uma “abertura democrática controlada”, no entanto Ianni diz que “já estão se esgotando as condições de continuidade da contra-revolução burguesa no Brasil” (p.111) e pontua o porquê: Aumento do nível de politização do trabalhador; Crescimento capitalista no campo e na cidade, o que aumenta a unificação e nacionalização das classes; Têm-se condições históricas para luta política.

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