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Questões: 1- Qual seria sua definição para doença autoimune? Doenças autoimunes são aquelas em que há o desenvolvimento de uma resposta imune contra antígenos próprios, como em lúpus, artrite reumatoide, esclerose múltiplas e hipo ou hipertireoidismo. 2- Das doenças autoimunes que você conhece, quais poderiam ser consideradas órgão/tecido especificas e quais poderiam ser consideradas sistêmicas? Alguns exemplos de doenças autoimunes órgão/tecido especificas são a doença de Grave (tireoide), a tireoidite de Hashimoto (tireoide) e a diabetes tipo I (ilhotas pancreáticas), já as doenças autoimunes sistêmicas podem ser exemplificadas por Lupus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide. 3- Quais os alvos próprios que desencadeiam as doenças autoimunes: esclerose múltipla, diabetes autoimune, artrite reumatoide, doença de Grave, tireoidite de Hashimoto? Esclerose múltipla – células T autorreativas contra antígenos da bainha de mielina; diabetes autoimune – células T autorreativas contra antígenos das células pancreáticas presentes nas ilhotas de Langerhans; artrite reumatoide – células T autorreativas contra antígenos da sinóvia da articulação; doença de Grave – autoanticorpos contra o TSHR; tireoidite de Hashimoto – autoanticorpos e células T autorreativas contra antígenos da tireoide. 4- Quais as principais ações que ocorrem no timo e que garantem que não ocorra doença autoimune? No timo é onde se desenvolve as células T e onde ocorre a deleção de células autorreativas, ou seja, aquelas em que o TCR não é funcional (reconhecem ligantes com alta afinidade). 5- A célula B também pode ser regulada para que não ocorra doença autoimune? Como? Sim, também há o mecanismo de tolerância em células B, em que a tolerância central acontece na medula óssea, onde há a deleção de BCRs autorreativos, já na tolerância periférica, os linfócitos B maduros que reconhecem antígenos próprios nos tecidos periféricos na ausência de células T helper especificas podem se tornar funcionalmente irresponsivos ou morrer por apoptose. 6- Como você, ao receber pacientes com alterações da tireóide, faria o diagnóstico diferencial clínico e imunológico? O diagnóstico clínico de alterações da tireoide pode ser identificado com mudanças de humor, alterações no peso, cansaço extremo, tireoide aumentada, entre outros. Já o diagnóstico imunológico pode ser feito com testes sorológicos para o anticorpo anti-tiroperoxidase (anti-TPO), que pode diagnosticar tireoidite de Hashimoto ou Doença de Graves ou, ainda, para o anticorpo anti-receptor de TSH (TRA-b), que pode identificar doença de Graves. 7- Quais as teorias que tentam explicar o desenvolvimento da doença autoimune? O desenvolvimento de doenças autoimunes pode ocorrer por falhas na autolerância, defeitos na seleção negativa de células B e T e ativação de linfócitos autorreativos ou autoanticorpos. As doenças autoimunes também podem ocorrer quando o gene AIRE não é expresso, não havendo apresentação de antígenos próprios às células T e não havendo como as células T autorreativas serem deletadas. Além disso, algumas moléculas HLA ou MHC podem constituir um risco genético maior de desenvolvimento de doença autoimune. 8- Quais os tratamentos para a doença autoimune? Clínicos Age sobre a sintomatologia da doença, como protetor solar para lúpus, insulina para diabetes, hormônios tireoidianos para hipotireoidismo, etc. Imunológicos Age sobre a imunomodulação rogas imunossupressoras, depleção de anticorpos, transplante de medula óssea, bloqueio de vias de ativação da resposta imune. 9- Qual o racional para o transplante de células tronco hematopoiéticas como tratamento da doença autoimune? As células tronco hematopoiéticas possuem a capacidade de se diferenciarem em células do sistema imune e em eritrócitos. Assim, os novos linfócitos formados pelo transplante poderiam ter um melhor mecanismo de tolerância.
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