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EXCELENTÍSSIOMO (A) SENHOR (A) DR. JUIZ DE DIREITO DA 5 VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO – SP Danilo, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob n° XXXXXXX, residente e domiciliado na XXXXXXX na cidade de São Paulo – SP, cep XXXXX, vem à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado, infra assinado, interpor RECURSO DE APELAÇÃO Em face da decisão que decretou a improcedência do pedido, acolhendo a tese da defesa, em sede de julgamento antecipado, sem dilação probatória, em Ação Indenizatória ajuizada em face de Eduardo, estado civil, engenheiro de produção, inscrito no CPF sob n° XXXXXXX, residente e domiciliado na XXXXXXX na cidade de São Paulo – SP, cep XXXXX. Requer, desde já o seu recebimento, com imediata intimação do recorrido para, querendo, oferecer as contrarrazões e, ato continuo, com as razões anexas, remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para os fins aqui aduzidos. Termos em que pede e aguarda deferimento. Cidade, 01 de setembro de 2020 Advogado OAB RAZÕES RECURSAIS Apelante: Danilo Advogado(a): XXXXX Apelado: Eduardo Advogado(a): XXXXX EGREGIO TRIBUNAL, COLENDO CAMARA, EMERITOS DESEMBARGADORES, DA TEMPESTIVIDADE Nos termos dos Arts. 219 e 1.003 , §5° do CPC, o prazo para interpor o presente recurso é de 15 dias úteis, sendo excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento nos termos do Art. 224 do CPC/15. Dessa forma, considerando que a decisão fora publicada no Diário Oficial na data XXX, tem-se por tempestivo o presente recurso, devendo ser acolhido. DO PREPARO Informa que junta em anexo a devida comprovação do recolhimento do preparo recursal. BREVE SÍNTESE DA DECISÃO RECORRIDA Trata-se de Ação Indenizatória, pleiteando indenização por danos materiais no valor de R$ 25.000,00 e danos morais no valor de R$ 50.000,00, com regular citação do réu. Em sede contestatória, o réu arguiu que não teria cometido ato ilícito e quedou-se inerte conquanto à dilação probatória; momento no qual o autor requereu a produção de prova oral, com depoimento pessoal e oitiva de testemunhas, o que fora indeferido. Na sequência, julgando antecipadamente o feito, o magistrado decretou a improcedência do pedido, acolhendo a tese da defesa. E, nos termos do art. 1.002 e 1.009 do CPC/2015, sendo esta decisão definitiva, é cabível a interposição do recurso adequado, qual seja, a Apelação Cível, objetivando a reforma da decisão em sua integridade, com a determinação de dilação probatória, sob pena de cerceamento do direito de defesa. DOS FATOS Eduardo, motorista regularmente habilitado, ao trafegar pelo acostamento da Rodovia Presidente Dutra, já nas intermediações da cidade de São Paulo, atropelou Danilo, que estava parado no local, trocando 1 dos pneus de seu veículo. Diante do atropelamento, Danilo precisou se submeter a uma cirurgia para reconstrução dos membros inferiores e, na sequência, diversas sessões de fisioterapia, pelo que acabou arcando pessoalmente com diversos custos envolvendo serviços médicos- hospitalares. Tais fatos causaram, além de grande prejuízo financeiro, extremos aborrecimentos à Danilo, que não praticou ato lícito, mas teve sua capacidade restringida pelos atos ilícitos de Eduardo. DO MÉRITO DA AÇÃO O direito do recorrente vem, primordialmente, amparado no Código de Trânsito Brasileiro (Lei n° 9.503 de 23 de setembro de 1997) e no Código Civil (Lei 10.106 de 10 de janeiro de 2002), conforme passa a se demonstrar. De início exsurge o direito do Autor à indenização material e moral, posto que a Ré, por certo, promoveu manobra sem se atentar para as regras de trânsito. Ao contrário, teria evitado o acidente. De acordo com o artigo 28 e 29 do Código de Trânsito Brasileiro, temos que: Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito. Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas: [...] II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas; III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem: a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela; Temos por cristalino que o Réu não manteve observância aos cuidados indispensáveis à segurança do trânsito, agindo com total falta de atenção, ignorando a sinalização, avançando com notória imprudência, e, portanto, infringindo o disposto normativo supra. O Réu também deixou de observar as normas insertas nos artigos 34 e 44 da mesma Lei, que tratam sobre a indispensável prudência e velocidade moderada em qualquer tipo de cruzamento: Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade. Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade moderada, de forma que possa deter seu veículo com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência. Nesse diapasão, a responsabilidade pelo cometimento de ato ilícito vem expressa nos artigos 186 e 927 do Diploma Civil Brasileiro, ora invocados: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. A legislação, portanto, determina que no caso de ilícito cometido, a reparação é patente, inclusive por danos morais e que os atos de Eduardo configuram, sim, ato ilícito. DO IRREGULAR JULGAMENTE ANTECIPADO DA LIDE O Código Processualista dispõe sobre o julgamento antecipado de mérito em seu art. 355. Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: I - não houver necessidade de produção de outras provas Ou seja, somente é cabível a sua aplicação quando manifestamente desnecessária a produção probatória, o que não se verifica no caso concreto, vez que o depoimento pessoal do réu e a oitiva das testemunhas é indispensável à demonstração do direito. A decisão impugnada fere frontalmente norma jurídica que dispõe sobre a ampla defesa e o contraditório, uma vez que o cerceamento de defesa é manifestamente comprovado diante do julgamento antecipado sem a possibilidade de produção de provas. Ou seja, trata-se de manifesta quebra do direito constitucional a ampla defesa, especialmente por inibir a principal ferramenta de defesa do recorrente. DOS PEDIDOS Por estas razões requer: 1. O recebimento do presente recurso nos seus efeitos ativo e suspensivo, nos termos do Art. 1.012 do CPC. 2. A intimação do Recorrido para se manifestar querendo, nos termos do §1°, art. 1.010 do CPC. 3. A total procedência do recurso para reformar a decisão recorrida e determinar a dilação ou probatória. 4. A condenação do recorrido ao pagamento das despesas processuais e sucumbência Termos em que pede e aguarda deferimento. Cidade, 01 de setembro de 2020 Advogado OAB
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