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INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

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1 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
Suzana Kelly do Amaral Caldas 
 
 
Saúde Mental na Infância e Adolescência 
 
Tutor: FLAVIANY RIBEIRO DA SILVA 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2021 
http://portal.estacio.br/
 
 
 
2 
 
A Saúde Mental Infantil na Saúde Pública Brasileira: Situação Atual e Desafio 
 
Referência: 
COUTO, Maria Cristina Ventura; DUARTE, Cristiane S.; DELGADO, 
Gabriel Godinho. A saúde mental infantil na Saúde Pública brasileira: situação 
atual e desafios. Revista Brasileira de Psiquiatria, agosto/2008. 
Disponível em: 
http://pos.estacio.webaula.com.br/Biblioteca/Acervo/Basico/PG0080/Biblioteca_5671
7/Biblioteca_56717.pdf Acesso em: 29 de Março de 2021 
 
Introdução 
O presente estudo de caso tem como objetivo realizar uma análise e descrição da 
situação atual do desenvolvimento da saúde mental infanto juvenil no Brasil, 
considerando seus obstáculos e conquistas. 
Podemos observar em diversos países, de todas as regiões do mundo e de 
níveis econômicos diferentes, uma defasagem importante em relação a saúde 
mental infanto juvenil, porém essa realidade é ainda mais significativa em grupos de 
países em desenvolvimento. Essa defasagem e inclusão tardia da saúde mental 
infantil e juvenil pode ser devido a diversos fatores, devemos levar em consideração 
a dificuldade em diagnosticar um problema de saúde mental nessa fase da vida, por 
conta da extensa complexidade envolvida e dependência de outros atores para a 
formulação de um diagnóstico de qualidade (pais, responsáveis, escola, etc.), além 
da escassez de estudos e pesquisas sobre o tema. Em relação a América Latina e 
Caribe, em 2003, foram registrados apenas 10 pesquisas epidemiológicas que 
empregavam estratégia de avaliação padronizada. Existem estudos internacionais 
que indicam a persistência e consequências prejudiciais dos transtornos da infância 
na vida adulta, mas o impacto dessas condições em termos de tempo geral de vida 
perdido ainda não foi quantificado, esses dados nos dariam uma visão mais clara 
dos danos em questão e comprovariam a urgência necessária no enfrentamento do 
problema. Outro aspecto relevante é a inexistência de evidências sobre a eficácia e 
http://pos.estacio.webaula.com.br/Biblioteca/Acervo/Basico/PG0080/Biblioteca_56717/Biblioteca_56717.pdf
http://pos.estacio.webaula.com.br/Biblioteca/Acervo/Basico/PG0080/Biblioteca_56717/Biblioteca_56717.pdf
 
 
 
3 
efetividade dos tratamentos para transtornos mentais infanto juvenis em todos os 
países até pouco tempo atrás. E não podemos deixar de considerar a particularidade 
do sistema de cuidado na saúde mental infanto juvenil, para realizarmos um trabalho 
mais eficiente se faz necessário a utilização de serviços de naturezas distintas, além 
da saúde propriamente dita, recorremos aos setores da educação, assistência 
social, justiça e direitos, todos esses equipamentos compõe essa rede de cuidado e 
muitas vezes existe a necessidade do uso simultâneo desses serviços para um 
único caso. Porém não é incomum encontrarmos crianças e adolescentes 
acometidas por algum tipo de sofrimento mental que tenham o seu cuidado restrito a 
apenas um setor, o que revela uma má gestão na oferta dos recursos e 
subutilização do cuidado. 
No contexto internacional atual uma rede intersetorial de cuidado mais amplo 
é estimulada para a efetividade do cuidado em saúde mental infantil e juvenil. As 
escolas, serviços gerais de saúde e assistência social tem sido um destaque em 
diversos estudos dedicados ao tema, reconhecendo sua função de detectar 
problemas e organizar o suporte assistencial a essa população, estes equipamentos 
são considerados programas estratégicos para o acesso de crianças e adolescentes 
ao cuidado em saúde mental, visto que são mais acessíveis a população e tendem a 
gerar menos estigmas. 
A existência desses desafios nos aponta que somente através de um 
conhecimento aprofundado dos diferentes contextos envolvidos poderemos 
favorecer a construção de uma política pública efetiva no atendimento e cuidado em 
saúde mental na infância e adolescência. 
Iremos agora realizar uma descrição e análise crítica sobre o estado atual e 
contexto da recente política pública brasileira de saúde mental infantil, para isso 
foram consultados documentos oficiais emitidos pelo governo brasileiro, da área 
técnica de Saúde Mental do Ministério da Saúde, considerando o período 2002 – 
2007. Para o entendimento da cobertura potencial ao atendimento a infância e 
adolescência foram utilizadas informações oficiais sobre serviços em saúde mental e 
serviços específicos em quatro setores de cuidado considerados estratégicos 
referentes ao período de 2006 – 2008. São eles: Saúde Geral, Educação, 
 
 
 
4 
Assistência Social e Justiça. 
No Brasil, a implantação de CAPSi e o estabelecimento de diretrizes para a 
articulação intersetorial da rede, formam os pilares da saúde mental pública para 
crianças e adolescentes. Nessa rede são articulados serviços de diferentes setores 
capazes de responder pelas diferentes problemáticas envolvidas no que diz respeito 
a saúde mental infanto juvenil. 
Os CAPSi são serviços públicos, territoriais, propostos a partir de 2002 com a 
função de ofertar o tratamento em saúde mental, baseados na integralidade do 
cuidado. Inicialmente foram planejados para cidades com 200.000 habitantes ou mais, com a 
finalidade de atender casos com maior gravidade e ordenar a demanda 
de saúde mental infantil e juvenil de seu território. São compostos por equipe 
multiprofissional e desenvolvem um elenco diversificado de atividades terapêuticas, 
conforme a necessidade de cada caso. Também são responsáveis por desenvolver 
ações que ordenem e atendam a demanda de saúde mental infantil e juvenil de seu 
território, para isso se faz necessário que ele esteja presente também nos diversos 
equipamentos que compõe essa rede através de reuniões regulares, pactuações de 
fluxos e outras estratégias. 
Os indicadores disponíveis nos dizem que a expansão da rede CAPS 
enfrenta fortes dificuldades, o percentual desses equipamentos tem se mantido 
inalterado ao longo dos anos. Nas cidades onde não estão previstas a implantação 
de CAPSi, a orientação é que o tratamento de crianças e adolescentes sejam 
realizados pelas demais tipologias de CAPS. 
A articulação de serviços de diferentes setores é, atualmente, o ponto central 
da política brasileira de saúde mental infantil e juvenil, a expansão deste tipo de 
gestão é extremamente importante. Neste artigo reunimos informações sobre a presença de 
serviços públicos nos diferentes setores envolvidos com o cuidado de 
crianças e adolescentes, por estado e regiões do país, com o objetivo de ampliar e 
instrumentalizar a discussão sobre a intersetorialidade como fundamento deste 
cuidado. A partir deste estudo podemos dizer que as regiões Nordeste, Sudeste e Sul 
apresentam taxas próximas de 1:100.000, indicando uma situação 
potencialmente favorável ao acesso de saúde mental quando comparadas com as 
 
 
 
5 
regiões Norte e Centro-Oeste. 
As escolas e Equipes de Saúde da Família apresentam as maiores taxas de 
presença em relação aos demais serviços em todas as regiões do país, possuem 
função de destaque no desenvolvimento de ações preventivas, de promoção de 
saúde e na identificação de casos que podem se beneficiar de intervenções 
precoces. 
Dispositivos da educação especial/filantrópica, saúde mental, assistência 
social e defesa de direitos apresentam taxas que variam entre 0,43 e 4,1. São 
programas direcionados a populações específicas, sob diferentes situações de risco. 
Para casos que envolvem este tipo de população, a articulação com a área da saúde 
mental possui um grande peso visto as diversas situações de vulnerabilidades 
envolvidas. 
A distribuição dos diversos serviçospossui diferenças regionais, este é um 
fator importante, pois implica na formulação de políticas adequadas a realidade 
específica de cada região. Na região Norte percebemos a importância das redes de 
saúde e ensino, e a necessidade de expansão da rede de saúde mental. A região 
Nordeste tem a taxa mais elevada em saúde geral e a segunda mais alta na 
educação. Apesar das regiões Norte e Nordeste possuírem indicadores sociais 
desfavoráveis, suas taxas de presença no setor da educação são entre duas e três 
vezes maiores que as de outras regiões. 
Já a região Centro-Oeste apresenta situação desfavorável em todos os 
setores: taxas de presença em serviços básicos (saúde e educação) rebaixadas e defasagem nos 
demais serviços. 
A região Sudeste, apesar de mais desenvolvida, concentra as piores taxas em 
saúde geral, educação básica, assistência social e conselhos tutelares, e apenas 
mediana na saúde mental e educação especial, evidenciando uma sobrecarga em 
quase todas as áreas de cuidado. Já a região Sul apresenta os melhores índices nos serviços 
dirigidos às populações específicas (saúde mental, educação especial e 
conselhos tutelares). 
 
Conclusão 
 
 
 
6 
Através dos dados expostos no presente artigo, podemos perceber que os CAPSi são 
equipamentos fundamentais para a ampliação de acesso ao tratamento e 
que o fundamento intersetorial do sistema de serviços é uma estratégia de extrema 
importância para o cuidado em saúde metal infantil e juvenil. Percebemos ainda 
alguns desafios que precisamos enfrentar, como a necessidade de expansão dos 
serviços que compõe a rede de cuidados, principalmente daqueles que são 
específicos da infância e adolescência, para isso se faz necessária uma maior 
conscientização da população e dos gestores locais e regionais, de forma a ampliar a 
qualificação dos trabalhadores, aumento dos recursos financeiros e investimento 
na base de defesa dos direitos humanos da população envolvida. 
Faz-se necessário também a construção de metodologias capazes de 
viabilizar soluções compatíveis com as necessidades locais e regionais, além de 
potencializar o trabalho em rede através da articulação dos serviços públicos para a 
infância e adolescência. 
Tendo como base a minha experiência profissional, percebo que os 
trabalhadores dos serviços públicos direcionados à infância e adolescência realizam 
diversas estratégias de articulação desta rede de cuidado, porém de maneira 
informal, com raros registros dessas experiências. Acredito que incentivar o 
trabalhador que está na linha de frente a escrever sobre experiências exitosas de 
articulação desta rede de cuidados venha a ser uma importante estratégia de apoio 
ao desenvolvimento de políticas públicas direcionadas ao cuidado da saúde mental 
de crianças e adolescentes, pois são articulações que surgiram através da prática e passaram 
por todas as dificuldades peculiares ao território em que atuam, levando 
em consideração suas potencialidades e possibilidades de cuidado compartilhado. 
Esses registros nos ajudariam a enxergar essa rede pela ótica dos trabalhadores 
que nela atuam, seria, certamente, uma colaboração de valor inestimável.

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