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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE Curso de Medicina Disciplina de Parasitologia e Micologia Aluno: Eliézer da Cunha Rodrigues e Andressa Schardosim Godinho A tungíase é uma ectoparasitose que, causada pelo artrópode Tunga penetrans (popularmente conhecido como “bicho do pé” ou “pulga do porco”), é endêmica em muitos países da América Latina e registrada em todas as regiões do Brasil, principalmente nos meses secos. Isso porque a principal forma de contraí-la é andar descalço em terrenos arenosos e secos. Essa pulga é encontrada em maior prevalência nos locais de baixo índice de desenvolvimento humano e de nível socioeconômico, onde a coleta do lixo é deficitária, as moradias são precárias (com piso de areia ou de terra) e o homem convive com outros animais potencialmente infestados. Pertencente à ordem Siphonaptera, o Tunga penetrans é a menor pulga encontrada (atingindo, em sua forma adulta, no máximo 1mm de comprimento). Além disso, esse animal apresenta corpo achatado latero-lateralmente, fronte “pontiaguda” (de modo a facilitar a penetração na pele) e patas posteriores mais longas e robustas (adaptadas para grandes saltos). Ainda, cabe dizer que é holometábolo, o que significa que seu desenvolvimento passa pelas fases de: ovo, larva, pupa e, finalmente, do inseto adulto. Enquanto hematófago (ser que se alimenta de sangue), pode transmitir diversas doenças causadas por bactérias (como Yersinia pestis e Rickettsia mooseri) ou helmintos (como Dipylidium caninum, Hymenolepis diminuta e Dipetalonema reconditum). A invasão se dá quando a pulga fêmea penetra a derme do hospedeiro (mais comumente porcos, cães, gatos e humanos) - inserindo sua cabeça, tórax e parte do abdômen no tecido. Nessa posição, se alimenta de sangue e de líquido tissular e produz ovos, assumindo uma forma hipertrofiada que chamamos de neossoma. Desse modo, forma-se no local uma pápula, espécie de verruga com um ponto escuro no centro. Esse ponto escuro é a parte posterior do parasita (que fica exteriorizada), que é justamente por onde a fêmea elimina seus ovos - que se espalham pelo ambiente, principalmente por locais secos, como chiqueiros, esterco e na região de peridomicílio. A apresentação clínica da parasitose se caracteriza por discreta dor e prurido na região da pele invadida pelo animal, que prefere se instalar nas proximidades dos dedos do pé, nas pregas interdigitais, no calcanhar e na planta do pé. Todavia, o parasita também pode penetrar a pele de outras regiões do corpo, desde que estabeleça contato com elas. Os principais problemas associados à tungíase são a veiculação mecânica do tétano, a predisposição à infecção por fungos e a possibilidade de gangrena gasosa do tecido. O tratamento consiste na desinfecção do local com álcool iodado e da remoção do animal. Esse procedimento se faz a partir de pequenas alterações na pele, na região circundante da lesão, de modo a retirar a bolha em que está inserida a pulga. Em seguida, deve-se queimar a pulga ou colocá-la no álcool para exterminar os alvos. Por fim, deve-se aplicar bacteriostático tópico na lesão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: FERREIRA, Marcelo Urbano. Introdução a parasitologia. In: Parasitologia contemporânea[S.l: s.n.], 2012. Aula da Profª Adilia Maria Pereira Wiebbelling sobre Tungíase
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