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Auditoria Fiscal Isadora Dutra Rebelo Princípios Administrativos Art. 37 da CF estabelece que a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos seguintes princípios: Mnemônico LIMPE: Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Além desses princípios expressos, existem outros de forma implícita que são extraídos a partir da leitura de outros artigos. Ambos, tanto os expressos quanto os implícitos, são de observância obrigatória pelos agentes públicos, e a violação de um dos princípios pode significar a nulidade de sua conduta. São princípios implícitos: motivação, razoabilidade, proporcionalidade, segurança jurídica, supremacia do interesse público, continuidade dos serviços públicos, etc. > Aspectos importantes sobre os Princípios - São de observância obrigatória; - Têm aplicação imediata; - Não há hierarquia entre os princípios; - Não são monovalentes (aplicam-se a vários ramos do Direito); - Não são absolutos (podem ser relativizados em determinadas hipóteses). Princípios Expressos > Legalidade O agente público somente pode fazer aquilo que a Lei autoriza ou determina. O princípio da legalidade para o agente público é diferente do que é para o cidadão comum, pois para o cidadão o que está previsto é que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei, portanto é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, e para o agente público, só é lícito fazer aquilo que a lei autoriza. > Impessoalidade O agente público não pode, em nenhuma situação, oferecer tratamento diferenciado visando privilegiar determinadas pessoas. Tem por objetivo também, evitar que o agente pratique ato com finalidade diversa daquela determinada em lei. A Súmula Vinculante n. 13 do STF trata da vedação de nomeação de forma pessoal para cargos no âmbito do Poder Judiciário, porém, a Súmula não alcança os casos de nomeações para cargos ou funções políticas. Por exemplo, o cargo de Secretário de Estado é um cargo político, podendo um irmão nomear outro irmão. Mas esse irmão que é secretário de Estado não pode nomear parentes para o seu gabinete no cargo de assessores, por se tratar de função técnica, e não política. > Moralidade A conduta praticada pelo agente deve ser pautada de acordo com a ética, bom senso, bons costumes e com a honestidade. Um ato que viole a moralidade pode gerar a responsabilização por improbidade administrativa. O art. 37, parágrafo 4 da CF estabeleceu sanções para os atos de improbidade administrativa, sem prejuízo da ação penal cabível: - Suspensão dos direitos políticos (não cassação); - Perda da função pública; - Indisponibilidade dos bens; - Ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei. A moralidade administrativa constitui pressuposto de validade de todo ato administrativo. O que sugere que mesmo que um ato seja praticado de acordo com a lei, porém sem observância à moralidade, será considerado ato ilegítimo. O princípio da moralidade administrativa se vincula a uma noção de moral jurídica, o que não se confunde necessariamente com a moral comum. Significa observar os padrões de comportamento da Administração Pública. Página de 1 3 Auditoria Fiscal Isadora Dutra Rebelo > Publicidade É o dever de transparência da Administração Publica, sendo requisito de eficácia e moralidade, mas não formativo. Para um ato passar a produzir efeito ele deverá ser divulgado pelo órgão oficial, quando a Lei assim exigir. A publicidade é diferente de publicação. Publicação significa a divulgação de atos na imprensa, sendo sim uma forma de publicidade, porém a publicidade é um ato mais formal, no órgão devido. > Eficiência A atividade administrativa deve ser exercida com presteza, perfeição, rendimento, qualidade e com economicidade. Por isso é exigida avaliação periódica de desempenho para o servidor público, mesmo aquele servidor estável, e caso seja demonstrado desempenho insuficiente, pode ocasionar na perda do cargo. Princípios Implícitos > Razoabilidade e Proporcionalidade A administração Pública deve praticar seus atos com certo grau de liberdade, contendo os excessos. São os chamados atos discricionários, os quais têm uma análise de conveniência e oportunidade para escolher a conduta mais adequada para a situação. Para medir a proporcionalidade, a conduta deve ser adequada, necessária ou exigida e proporcional em sentido estrito (as vantagens devem superar as desvantagens). A falta de proporcionalidade atinge a legalidade do ato, podendo ser anulado. > Motivação Indicação dos fundamentos e fatos que autorizam a prática do ato administrativo. São a justificativa, a explicação da conduta. Existe a motivação de fato e a de direito. A motivação de fato decorre de uma situação, como por exemplo o excesso de velocidade ser o motivo de uma multa. Já a motivação de direito pode ser encontrada na aposentadoria compulsória aos 75 anos, em que o motivo já está na lei. A teoria dos motivos determinantes exige que a motivação seja verdadeira. Caso seja apresentada uma motivação inexistente, falsa ou incompatível com o ato praticado, será um ato ilegal. A motivação deve ser feita antes ou concomitante com o ato de forma explícita, clara e congruente, a fim de que o particular saiba com exatidão todas as razões da prática do ato administrativo. > Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Particular Quando estiverem em conflito o interesse da sociedade e o interesse do particular, o que deve prevalecer é o interesse público. > Contraditório e Ampla Defesa O princípio do contraditório a garantia que cada parte tem de se manifestar sobre todas as provas e alegações produzidas pela parte contrária. Significa dar ciência da existência do processo administrativo e permitir à parte manifestar-se em todos os seus atos. A ampla defesa é a garantia que a parte tem de usar todos os meios legais para provar e para defender as suas manifestações. > Segurança Jurídica Visa dar mais estabilidade às situações jurídicas, mesmo àquelas que a princípio apresentam ilegalidade. Em decorrência desse princípio, é vedada a aplicação retroativa da nova interpretação da lei, não podendo atingir efeitos pretéritos. Portanto é dispensada a reposição de importâncias indevidamente percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos e pensionistas em virtude de erro escusável de interpretação de lei. > Autotutela É o poder que a Administração tem de controlar seus próprios atos, revogando os atos legais que deixaram de ser convenientes e oportunos, e anulando atos ilegais. Página de 2 3 Auditoria Fiscal Isadora Dutra Rebelo > Continuidade dos Serviços Públicos Os serviços essenciais não devem sofrer interrupção, a fim de não prejudicar a comunidade, seja a prestação direta pelo Estado ou delegada mediante concessão ou permissão. > Princípio da Presunção de Legitimidade dos Atos Administrativos Todo ato administrativo tem presunção relativa de que é ato legal. Mesmo que tenha vício de legalidade, produzirá efeitos e permanecerá com essa presunção até que seja declarada sua ilegalidade. > Princípio da Especialidade Surgiu com a ideia de descentralização, em que surgem entidades especializadas em determinada matéria visando atuar com mais eficiência, como a criação das entidades da Administração Pública Indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista). Página de 3 3
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