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LINFÓCITOS T 1. Quais os dois tipos de células T que possuímos? Durante a maturação no timo, os linfócitos T passam a expressar o receptor de células T ou TCR (T-cell receptor), cuja capacidade de reconhecer antígenos se restringe àqueles que estejam ligados à proteínas de membrana celular, as moléculas do complexo de histocompatibilidade principal (MHC), razão pela qual as APCs são essenciais. Existem duas subpopulações de células T: as células T auxiliares (que apresentam glicoproteína CD4 na membrana) e as T citotóxicas (que apresentam glicoproteína CD8 na membrana). 1. As células T-Helper/CD4, ao se ativarem pela interação com antígenos, se diferenciam em células efetoras (e, às vezes, em células de memória) que auxiliam nos processos de ativação de linfócitos B (para a produção de anticorpos) e de ação das células T citotóxicas, dos macrófagos e de outras células da resposta imune. Ainda, há células T-CD4 pertencentes a uma subclasse, os linfócitos T reguladores, que funcionam para prevenir ou limitar a resposta imune. 2. As células T-citotóxicas/CD8 destroem células infectadas por microorganismos intracelulares. 2. Como as células TCD8 exercem sua função efetora? A partir do momento em que o citoplasma de uma célula do nosso organismo é invadido, esta expressa em sua superfície o MHC de classe 1 compatível com o antígeno do invasor em questão. Desse modo, o antígeno é exposto para as células do sistema imune do hospedeiro. Ao entrar em contato e reconhecer o antígeno estranho, os mecanismos citotóxicos dos TCD8 são ativados - tornando-se esses linfócitos capazes de eliminar as células que apresentem os antígenos em sua superfície. Essa citotoxicidade pode ser exercida por duas vias: 1. Liberação de enzimas perforina e granzima: essas toxinas citoplasmáticas são armazenadas na célula T-CD8 em pequenos grânulos que ficam acoplados à membrana; no momento em que se reconhece o antígeno estranho apresentado por molécula do MHC1, essas são excretadas por exocitose e induzem a lise da célula infectada a partir da formação de poros (pela porina) e da introdução das serino-proteases (granzimas), que induzem a via de apoptose das caspases. 2. Junção do receptor celular FAS (CD95 - presente na célula infectada) com o ligante cognato FAS (FASL) da célula T-CD8: ativa a via de sinalização da apoptose clássica. 1 3. Como as células T CD4 exercem sua função efetora? Via de regra, o reconhecimento de antígenos estranhos pelas células T se dá nos órgãos linfóides secundários (linfonodos, baço e MALT), já que estes são sítios anatômicos de conjunção natural tanto das células de defesa, quanto das APCs e dos próprios antígenos. Nesses locais, portanto, as células T-CD4 reconhecem nas APCs ou nas células infectadas os antígenos apresentados por moléculas do MHC de classe 2 e, em seguida, são ativadas - podendo se diferenciar em diferentes fenótipos efetores/ de memória. A partir do momento em que são ativadas e que se diferenciam, essas células migram pela circulação até os locais de infecção por rolamento, processo que é gerado pela interação entre selectinas, integrinas e quimiocinas. Ao chegar lá e reconhecer os antígenos, a função das T-CD4 é exercida pela liberação de citocinas (cujos tipos dependerão do fenótipo específico do linfócito), que recrutam mais células de defesa, ativam macrófagos, NK-cells, linfócitos T-CD8 e induzem os plasmócitos à produção e secreção de anticorpos específicos (IgG). 4. Em que órgão as células T se diferenciam no fenótipo efetor? Apesar de serem geradas na medula óssea pelo processo de hematopoiese (assim como ocorre com as células B), as células T amadurecem no Timo. Todavia, quando são lançadas na circulação sanguínea, ainda estão em suas formas imaturas, de modo que só se diferenciam no fenótipo efetor/de memória ao encontrarem antígenos (o que, via de regra, se dá nos órgãos linfóides secundários). 5. Qual a célula que as ativa e diferencia nesse órgão? Que sinais ela fornece para que isso aconteça? A apresentação de antígenos é feita por APCs, especialmente as células dendríticas, que se dirigem aos órgãos linfóides secundários (na maior parte das vezes) a partir de tecidos infectados/inflamados. Quanto aos sinais de ativação, temos 3 sequenciais: 1. Ligação entre o complexo antígeno-MHC (da célula apresentadora de antígeno) e o TCR (do linfócito T). Essa junção é estabilizada pela molécula acessória correspondente ao tipo de Linfócito T: no caso de um TCD4, a molécula CD4; no caso de um TCD8, a molécula CD8. 2. Ligação das moléculas CD28 (do linfócito T) e proteínas B7 CD80/CD86 (da APC): produz a coestimulação da célula T e induz a produção de interleucinas, principalmente a IL-6. 3. Liberação de citocinas pela APC 6. Coloque em ordem: proliferação; ativação; migração para linfonodos; migração para tecidos; diferenciação em efetora. 2 Migração para linfonodos → Ativação → Proliferação → Diferenciação em célula efetora → Migração para tecidos. 7. Quais os diferentes fenótipos de células T CD4 + já caracterizados? a. LTh1: essencial para o controle de patógenos intracelulares, produz grande quantidade de IL-2 e de INF-γ. Com isso, induz a proliferação dos próprios linfócitos T-CD4 (por ação autócrina); estimula a proliferação dos linfócitos T-CD8, aumentando sua capacidade citotóxica; ativa macrófagos infectados por MO intracelulares (micobactérias, protozoários e fungos). b. LTh2: ativado em respostas alérgicas ou em infecções por helmintos, produz IL-4, IL-5, IL-6 e IL-10, favorecendo a produção de anticorpos. c. LTh17: importante na defesa contra microrganismos extracelulares, produz IL-22, IL-26 e citocinas da família IL-17; estuda-se seu envolvimento em doenças autoimunes tais quais a encefalite autoimune, esclerose múltipla, doença intestinal inflamatória, psoríase e lúpus. Além dos supracitados, existem células T CD4: regulatórias, Tfh (T follicular helper cells) e Th9. 8. Que citocinas são importantes de serem produzidas pela APC que levam à formação de cada fenótipo? As subpopulações de linfócitos T efetores são diferenciadas por de acordo com as citocinas que liberam e, portanto, com os fatores de transcrição que expressam. Assim, diferenciam-se da seguinte forma: a. LTh1: forma-se a partir do reconhecimento de células infectadas por patógenos intracelulares; a produção desse tipo de efetor é estimulada pela liberação de IL-12. b. LTh2: forma-se a partir do reconhecimento de antígenos alergênicos ou de helmintos invasores; a produção desse tipo de efetor é estimulada pela liberação de IL-4 (principalmente). c. LTh17: forma-se a partir do reconhecimento de microrganismos extracelulares; a produção desse tipo de efetor é estimulada pela liberação de IL-23. 9. Quais os fatores de transcrição canônicos associados com o desenvolvimento de cada subtipo? Como eles se relacionam com as citocinas produzidas pelas DCs durante o priming da célula T? Como já vimos, o padrão de expressão dos fatores de transcrição é determinante da subpopulação a que pertence o linfócito T em diferenciação. Esse processo é, justamente, consequência das diferentes citocinas produzidas pelas Células Dendríticas. A produção dos diferentes efetores é consequência da liberação de diferentes Interleucinas em resposta a diferentes estímulos (como melhor detalha a questão 8). 3 Dentre o grupo de fatores de transcrição, a associação com os subtipo de células T ocorre da seguinte maneira: A. Th1 → Tbet, STAT 1 e STAT4 B. Th2 → Gata-3, STAT6 C. Th17 → RORyt e STAT3 D. Tfh → BCL-6 E. Treg → Foxp3 10. Fale sobre a função das células TH1, em que tipo de resposta é mais importante, e de um exemplo. O linfócito Th1 é essencial para o controle de patógenos intracelulares, dado que produz grande quantidade de IL-2 (induz a maturação de células B e T) e de INF-γ (atrai e potencializa a ação fagocítica dos macrófagos, induz a ação de células NK e, por fim, induz a produção de imunoglobulinas IgG pelos plasmócitos). Com isso, induz a proliferação dos próprios linfócitosT-CD4 (por ação autócrina); estimula a proliferação dos linfócitos T-CD8, aumentando sua capacidade citotóxica; ativa macrófagos infectados por MO intracelulares (micobactérias, protozoários e fungos). É importante, por exemplo, na infecção por Salmonella, doença causada por bactérias intracelulares facultativas do gênero Enterobacteriaceae. 11. Fale sobre a função das células TH2, em que tipo de resposta é mais importante, e dê um exemplo. As células Th2 são ativadas em resposta a antígenos protéicos extracelulares alergênicos ou em infecções por helmintos (em doenças como a esquistossomose, a ascaridíase, a teníase, a ancilostomíase e a enterobíase), determinando a produção das interleucinas IL-3, IL-4, IL-5, IL-6 e IL-10, favorecendo a produção de anticorpos e as reações imunes mediadas por eosinófilos e mastócitos. Em conjunto, essas interleucinas são capazes, ainda, de estimular a produção de muco no trato digestório e de aumentar a intensidade dos movimentos peristálticos intestinais. 12. Quais os tipos de célula T reg existentes? As células T reguladoras, cuja função é limitar e controlar as respostas imunes do organismo de modo que estas não gerem lesões a seus próprios tecidos, se dividem em dois tipos: ● Células T Reguladoras Naturais → produzidas pelo Timo normalmente, essa subpopulação de linfócitos se distingue pela expressão da molécula de superfície CD25+ (Tregs CD4+CD25+); capazes de responder a ampla variedade de autoantígenos, além de antígenos de alguns MO; ● Células T Reguladoras Induzidas → podem se desenvolver a partir de células T CD4+ a partir de estímulos específicos, compondo células como a TR1 e Th3 4 13. Como as T reg são formadas? Apesar de ainda ser um tópico em discussão/construção, o que se sabe sobre a formação dos linfócitos Treg é que esta se relaciona com a etapa de desenvolvimento da autotolerância. Ao longo do amadurecimento no Timo, os linfócitos são apresentados a antígenos próprios do organismo; neste momento, as células cujos TCRs reconhecem os antígenos expostos são eliminadas (seleção negativa), desenvolvendo uma característica essencial do sistema imune, a autotolerância. Nessa mesma etapa, contudo, os Tregs são selecionados justamente por apresentarem reconhecimento de alta afinidade pelos antígenos próprios do organismo - o que só acontece mediante coestimulação de IL-2 e TGFβ, fatores indispensáveis para que se dê a diferenciação final da célula T reguladora. 14. Que moléculas de membrana são aumentadas em células T de memória? CD44hi, CD127hi, CD45RO+, CD25I0. 15. Em que situações vemos as células Th17 envolvidas? Dê exemplos. Como supracitado, as células Th17 são importantes para o reconhecimento e o combate de microrganismos extracelulares, como bactérias e fungos.A partir da secreção de IL-22, IL-26 e de citocinas da família IL-17, essas células ampliam a resposta imune por via do recrutamento de leucócitos, principalmente de neutrófilos. Ainda, deve-se dizer que, nos locais de infecção, cada vez mais células T CD4 entram em contato com os antígenos e, por consequência, se ativam, proliferam e diferenciam em Linfócitos Th17. Ainda, estuda-se seu envolvimento em doenças autoimunes tais quais a encefalite autoimune, esclerose múltipla, doença intestinal inflamatória, psoríase e lúpus. 16. Qual a principal função das células Tfh? Como ela é exercida? As células T auxiliares foliculares têm como função a promoção da resposta imune humoral, dado que estimulam os linfócitos B-naive do centro germinativo a produzir anticorpos. Essa indução é atingida a partir da liberação de moléculas coestimuladoras e citocinas, tais quais CD40l, ICOS, IL-10, IL-21 e IL-4.. 5
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