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Materiais odontológicos - hidróxido de cálcio e óxido de zinco e eugenol

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Ayla Mendes Cavalcante Sabino 
1 
 
Aula 11.03 – Materiais odontológicos: 
hidróxido de cálcio e óxido de zinco e eugenol 
Pré-clínica I 
 
 
CASO CLINICO 
◌ 15 anos 
◌ Dor fugaz (dor rápida) ao frio e a coisas 
doces 
◌ Dente 16 com restauração e com uma 
mudança de tonalidade 
◌ Com a radiografia há uma presença de 
radiolucidez perto da restauração sendo um 
carie secundaria. 
◌ Microinfiltração que gerou uma 
contaminação abaixo da restauração. 
◌ Causando um pequeno dano pulpar 
◌ Acesso a carie retirando a restauração 
antiga com a percepção de um material 
escurecido de dentina cariada. 
 
 
 
Possíveis motivos 
 
◌ Pode ser decorrente de uma técnica de 
restauração mal feita, deixando microfissuras, 
por onde podem infiltrar bactérias. 
 
◌ Outro motivo nesse caso pode ser que o 
profissional não tenha tirado todo o tecido 
cariado e ter colocado uma restauração em cima, 
propiciando o desenvolvimento da carie (dentina 
infectada tem que ser removida). 
 
 
 
No caso da paciente, era cárie do tipo 
secundária, procedimento: isolamento absoluto; 
remoção da restauração existente; remoção da 
dentina cariada (tecido amolecido, coloração 
diferente) com a cureta de dentina. Foi 
observado sangramento vivo – ou seja, a cárie já 
tinha atingido a polpa dentária. 
A infiltração ocorre por pequenos espaços. Nem 
sempre o material odontológico consegue fazer 
o selamento total da região, na interface dente-
restauração – presença de microinfiltração. 
Neste caso, provavelmente, a paciente teve uma 
pulpite reversível (o teste pode ser realizado com 
gelo, se o paciente sentir uma dor passageira é 
reversível). 
 
 
Complexo dentina-polpa 
Na dentina há presença de túbulos dentinários – 
prolongamento dos odontoblastos (que possui 
células nervosas da polpa) = por isso há a 
interação de tecido dentinário e polpa 
(complexo dentina-polpa). 
Em casos de cavidades médias/profundas – 
sempre proteger a polpa dentaria (quando mais 
profundo, maior o diâmetro e a quantidade dos 
túbulos dentinários). 
 
Em casos de cavidades superficiais/rases, não há 
necessidade de proteção da polpa – pois, apesar 
da presença dos túbulos dentinários na dentina, 
eles estão mais espaçados e em menor diâmetro; 
logo, a paciente não irá sentir sintomatologia 
dolorosa. 
 
Túbulos dentinários: quanto mais profundo 
maior a necessidade de proteção pulpar! 
 
Dentina: 
◌ Avascular; 
◌ Mineralizada 
◌ Resiliente 
◌ Túbulos dentinários 
◌ Úmida 
Polpa: 
◌ Vascularizada 
◌ Não é mineralizada 
◌ Inervada 
Injúrias ao CDP (complexo dentina-polpa): 
◌ Biológica: gerada pela cárie 
◌ Mecânica – ex.: bruxismo 
◌ Térmica 
◌ Química: alguns materiais são ácidos, como o 
cimento de fosfato de zinco, com isso há a 
infiltração pelos túbulos dentinários e a 
inflamação da polpa. 
 
 
Ayla Mendes Cavalcante Sabino 
2 
 
Mecanismos de defesa natural contra as injurias 
◌ Carie profunda: os odontoblastos que estão 
na periferia da polpa e dentro dos túbulos 
dentinários – começam a estimular a produção 
de uma nova dentina “aumento de uma camada 
de dentina” e também promove a deposição de 
minerais dentro do túbulo dentinário – ocorre a 
esclerose do tubo: ou seja, o túbulo dentinário é 
vedado por minerais produzidos pelos 
odontoblastos – com intuito de se proteger 
contra a agressão da carie ➔ Essa dentina 
reacional (ou dentina terciaria), é chamada de 
Dentina Intratubular Esclerosada não é formada 
em todas as pessoas. 
A dentina esclerosada apresenta aparência 
escurecida e bastante mineralizada – e é 
formada como um mecanismo de defesa da 
polpa dentária. 
 
Agentes protetores do complexo dentina-polpa 
Remoção do fator de agressão + agentes 
protetores 
 
● Selantes e/ou vedadores: selam a cavidade 
(embocaduras dos túbulos dentinários e os 
micro espaços formados entre a parede da 
cavidade e o material restaurador). 
Ex.: o “cavitine” é um tipo de verniz 
cavitário, que era muito utilizado 
previamente as restaurações de amálgama 
(protege por pouco tempo, pois o 
amalgama vai promover a corrosão do 
esmalte, que funciona como um selante 
cavitário) 
Ex.: Adesivo dentinário: é usado 
previamente a restauração de resina 
(vedação e evita o aparecimento de micro 
infiltração). 
 
● Forradores cavitários: estimular a formação de 
barreira dentinária (é a esclerose dentinária, 
aquela dentina bem mineralizada que veda o 
túbulo dentinário); possui baixa propriedade 
mecânica (facilmente quebrado). 
Ex.: Hidróxido de cálcio (é bem fininho – 
aplicado próximo a região da polpa). 
 
● Bases cavitárias: funciona como base (proteger 
o material do forramento, protege o complexo-
dentina pulpar de estímulos externos, suporte 
para o material restaurador definitivo). 
Ex.: Óxido de zinco e eugenol; CIV 
 
Agentes protetores – características ideias: 
◌ Biocompatibilidade (compatível com os 
tecidos vivos) 
◌ Antimicrobiano 
◌ Não interferir nas propriedades do material 
restaurador (mecânicas e/ou estéticas) – 
ex.: não pode corar uma resina (não ficar 
escura) 
◌ Propriedade mecânica favorável 
◌ Isolante térmico e elétrico 
◌ Selante da dentina 
◌ Adesividade 
Fatores a considerar o uso e sua escolha 
◌ Idade do paciente (ex.: a capacidade de 
mineralização – um paciente mais jovem 
tem mais facilidade) 
◌ Condição pulpar (ex.: se é pulpite 
irreversível não adianta colocar um 
material protetor, se a polpa já está morta) 
◌ Profundidade da cavidade (quando mais 
profunda: maior a necessidade de utilizar 
os agentes protetores) 
 
Profundidade da cavidade 
1. Superficial 
2. Rasa 
3. Média 
4. Profunda 
5. Bastante profunda 
 
 
 
 
Ayla Mendes Cavalcante Sabino 
3 
 
Como saber o que usar na restauração? 
 
● Cavidade rasa/média: não precisa usar nada 
além de um agente selador – ao selar a região, 
os túbulos dentinários ficarão protegidos. 
Obs.: se for utilizar amalgama para restauração 
– selar os túbulos dentinários 
● Cavidade media a profunda: usar agente 
selador e base (oxido de zinco e eugenol; CIV) 
● Cavidade muito profunda: sem exposição da 
câmara pulpar: colocar um forramento 
(estimular a deposição de dentina esclerosada) 
+ base + restauração 
➔ Em casos muito profundos: hidróxido de 
cálcio, CIV, resina. 
O selador só entra direto no dente apenas em 
cavidade rasa a média. 
● Em casos de cavidade media a profunda: o 
selador deve ser colocado em cima da base 
● Agente forrador: sempre é o hidróxido de 
cálcio (contato direto com a polpa) 
 
Agentes protetores 
◌ Vernizes cavitários (agente selador 
exclusivamente para amalgama) 
◌ Hidróxido de cálcio 
◌ Oxido de Zn e Eugenol: para restaurações 
em amalgama, não pode ser utilizado em 
resinas 
◌ 
Vernizes cavitários 
◌ Vedamento e embocadura dos túbulos 
dentinários 
◌ Selamento de microespaços 
◌ Redução da penetração de íons metálicos 
- Utilizado em cavidade de média a rasa. 
 
Composição: 
• resina natural (copal, colofonia) 
• resina sintética (celulose nitrada) 
• solventes orgânico 
• agentes medicinais (timol, eugenol, clorobitinol 
que fazem a analgesia da polpa) 
O verniz é dissolvido depois de uns dias e é o 
amalgama que faz o selamento (por isso entrou 
em desuso). 
Aplicação: 
1. aplica-se uma primeira camada de material 
2. suave jato de ar 
3. aplicação de uma nova camada + jato de ar 
4. aplica o amalgama 
 
O uso do verniz é somente para amálgama! 
 
◌ O verniz pode ser utilizado por cima de 
restaurações de CIV como forma de proteção 
(tempo de presa do CIV varia entre 24h-48h, 
então o verniz, assim como também o esmalte 
de unha incolor, pode ser utilizado para evitar a 
sinérese (perda de água) e embebição (ganho de 
água pela saliva) do CIV. Porém, não se pode 
utilizar o verniz cavitário previamente ao CIV, 
pois ele não possui sistema de adesivo. 
 
Limitações 
◌ Não possuem resistências mecânicas 
◌ Não tem isolamento térmico 
◌ São muito solúveis 
 
Hidróxido de Cálcio Ca(OH)2Formas de apresentação: 
◌ Solução: água destilada + pó = água de cal 
(usa as vezes em casos de hemorragia, 
sangramento) 
◌ Pó e pasta = exposição pulpar 
◌ Cimento = quando não há exposição da 
polpa 
 
Propriedades do Hidróxido de Cálcio: 
◌ Biocompatibilidade (estimula o material 
biológico – a polpa – a se recuperar) 
◌ Eleva o pH (é alcalino: pH 11-12) 
◌ Liberação de íons Ca2+ e OH (cauterização 
da polpa- necrose) 
◌ Antimicrobiano 
Ayla Mendes Cavalcante Sabino 
4 
 
◌ Indicado para proteção pulpar DIRETA (com 
polpa exposta) 
◌ Causa uma necrose superficial da polpa, 
estimulando a formação de dentina 
reparadora 
 
Desvantagens do Hidróxido de Cálcio 
◌ Dissolução (é altamente solúvel, podendo 
se dissolver na borda da infiltração, 
causando infiltração marginal) 
◌ Sem adesão a estrutura dentaria 
◌ Pouca resistência mecânica 
 
Obs.: não tenho polpa exposta = não usa hidróxido de 
cálcio. 
 
. 
 
Voltando pro caso clínico... 
Como se trata de uma paciente jovem e a polpa 
parece viva (presença de sangue – pulpite 
reversível), foi realizado um capeamento pulpar 
direto (fazer com que a polpa reaja e produza 
dentina terciaria). 
 
Passo a passo – capeamento pulpar direto: 
1. Remoção da cárie dentária com auxílio de 
uma broca em baixa rotação (poderia ser 
com cureta de dentina); 
2. Aplicação de solução (água de cal) 
embebido em algodão, para que a polpa 
pare de sangrar; 
3. Aplicação do hidróxido de cálcio pró-análise 
em pó (se a polpa ainda estiver sangrando) 
ou em pasta (se o sangramento está 
contido, aplica a pasta) 
 
Cimento de Hidróxido de Cálcio P.A. 
Composição: 
◌ Hidróxido de cálcio 
◌ Radiopacificadores (auxilia no diagnóstico 
de radiografias – o material fica radiopaco) 
◌ Salicilato 
 
Indicações: 
◌ Estimula a produção de dentina reparadora 
◌ Ação antimicrobiano/antibactericida 
◌ Manutenção e recuperação da saúde 
pulpar 
 
Cuidados: 
◌ Pequeno tempo de trabalho 
◌ Presa acelerada pela umidade 
◌ Muito solúvel (não deve aplicar água) 
◌ Baixa resistência a compressão 
 
Em casos de capeamento pulpar INDIRETO 
sempre utilizar o cimento de hidróxido de cálcio 
PA (em casos de cárie muito profunda, mas que 
não houve exposição pulpar – o cimento fica 
mais “fixo”, visto que o pó não é viável 
operacionalmente). 
 
Manipulação do cimento de hidróxido de cálcio: 
1. Porção de cada composto de forma igual – 1:1 
2. Manipulação por cerca de 10 s 
3. Aplica na cavidade com o auxílio do aplicador de 
hidróxido de cálcio (ponta arredondada) 
 
Obs.: não aplicar nas margens do esmalte para não 
causar infiltração 
. 
 
Voltando pro caso clínico... 
Como a polpa estava exposta, foi feito o 
capeamento pulpar direto. 
- A polpa estava sangrando, então foi aplicado o 
hidróxido de cálcio em pó (baixa resistência 
mecânica, mas é necessário para proteção - 
causa necrose superficial da polpa, estimulando 
a produção de dentina reparadora); 
- Em seguida, foi aplicado o cimento de hidróxido 
de cálcio (confere maior resistência). Aplicar com 
cuidado para não remover o pó. 
 
 
 
Cimento de oxido de zinco e eugenol (OZE) 
Barato e de fácil manipulação 
 
Apresentação 
◌ PÓ: oxido de zinco, resina de terebentina, 
estearato de zinco, sais de bário e bismuto 
◌ Liquido: eugenol e óleo de oliva 
Cimento = pó+ líquido 
 
Ayla Mendes Cavalcante Sabino 
5 
 
Vantagens do OZE: 
◌ Biocompativel 
◌ Neutro 
◌ Antimicrobiano 
◌ Efeito sedativo (eugenol livre) bom 
selamento dos túbulos dentinários 
◌ Isolante térmico e elétrico 
 
Desvantagens do OZE: 
◌ Baixa resistência mecânica 
◌ Não possui adesão a estrutura dentaria 
◌ Eugenol residual interfere na polimerização 
de resinas (reação de endurecimento da resina) 
 
Oxido de zinco eugenol não deve ser usado 
previamente (como base) à restauração de 
resina 
 
Classificações do OZE: 
 Tipo I: cimentação provisória 
 Tipo II: cimentação de longa duração de 
próteses fixas 
 Tipo III: restaurações temporárias e base 
para isolamento térmico 
 
Reação – OZE: 
Pó + líquido (hidrolise) = 
hidróxido de zinco 
→ Zn(OH)₂ reage com o 
Eugenol = forma o 
(Eugenolato de zinco) 
 
Interferências no OZE: 
◌ Temperatura da placa de vidro 
◌ Proporção pó e liquido 
◌ Contaminação pela umidade 
Obs.: nunca guardar as placas de vidro em 
geladeira – a umidade pode inferir na proporção 
pó:líquido. 
- A reação de presa ocorre no momento em que 
há a mistura do pó + líquido = formando uma 
massa homogênea 
 
Manipulação do OZE: 
◌ Sempre seguir as recomendações do 
fabricante; 
◌ Agitar o conteúdo previamente. 
 
1. Agita a embalagem 
2. Coloca o pó na placa de vidro, divide em três 
partes (1 maior e 2 menores) 
3. Com uma espátula 24, mistura o pó e o liquido 
4. Durante 30s faz a manipulação da parte maior; 
5. Durante 15s faz a manipulação das partes 
menores. 
6. Após a manipulação observa a consistência e se 
estiver como uma “massa de modelar” – aplica 
o OZE na cavidade 
 
 
7. Aplica uma “bolinha” de Zoe na cavidade; 
nivela bem (pode ser com o calcador de 
amalgama) 
8. Em seguida, faz uma escultura 
 
 
 
O ZOE é um material restaurador 
provisório; mas pode ser como base em 
uma restauração permanente. 
 
 
 
Voltando pro caso clínico... 
Após a aplicação do cimento de hidróxido de 
cálcio, foi aplicado o CIV (material provisório – 
paciente volta com 45-60 dias para fazer a 
restauração definitiva com resina composta); se 
no lugar da resina composta, fosse uma 
restauração definitiva de amalgama, poderia ter 
aplicado o OZE no lugar do CIV. 
 
 
 
Após 60 dias o CIV foi removido e foi constatada 
a criação de barreira dentinária (dentina 
esclerosada e terciária) 
Ayla Mendes Cavalcante Sabino 
6 
 
 
 
Foi realizada a restauração definitiva (cavidade 
muito profunda): faz a base com o hidróxido de 
cálcio em pasta; aplica o adesivo dentinário 
(material selador); e por fim, aplica a resina.

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