Buscar

Trypanosoma

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Aula 6 – Trypanosoma – Parasitologia – 3º Período – Med Arkham – Gabriela Klein 
TAXONOMIA 
• FILO: Sarcomastigophora 
• SUBFILO: Mastigophora 
• ORDEM: Kinetoplastida 
• FAMÍLIA: Trypanosomatidae (trypano significa 
corpo curvo) 
• GÊNEROS: Trypanosoma 
É dividido em 2: 
→ Estercorária (esterco = fezes) 
o Trypanosoma cruzi – transmitido pelas 
fezes do barbeiro; 
→ Salivária: protozoário transmitido pela saliva, 
regurgitação. 
o T. rangeli – comensal 
o T. Brucei rhodesiense 
o T. Brucei gambiense 
MORFOLOGIA E FASES EVOLUTIVAS 
• AMASTIGOTA: 
→ Exclusivamente intracelular; 
→ Não tem flagelo exteriorizado; 
→ Tem núcleo, cinetoplasto e rizonema; 
→ Encontrado no hospedeiro vertebrado. 
• TRYPOMASTIGOTA: 
→ Tem cinetoplasto que migra para parte 
posterior (subterminal); 
→ Longa membrana ondulante que se exterioriza 
em flagelo; 
→ Encontrado nos 2 hospedeiros, vertebrado e 
invertebrado. 
• EPIMASTIGOTA: 
→ Cinetoplasto anterior ao núcleo; 
→ Membrana ondulante; 
→ Flagelo exteriorizado; 
→ Encontrada no vetor invertebrado. 
• PROMASTIGOTA: 
→ Mais alongada e com flagelo anterior; 
→ Encontrado no hospedeiro invertebrado. 
 
 
 
 
 
 
CICLO BIOLÓGICO – DOENÇA DE CHAGAS 
O vetor é conhecido como BARBEIRO, um inseto de 
hábito noturno, que costuma picar o rosto; 
Principais espécies: 
→ Panstrongylus megistus – principal vetor 
→ Rhodnius prolixus 
→ Triatoma infestans – em extinção no Brasil 
 
1. O barbeiro não contaminado, suga o sangue de um 
animal contaminado. Esse animal, apresenta no seu 
sangue as formas trypomastigotas; 
2. O barbeiro ingere o sangue com trypomastigotas, 
que vão chegar até o intestino posterior do inseto e 
vão começar a se reproduzir em epimastigotas por 
divisão binária, vão chegar ao reto do inseto na 
forma de trypomastigota metacíclico; 
3. O barbeiro infectado ao picar um humano, deposita 
fezes com a forma trypomastigota metacíclico. E se 
a pessoa coçar, pode acabar jogando as fezes 
dentro da picada. Ou o barbeiro pode picar ao olho, 
e ao coçar, podemos jogar as fezes dentro da 
mucosa ocular; 
4. Ao entrar no organismo do humano, o corpo 
começa a mandar fagocitar o trypomastigota 
metacíclico; 
5. Ao fagocitar, o trypomastigota metacíclico, se 
transforma em amastigota dentro células 
fagocitárias, que vai se reproduzir por divisão 
binária, vai lesar as células, liberando os 
amastigotas; 
6. Alguns amastigotas serão fagocitados novamente, 
mas outros irão para corrente sanguínea na forma 
de trypomastigota. 
• Forma infectante: TRYPOMASTIGOTA 
METACÍCLICO; 
• Forma de transmissão: HEMATOFAGISMO E 
DEFECAÇÃO. 
• Observação: no humano há trypomastigotas no 
sangue, e amastigotas nas células do sistema 
fagocitário mononuclear, músculos, células 
nervosas, células de inervação autônoma dos 
intestinos, rins... 
• Transmissão: picada, mucosa, transfusão sanguínea, 
transmissão vertical via placentária e doações de 
órgão. 
• Atualmente, a via mais importante é a oral. Por 
ingestão do barbeiro ou excretas quando 
ÁFRICA 
 
 Aula 6 – Trypanosoma – Parasitologia – 3º Período – Med Arkham – Gabriela Klein 
processados junto com alimentos (caldo de cana e 
açaí). É a mais importante por conta do tratamento, 
mudanças de casas e inseticidas 
HSTÓRIA DA DOENÇA DE CHAGAS 
• Antes, quando havia mais mata, o barbeiro se 
alimentava do sangue de animais, como o tatu, que 
é o mais importante reservatório natural. 
• Mas com a destruição dessa mata, os insetos 
perderam o seu nicho e passaram a colonizar 
ambientes domésticos, como casa de barreada ou 
de pau a pique, onde as paredes de barro têm 
rachaduras, que durante o dia, o barbeiro se 
esconde. 
• Observação: em uma casa normal também pode 
abrigar barbeiro, se ter lugares escuros, com várias 
coisas entulhadas. 
• É exclusiva da AMÉRICA LATINA, é uma das maiores 
endemias brasileiras, presente nos estados do RS, 
MG, BA, GO, PE e PB. 
• Doença ligada a miséria e ao subdesenvolvimento. 
• É uma ANTROPOZOONOSE – doença de animais 
transmitida para o homem. 
QUADRO CLÍNICO 
• Período de incubação de 6 a 10 dias; 
• FASE AGUDA: 
→ Pode durar de 30 a 60 dias sem tratamento. 
Nessa fase há sinais que podem ser encontrados. 
→ Quando a pessoa coça o olho e joga as fezes do 
barbeiro na mucosa ocular, ocorre um edema 
palpebral no olho que houve a penetração das 
fezes – SINAL DE ROMAÑA. 
 
→ Glândulas linfáticas aumentadas; 
→ Se a picada for em um local como o braço, e o 
individuo coçou, pode se formar um nódulo – 
CHAGOMA DE INOCULAÇÃO. 
 
→ A maioria é ASSIMTOMÁTICO ou tem POUCOS 
SINTOMAS. 
→ Febre, astenia, cefaleia, adenomegalia 
generalizada e hepatomegalia, 
meningoencefalite. 
→ Manifestações graves (crianças): 
meningoencefalite, miocardite e óbito. 
• FASE CRÔNICA INDETERMINADA: 
→ É quando o indivíduo passa da fase aguda, e 
depois para de apresentar sintomas, entrando 
nessa fase que pode durar de 10 a 30 anos. 
→ O corpo começa ter respostas imunológicas, 
diminuindo a carga parasitária. 
→ Exames sorológicos ou parasitológicos testam 
positivo. 
→ ECG normal. 
→ Coração, esôfago e cólon normais ao raio-X. 
→ Inflamação do miocárdio (cardite) discreta. 
→ Pode haver denervação do SNA. 
→ Pode acontecer morte súbita. 
• FASE CRÔNICA DETERMINADA: 
→ 50% dos casos são assintomáticos, em áreas 
endêmicas, por um longo período. 
→ Pode ocorrer REATIVAÇÃO intensa do processo 
inflamatório em vários órgãos, com baixa carga 
parasitária. 
→ CARDIOPATIA CHAGÁSICA: cardiomegalia, as 
paredes do coração se tornam finas, pois há 
doença causa a destruição do tecido muscular 
cardíaco, que é substituído por tecido fibroso. O 
problema dos vasos finos, é que se formar um 
aneurisma de ponta e ele romper, a pessoa 
morre. 
 
→ MEGACÓLON: dilatação do cólon, ele perde 
também a capacidade de contrair, porque os 
amastigotas atacam as células do sistema 
nervoso autônomo. 
→ MEGAESÔFAGO – conhecido como “mau de 
engasgo”. 
→ 20 a 30% desenvolvem forma cardíaca, com 
risco de morte súbita. 
 
 Aula 6 – Trypanosoma – Parasitologia – 3º Período – Med Arkham – Gabriela Klein 
→ 10% na forma digestiva com megaesôfago e 
megacólon (inervação desses órgãos é 
destruída), 
→ 10 a 20% em forma mista com cardiopatia e 
‘’megas’’. 
→ 3% apresentam complicações no sistema 
nervoso. 
Os tratamentos geralmente são cirúrgicos. 
DIAGNÓSTICO 
• FASE AGUDA: 
→ Esfregaço sanguíneo de sangue periférico com 
Giemsa para ver as formas trypomastigota 
circulantes. 
→ Exame a fresco, gota espessa, imprint de 
biópsia de linfonodos, ELISA, hemocultura e 
xenodiagnóstico. 
• FASE CRÔNICA: 
→ Xenodiagnósticos, RIFI, ELISA, hemaglutinação, 
hemocultura e PCR. 
PROFILAXIA 
• Tratamento dos enfermos (não podem doar 
sangue); 
• Melhorias das condições de vida da população 
vulnerável; 
• Educação ambiental; 
• Uso de inseticidas, repelentes, telas, mosquiteiros; 
• Limpeza da área peridomiciliar; 
• Ações públicas de atenção à saúde pública; 
• Monitorar áreas endêmicas e triatomíneos; 
• Educação alimentar; 
TRATAMENTO 
• Não está comprovada a cura medicamentosa da 
Doença de Chagas; 
• A medicação é hospitalar devido aos efeitos; 
colaterais: Benzonidazol, Nifurtimox, especialmente 
para a fase agudada doença; 
• Medidas para aliviar sintomas e prevenção de 
complicações; 
• Cirurgia para correção dos ‘’megas’’; 
• Novo medicamento à base de Rutênio (Jornal da 
USP 14 de agosto de 2019). 
Trypanosoma gambiense 
• Doença do sono; 
• Restrita à África; 
• Transmissão pela mosca Tsé-tsé, do gênero 
Glossina; 
• A doença nos animais é chamada de Naganda; 
• TRANSMISSÃO: é por regurgitação, e não por 
defecação da mosca. 
→ Vertical: de mãe para filho; 
→ Contato com sangue contaminado; 
→ Transplante de órgãos; 
→ Transfusão sanguínea; 
→ Contato sexual (não acontece no Trypanosoma 
cruzi). 
• CICLO BIOLÓGICO:A mosca pica o humano e ingere trypomastigotas, então 
no intestino da mosca, se transforma em promastigota, 
e na saliva epimastigota, e depois regurgita 
trypomastigota metacíclico. 
Pode ocorrer uma possível migração para o plexo 
coróide do cérebro por amastigotas ou no líquor e no 
sangue por trypomastigota, após a entrada do 
trypomastigota metacíclico no organismo do homem. 
• SINTOMAS: 
→ Lesão local 
→ Febre e tremores 
→ Cefaleia 
→ Dores musculares e articulares 
→ Linfadenopatia 
→ Mal-estar 
→ Perda de peso 
→ Anemia 
→ Trombocitopenia 
• OBSERVAÇÕES: 
→ Trypanosoma rhodesiense pode causar 
insuficiência cardíaca e o quadro neurológico 
surge em poucas semanas. Sem tratamento, 
óbito em seis meses (3% dos casos). 
→ T. gambiense é uma doença que se agrava após 
6 meses ou anos após a infecção. Ocorrem 
convulsões epiléticas, sonolência e apatia 
evoluindo para o coma (97% casos). Pode ser 
irreversível e ocorre óbito entre 6 meses e 6 
anos da doença. 
 
 
T. CRUZI EM FORMA DE “C” 
T. GAMBIENSE EM 
FORMA DE “S”

Outros materiais