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GDs DE DERMATOLOGIA - EMANUELLE LAMAS CLM 3 - PROF JOSÉ ROBERTO EXAME DERMATOLÓGICO PARA O CLÍNICO – PARTE 01 Orientações gerais · O estudo sobre exame dermatológico para o clínico será realizado através da discussão de casos clínicos e será composto de três atividades distintas e sequenciais. · Para esse estudo, você deverá utilizar as seguintes referências bibliográficas: o Pereira L B. Exames Dermatológico, do Sistema Endócrino e dos Linfonodos. In: Tratado de Semiologia Médica. Silva R M F L. Guanabara Koogan, 1ª Ed (2014). Cap. 5. o A observação dermatológica: exame objetivo e anamnese. In: RIVITTI, Evandro A. Dermatologia de Sampaio e Rivitti (recurso eletrônico). 4ª Ed. São Paulo: Artes Médicas, 2018. ISBN 978 85 367 0276-6 (versão eletrônica). Essa versão encontra-se disponível no site trial.minhabiblioteca.com.br Objetivos de aprendizagem Ao final do estudo você deverá ser capaz de · Entender a importância da anamnese na observação dermatológica · Diferenciar as peculiaridades do exame físico dermatológico · Conhecer as respostas do órgão cutâneo aos diversos fenômenos patológicos · Descrever com detalhes os diversos tipos de lesões elementares cutâneas · Explicar os mecanismos fisiopatológicos envolvidos no surgimento das lesões elementares cutâneas · Citar as diversas síndromes clínicas relacionadas as lesões elementares cutâneas · Nominar as diferentes regiões cutâneas, associando com as possíveis distribuições das lesões · Conhecer e descrever as principais técnicas semióticas utilizadas em dermatologia Analise o quadro clínico a seguir. Menino, nove anos, estudante da 4ª série, natural e procedente de Sergipe. Mãe relata a observação de manchas, assintomáticas, há cerca de 01 ano. Inicialmente eram mais discretas e em menor número e tamanho. Criança saudável, vacinação em dia. Nega casos semelhantes na família. A mãe teve tireoidite e atualmente usa levotiroxina. A lesão apresentada pelo paciente, ao exame dermatológico, está demonstrada na figura 01, a seguir. Após ler a história e avaliar as lesões dermatológicos do paciente, responda: Questão 01: Descreva o exame dermatológico Manchas acrômicas, marfínicas, de limites nítidos, geralmente com bordas hiperpigmentadas, com forma e extensão variáveis, não pruriginosas Questão 02: Formule uma hipótese diagnóstica para o caso apresentado. HD: Vitiligo Possíveis diagnósticos diferenciais: nevo acrômico, acromias de contato por derivados da hidroquinona (usados na indústria da borracha); pitiríase alba, que apresenta lesões hipocrômicas na face, nos membros superiores e no dorso; hipocromia residual na pitiríase versicolor e psoríase; hanseníase com lesões hipocrômicas que apresentam discreta infiltração nas bordas e distúrbio da sensibilidade. Questão 03: Explique o mecanismo fisiopatológico envolvido no surgimento da lesão elementar encontrada no caso clínico: Embora a etiologia ainda seja desconhecida, sabe-se que, nas áreas de lesões, há ausência dos melanócitos. E os mecanismos propostos são: 1. destruição dos melanócitos por autoimunidade: observa-se que alguns pacientes têm anticorpos para a melanina, sendo que mais de 30% têm outros anticorpos autoimunes (para tireoglobulina, células suprarrenais e células parietais) ou endocrinopatias clínicas autoimunes. Contudo, não é claro se há relação de causa-consequência. 2. diminuição da sobrevida dos melanócitos 3. defeitos primários dos melanócitos. Ademais, sabe-se de duas formas genéticas de apresentação, uma sendo o vitiligo familiar (autossômico dominante com penetrância incompleta e expressão variável) ou o adquirido. Leia o texto abaixo, retirado do site da Sociedade Brasileira de Dermatologia: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/vitiligo/21/ Na observação dermatológica, muitas vezes, o exame objetivo precede a anamnese. Tal inversão decorre da extrema objetividade do exame dermatológico. Cite as razões que justificam essa inversão. Várias razões justificam essa inversão: • A precisão diagnóstica será maior quando o exame visual for realizado sem ideias pré-concebidas. • A objetividade do exame dermatológico permite a elaboração de hipóteses diagnósticas que orientarão a anamnese, simplificando-a e permitindo maior precisão na busca de informações junto ao paciente. https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/vitiligo/21/ https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/vitiligo/21/ • Algumas lesões dermatológicas são absolutamente características, sendo o diagnóstico independente de qualquer dado anamnésico. É evidente que, mesmo nesses casos, deverá ser feita anamnese cuidadosa, pois muitos dados são necessários não somente para diagnóstico, mas também para a orientação geral e para a terapêutica do paciente. (Rivitti, 2018) Para os autores, examinar a lesão antes de fazer a anamnese pode ser também uma forma de dar atenção ao paciente e a sua queixa. As lesões elementares são alterações do órgão cutâneo em resposta aos fenômenos patológicos produzidos pelas mais variadas causas, quer sejam endógenas ou exógenas, físicas, químicas ou biológicas. Elas representam alterações anatomopatológicas básicas. Elas podem ocorrer de forma isolada ou associada. Podem existir variações em relação à classificação das lesões elementares, dependendo da bibliografia. Seguiremos, para fins de estudo nessa atividade, a classificação em cinco grandes grupos: Alterações de cor Formações sólidas Coleções líquidas Alterações de espessura Perdas e reparações ALTERAÇÕES DE COR (MANCHAS OU MÁCULAS): se diferenciam da pele normal apenas pela alteração de cor, sem alteração do relevo. Questão 04: Observe as lesões abaixo, uma delas faz parte do grupo de manchas de origem vascular e outra de manchas de origem pigmentar. Explique o mecanismo fisiopatológico envolvido na formação dessas duas manchas. (resposta em Rivitti, 2018 – páginas 108 e 109 Lesão 01: púrpura senil Quadro comum particularmente em idosos. Caracteriza-se por equimoses ou hematomas principalmente no dorso das mãos, nos punhos e nos antebraços, surgindo, porém, em outras áreas. A causa é a diminuição do suporte conjuntivo perivasal, pela atrofia senil da pele; nas áreas expostas, acrescida da fotolesão. Aparecem após traumas, às vezes mínimos, não observados. A equimose, inicialmente vermelho-escura, torna-se verde-amarelada e castanho-arroxeada, desaparecendo em uma ou duas semanas. O uso de ácido acetilsalicílico é fator predisponente ou agravante. O tratamento é profilático, com o uso de cremes hidratantes, principalmente com ureia (5%) e fotoproteção. Lesão 02: hipercromia pós-inflamatória Está relacionada com o surgimento de mancha após gerar alguma lesão na pele que, por consequência, gera inflamação e a resposta do corpo é a produção excessiva de melanina. Hipercromia: Cor variável por aumento de melanina ou outros pigmentos. O aumento de melanina, melanodermia, apresenta várias tonalidades, de castanho-claro, escuro, azulado-castanho até preto. Essa mesma cor é encontrada pelo depósito de hemosiderina. A cor amarela é causada por pigmentos biliares (icterícia), por caroteno (carotenodermia) ou lipídeos. Drogas via sistêmica como ouro, prata, quinacrina, bismuto, amiodarona, analgésicos, antibióticos (minociclina) podem causar pigmentações. Questão 05: Veja as imagens abaixo: trata-se de um método semiótico útil na diferenciação de mancha de origem vascular. (resposta em Rivitti, 2018 - página 118) Qual é esse método? Explique o método e suas bases fisiopatológicas. Ele serve para diferenciar quais grupos de lesões? Digitopressão ou vitropressão: Provoca-se isquemia pela pressão dos dedos (digitopressão) ou com uma lâmina de vidro (diascopia por vitropressão). Isso permite distinguir o eritema da púrpura ou outras manchas vermelhas. É importante, também, na diagnose de nevo anêmico, quando, pela vitropressão, graças à isquemia provocada, a pele em torno da lesão deve ficar idêntica à área do nevo anêmico.Essa técnica diferencia: ● Eritema: mancha vermelha por vasodilatação. Desaparece pela dígito ou vitropressão. ● Mancha anêmica: mancha branca, permanente, por agenesia vascular. A vitropressão da mancha e de área circunjacente iguala esta à mancha, mostrando haver diminuição ou ausência de vasos sanguíneos. ● Púrpura: mancha vermelha, que não desaparece pela vitropressão, por extravasamento de hemácias na derme. ● Infiltração: alteração da espessura e aumento da consistência da pele, com menor evidência dos sulcos, limites imprecisos e, eventualmente, com cor rósea. Pela vitropressão, surge fundo de cor café com leite. Questão 06: Observe a lesão abaixo, antes e após sua fricção. Observe que não houve eritema na área central mais clara. Esse método semiótico diferencia quais tipos de lesões elementares? Explique o mecanismo fisiopatológico envolvido. Diferencia mancha anêmica de mancha hipocrômica Mancha anêmica: Mancha branca, permanente, por agenesia vascular. A vitropressão da mancha e de área circunjacente iguala esta à mancha, mostrando haver diminuição ou ausência de vasos sanguíneos. Leucodermia: Mancha branca por diminuição ou ausência de melanina. A diminuição é a hipocromia, cor branco-nácar, enquanto a falta total é a acromia, cor brancomarfim. Para finalizar seu estudo, leia sobre as diversas manchas ou máculas vásculo sanguíneas, e classifique as imagens abaixo: ENXATEMA Exantema: Eritema disseminado, agudo e efêmero, que pode ser: morbiliforme ou rubeoliforme (quando há áreas de manchas entremeadas com pele sã) e escarlatiniforme (quando é difuso e uniforme). TELANGECTASIA Telangiectasia: São dilatações lineares, permanentes, dos capilares que geralmente desaparecem com a digito ou vitropressão. No centro dessas formações lineares pode haver um ponto central dando o aspecto denominado aranha vascular ERITRODERMIA Eritrodermia: Eritema generalizado, acometendo geralmente mais que 90% da superfície cutânea. Apresenta caráter persistente e a evolução tende a ser crônica dependendo da causa (semanas, meses e até anos). Na maioria das vezes, o eritema está associado ou involui com vários graus ou tipos de descamação. MANCHA ANGIOMATOSA Mancha angiomatosa: Cor vermelho-vinhosa permanente. Ocorre por aumento do número de capilares ou pela vasodilatação permanente destes. Na mácula angiomatosa, por não haver alteração do relevo, a lesão desaparece completamente com a digito ou vitropressão. Se for nódulo, tumor ou placa angiomatosa, este desaparecimento pode não ser completo pela incapacidade de se comprimir toda a lesão. Resumo das lesões elementares Lesões elementares Máculas vásculo-sangüíneas Eritema Eritema cianótico (cianose) Eritema rubro (rubor) Enantema Exantema Eritrodermia Lividez (isquemia) Anêmica Angiomatosa Telangiectasia Púrpura Petéquia Equimose Víbice Máculas pigmentares Leucodermia Hipocromia Acromia Hipercromia Melanodérmica Outros pigmentos Formações sólidas Pápula Placa Nódulo Nodosidade ou tumor Goma Vegetação Verrucosidade Urtica Formações líquidas Vesícula Bolha Pústula Abscesso Hematoma Alterações da espessura Ceratose Liquenificação Edema Infiltração Esclerose Atrofia Cicatriz Perdas teciduais Escama Crosta Escara Erosão ou exulceração (escoriação) Ulceração Fissura ou rágade Fístula Arranjos, formas, contornos e dimensões Alvo, anular, arcada ou arciforme, circinada, corimbosa ou corimbiforme, discoide, espiralada, folicular, figurada, geográfica, girada, gotada, herpetiforme, irisada ou iridiforme, lenticular, linear, miliar, numular, policíclico, pontuada, reticular, umbilicada, serpiginosa, zosteriforme Distribuição e número Disseminada e difusa Localizada, regional, generalizada e universal Características especiais Simétricas, foto expostas, árvore de natal Fonte: elaborado a partir do capítulo da Profa. Luciana Baptista Pereira Pereira L B. Exames Dermatológico, do Sistema Endócrino e dos Linfonodos. In: Tratado de Semiologia Médica. Silva R M F L. Guanabara Koogan, 1ª Ed (2014). Cap. 5. EXAME DERMATOLÓGICO PARA O CLÍNICO – PARTE II Orientações gerais · O estudo sobre exame dermatológico para o clínico será realizado através da discussão de casos clínicos e será composto de três atividades distintas e sequenciais. · Para esse estudo, você deverá utilizar as seguintes referências bibliográficas: o Pereira L B. Exames Dermatológico, do Sistema Endócrino e dos Linfonodos. In: Tratado de Semiologia Médica. Silva R M F L. Guanabara Koogan, 1ª Ed (2014). Cap 5. o A observação dermatológica: exame objetivo e anamnese. In: RIVITTI, Evandro A. Dermatologia de Sampaio e Rivitti (recurso eletrônico). 4ª Ed. São Paulo: Artes Médicas, 2018. ISBN 978 85 367 0276-6 (versão eletrônica). Essa versão encontra-se disponível no site trial.minhabiblioteca.com.br Objetivos de aprendizagem Ao final do estudo você deverá ser capaz de · Entender a importância da anamnese na observação dermatológica · Diferenciar as peculiaridades do exame físico dermatológico · Conhecer as respostas do órgão cutâneo aos diversos fenômenos patológicos · Descrever com detalhes os diversos tipos de lesões elementares cutâneas · Explicar os mecanismos fisiopatológicos envolvidos no surgimento das lesões elementares cutâneas · Citar as diversas síndromes clínicas relacionadas as lesões elementares cutâneas · Nominar as diferentes regiões cutâneas, associando com as possíveis distribuições das lesões · Conhecer e descrever as principais técnicas semióticas utilizadas em dermatologia FORMAÇÕES SÓLIDAS: se diferenciam da pele normal por apresentarem alteração de relevo cutâneo com surgimento de lesões de conteúdo sólido. Analise o quadro clínico a seguir. Homem, 27 anos, natural e procedente de Betim MG. Há 03 dias iniciou com mal-estar, cefaleia e erupção cutânea. Chegou a aferir temperatura de 37,5C. Notou ínguas pequenas no pescoço e virilha. As lesões apresentadas pelo paciente, ao exame dermatológico, estão demonstradas na figura 01 e 02, a seguir. Após ler a história e avaliar as lesões dermatológicos do paciente, responda: Questão 01: Descreva o exame dermatológico. Veja algumas hipóteses diagnósticas para o caso: Sífilis secundária, diferenciar de outros exantemas febris (dengue, sarampo, COVID19) Erupções cutâneas difusas, com elementos eritematodescamativos lenticulares e numulares com configuração palmar e em tórax e abdome anterior. Em relação à diagnose diferencial da roséola, devem-se considerar: erupções por drogas; viroses como o sarampo e rubéola; e a pitiriase rósea. A anamnese é importante, e a sorologia confirma ou exclui a diagnose. As lesões mucosas devem ser diferenciadas da candidose, do líquen plano e de leucoplasias. Os condilomas planos da região genital ou perianal devem ser distinguidos dos condilomas acuminados. Questão 02: leia a descrição abaixo “Lesão elevada, de altura inferior a 1 cm, em plataforma que se estende, em superfície, por vários centímetros. Pode ser lesão única ou resultar da confluência de múltiplas pápulas.” Rivitti, 2018, resposta na página 110. Qual a lesão elementar descrita acima? Placa papulosa Veja alguns exemplos dessa lesão elementar Micose fungóide – linfoma cutâneo de linfócitos T Figura 1: Líquen Plano: Erupção papulosa, pruriginosa, de curso crônico, que eventualmente compromete as mucosas. A maioria dos casos ocorre entre os 30 e 60 anos. Existem raros relatos de casos familiares que, em geral, surgem mais precocemente e tendem a ser mais graves e recidivantes. A lesão característica é pápula poligonal achatada, de 0,5 a 2 mm de diâmetro, de superfície lisa, brilhante e cor vermelho-violácea. Na superfície da pápula, há estrias ou pontuações opalinas em rede, mais bem vistas quando se umedece a pápula (estrias de Wickham). Encontram-se também pápulas incipientes puntiformes, brilhantes e róseas e placas de forma e extensão variáveis, ou lesões anulares. Há certa simetria na erupção, que se localiza de preferência nas superfícies flexoras dos punhos, no terço inferior das pernas, nas coxas,na região sacral e no abdome. As lesões mucosas, de boca e genitália, ocorrem em cerca de um terço dos casos. Podem constituir manifestação isolada. Na genitália, as pápulas formam pequenas placas ou lesões anulares. Em cerca de 10% dos casos, há acometimento ungueal expresso por alterações da superfície ungueal, coloração acastanhada, fragilidade da borda livre e, ocasionalmente, onicoatrofia progressiva que pode chegar a anoníquia (pterígio ungueal). Arquivo HC-UFMG – nevo melanocítico Arquivo HC-UFMG – nevo melanocítico congênito Figura 2: Melanoma maligno. Melanoma extensivo superficial: De todas as formas de melanoma, é o que mais frequentemente se associa a lesões névicas precursoras. Representa a forma mais comum de melanoma, constituindo 70% dos melanomas. Surge com maior frequência na quarta ou quinta décadas da vida e as localizações mais comuns são o tronco, o dorso nos homens e os membros inferiores nas mulheres. Apresenta-se como lesão leve ou francamente elevada, arciforme, pelo menos em parte, cujas margens são denteadas e irregulares e cuja coloração varia muito, desde acastanhada a negra, com áreas azuladas, esbranquiçadas, acinzentadas e até vermelhas. Melanoma nodular: É uma lesão nodular ou em placa ou mesmo polipoide de coloração negroazulada ou com laivos acastanhados, de evolução rápida, sendo as localizações preferenciais o tronco nos homens e as pernas nas mulheres. Ocorrem, em geral, na quinta década de vida. Em 5% dos casos, pode ser amelanótico. Analise o quadro clínico a seguir. Criança, seis anos, natural de BH. Há 01 mês a mãe notou lesões na pele que, às vezes, coçam. Acho que fossem picadas de inseto e aguardou. Criança saudável com cartão de vacinas em dia. História de bronquite e alergias na pele. As lesões apresentadas pelo paciente, ao exame dermatológico, estão demonstradas na figura 01 e 02, a seguir. Após ler a história e avaliar as lesões dermatológicos do paciente, responda: Questão 03: Descreva o exame dermatológico. Veja a principal hipótese diagnóstica para o caso: Molusco contagioso Molusco contagioso: Afecção frequente, causada por um parapoxvírus, cujo tamanho oscila entre 200 a 300 nm, que atinge exclusivamente a pele e, excepcionalmente, as mucosas. É de distribuição universal e mais comum em crianças. Transmitida pelo contato individual, na área genital, em adultos, em geral, é por transmissão sexual; em crianças, é mais frequente em atópicos. As lesões são mais abundantes e maiores em imunodeprimidos. Manifestações clínicas: A lesão do molusco é uma pápula semiesférica, séssil, geralmente umbilicada ou com discreta depressão central; assintomática, exceto se infectada, quando pode ser dolorosa. Geralmente, ocorrem numerosas pápulas que podem se localizar em qualquer região da pele, mas são mais comuns no tronco, nos membros e na genitália. As pápulas apresentam dimensões diversas, consoante o seu desenvolvimento, desde as puntiformes até as típicas umbilicadas. Em atópicos, pode ser encontrada uma área de eczematização envolvendo pápulas de molusco; em imunodeprimidos, são mais numerosas e podem ter grandes dimensões Questão 04: Observe as três lesões abaixo. Todas elas alteram o relevo cutâneo, apresentando superfície lisa e são formadas por conteúdo sólido. O que as diferencia é o tamanho. Nomeie e explique as três lesões. (resposta em Rivitti, 2018 – página 110). LESÃO 01: lesão de conteúdo sólido, maior que 3 cm (lipoma): : Lipoma: São os tumores mesenquimais mais frequentes, benignos e compostos de células gordurosas maduras que podem estar ou não envoltas por cápsula conjuntiva. Patogenia: Mais frequentes em diabéticos, obesos e em indivíduos com hipercolesterolemia. Também há, ocasionalmente, relação com traumatismos. Manifestações clínicas: As lesões variam de 0,5 a 5 cm ou mais de diâmetro, têm consistência branda e podem estar ou não aderentes à derme, mas deslocam-se livremente, recobertos pela epiderme que tem aspecto normal. Em geral, há lesão única, que lentamente pode crescer, mas, por vezes, ocorrem lesões múltiplas. É mais encontrado no adulto e atinge preferencialmente a nuca, os antebraços, as coxas, o dorso e as nádegas. Quando os lipomas originamse ou infiltram músculos, o que geralmente ocorre no dorso, pela localização mais profunda, tornam-se menos delimitados à visualização e à palpação. Histopatologia: Compõem-se de pequenos lóbulos de tecido adiposo maduro, indistinguível do tecido adiposo normal. Quando contêm feixes espessos de tecido conectivo, constituem os fibrolipomas, e quando, no estroma, existem depósitos de mucopolissacarídeos, são designados mixolipomas. Raramente, podem exibir elementos hematopoiéticos ou osso, constituindo, respectivamente mielolipomas e osteolipomas. Traumas podem produzir necrose no interior do lipoma e há possibilidade de calcificações. Lesão 02: lesão de conteúdo sólido entre 1 a 3 cm (neurofibromatose): Neurofibromatose: É uma anormalidade neuroectodérmica, constituída por um conjunto de condições com manifestações clínicas que comprometem principalmente a pele, os olhos, os ossos e o sistema nervoso, com alterações mentais e endócrinas, e, que, eventualmente, repercutem em outros órgãos internos. Patogenia: Uma das doenças de herança autossômica dominante mais frequentes na espécie humana, com incidência estimada de um caso a cada três mil habitantes, atinge todas as raças. Manifestações clínicas: As manifestações dermatológicas da NF, classicamente, caracterizam-se pela presença clínica de neurofibromas e manchas café com leite (MCCL) distribuídas de maneira variável pelo tegumento cutâneo. As MCCL são máculas acastanhadas que ocorrem em quase todos os pacientes com NF, frequentemente precedem os tumores cutâneos e podem estar presentes ao nascimento, ou aparecer mais tardiamente, aumentando em número e tamanho durante a primeira década de vida, especialmente nos primeiros dois anos. Embora poucas MCCL ocorram em pessoas sem NF, a presença de mais de seis manchas com mais de 1,5 cm de diâmetro é indicadora dessa doença, como também o aparecimento nas regiões axilares, constituindo as chamadas sardas axilares, consideradas patognomônicas. Outro tipo de mancha hiperpigmentada ocorre sobre toda a extensão dos neurofibromas plexiformes, de coloração mais escura do que as MCCL. Em adultos, o diagnóstico dermatológico pode ser feito com frequência somente com os dados clínicos. Os neurofibromas, solitários ou múltiplos, são tumores de consistência macia, semi-globosos ou pediculados, da cor da pele ou violáceos, que variam tanto em número (podem ser escassos e únicos ou cobrir o corpo por completo) quanto em tamanho (desde puntiformes até massas de cinco centímetros de diâmetro ou maiores). Em geral, são assintomáticos, entretanto podem ser pruriginosos, dolorosos e sensíveis ao tato. À palpação, frequentemente, dão a sensação de possuírem um anel herniário na base. Lesão 03: lesão de conteúdo sólido menor que 1 cm (siringoma): Siringoma: Quadro frequente, representado por neoplasia benigna de origem écrina, existindo formas localizadas, comuns, e disseminadas, raras, que podem ter caráter familiar. Manifestações clínicas: Caracteriza-se por pápulas duras, achatadas, de 1 a 3 mm de tamanho, cor amarelo-rósea, quase idêntica à da pele. Localiza-se com mais frequência nas pálpebras inferiores e na região periorbitária, particularmente em mulheres adultas. Há outra forma clínica que surge no período de pós-puberdade, disseminada, com lesões no pescoço, na face anterior do tórax, nas axilas, na face interna dos braços e na região umbilical, que, às vezes, tem caráter familiar. Histopatologia: Esses tumores, histologicamente, compõem-se de pequenos dutos císticos em forma de vírgula e cordões epiteliais sólidos embebidos em estroma fibroso. Aparentemente, o siringoma é um tumor derivado da porção intraepidérmica do ducto sudoríparo écrino Questão 05: Diferencie vegetação, verrucosidade e urtica. A seguir, estude os exemplos apresentados. (resposta em Rivitti, 2018 –página 110) Lesão 01: Vegetação – carcinoma de células escamosas Vegetação: Lesão sólida, pedunculada ou com aspecto de couve-flor, brancoavermelhada, que sangra facilmente por papilomatose e acantose. Lesão 02: Verrrucosidade – verruga vulgar Verrucosidade: Lesão sólida, elevada, de superfície dura, inelástica e amarelada, por hiperqueratose. Lesão 03: Urtica – urticária Urtica: Elevação efêmera, irregular na forma e extensão, de cor variável – do branco-róseo ao vermelho – e pruriginosa. O tamanho pode variar de milímetros a vários centímetros. A urtica, chamada impropriamente de pápula urticariana, resulta do extravasamento de plasma e desenvolvimento de um edema dérmico circunscrito. A absorção do edema causa o desaparecimento da lesão em algumas horas FORMAÇÕES LÍQUIDAS: se diferenciam da pele normal por apresentarem alteração de relevo cutâneo com surgimento de lesões de conteúdo líquido, que pode ser sangue, serosidade ou pus. Questão 06: Associe a primeira coluna com a segunda coluna e com as fotos. (resposta em Rivitti, 2018 página 110). 1 – vesícula 2 – bolha ou flictena 3 – pústula 4 – abscesso 5 – hematoma ( 4 – abscesso ) “Formação circunscrita, de tamanho variável, superior a 1 cm, que contém pus. Acompanha-se de calor, rubor, dor e, evolutivamente, apresenta flutuação central por liquefação do conteúdo purulento.” Rivitti, 2018 ( 2 – bolha ou flictena ) “Lesão elementar de conteúdo líquido, circunscrita, maior que 1 cm. Da mesma forma que as vesículas, pode ter conteúdo seroso, purulento ou sanguinolento.” Rivitti, 2018 ( 5 – hematoma ) “Formação circunscrita, de dimensões variáveis, decorrente do acúmulo de sangue na pele e nos tecidos subjacentes. Inicialmente, tem cor avermelhada; evolutivamente, torna-se arroxeado; e, posteriormente, verdeamarelado. Pode infectar-se e o conteúdo tornar-se hemorrágico e purulento. Observa-se dor e calor.” Rivitti, 2018 ( 3 – pústula ) “Lesão elementar contendo pus, com até 1 cm de tamanho.” Rivitti, 2018 ( 1 – vesícula ) “Elevação circunscrita com conteúdo líquido de até 1 cm de tamanho. O conteúdo pode ser líquido claro (serosidade), líquido turvo (purulento) ou líquido hemorrágico (sangue).” Rivitti, 2018 ( ) Queimadura Queimaduras: Tipo mais frequente de injúria da pele por numerosos agentes térmicos – ação direta do fogo, explosão de gases, líquidos quentes, vapor, metais quentes. Podem ser de primeiro, segundo e terceiro graus. As de segundo e terceiro graus extensas são acompanhadas por choque e sintomatologia geral, necessitando de internação e tratamento especializado. No Brasil, o tratamento das queimaduras é, tradicionalmente, da alçada dos cirurgiões plásticos. ( ) Impetigo : Impetigo: O impetigo é dermatose infecciosa por estafilococos plasmocoagulase positivos e, ocasionalmente, por estreptococos hemolíticos. Há duas formas, uma com bolhas (impetigo bolhoso) e outra com vesicocrostas (impetigo não bolhoso). No impetigo bolhoso, os responsáveis são estafilococos, enquanto no não bolhoso, isolam-se misturas de estafilococos e de estreptococos. É possível que a infecção inicial seja estreptocócica, sendo o estafilococo agente infectante secundário. Patogenia: Com relação ao impetigo estreptocócico, verifica-se a colonização da pele previamente ao aparecimento das lesões cutâneas, que são favorecidas por solução de continuidade por picadas de insetos ou outros traumas. Em relação ao impetigo estafilocócico, ocorre inicialmente colonização da mucosa nasal e, a partir desta, há contaminação da pele, com surgimento das lesões cutâneas. É mais comum em crianças e a falta de higiene costuma ser fator predisponente. Manifestações clínicas: A lesão inicial é maculoeritematosa que logo se transforma em vesicopápula ou mesmo bolha purulenta, bastante superficial e, por isso mesmo, de duração efêmera. O conteúdo seroso ou seropurulento pelo dessecamento forma crosta melicérica, característica do impetigo. É comum o aparecimento de lesões satélites que podem permanecer isoladas ou coalescer. Pode ocorrer linfadenopatia regional. As lesões são mais comuns em áreas expostas, particularmente na face e nas extremidades, mas qualquer área corpórea pode ser atingida. No impetigo estafilocócico, predominam lesões vesicobolhosas flácidas, porém mais duradouras do que as observadas no impetigo estreptocócico. ( ) Abcesso Abscesso: Formação circunscrita, de tamanho variável, proeminente ou não, por líquido purulento na pele ou nos tecidos subjacentes. Há calor, dor e flutuação e, eventualmente, rubor. ( ) Herpes simples Herpes não genital recidivante: Mais comum em adultos infectados anteriormente, surge em qualquer área da pele ou da mucosa. O aparecimento das lesões é, em geral, precedido de horas ou dias de discreto ardor ou prurido local; surgem depois as lesões características, vesículas agrupadas sobre base eritematosa, que se tornam pústulas e se ulceram; a localização mais frequente é nos lábios. Tem como fatores desencadeantes traumas, exposição ao sol, tensão emocional, menstruação e infecções respiratórias. Questão 07: Diferencie as seguintes lesões elementares: equimose e hematoma. (resposta em Rivitti, 2018 – páginas 109 e 110) Equimoses e hematomas inicialmente têm cor vermelho-escura que se torna, subsequentemente, verde-amarelada e castanho-arroxeada. Hematoma: formação circunscrita, de tamanho variável, proeminente ou não, por derrame de sangue na pele ou nos tecidos subjacentes. Apresenta cor vermelha inicial que, posteriormente, torna-se arroxeada e verde amarelada. Pode-se infectar, apresentando, então, calor e dor, e o conteúdo torna-se hemorrágico purulento. Equimose – maior que 1 centímetro; e víbice – em forma linear (esse termo também é empregado para lesão atrófica linear). No entanto, na equimose ocorre rompimento de vasos sanguíneos mais superficiais da pele, já no hematoma ocorre ruptura de vasos mais profundos, podendo atingir músculos e camadas mais internas, além de formar uma saliência no local e causar dor Resumo das lesões elementares Lesões elementares Máculas vásculo-sangüíneas Eritema Eritema cianótico (cianose) Eritema rubro (rubor) Enantema Exantema Eritrodermia Lividez (isquemia) Anêmica Angiomatosa Telangiectasia Púrpura Petéquia Equimose Víbice Máculas pigmentares Leucodermia Hipocromia Acromia Hipercromia Melanodérmica Outros pigmentos Formações sólidas Pápula Placa Nódulo Nodosidade ou tumor Goma Vegetação Verrucosidade Urtica Formações líquidas Vesícula Bolha Pústula Abscesso Hematoma Alterações da espessura Ceratose Liquenificação Edema Infiltração Esclerose Atrofia Cicatriz Perdas teciduais Escama Crosta Escara Erosão ou exulceração (escoriação) Ulceração Fissura ou rágade Fístula Arranjos, formas, contornos e dimensões Alvo, anular, arcada ou arciforme, circinada, corimbosa ou corimbiforme, discoide, espiralada, folicular, figurada, geográfica, girada, gotada, herpetiforme, irisada ou iridiforme, lenticular, linear, miliar, numular, policíclico, pontuada, reticular, umbilicada, serpiginosa, zosteriforme Distribuição e número Disseminada e difusa Localizada, regional, generalizada e universal Características especiais Simétricas, foto expostas, árvore de natal Fonte: elaborado a partir do capítulo da Profa. Luciana Baptista Pereira Pereira L B. Exames Dermatológico, do Sistema Endócrino e dos Linfonodos. In: Tratado de Semiologia Médica. Silva R M F L. Guanabara Koogan, 1ª Ed (2014). Cap. 5. EXAME DERMATOLÓGICO PARA O CLÍNICO – PARTE III Orientações gerais · O estudo sobre exame dermatológico para o clínico será realizado através da discussão de casos clínicos e será composto de três atividades distintas e sequenciais. · Para esse estudo, você deverá utilizar as seguintes referências bibliográficas: o Pereira L B. Exames Dermatológico, do Sistema Endócrino e dos Linfonodos. In: Tratado de Semiologia Médica. Silva R M F L. Guanabara Koogan, 1ª Ed (2014). Cap 5. o A observação dermatológica: exame objetivo e anamnese. In: RIVITTI, Evandro A. Dermatologiade Sampaio e Rivitti (recurso eletrônico). 4ª Ed. São Paulo: Artes Médicas, 2018. ISBN 978 85 367 0276-6 (versão eletrônica). Essa versão encontra-se disponível no site trial.minhabiblioteca.com.br Objetivos de aprendizagem Ao final do estudo você deverá ser capaz de · Entender a importância da anamnese na observação dermatológica · Diferenciar as peculiaridades do exame físico dermatológico · Conhecer as respostas do órgão cutâneo aos diversos fenômenos patológicos · Descrever com detalhes os diversos tipos de lesões elementares cutâneas · Explicar os mecanismos fisiopatológicos envolvidos no surgimento das lesões elementares cutâneas · Citar as diversas síndromes clínicas relacionadas as lesões elementares cutâneas · Nominar as diferentes regiões cutâneas, associando com as possíveis distribuições das lesões · Conhecer e descrever as principais técnicas semióticas utilizadas em dermatologia Analise o quadro clínico a seguir. Mulher, 31 anos, relata erupção na face, colo, dorso das mãos e antebraços há 15 dias. Queixa-se de prurido importante e refere piora das lesões com a exposição solar. Relata boa saúde e faz controle para hipertensão arterial, há dois anos, com hidroclorotiazida. Trabalha com serviços gerais e acha que o quadro é relacionado à manipulação de água sanitária e sabão em pó. A lesão apresentada pelo paciente, ao exame dermatológico, está demonstrada na figura 01, a seguir. Após ler a história e avaliar as lesões dermatológicos da paciente, responda: Questão 01: Descreva o exame dermatológico (resposta em Rivitti, 2018 – páginas 108 e 1100) Verifique algumas hipóteses diagnósticas para o caso apresentado: Farmacodermia com fotossensibilização? Dermatite de contato por aero alérgenos? Por cosméticos? Veja as medidas terapêuticas indicadas na condução desse caso: Substituição do anti-hipertensivo (tiazídicos – fototoxicidade), corticoide sistêmico + tópico ou tacrolimus pomada, anti-histamínicos orais e fotoproteção. Dermatomiosite: Afecção caracterizada pelo comprometimento da pele e de músculos estriados. Ocorre mais em mulheres, na proporção de 2:1, em qualquer idade, com maior frequência entre 40 e 60 anos. É relativamente frequente na infância, antes dos 10 anos, sem predomínio de sexo e todas as raças são afetadas. As causas da dermatomiosite não estão definidas. Na criança, não há associação com neoplasias. No adulto, é, muitas vezes, relacionada a neoplasias, e pode precedê-las ou ser simultânea a elas. Em 30% dos casos, há associação a tumor maligno de mama, de pulmões, de ovário, de estômago, de reto, de testículo ou de útero. Os antígenos tumorais e os virais podem participar da gênese da doença. Em alguns casos, há evidências da participação de drogas, entre as quais estão as sulfonamidas, penicilina, isoniazida e penicilamina. Anticorpos antinucleares e anticorpos específicos contra antígenos intracelulares são detectados em grande número de pacientes. Manifestações clínicas: As manifestações cutâneas são muito variáveis, o quadro típico consiste de eritema róseo-violáceo de face, especialmente nas pálpebras, nas bochechas, na fronte e nas têmporas (eritema heliotrópico) com edema palpebral e periorbitário. É comum edema de mãos e membros superiores, assim como placas eritêmato-cianóticas na base da unha e no dorso das articulações dos dedos (sinal de Gottron). Nas articulações, é frequente a descamação e pode haver também alopecia difusa. Nas fases mais avançadas, as lesões podem adquirir caráter poiquilodérmico (poiquilodermatomiosite). Muitas vezes, o quadro cutâneo é discreto ou inespecífico; pode haver apenas um eritema difuso e fugaz da face e do pescoço. As lesões podem ser bolhosas, urticarianas, eritema nodoso ou polimorfo, quadros de fotossensibilidade, paniculite, lesões esclerodermiformes ou livedo reticular. As manifestações musculares também são características; os músculos mais atingidos são: porção proximal dos membros, cintura escapular e pélvica, faringe e língua. ALTERAÇÕES DE ESPESSURA: decorrem do aumento ou diminuição do número e constituintes da pele, por edema ou infiltração celular, inflamatória ou neoplásica. Questão 02: Faça a correspondência entre as lesões elementares do grupo alterações de espessura a e a alteração histopatológica correspondente. (resposta em Rivitti, 2018 página 110) 1 – edema 2 – queratose 3 – esclerose 4 – infiltração 5 – liquenificação 6 – atrofia ( 2 – queratose ) aumento da camada córnea ( 5 – liquenificação ) aumento da camada malpighiana ( 1 – edema ) plasma na derme e/ou hipoderme ( 4 – infiltração ) infiltrado celular inflamatório ou neoplásico na derme ( 3 – esclerose ) aumento do colágeno dérmico ( 6 – atrofia ) redução do número e constituintes da pele ( ) ceratodermia congênita É uma ceratodermia palmo-plantar circunscrita e hereditária, e uma genodermatose disceratósica com padrão autossômico dominante, expressão gênica variável e alta penetrância. O achado de lesões papulosas ceratósicas na região palmoplantar associado com história familiar é sugestivo desta afecção. Caracteriza-se pela presença, na superfície palmoplantar, de múltiplas e pequenas pápulas ceratósicas planas ou discretamente elevadas, de superfície lisa ou anfractuosa, com distribuição simétrica ou assimétrica, isoladas ou confluentes. As pápulas ceratósicas tendem desprender deixando uma depressão central. As lesões são agravadas por trauma e tendem a coalescer em locais de maior pressão ou atrito ( ) esclerodermia Esclerodermia: Doença autoimune do tecido conectivo cujas manifestações clínicas são o resultado de diversos eventos bioquímicos e imunológicos anormais que culminam com fibrose e esclerose da pele, de vasos sanguíneos e de órgãos internos. A etiopatogenia da esclerodermia é desconhecida. Atualmente, relaciona-se a esclerodermia a alterações vasculares e do metabolismo do colágeno associadas a disfunção imune, fatores genéticos e, eventualmente, exógenos, como inalação de sílica e de cloreto de polivinil. ( ) angioedema Angioedema: Edema agudo, intenso e localizado, que atinge mais frequentemente extremidades, pálpebras, lábios, língua e laringe, dificultando, inclusive, a respiração e constituindo risco de vida pela asfixia por obstrução mecânica, situação em que pode ser necessária traqueostomia ( ) síndrome de Sweet Dermatite neutrofílica aguda febril (síndrome de Sweet): Vasculite das dermes média e superior, caracterizada por alterações da parede vascular e infiltração maciça de polimorfonucleares neutrófilos. É mais comum em mulheres em relação aos homens, na proporção de 4:1, em qualquer idade, porém mais frequente entre 30 e 60 anos. Patogenia: Na maioria dos casos, ocorrem previamente processos infecciosos, especialmente das vias aéreas superiores, mas também infecções intestinais por Yersinia. Manifestações clínicas: Ocorre de modo predominante em mulheres de meia-idade; habitualmente, precedendo o quadro, há história de infecção respiratória. O curso é persistentemente febril, não há alterações sistêmicas e as lesões cutâneas são nódulos e placas eritematosas brilhantes, edematosas e dolorosas, cuja superfície pode apresentar vesículas e pústulas, e estão localizadas assimetricamente nas extremidades, na face e no pescoço. A variante vesicopustulosa pode evoluir para ulceração, surgindo lesões semelhantes ao pioderma gangrenoso; essa forma é a que mais frequentemente se associa à leucemia mieloide. Pode associar-se ao eritema nodoso. Eventualmente, ocorrem sistomas sistêmicos: febre, mialgias, artralgias e artrite, especialmente de punhos e joelhos. Raramente ocorrem alterações pulmonares, hepáticas, pancreáticas, renais ou ósseas. O curso da doença é de 4 a 8 semanas; laboratorialmente, há leucocitose com neutrofilia e aumento da hemossedimentação ( 4 ) dermatite atópica Eczema ou dermatite eczematosa atópica: A dermatite atópica (DA), denominada também eczema constitucional ou neurodermite disseminada, é uma manifestação eczematosa peculiar,frequentemente associada à asma e/ou rinite alérgica e, eventualmente, à urticária. Caracteriza-se pelo curso crônico, com períodos de crises e de acalmia, de surtos de eczema, manifestando-se isolada ou simultaneamente ou intercalando-se com as crises de asma ou rinite. Cerca de 30% dos indivíduos com eczema atópico têm asma ou rinite alérgica e 15% têm surtos de urticária. Além disso, 70% referem antecedentes familiares de atopia (eczema, asma ou rinite alérgica). Patogenia: O paciente que apresenta eczema atópico deve ser compreendido como indivíduo cujo limiar de reatividade é anômalo, motivo pelo qual reage anormalmente a inúmeros estímulos – contactantes, ingestantes, inalantes e injetantes. Manifestações clínicas clássicas da dermatite atópica: O estudo das manifestações clínicas da dermatite atópica compreende três períodos evolutivos: na infância; no período pré-puberal; e na idade adulta. Em qualquer uma dessas fases, ocorrem manifestações que representam critérios considerados absolutos para a diagnose da dermatite e os chamados critérios menores que compreendem várias manifestações cutâneas que costumam ocorrer com frequência nos atópicos. São critérios absolutos: • Prurido: manifestação constante na dermatite atópica, em todas as suas fases. • Morfotopografia: localizações típicas da dermatite atópica: na criança: o acometimento facial com lesões eczematosas agudas e subagudas na fronte e regiões malares, poupando o maciço centro-facial. No adulto: é característica a liquenificação nas áreas flexurais, dobras antecubitais, poplíteas e região do pescoço. • Tendência à cronicidade e/ou recidivas frequentes ( ) necrobiose lipoídica Necrobiose lipoídica: Ocorre em 0,3% dos diabéticos e, em dois terços dos doentes, há associação com diabetes melito, mais frequentemente do tipo I. Manifestações clínicas: A doença ocorre em qualquer idade, porém mais frequente em adultos de meia-idade e três vezes mais comum nas mulheres em relação aos homens. As lesões localizam-se caracteristicamente nas superfícies anteriores e laterais da porção inferior das pernas, uni ou bilateralmente, mas, em cerca de 15% dos casos, aparecem também em outras regiões, especialmente antebraços, dorso das mãos e, eventualmente, couro cabeludo. Caracterizam-se por uma ou mais placas de cor violácea na periferia e amareladas no centro, bem demarcadas. Após algum tempo, há crescimento centrífugo lento, com involução central. O aspecto da superfície é atrófico ou esclerodermiforme, podendo chegar à ulceração. Chamam a atenção as telangiectasias da superfície da lesão. O curso é crônico, ocorrendo, em raros casos, regressão espontânea. Analise o quadro clínico a seguir. Homem, 45 anos, informa que há 2 anos notou lesões nos cotovelos que posteriormente se espalharam para o tronco, membros e também no couro cabeludo. É saudável, não usa medicamentos. Tem um tio com lesões semelhantes só nos cotovelos. Preocupa-se com a possibilidade de câncer de pele. A lesão apresentada pelo paciente, ao exame dermatológico, está demonstrada nas figuras 01 e 02, a seguir. Após ler a história e avaliar as lesões dermatológicos da paciente, responda: Questão 03: Descreva o exame dermatológico. (resposta em Rivitti, 2018 – pág 108 e 110) Manifesta-se por placas eritematoescamosas bem delimitadas, amarealdas e violáceas, de tamanhos variados, afetando dobras cutâneas e a região palmar e do punho da mão. Questão 04: Formule hipótese diagnóstica para o caso apresentado. HD: Psoríase Dermatose crônica caracterizada principalmente por lesões eritematoescamosas, a psoríase acomete igualmente ambos os sexos, pode aparecer em qualquer idade, sendo mais frequente na terceira e quarta décadas da vida. Sua ocorrência é universal. Patogenia: Causa desconhecida. A predisposição à doença é geneticamente determinada, mas estudos mais recentes sugerem que o seu modo de herança é multifatorial. Diversos fatores têm sido implicados no desencadeamento ou na exacerbação da psoríase: trauma cutâneo de diversas naturezas – físico, químico, elétrico, cirúrgico, inflamatório. Psoríase é uma das condições dermatológicas em que o trauma pode determinar o aparecimento de lesão em área não comprometida – fenômeno isomórfico ou reação de Koebner. Há muito, reconhece-se o possível papel do estreptococo beta-hemolítico no desencadeamento da psoríase aguda, em gotas. Doentes com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) apresentam exacerbação importante da moléstia. Certas drogas como o lítio, betabloqueadores, antimaláricos e anti-inflamatórios não hormonais, via de regra, agravam a doença. A administração e interrupção de corticoide sistêmico pode resultar no agravamento da condição ou até no desenvolvimento de forma grave de psoríase eritrodérmica e psoríase pustulosa generalizada, versão que também pode ser desencadeada por hipocalcemia. Estresse emocional é, muitas vezes, relacionado, pelo doente, ao desencadeamento ou exacerbação da enfermidade. A psoríase é considerada uma doença mediada por mecanismos imunológicos, mas, até o presente, nenhum antígeno específico foi reconhecido na psoríase. Psoríase em placas (ou psoríase vulgar): Esta é a forma mais comum, observada em quase 90% dos doentes. Manifesta-se por placas eritematoescamosas bem delimitadas, de tamanhos variados, afetando, geralmente de forma simétrica, a face de extensão dos membros, particularmente joelhos e cotovelos, couro cabeludo e região sacral. O número das lesões é muito variável, de uma a centenas, podendo acometer qualquer outra área da pele. Com menor frequência, pode atingir as dobras flexurais (psoríase invertida) quando a descamação se torna menos evidente pela sudorese e por maceração locais. Com alguma frequência, podem ser afetadas as semimucosas genitais ou dos lábios. Nas lesões de psoríase, às vezes, predomina o eritema, e, em outras a descamação, formada por escamas secas, branco-prateadas, aderentes e estratificadas. Sempre há, entretanto, uniformidade no aspecto clínico das lesões. Eventualmente, ocorrem sintomas subjetivos como prurido e queimação que, de acordo com o estado emocional do doente, atingem intensidade variável. A evolução é crônica, com períodos de exacerbação e de acalmia, quando podem ser observadas lesões anulares, características do quadro em remissão. PERDAS E REPARAÇÕES: decorrem da eliminação ou destruição patológica de tecidos cutâneos e lesões decorrentes da reparação Questão 05: Diferencie as escamas das crostas (resposta em Pereira, 2014 – página 36) Escama: massa furfurácea, micácea ou foliácea, que se desprende da superfície cutânea, por alteração da queratinização. Crosta: concreção de cor amarelo-clara, esverdeada ou vermelho-escura, que se forma em área de perda tecidual. Resulta do dessecamento de serosidade, pus ou sangue misturado com restos epiteliais Existem diversos tipos de escamas e crostas, observe as imagens abaixo e estude os diferentes subtipos de escamas ou crostas. Escama furfurácea – pitiríase versicolor Pitiríase versicolor (tinea versicolor): Afecção fúngica, determinada pela Malassezia furfur. De ocorrência universal, tem maior prevalência em regiões de clima quente e úmido. Compromete adultos de ambos os sexos, sendo menos frequente em crianças e idosos. Há predisposição constitucional para a afecção. Malnutrição, hiperidroses e imunodepressão são fatores predisponentes. Quase sempre assintomática, é evidenciada geralmente após exposição solar, quando surgem manchas discrômicas na pele, derivando a denominação “versicolor”. Manifestações clínicas: Trata-se de máculas com descamação de cor variável, daí o nome “versicolor”. Nos indivíduos de pele clara, as máculas são acastanhadas, cor de café com leite ou hipocrômicas; nos de pele escura ou negra, são hipocrômicas e, menos frequentemente, hipercrômicas. Passando-se a unha sobre a mancha, surge uma descamação furfurácea (sinal da unha), que pode ser observada pelo estiramento da pele (sinal de Zileri). As máculas são múltiplas, de formatos variáveis,podendo confluir e atingir grandes áreas da superfície corporal. As lesões situam-se, geralmente, no pescoço, no tórax e nas porções proximais dos membros superiores. Há, contudo, casos com grande disseminação de manchas, que atingem desde a região mandibular da face e do pescoço, o tronco, os braços, os antebraços e as coxas. Existe frequente comprometimento do couro cabeludo, onde as lesões podem passar despercebidas. As regiões palmoplantares e as mucosas nunca são afetadas. A diagnose confirma-se pelo exame em luz de Wood que revela fluorescência róseo-dourada característica, possibilitando, ainda, verificar a extensão da erupção. O exame micológico de escamas de lesão, após clarificação pela potassa a 10%, permite sempre o encontro de esporos e pseudo-hifas. A negatividade exclui a diagnose. A técnica de Porto (fita adesiva na lesão e depois colada na lâmina) é também empregada. Escama lamelar – impetigo Impetigo: É dermatose infecciosa por estafilococos plasmocoagulase positivos e, ocasionalmente, por estreptococos hemolíticos. Há duas formas, uma com bolhas (impetigo bolhoso) e outra com vesicocrostas (impetigo não bolhoso). No impetigo bolhoso, os responsáveis são estafilococos, enquanto no não bolhoso, isolam-se misturas de estafilococos e de estreptococos. É possível que a infecção inicial seja estreptocócica, sendo o estafilococo agente infectante secundário. Em impetigo não bolhoso em que predominam as crostas, os Staphylococcus aureus são responsáveis por menos de 10% dos casos, predominando, nessas formas, estreptococos do grupo A. Patogenia: Com relação ao impetigo estreptocócico, verifica-se a colonização da pele previamente ao aparecimento das lesões cutâneas, que são favorecidas por solução de continuidade por picadas de insetos ou outros traumas. Em relação ao impetigo estafilocócico, ocorre inicialmente colonização da mucosa nasal e, a partir desta, há contaminação da pele, com surgimento das lesões cutâneas. É mais comum em crianças e a falta de higiene costuma ser fator predisponente. Esses germes podem instalar-se em afecções anteriores, como escabiose e eczemas, quando, então, usa-se o atributo impetiginizado para a dermatose primária. A infecção é contagiosa, particularmente em crianças. Manifestações clínicas: A lesão inicial é maculoeritematosa que logo se transforma em vesicopápula ou mesmo bolha purulenta, bastante superficial e, por isso mesmo, de duração efêmera. O conteúdo seroso ou seropurulento pelo dessecamento forma crosta melicérica, característica do impetigo. É comum o aparecimento de lesões satélites que podem permanecer isoladas ou coalescer. Pode ocorrer linfadenopatia regional. As lesões são mais comuns em áreas expostas, particularmente na face e nas extremidades, mas qualquer área corpórea pode ser atingida. Escama micácea – psoríase Psoríase em placas (ou psoríase vulgar): Esta é a forma mais comum, observada em quase 90% dos doentes. Manifesta-se por placas eritematoescamosas bem delimitadas, de tamanhos variados, afetando, geralmente de forma simétrica, a face de extensão dos membros, particularmente joelhos e cotovelos, couro cabeludo e região sacral. O número das lesões é muito variável, de uma a centenas, podendo acometer qualquer outra área da pele. Com menor frequência, pode atingir as dobras flexurais (psoríase invertida) quando a descamação se torna menos evidente pela sudorese e por maceração locais. Com alguma frequência, podem ser afetadas as semimucosas genitais ou dos lábios. Nas lesões de psoríase, às vezes, predomina o eritema, e, em outras a descamação, formada por escamas secas, branco-prateadas, aderentes e estratificadas. Sempre há, entretanto, uniformidade no aspecto clínico das lesões. Eventualmente, ocorrem sintomas subjetivos como prurido e queimação que, de acordo com o estado emocional do doente, atingem intensidade variável. A evolução é crônica, com períodos de exacerbação e de acalmia, quando podem ser observadas lesões anulares, características do quadro em remissão. Crosta melicérica – impetigo Impetigo: O impetigo é dermatose infecciosa por estafilococos plasmocoagulase positivos e, ocasionalmente, por estreptococos hemolíticos. Há duas formas, uma com bolhas (impetigo bolhoso) e outra com vesicocrostas (impetigo não bolhoso). No impetigo bolhoso, os responsáveis são estafilococos, enquanto no não bolhoso, isolam-se misturas de estafilococos e de estreptococos. É possível que a infecção inicial seja estreptocócica, sendo o estafilococo agente infectante secundário. Patogenia: Com relação ao impetigo estreptocócico, verifica-se a colonização da pele previamente ao aparecimento das lesões cutâneas, que são favorecidas por solução de continuidade por picadas de insetos ou outros traumas. Em relação ao impetigo estafilocócico, ocorre inicialmente colonização da mucosa nasal e, a partir desta, há contaminação da pele, com surgimento das lesões cutâneas. É mais comum em crianças e a falta de higiene costuma ser fator predisponente. Manifestações clínicas: A lesão inicial é maculoeritematosa que logo se transforma em vesicopápula ou mesmo bolha purulenta, bastante superficial e, por isso mesmo, de duração efêmera. O conteúdo seroso ou seropurulento pelo dessecamento forma crosta melicérica, característica do impetigo. É comum o aparecimento de lesões satélites que podem permanecer isoladas ou coalescer. Pode ocorrer linfadenopatia regional. As lesões são mais comuns em áreas expostas, particularmente na face e nas extremidades, mas qualquer área corpórea pode ser atingida. No impetigo estafilocócico, predominam lesões vesicobolhosas flácidas, porém mais duradouras do que as observadas no impetigo estreptocócico. Questão 06: observe as lesões abaixo, ambas fazem parte do grupo de perdas e reparações. Explique as lesões. (resposta em Rivitti, 2018 – página 110) Lesão 01: úlcera de leishmaniose tegumentar americana Leishmaniose tegumentar americana: As formas clínicas da leishmaniose tegumentar americana constituem espectro no qual, em um polo, estão as formas cutânea ulcerada e a mucosa, grupo com forte resposta imunecelular; e, no outro, está a leishmaniose cutânea difusa, com ausência da imunidade celular, múltiplas lesões e grande número de parasitas. Os fatores que determinam a posição no espectro dependem do perfil genético, da resposta imune do hospedeiro e da espécie e cepa da leishmânia. Manifestações clínicas: As lesões cutâneas são similares nas várias formas de leishmanioses tegumentares. Dessa maneira, será descrito o quadro da leishmaniose cutâneo-mucosa. Após um período de incubação de 1 a 4 semanas, surge a lesão inicial, constituída por pápula eritematosa, única ou múltipla, localizada geralmente na região exposta do tegumento, que corresponde ao ponto de inoculação. Nessa etapa, há, com relativa frequência, adenopatia regional e linfangite. Evoluindo, as lesões assumem aspecto papulovesiculoso, papulopustuloso e papulocrostoso e, finalmente, formam úlceras. Essas úlceras apresentam contornos circulares, bordas altas e infiltradas, em moldura de quadro, fundo com granulações grosseiras, cor vermelho-vivo, podendo estar recobertas por exsudato seroso ou seropurulento. Lesão 02: erosão dermatite de fraldas Dermatite das fraldas: Também chamada dermatite amoniacal, é causada pelo contato da pele com a urina e fezes retidas pelas fraldas e plásticos. Há irritação na pele, com maceração e retenção sudoral. Surge infecção secundária por cândida ou por bactérias como Bacillus faecallis, Proteus, Pseudomonas, estafilococos e estreptococos. O quadro é frequentemente agravado pelo uso de pós, óleos, sabões e pomadas irritantes. Fatores que se associam a ela ou a predispõem são dermatite seborreica e atópica. Questão 07: Arranjos e formas - associe a lesão elementar com o tipo de arranjo e de forma a seguir: serpiginoso, linear, anular, arciforme, zosteriforme e em alvo. 1.LARVA MIGRANS Serpiginoso 2. GRANULOMA ANULAR Anular 3. ERITEMA MULTIFORME Em alvo, mas multiforme 4. LÍQUEN ESTRIADO linear5. HERPES ZOSTER zosteriforme 6. TINEA DO CORPO vesiculosa e anular Questão 08: Em relação à distribuição, as lesões elementares podem ser classificadas em disseminadas ou difusas. Explique cada um deles. (resposta em Pereira, 2014 – página 40) • Disseminada: lesões espalhadas em uma determinada área com pele saudável entre as lesões. • Difusa: grandes áreas envolvidas sem áreas de pele saudável. Questão 09: Em relação ao número e extensão da distruição, as lesões elementares podem ser classificadas em localizada, generalizada ou universal. Explique cada um deles. (em resposta Pereira, 2014 – página 40) • Localizada: lesão ou um pequeno número de lesões isoladas em determinada região • Regional: acometendo determinada região do corpo como face, tronco, membros superiores ou inferiores • Generalizada: acomete várias regiões cutâneas, mas não de maneira universal • Universal: comprometimento total da pele, incluindo couro cabeludo, pelos e unhas Questão 10: Complete as frases em relação a uma técnica semiótica tradiconal utilizada em dermatologia – o exame pela lâmpada de Wood (resposta em Rivitti, 2018 – página 118) “O exame é feito pela lâmpada de Wood, que tem um arco de mercúrio que emite radiações ultravioletas, similares às emitidas pelas lâmpadas fluorescentes de luz negra. O vidro é de silicato de bário, com 9% de óxido de níquel, que deixa passar unicamente radiações de 320 a 400 nm, similares às emitidas nas lâmpadas fluorescentes tipo luz negra. O exame deve ser feito em local _escuro_ para verificação da fluorescência, com a lâmpada colocada a cerca de 10 cm da área a ser examina-da. A luz de Wood foi inicialmente empregada na diagnose e no controle das tinhas, mas, atualmente, tem uso mais amplo. É recurso importante na diagnose e no seguimento de _lesões discrômicas, particularmente vitiligo, infecções, pitiríase versicolor e nas tíneas do couro cabeludo. É empregada, portanto, nas condições apresentadas a seguir.” Rivitti Resumo das lesões elementares Lesões elementares Máculas vásculo-sangüíneas Eritema Eritema cianótico (cianose) Eritema rubro (rubor) Enantema Exantema Eritrodermia Lividez (isquemia) Anêmica Angiomatosa Telangiectasia Púrpura Petéquia Equimose Víbice Máculas pigmentares Leucodermia Hipocromia Acromia Hipercromia Melanodérmica Outros pigmentos Formações sólidas Pápula Placa Nódulo Nodosidade ou tumor Goma Vegetação Verrucosidade Urtica Formações líquidas Vesícula Bolha Pústula Abscesso Hematoma Alterações da espessura Ceratose Liquenificação Edema Infiltração Esclerose Atrofia Cicatriz Perdas teciduais Escama Crosta Escara Erosão ou exulceração (escoriação) Ulceração Fissura ou rágade Fístula Arranjos, formas, contornos e dimensões Alvo, anular, arcada ou arciforme, circinada, corimbosa ou corimbiforme, discoide, espiralada, folicular, figurada, geográfica, girada, gotada, herpetiforme, irisada ou iridiforme, lenticular, linear, miliar, numular, policíclico, pontuada, reticular, umbilicada, serpiginosa, zosteriforme Distribuição e número Disseminada e difusa Localizada, regional, generalizada e universal Características especiais Simétricas, foto expostas, árvore de natal Fonte: elaborado a partir do capítulo da Profa. Luciana Baptista Pereira Pereira L B. Exames Dermatológico, do Sistema Endócrino e dos Linfonodos. In: Tratado de Semiologia Médica. Silva R M F L. Guanabara Koogan, 1ª Ed (2014). Cap. 5.
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