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Pseudomonas Breve Investigação

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Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Realeza
Curso de Medicina Veterinária
CCR: Microbiologia Veterinária
Discente: Eduarda Caroline Gostinski 
SCI-MFF - Pseudomonas
	Da Família Pseudomonadaceae, o gênero Pseudomonas são bacilos gram-negativos de tamanho médio geralmente encontrados em pares, possui um ou mais flagelos polares que permitem motilidade, possuem a parede celular circundada por uma cápsula, são aeróbios, não esporulados, não fermentadores. Sua temperatura ótima de crescimento é entre 37° e 41°C. São quimiotróficos, capazes de degradar uma grande variedade de moléculas orgânicas e possuem necessidades nutricionais simples devido a sua capacidade de produzir enzimas proteolíticas e lipolíticas, sendo esse um grande fator de adaptação. São oportunistas, por isso precisam de uma porta de entrada que quebre a defesa do sistema imune do hospedeiro para conseguir invadir. Possui biofilme que permite a resistência contra os mecanismos de defesa do hospedeiro, e está ligado também à grande resistência desses contra antimicrobianos, e soma-se ao potencial adaptativo relacionado a mudar seu estilo de vida. São tolerantes as variações de condições físicas, como temperatura, resistente a altas concentrações de sais e corantes, anti-sépticos fracos e muitos antibióticos.
	São organismos ambientais ubiquitários, amplamente encontrados no solo, na água, plantas e animais. A grande diversidade de espécies nesse gênero justifica a diversidade de ecossistemas em que podem ser encontrados. A maioria é oxidase-positivo e catalase-positivo, possuem citocromo-oxidase que permite a diferenciação das enterobactérias. Não possuem necessidades específicas de multiplicação e se desenvolvem bem em Ágar MacConkey, em seu crescimento algumas espécies produzem pigmentos difusíveis como piocianina, pioverdina, piorrubina, piomelanina que facilita sua caracterização em meio de cultura. 
	A Pseudomonas Aeruginosa é a espécie de maior importância para a veterinária, é amplamente estudada por ser encontrada na pele, mucosas e fezes de animais, e também é descrito nesse gênero como o mais encontrado nas infecções hospitalares, principalmente em pacientes imunodeprimidos. Sua importância clínica está baseada na sua difícil erradicação e contínuos fracassos de técnicas terapêuticas.
	Os fatores de virulência da Pseudomonas Aeruginosa são: sistema de secreção do tipo III que faz a injeção de toxinas para o interior da célula hospedeira; flagelo e pili que permitem adesão e mobilidade; LPS que age como endotoxina e permite adesão; alginato(exopolissacarídeo mucoide formador de cápsula, biofilme) adesão e proteção; exotoxina A age impedindo a síntese proteica, causando dermonecrose e imunossupressão na lesão; exoenzimas S e T que fazem rearranjo da actina, causando dano das células epiteliais, disseminação bacteriana + invasão tecidual + necrose; LasA (serino protease) e LasB (zinco metaloprotease) permite a degradação da elastina e causa danos no parênquima pulmonar + lesões hemorrágicas (ectima gangrenosa); mutação de porinas: (mecanismo de resistência a antibióticos) alteração das proteínas formadoras dos poros da membrana externa impedimento da penetração os antibióticos.
	A identificação desses microrganismo pode ser feita pelo meio de cultura, por ser realizada facilmente devido às necessidades nutricionais simples. Em meio de cultura simples, como ágar-sangue e ágar MacConkey, observa-se crescimento rápido, colônias planas com borda em difusão, β-hemólise, pigmentação esverdeada devido a produção de pigmentos piocianina (azul) e fluoresceina (amarelo), odor doce (semelhante a uva), a oxidase positiva.
	A diversidade genética desse gênero não é tão grande, o período de incubação é rápido (P. aeruginosa é de 1 à 3 dias) e a possuem alta taxa de mutação durante o tratamento que leva grandes problemas na saúde pública. 
	O fato de adquirir rapidamente resistência é associado a mutação de porinas, que faz a difusão passiva através da membrana, e com essa mutação diminui-se a anifinidade e o transporte de antibióticos por elas. Os antimicrobianos β-lactâmicos são uma classe comumente utilizada no tratamento de infecções por P. aeruginosa mas a resistência a esses já está aumentando, e possuem a capacidade de adquirir genes que codificam a β-lactamase através de plasmídeos ou por transposões. As fluoroquinolonas são uma classe importante de antibióticos usada regularmente no tratamento de infeções por P. aeruginosa, devido à sua segurança, perfil farmacocinético e dose oral adequada porém rapidamente se torna resistente a estes compostos, através de mutações nos genes. Os aminoglicosídeos estão entre os antibióticos de largo espetro mais usados no tratamento de doenças infeciosas causadas por bactérias de Gram-negativo mas sua utilização está cada vez mais relacionada com o desenvolvimento de resistências com a aquisição de enzimas modificadoras de aminoglicosídeo. Os antibióticos policatiónicos são bastante usados e apresentam bons resultados mas já existem relatos de isolados clínicos que apresentam resistência à polimixina B e à colistina. As Pseudomonas representam um desafio em saúde, de forma que a antibioticoterapia se mostra defasada e por rapidamente conseguirem adquirir resistência. Prevenção de contaminação de materiais estéreis e cuidados com a contaminação cruzada podem ser práticas efetivas para o controle da infecção. 
Referências: 
ROQUE, Helena Margarida Carvalho Miranda Augusto. Pseudomonas spp. em répteis de companhia: um estudo retrospetivo. Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária. Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina Veterinária, Lisboa, 2021. Recurso Digital. Disponível em: http://hdl.handle.net/10400.5/21139 Acesso em: 10 abril 2021.
http://www.petdocs.ufc.br/index_artigo_id_491_desc_Cl%C3%ADnica_pagina_3_subtopico_19_busca_
https://revistaanalytica.com.br/microbiologia-pseudomonas-analytica-94/ 
http://textbookofbacteriology.net/pseudomonas.html 
Bônus Paródia: https://www.youtube.com/watch?v=_GtFeQDGqK4

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