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Neuroses atuais: 
Contribuições de Freud para os estudos da Psicossomática
 
Prof. Ms. Talita Somensi
Afeto 
“Termo que a psicanálise foi buscar na terminologia psicológica alemã e que exprime qualquer estado afetivo, penoso ou desagradável, vago ou qualificado, quer se apresente sob a forma de uma descarga maciça, quer como tonalidade geral. Segundo Freud, toda pulsão se exprime nos dois registros, do afeto e da representação. O afeto é a expressão qualitativa da quantidade de energia pulsional e das suas variações.”
Freud emprega a expressão “quantum de afeto” (Affektbetrag), para designar o aspecto econômico: “corresponde à pulsão na medida em que esta se separou da representação e encontra uma expressão adequada à sua quantidade em processos que se tornam sensíveis para nós como afetos”. (Laplanche e Pontallis)
O afeto corresponde à pulsão, é um conceito central da metapsicologia freudiana. 
Psiconeurose e Neurose atual 
										
	
										#
Psiconeuroses obsessões, histeria (conversão histérica), fobias. 
Neuroses atuais: neurastenia e neurose de angústia. 
Sintoma neurótico
O sintoma é composto por afeto (quantum) e representação (ideia), sendo o afeto separado da representação pelo mecanismo do recalque. 
Quando isso ocorre? 
“Esses pacientes que analisei, portanto, gozaram de boa saúde mental até o momento em que houve uma ocorrência de incompatibilidade em sua vida representativa - isto é, até que seu eu se confrontou com uma experiência, uma representação ou um sentimento que suscitaram um afeto tão aflitivo que o sujeito decidiu esquecê-lo, pois não confiava em sua capacidade de resolver a contradição entre a representação incompatível e seu eu por meio da atividade de pensamento.” (Freud, 1894)
Sintoma neurótico
A tarefa que o eu se impõe, em sua atitude defensiva, de tratar a representação incompatível como “non-arrivé”, simplesmente não pode ser realizada por ele. Tanto o traço mnêmico como o afeto ligado à representação lá estão de uma vez por todas e não podem ser erradicados. Mas uma realização aproximada da tarefa se dá quando o eu transforma essa representação poderosa numa representação fraca, retirando-lhe o afeto - a soma de excitação - do qual está carregada. A representação fraca não tem então praticamente nenhuma exigência a fazer ao trabalho da associação. Mas a soma de excitação desvinculada dela tem que ser utilizada de alguma outra forma. Até esse ponto, os processos observados na histeria, nas fobias e nas obsessões são os mesmos; daí por diante, seus caminhos divergem. (Freud, 1894)
Conversão histérica
“Na histeria, a representação incompatível é tornada inócua pela transformação de sua soma de excitação em alguma coisa somática. Para isso eu gostaria de propor o nome de conversão.” (Freud, 1894)
Síntese
Sintoma neurótico: Formação de compromisso (desejo e defesa) 
Mecanismo fundamental da neurose: recalque
Etiologia: natureza da sexualidade infantil.
O sintoma se caracteriza pelo retorno do recalcado;
Forma-se a partir de condensações e deslocamentos (tal como o sonho). 
Neuroses atuais
A psicossomática se interessa pelos processos de somatizações, ou seja, pelos movimentos psíquicos que acompanham o adoecimento do corpo, seu aparecimento e evolução. Dentro da psicanálise, é possível encontrar o ponto de partida para esses estudos em Freud, em sua definição de neurose atual, modelo diferenciado das psiconeuroses, como histeria e obsessões. 
A neurastenia, protótipo da neurose atual, é definida por Freud40 pela sintomatologia somática: “pressão intracraniana, irritação espinhal e dispepsia com flatulência e constipação”40. Difere da psiconeurose em patogenia e etiologia, pois sua origem precisa ser buscada no momento atual da vida do paciente, enquanto a psiconeurose tem relação com conteúdo sexual recalcado40. As neuroses atuais são classificadas hoje como afecções psicossomáticas41.
Neuroses atuais
Apesar de ambas terem origem na sexualidade, a etiologia das neuroses atuais seria contemporânea e não infantil42. Com as neuroses atuais, Freud40 anteviu a possibilidade de existirem sintomas não caracterizados pelo retorno do recalcado e por mecanismos de deslocamento e condensação encontrados nas psiconeuroses. Para além do fator atual, a sintomatologia corporal mantém-se como ponto de destaque na estrutura psíquica que se diferencia da formação neurótica 42.
Neurastenia (protótipo da neurose atual) e Neurose de angústia
“Assim, em todo caso de neurose há uma etiologia sexual; mas nas neurastenia é uma etiologia de tipo contemporâneo, enquanto nas psiconeuroses os fatores são de natureza infantil. Esse é o primeiro grande contraste na etiologia das neuroses. Um segundo emerge ao considerarmos uma diferença na sintomatologia da própria neurastenia. Aqui, por um lado, encontramos casos em que se destacam certas queixas que são características da neurastenia (pressão intracraniana, propensão à fadiga, dispepsia, constipação, irritação espinhal etc.); em outros casos, esses sinais desempenham um papel menor e o quadro clínico se compõe de outros sintomas, apresentando todos uma relação com o sintoma nuclear, o de angústia (ansiedade, inquietação, expectativa angustiada, ataques de angústia completos, rudimentares ou complementares, vertigem locomotora, agorafobia, insônia, maior sensibilidade à dor, e assim por diante).” (Freud, 1898)
Neuroses atuais
Sintoma não mediatizado pelo recalque; 
Presença de sintomas físicos 
Etiologia: contemporânea, baseada na ausência de satisfação sexual (Freud)
O sintoma se caracteriza pela descarga do afeto. 
Conversão histérica # Sintoma da neurose atual 
Pesquisas contemporâneas
“O termo atual, conforme observaram Laplanche & Pontalis (1967), “deve pois ser tomado em primeiro lugar no sentido de uma ‘atualidade’ no tempo” (p.382). Ainda na distinção com relação à psiconeurose, lembram estes autores que o termo atual “vem a exprimir aqui a ausência daquela mediação que encontramos na formação dos sintomas da psiconeurose (deslocamento, condensação, etc.)” (p.382). Freud já alertara - antecipando a importância que isso viria a ter no futuro para as expansões da teoria e da clínica psicanalíticas - para o fato de que havia duas formas bastante diferentes de se processar a excitação psíquica: transformando-a diretamente em angústia - donde resultariam sintomas predominantemente somáticos ou não simbólicos - ou então procedendo-se à mediatização simbólica, donde resultariam sintomas eminentemente psíquicos.”
Pesquisas contemporâneas
“O que Freud entreviu foi o fato de que o sintoma psicossomático não se constituía como um retorno do recalcado - da sexualidade infantil recalcada - nos moldes da psiconeurose. Aí encontramos um ponto de partida na teoria freudiana para todo o campo de estudos da psicossomática que veio a se consolidar posteriormente na França, a partir dos anos 70, dentro da Escola Psicossomática de Paris, que teve na figura de P. Marty seu grande expoente, ao lado M. de M’Uzan e M. Fain, entre outros.”
Pesquisas contemporâneas
“A psicossomática contemporânea, no entanto, tem procurado preencher esta lacuna teórica (sintomas derivados da não satisfação sexual), ao apontar para o papel da “violência instintiva” (Dejours, 1988) dirigida ao soma nos quadros de descompensação, de modo que, ao produzir um sintoma somático, o sujeito pode manter-se particularmente “normal” do ponto de vista psíquico. É deste modo que, ao traçar um quadro nosográfico para a neurose, incorporando as variações históricas que foram se processando, Laplanche e Pontalis (1967) chegaram mesmo a propor que as neuroses atuais fossem classificadas contemporaneamente com afecções psicossomáticas.”
Sintomatologia somática
“A sintomatologia somática, indubitavelmente, mantém-se como ponto de destaque na estrutura psíquica que diverge essencialmente da formação neurótica. A impossibilidade da elaboração psíquica deixaria livre o acesso da excitação não representável para o plano somático. Freud já apontara, para o caso das neurosesatuais, um mecanismo em ação divergente do recalque, isto é, da existência de uma área de formação do sintoma não abrangida pela simbolização.”
Caráter atual do fator etiológico
a pesquisa em psicossomática acabou por dirigir-se para o campo das relações mãe-bebê, aí encontrando o solo de perturbações que teriam decorrências sobre a estruturação das defesas específicas que colocariam o somatizador em um terreno bastante diferente daquele do neurótico. (Veremos Winiccott)
Recalque?
...a ausência da metabolização simbólica da excitação proveniente da pulsão - que Freud entreviu na neurose atual em contraste com as intrincadas formações produzidas pelo recalque no neurótico - pode ser considerada como figura de proa da psicossomática. 
De fato, o mecanismo de defesa que originalmente deve ter sido estabelecido no caso da propensão à somatização em tudo diverge do recalcamento...
 A descarga só pode se dar mediante o ato. 
Somatização 
O ato do somatizador recai sobre o soma. Ao contrário da conversão histérica, quando o corpo afetado é o corpo erógeno - portanto, corpo simbólico - na somatização o corpo é mesmo o corpo biológico; daí a existência de uma lesão orgânica, muitas vezes extremamente grave. Freud já dizia que o aparelho psíquico tem por função receber e processar os estímulos externos e as manifestações pulsionais, fazendo, para tanto, uso de suas vias associativas. Quando isto não é completamente possível, outras defesas, que não o recalcamento, entram em cena, passando ao largo da mediatização pelo símbolo. 
Referências
Freud, S. As neuropsicoses de defesa (1894)
_______A sexualidade na etiologia das neuroses (1898)
Ferraz, F. Das neuroses atuais à psicossomática.
Laplanche e Pontallis. Vocabulário de Psicanálise

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