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SAÚDE COLETIVA HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA PROCESSO SAÚDE-DOENÇA Profa: Eugênia Viana ➢ PARTE 1 – CONCEPÇÕES DE SAÚDE E DOENÇA NO MUNDO. Conceito de saúde: reflexo da conjuntura social, econômica, política e cultural; Não representa a mesma coisa para todas as pessoas, depende da época, lugar, classe social; concepções científicas, religiosas e filosóficas; Concepção da doença: também é um conceito variável, de acordo com o momento histórico vivenciado; A humanidade enfrenta a ameaça das doenças de várias formas a partir de diferentes conceitos; CONCEPÇÃO MÁGICO-RELIGIOSA: ➢ Doença: resultado de forças alheias (demônios ou maus espíritos) ao organismo que surgem por causa do pecado ou de maldição; ➢ Sinal de desobediência ao mandamento divino; a enfermidade proclamava o pecado (Povo Hebreu); ➢ LEPRA: doença transmissível em que o doente era isolado, enviado aos leprosários e considerado morto; ➢ Judaísmo: preceitos que ajudavam na prevenção de doenças (pessoas com lesões na pele não podiam abater os animais); CONCEPÇÃO MÁGICO-RELIGIOSA: ➢ Cultura Indígena: o xamã ou feiticeiro tribal era o encarregado de expulsar, através de rituais, os maus espíritos do corpo do doente; ➢ Grécia: ✓ A cura de doenças acontecia com o uso de plantas e métodos naturais; ✓ Deuses vinculados à saúde: Asclepius (Deus da Medicina), Higieia (Deusa da Saúde) e Panacea (Deusa da Cura); CONCEPÇÃO HUMORAL: ➢ HIPÓCRATES: considerado o pai da Medicina, trouxe uma visão racional do campo; ➢ O corpo humano é formado principalmente de quatro fluidos (humores), no qual a saúde é baseada no equilíbrio desses elementos e a doença no desequilíbrio deles; ➢ GALENO: ressalta a importância dos quatro elementos e considera a causa da doença como endógena (dentro do próprio homem ou em hábitos que levassem ao desequilíbrio); ➢ Oriente: o corpo em harmonia (forças vitais). CONCEPÇÃO RELIGIOSA: ➢ Idade Média: influência da religião cristã; ➢ Manutenção da doença como resultado do pecado e a cura como questão de fé; ➢ O doente era cuidado por ordens religiosas, que administravam inclusive hospitais (não como um local específico de cura e tratamentos, mas um lugar de abrigo e conforto para os doentes). CONCEPÇÃO ONTOLÓGICA: ➢ Doença causada por fatores externos; ➢ Paracelsus (médico e alquimista): os processos do corpo humano são químicos, por isso, os melhores remédios seriam também químicos (pequenas doses de minerais e metais); ➢ Descartes: dualidade mente-corpo; ➢ Revolução Pausteriana: existência de microorganismos causadores de doença – criação de soros e vacinas; CONCEPÇÃO ONTOLÓGICA: ➢Medicina Tropical: estudo das doenças endêmicas e epidêmicas; ➢ Surgimento da Epidemiologia – dados estatísticos relacionados à saúde (indicadores); ➢ Países da Europa e os Estados Unidos avançam em estudos estatísticos relacionados à saúde e medidas sanitaristas; ➢ Criação da Organização das Nações Unidas e da Organização Mundial de Saúde: definição de um conceito universal sobre saúde. Parte 2 - HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL: ➢ Para analisarmos a história das políticas de saúde no país é importante saber que: ➢ 1. Está relacionada diretamente a evolução político-social e econômica; ➢ 2. Sempre obedeceu à ótica do avanço do capitalismo, sofrendo a forte determinação do capitalismo a nível internacional; ➢ 3. A saúde nunca ocupou lugar central dentro da política brasileira, sendo deixada na periferia do sistema, no que diz respeito a solução dos grandes problemas de saúde, quanto na destinação de recursos direcionados ao setor saúde. HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL: ➢ 1500 ao 1º Reinado: não havia nenhum modelo de atenção à saúde e nem interesse por parte do governo em cria-lo. ➢ A atenção à saúde limitava-se aos recursos da terra (plantas, ervas) e ao conhecimento dos curandeiros. HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL: ➢ Vinda da Família Real ao Brasil – necessidade da organização de uma estrutura sanitária mínima. ➢ Verifica-se que o interesse primordial estava limitado ao estabelecimento de um controle sanitário mínimo da capital do império, tendência que se alongou por quase um século. HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL: ➢ A inexistência de uma assistência médica estruturada, fez com que proliferassem pelo país os Boticários (farmacêuticos). ➢ Aos boticários cabiam a manipulação das fórmulas prescritas pelos médicos, mas a verdade é que eles próprios tomavam a iniciativa de indicá-los, fato comuníssimo até hoje. HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL: ➢ Início da República 1889 a 1930: quadro sanitário caótico caracterizado pela presença de doenças graves como a varíola, a malária, a febre amarela, e posteriormente a peste, o que acabou gerando sérias consequências para saúde coletiva e para outros setores como o do comércio exterior. ➢ Revolta da Vacina: Campanha de Vacinação Obrigatória (Oswaldo Cruz) – Importante controle de doenças epidêmicas. HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL: ➢ Período de 30 a 60: Repercussão da crise econômica de 1929. ➢ Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública. ➢ Consolidação das Leis Trabalhistas (1943). ➢ Criação do Ministério da Saúde (1953). CONCEITO DE SAÚDE NO PERÍODO: ➢ 1948: Reconhecimento do direito à saúde e da obrigação do Estado na promoção e proteção da saúde; ➢ “Estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de enfermidade”. ➢ Campo da Saúde: biologia humana, meio ambiente, estilo de vida e o organização de assistência à saúde; ➢ Críticas com relação aos interesses do Estado e a proposta da abrangência do campo da saúde. HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL: ➢ Regime Militar: ➢ Superintendência de Campanhas da Saúde Pública (1970). ➢ Sistema Nacional de Saúde (1975). ➢ Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS) (1976). CONCEITO DE SAÚDE NO PERÍODO: ➢ Conferência Internacional de Assistência Primária à Saúde (Alma-Ata-Cazaquistão) – ações sanitaristas contra a malária e a varíola; ➢ Responsabilidade governamental no provimento da saúde, participação de pessoas e comunidades no planejamento e implementação de cuidados, custos de serviços compatíveis, acesso e direito de todos; ➢ Sistema Nacional de Saúde: integração com o desenvolvimento social e econômico do país (SAÚDE É CAUSA E CONSEQUÊNCIA). CONCEITO DE SAÚDE: ➢ Constituição Federal de 1988: “A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas, que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação.” ➢ Princípio que norteia o Sistema Único de Saúde (SUS). PARTE 3 - PROCESSO SAÚDE - DOENÇA: O que é doença? ➢ Relação com populações, hábitos, genética e meio ambiente; ➢ Disseminação através do início do processo cultural e civilizatório. ➢ Sua vivência está ligada à perspectiva de cura; busca de formas de propiciar alívio. PARTE 3 - PROCESSO SAÚDE - DOENÇA: O que é doença? ➢ A doença como a percepção do indivíduo com o sofrimento do adoecimento e a doença como objeto de estudo e trabalho; ➢ Epidemiologia: ciência base da Saúde Pública e fundamental para a definição dos serviços e ações disponibilizados para cada população. PARTE 3 - PROCESSO SAÚDE - DOENÇA: O que é saúde? ➢ Noção holística em contraposição ao modelo biomédico; ➢ Promoção de bem-estar e saúde: condições de vida, relações pessoais, autoestima, entre outras; ➢ Identificação dos riscos e agir para diminuí-los. PARTE 3 - PROCESSO SAÚDE - DOENÇA: O que é saúde? ➢ Saúde: salus (atributo dos inteiros, intactos, íntegros); são (imaculado, perfeito); ➢ Carrega ideia de plenitude que transcende o bem- estar e aponta para crenças culturais de sagrado e perfeito; ➢ A ciência possui uma visão objetiva e portanto,parcial da Saúde. PARTE 3 - PROCESSO SAÚDE - DOENÇA: O que é saúde? ➢ Qualquer pessoa tem autoridade para decidir o que quer para sua vida e implica uma noção democrática de Estado e uma noção de poder; ➢ A equipe, especialmente o médico, para promover autoconfiança e autoestima do seu paciente, precisa envolvê-lo nas escolhas do tratamento; ➢ Participação da população em suas formulações e resoluções. CONSIDERAÇÕES FINAIS ➢ Diversidade de atores políticos e técnicos envolvidos em diferentes conjunturas e formações sociais; ➢ Responsabilidade da população com seus interesses em saúde e dos setores sociais envolvidos na promoção dessa saúde; ➢ A evolução de conceitos e medidas de promoção em saúde ocorre constantemente, na tentativa de aprimorar medidas de cuidado.
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