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AAAUUULLLAAA 111444 Apresentar ao aluno o Plano de Desenvolvimento da Educação e o Plano Nacional de Educação Após a leitura desta aula esperamos que você saiba a importância do Plano Nacional de Educação e do Plano de Desenvolvimento da Educação; que você conheça o conteúdo dos mesmos e seja capaz de fazer uma leitura crítica da educação brasileira, a partir deles. Plano Nacional de Educação e o Plano de Desenvolvimento da Educação META OBJETIVOS I. INTRODUÇÃO Segundo a Constituição Federal de 1988, compete à União exercer função redistributiva e supletiva, com o objetivo de garantir a equalização das oportunidades educacionais para todos os cidadãos brasileiros, assim como a qualidade (um padrão mínimo) do ensino mediante assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios. De acordo com o Art 8º da LDBEN 9394/96, a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios devem organizar, os respectivos sistemas de ensino, cabendo à União, a coordenação da política nacional de educação e, portanto, a elaboração, em regime de colaboração com os Estados, O Distrito Federal e os Municípios, do Plano Nacional de Educação (PNE). Além do PNE, o governo federal elaborou, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Estes documentos serão o tema central da discussão apresentada neste material didático. Para que você possa melhor aproveitar o conteúdo aqui exposto, este material conta com mais 5 seções, além desta Introdução. Na segunda Seção, apresentaremos a você o PNE: conceito, diretrizes, atores envolvidos em sua elaboração, monitoramento e avaliação. Na terceira Seção, será apresentado o PDE: conceito, características e diretrizes para os vários níveis da educação brasileira. Na quarta e quinta, as considerações finais e as referências utilizadas para a produção deste material. E na sexta seção, como de costume, atividades propostas para ajudar você a compreender o conteúdo desta discussão. Leia atentamente o material didático. Recomendamos também a leitura do PNE e do PDE, pois os consideramos de extrema importância para você que em breve estará atuando nesta área. Anote suas dúvidas e entre em contato com as tutoras que darão a você todo o apoio e orientações que precisar. Bons Estudos!!! II. PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO O Plano Nacional de Educação (PNE), de exigência constitucional (Art. 214) com periodicidade decenal, está dentre os principais documentos que regem a educação brasileira. Sendo assim, deve ser tomado como referência, na elaboração dos Planos Plurianuais (MEC, s/d1) uma vez que nele constam as diretrizes, metas e estratégias para a Política Educacional brasileira para o decênio por ele abrangido. Segundo Martins (2010 apud SENA, s/d, p. 2) “o PNE não é vinculado, a não ser por analogia, ao planejamento da ordem econômica. Trata-se de referência para o planejamento de um setor da ordem social – o setor educacional -, para o qual assume caráter de norma supra ordenadora, em consonância, mas não subordinada a planos plurianuais. Esse parece ser o entendimento compatível com a EC nº 59/2009, uma vez que o PNE, plano decenal, conviverá com três PPAs”. Em 25/7/2014 foi sancionada e entrou em vigor a Lei 13.005, que aprovou o PNE mais recente, com vigência de 10 anos a partir daquela data, abrangendo, portanto, o período 2014-2024. Segundo Sena (s/d), participaram do processo de elaboração do PNE em vigência: Atores governamentais: [representantes do Poder Executivo Federal, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal] (...); Conselhos e Fóruns de educação institucionais (...); 1 Do site http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf; acesso em 22/10/2017. http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf Movimentos Sociais (entidades representativas dos segmentos da comunidade educacional (...); entidades científicas (...); e redes de movimentos (...)); Sociedade Civil (entidades representativas de gestores dos entes federados na esfera educacional e em setores); Sociedade Civil vinculada ao setor privado na área educacional (segmento privado empresarial da educação (...); interesses privados na área da educação relacionados a grupos de educação de capital aberto (...)); e Organizações da sociedade civil e think thanks voltadas à formulação de políticas públicas (...). (Adaptado de SENA, s/d, p. 18-19) Segundo o MEC (2017, s/p), “o PNE deve ser a base para a elaboração dos planos estaduais, distrital e municipais” garantindo, portanto, o alinhamento de todos eles com a Política Nacional de Educação e, portanto, com a construção do Sistema Nacional de Educação (SNE). Segundo o Art. 2º da Lei 13.005/2014, são diretrizes do PNE: I. A erradicação do analfabetismo; II. A universalização do atendimento escolar; III. A superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação; IV. A melhoria da qualidade da educação; V. A formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; VI. A promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; VII. A promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País; VIII. O estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade; IX. A valorização dos (as) profissionais da educação; X. A promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. Para alcançar tais objetivos, o PNE traz um conjunto de 20 metas2, assim como as principais estratégias – um total de 254 - para viabilizar seu alcance. Segundo a Lei 13.005, todas as metas previstas devem ser alcançadas até o último ano vigência do PNE, ou seja, em 2024, salvo aquelas para as quais foram estabelecidas período de tempo inferior. Estrategicamente as metas foram divididas em 4 grupos, a saber: Metas estruturantes, relacionadas ao acesso e universalização da educação básica de qualidade; Metas que visam a equidade as quais estão, portanto, relacionadas redução das desigualdades e à valorização da diversidade; Metas que visam a valorização dos profissionais da educação. Metas referentes ao ensino superior, especificamente. 2 No PNE, em anexo, você terá acesso às 20 metas. A Lei 13.005 prevê, em seu Art. 5º, que visando a execução e o cumprimento das metas previstas no PNE, o Ministério da Educação (MEC), a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, o Conselho Nacional de Educação (CNE) e o Fórum Nacional de Educação (FNE) devem analisar e/ou propor a implementação de políticas públicas alinhadas às estratégias explicitadas no plano; monitorar e avaliar a implementação e os resultados das políticas educacionais definidas em cada instância de governo; assim como divulgar (prioritariamente por meio eletrônico, através de portais da transparência, por exemplo) os resultados das operações de monitoramento e avaliação. Estes resultados devem ser usados para fins de atualização do PNE, para garantir o enfrentamento de desafios que surjam ao longo de sua vigência como também para subsidiar a elaboração do PNE subsequente. ATENÇÃO... A União deve realizar pelo menos duas conferências nacionais de educação, precedidas de conferências municipais, estaduais e distritais, com um prazo de quatro anos entre elas, para avaliar a execução do PNE e o cumprimento de suas metas. III. PLANO DE DESENVOLVIMENTODA EDUCAÇÃO O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) foi aprovado em abril de 2007 sendo, portanto, anterior ao PNE vigente3, e visa a melhoria da educação, principalmente da educação básica – que como sabemos abrange do ensino infantil ao ensino médio - do país, em um prazo de quinze anos. Segundo MEC (s/d, p. 5), “A concepção de educação que inspira o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), no âmbito do Ministério da Educação, e que perpassa a execução de todos os seus programas reconhece na educação uma face do processo dialético que se estabelece entre socialização e individuação da pessoa, que tem como objetivo a construção da autonomia, isto é, a formação de indivíduos capazes de assumir uma postura crítica e criativa frente ao mundo”. O PDE é “um plano executivo” (MEC, s/d, p. 15) constituído por mais de quarenta programas organizados em torno dos quatro eixos da educação brasileira: educação básica (com planos específicos para o ensino infantil, fundamental e médio), educação superior, educação profissional e alfabetização. Ressalta-se que os programas estão conectados entre si e com os objetivos do PNE, de forma a ser mais um instrumento que contribui para a consolidação do sistema nacional de educação. Ressalta-se, ainda, que o PDE “pretende ser mais do que a tradução instrumental do Plano Nacional de Educação (PNE) (MEC, s/d, p.7)”. 3 Apesar de ter sido elaborado em 2007, as diretrizes e metas do PDE estão em perfeita consonância com o PNE em vigor. Visando a melhoria da qualidade do ensino básico, o PDE atribui grande importância à formação de professores e valorização dos profissionais da educação, explicitando, inclusive, o comprometimento da União com a formação de professores para o ensino básico. Além desta medida, há a substituição do FUNDEF pelo FUNDEB aumentando não apenas o aporte financeiro repassado pela União a Estados/DF e Municípios, mas também permitindo a realização de investimento no ensino médio4. O PDE altera significativamente a avaliação da educação básica brasileira. Institui o Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – como principal indicador da qualidade do ensino no país identificando, através dele, as Instituições que mais carecem de atenção – entenda apoio financeiro e de gestão – por parte do governo federal, além de servir como um importante instrumento para a prestação de contas à sociedade sobre a qualidade da educação que vem sendo ofertada nos estabelecimentos de ensino do país. 4 Não entraremos em detalhes sobre esta questão, dado que é tema específico da Aula 15. Reestrutura o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), sistema de avaliação do ensino fundamental, que passa a ser constituído por três avaliações, a saber: Aneb (Avaliação Nacional da Educação Básica, conhecida como Saeb); Anresc (Avaliação Nacional do Rendimento Escolar), conhecida como ‘Prova Brasil’; e ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização)5. E institui o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), como principal instrumento de avaliação do ensino médio. 5 O Saeb será analisado com mais detalhes na Aula 15. Por hora nos limitaremos a informar sua composição atual. No que tange à educação superior, o PDE define como diretrizes a expansão da oferta de vagas, considerando “inaceitável que somente 11% dos jovens, entre 18 e 24 anos, tenham acesso a esse nível educacional” (MEC, s/d, p. 26), a melhoria da qualidade do ensino superior, a promoção da inclusão social pela educação, a reordenação territorial da oferta de vagas levando a universidade às áreas mais remotas do país (como exemplo a criação de universidades federais em áreas interioranas), e transformar a educação superior em peça imprescindível na produção científico- tecnológica e, portanto, em instrumento de promoção de desenvolvimento social e econômico. (Adaptado de MEC, s/d, p. 26). Para democratizar o acesso ao ensino superior, a União não apenas ampliou a rede pública de ensino superior, como ampliou também o PROUNI – Programa Universidade para Todos, criado em 2004 – um programa para a concessão de bolsas de estudo - integrais e parciais (50%) - a estudantes de cursos superiores em instituições privadas de ensino e o FIES (Fundo de Financiamento Estudantil). Finalmente, visando a melhoria da qualidade do ensino superior, institui o ENAD (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), em substituição ao antigo Provão. Em relação à educação profissional e tecnológica, verificou-se uma significativa expansão da rede federal de educação tecnológica através da implementação de novos Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia (IFET) e também através da interiorização dos mesmos, alcançando jovens residentes em municípios interioranos. Segundo o MEC (s/d), os IFET têm os seguintes objetivos: “Ofertar educação profissional e tecnológica, como processo educativo e investigativo, em todos os seus níveis e modalidades, sobretudo de nível médio; orientar a oferta de cursos em sintonia com a consolidação e o fortalecimento dos arranjos produtivos locais; estimular a pesquisa aplicada, a produção cultural, o empreendedorismo e o cooperativismo, apoiando processos educativos que levem à geração de trabalho e renda, especialmente a partir de processos de autogestão. (MEC, s/d, p.32) Ressalta-se que ganha destaque, no contexto da educação profissionalizante, a Educação para Jovens e Adultos (EJA), o que resulta na implementação do PROEJA (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos). Finalmente, no que diz respeito à alfabetização, educação continuada e diversidade, o PED explicita que “o Estado brasileiro tem o dever moral de explorar todas as possibilidades de superação do problema do analfabetismo” e a partir desta responsabilização passa a atuar mais enfaticamente no sentido de reduzir o analfabetismo no país, integrando a alfabetização à EJA, afirmando que “as salas de alfabetização, após a formatura, devem ser transformadas em salas de educação continuada de jovens e adultos” (MEC, s/d, p. 36). Para tanto, prevê a adequação dos equipamentos públicos e a formação dos professores da rede pública para trabalhar com este público, com características tão específicas. IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar de contarmos com uma boa legislação que regulamenta o ensino no país, a educação pública brasileira permanece avaliada como sendo de baixa qualidade e com índices de reprovação, evasão e distorção idade- série, elevados. Chamamos a atenção para os significativos diferenciais regionais: nos Estados das regiões Norte e Nordeste o Ideb, por exemplo, é ainda mais baixo, comparativamente aos Estados das regiões Sul e Sudeste. Consulte o Ideb da rede pública, para as Unidades da Federação e veja você mesmo a diferença! Você deve estar se perguntando: se temos uma boa legislação – LDBEN 9394/96, PNE e o PDE – para orientar as ações dos gestores de forma a garantir a oferta de ensino público de boa qualidade, porque o Ideb das escolas públicas é baixo e significativamente menor comparativamente ao Ideb das instituições privadas? No site da Fundação Lemann6 você encontrará algumas respostas! Segundo informações divulgadas no referido site, muitas escolas públicas brasileiras não contam com infraestrutura adequada, considerada imprescindível para se promover um bom aprendizado. 6 http://www.fundacaolemann.org.br/dia-da- educacao/?gclid=EAIaIQobChMImOye4M6a1wIVxwSRCh0X2QjiEAAYASAAEgKx6vD_BwE As regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas - muitas não possuem salas de leitura,bibliotecas ou acesso à internet. Isso dificulta o desenvolvimento e incentivo a tecnologias educacionais que poderiam ser grandes aliadas dos professores e alunos. Fonte: http://www.fundacaolemann.org.br/dia-da- educacao/?gclid=EAIaIQobChMImOye4M6a1wIVxwSRCh0X2QjiEAAYASAAEgKx6vD_BwE Muitos professores da rede pública não possuem formação adequada para as disciplinas que lecionam. A prática pedagógica, muitas vezes ultrapassada, demonstra-se insuficiente para atrair a atenção do aluno e mantê-lo em sala de aula. Ressalta-se que apesar dos programas de transferência de renda- como o bolsa família - que condicionam o recebimento do benefício à frequência da criança na escola, o índice de evasão é ainda elevado. A evasão é, segundo a Fundação Lemann, maior entre crianças mais pobres, muito provavelmente por estar relacionada ao trabalho infantil. Como se pode notar, apesar da moderna legislação, os desafios da educação brasileira são ainda imensos! V. REFERÊNCIAS BRASIL/Ministério da Educação (MEC). O Plano de Desenvolvimento da Educação: Razões, Princípios e Programas. s/d. Disponível em http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/livro.pdf. Acesso dia 20/10/2017. http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/livro.pdf Brasil. Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação : SAEB : ensino médio : matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília : MEC, SEB; Inep, 2008. Brasil. Ministério da Educação (MEC). Plano Nacional de Educação 2014- 2024. Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2014. Disponível em http://www.observatoriodopne.org.br/uploads/reference/file/439/document o-referencia.pdf BRASIL. Lei 13.005. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso 20/10/2017. SENA, Paulo. A História do PNE e os desafios da nova Lei. Sites consultados: http://www.educacional.com.br/legislacao/leg_i.asp http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/saeb_matriz2.pdf http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/livro.pdf http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/links/links.php?categoria=45 VI. ATIVIDADE 1. Discuta a importância do PNE como instrumento necessário para a consolidação de um Sistema Nacional de Educação. 2. Leia o PNE e conheça as metas previstas para o período 2014-2024. 3. Verifique se metas previstas, no PNE, para serem cumpridas até 2016 foram de fato alcançadas. 4. Discuta a importância do PDE para a educação brasileira, na atualidade. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm http://www.educacional.com.br/legislacao/leg_i.asp http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/saeb_matriz2.pdf http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/livro.pdf 5. Discuta a importância da participação social no processo de elaboração do PNE. No processo de elaboração do atual PNE houve, de fato, participação social? Justifique. 6. Estabeleça a relação entre o PNE e o PDE.
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