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GESTÃO DA CLÍNICA Atenção Primária à Saúde – Amanda Longo Louzada Definição: · É a aplicação de tecnologias de microgestão dos serviços de saúde com a finalidade de assegurar padrões clínicos ótimos, de aumentar a eficiência, de diminuir os riscos para os usuários e para os profissionais, de prestar serviços efetivos e de melhorar a qualidade da atenção à saúde Agenda de atendimento: · Modelo tradicional: · A equipe define quando é com que frequência que ver os grupos prioritários. · A equipe atende apenas a demanda do seu território, dificultando o atendimento · Demanda artificial: a agenda cheia devido a demanda programada e pouco atendimento da demanda espontânea · Grupos prioritários: hipertensão arterial, diabetes, gestantes, tuberculosos e pessoas com hanseníase · Modelo Atual: com a programação da agenda, os grupos prioritários continuam existindo e sendo entendidos como prioritários, mas cada vez mais há compreensão de que a APS de alta qualidade deve conseguir dar respostas a todas as demandas, inclusive desses grupos prioritários · Organização da Agenda: · Reorganizar o processo de trabalho e as formas de agendamento, para oferecer um melhor acesso com os mesmos recursos profissionais · O paciente consegue uma avaliação ou consulta com sua equipe de referência · Abrir mão de uma agenda fragmentada em função de grupos por patologias ou faixas etárias (dias específicos) · Evitar pré-agendamento prolongados (desperdício de tempo) · Envolver todos os profissionais disponíveis para oferecer os melhores recursos de acordo com as necessidades da população da sua área · Definir quanto tempo será necessário para uma consulta pré-agendada, considerando que esta se dará para no máximo 1 semana · Presença da equipe durante todo o horário de funcionamento da unidade de saúde, com horários de atendimento diferenciados entre os profissionais da mesma equipe · Atender as demandas reais e do momento (consultas mais objetivas e mais rápidas, profissionais mais satisfeitos e resolutivos) · A agenda deve ser o mais livre possível · Tentar oferecer agendamento no dia independente do motivo da consulta · Revisar rotinas para pessoas de baixo risco (diminuir consulta de controle) · Reservar tempo para a gestão do cuidado (renovação de receitas) · Os tempos de consulta precisam ser diferentes e flexíveis · A gestão das clínicas aprimora os protocolos clínicos para facilitar o acesso a população adstrita aos serviços de saúde e melhorar a qualidade no primeiro atendimento, sem priorizar os demais. · Alguns tipos de tecnologias de gestão da clínica são: diretrizes clínicas, a gestão da condição de saúde, a gestão de caso e a auditoria clínica · As tecnologias da gestão da clínica encontram, na ESF, um campo privilegiado de aplicação · A gestão de agenda é importante para facilitar o acesso, permitindo o atendimento à demandas agudas e crônicas que não estão contempladas pelos programas tradicionalmente criados na APS Equipes funcionais: · Médico: lida com as doenças e queixas vagas e mal definidas, com problemas gerais e inespecíficos, com trabalho assistencial e clínico · Enfermeiro: atende a demanda espontâneas, administrativas, cuidado e monitoramento de crônicos · Técnico de Enfermagem: avalia e recepciona a demanda espontânea com resolutividade, avalia demandas administrativas, faz o cuidado e monitoramentos de crônicos · ACS: recepciona a demanda espontânea, faz o agendamento de consulta, faz a vigilância em saúde, atende demandas administrativas, faz o cuidado e o monitoramento de crônico Instrumentos tecnológicos: · A aplicação dessas tecnologias tem a finalidade de assegurar padrões clínicos ótimos, de aumentar a eficiência, de diminuir os riscos para usuários e para os profissionais, de prestar serviços efetivos e de melhorar a qualidade da atenção à saúde. · Diretrizes Clínicas: · São instrumentos de normalização do padrão de cuidado em saúde · Propósito: orientar profissionais de saúde quanto às intervenções clínicas, pautadas em: · Evidência científica · Busca: alcançar melhoria no atendimento · Instrumentos: · Linhas-Guia: normalizam todo o processo de atenção, em todos os pontos de atenção, considerando-se a APS como coordenadora · Protocolos: normalizam o padrão de atendimento à determinada patologia ou condição, identificando as ações de prevenção, diagnóstico, cura\cuidado ou reabilitação em um ponto de atenção específico. · Gestão de Patologias: · Consiste no desenvolvimento de um conjunto de intervenções educacionais e gerenciais, relativas a determinada condição ou patologia, definidas pelas diretrizes clínicas, com o objetivo de melhorar a qualidade da atenção à saúde e eficiência dos serviços. · Ênfase: na promoção da saúde e\ou ação preventiva, com intervenção precoce objetivando melhores resultados e menores custos · Indicada para o manejo das condições crônicas que demandam atenção de longo tempo e em diferentes pontos de ação à saúde · Gestão de Casos: · É um processo que se desenvolve entre o gestor de caso (enfermeiro, assistente social) e o usuário do serviço de saúde para planejar, monitorar e avaliar opções e serviços, de acordo com as necessidade da pessoas, com o objetivo de propiciar uma atenção de qualidade, personalizada e humanizada · Permite identificar as pessoas com maior risco, acompanhar e controlar o curso da doença. Assim, é possível minimizar o custo da doença, melhorar a qualidade e autonomia · Deve coordenar a atenção, utilizando-se dos serviços que compõem o sistema e observar o plano terapêutico · Auditoria Clínica: analisa de forma sistêmica e crítica, a qualidade da atenção à saúde, avaliando diagnóstico e tratamento, uso de recursos e os resultados para os pacientes. · Investir em capacitação e qualificação do profissional no âmbito da Atenção Primária à Saúde e da regulação em saúde pode promover maior resolutividade com melhor gestão do cuidado, bem como o uso racional dos recursos disponíveis.