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ALEGAÇÕES FINAIS N2

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AO JUÍZO DA 3ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE PORTO VELHO
Processo nº: ...
ÁSDRUBAL MÃO LEVE, brasileiro, solteiro, Técnico de loja de celulares, filho de José Alves e Maria Almeida, nascido em 20/08/1999, natural de Porto Velho/RO, portador do RG n. 1SSP-RO, inscrito no CPF n..., residente na Rua João Paiva, n. 7324, bairro Lagoinha, Porto Velho/RO. 
JEANE FELIX GRAY, brasileira, solteira, auxiliar administrativo, filha de Francisco Simão e Marinete Silva, nascida aos 15/08/1997, natural de Porto Velho/RO, portadora do RG n. 1 SSP/RO, inscrita no CPF n..., residente na rua João Paiva, n. 7324, bairro Lagoinha, Porto Velho/RO, vem apresentar as ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, com fundamentos no Art. 403,§ 3º, do Código de Processo Penal, diante dos motivos de fato e de direitos a seguir expostos:
I – DOS FATOS
De acordo com o averiguado, a Vítima Temistocles Sofrenildo, estava na calçada de sua residência com sua amiga Afrodite Bela, dado momento Asdrubal Mão Leve e Jeane felix se aproximaram de moto e Jeane como passageira desceu da moto para subtrair a bolsa e o celular, enquanto enquanto Asdrubal ameaçava as vítimas com uma arma, os suspeitos fugiram sentido a Avenida Raimundo Cantuária.
Dias depois os assaltantes foram noticiados em um site de jornal com as mesmas vestes, onde as vítimas os reconheceram e fizeram o reconhecimento fotográfico na delegacia.
Em decorrência ao demonstrado, denuncio a Vossa Excelência as pessoas de ÁSDRUBAL MÃO LEVE e JEANE FELIX GRAY, como incursos nas penas do art. 157, § 2º, II, §2-A I, para que, recebida esta, sejam os denunciados citados e interrogados.
O Ministério Público, então, por entender haver indícios suficientes de autoria, provas da materialidade e justa causa, resolveu denunciar Sofia Vergara pela prática da conduta prevista no Art. 157, §§ 2, I e 2º-A, I, do CP (roubo majorado pelo concurso de agentes e emprego de arma de fogo). 
Na audiência de instrução e julgamento, realizada no dia 29/04/2021 (sexta-feira), o Ministério Público apresentou certidão cartorária apta a atestar que no dia 07/05/2021 (sexta-feira) ocorrera o trânsito em julgado definitivo de sentença que condena Asdrubal e Jeane pela prática do delito de Roubo.
Na referida audiência foram ouvidas 02 testemunhas de acusação e 02 de defesa. A ré, em seu interrogatório, relatou estar trabalhando no dia do ocorrido, o magistrado abriu o prazo pra o MP, que apresentou as alegações no dia 05/05/2021, e em 06/05/2021 o advogado da ré foi intimado para também apresentar suas alegações.
Eis a síntese.
PRELIMINARMENTE 
Nulidade
a) Reconhecimento por foto
Nulidade do reconhecimento fotográfico Pelo princípio da liberdade dos meios de prova, o reconhecimento informal tem valor probante, ainda que menos, e assim ocorre também com o reconhecimento fotográfico, o qual não pode ser desconsiderado. Todavia, este reclama alguma corroboração na restante prova, do que não se dispõe.
RECURSO PROVIDO.
PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO QUALIFICADO. NULIDADE DA SENTENÇA. CONDENAÇÃO FUNDAMENTADA EM RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO. FASE INQUISITORIAL. AUSÊNCIA DE CONFIRMAÇÃO JUDICIAL. ORDEM CONCEDIDA.
- O reconhecimento fotográfico somente deve ser considerado como forma idônea de prova, quando acompanhada de outros elementos aptos a caracterizar a autoria do delito.
- A produção de provas na fase inquisitorial, deve observar com rigor as formalidades legais tendentes a emprestar-lhe maior segurança, sob pena de completa desqualificação de sua capacidade probatória.
- Ordem CONCEDIDA para anular o acórdão recorrido e determinar a imediata soltura do Paciente, salvo se por outro motivo estiver preso. (STJ - HC 56.723, Sexta Turma, Rel. Ministro Paulo Medina, DJ 11/12/2006).
b) Ausência de laudo pericial da majorante do emprego de arma de fogo
EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. DISPARO DE ARMA DE FOGO. MATERIALIDADE NÃO COMPROVADA. ARMA NÃO APREENDIDA E NEM SEQUER PERICIADA. AUSÊNCIA DE LAUDO PERICIAL NO LOCAL DO EVENTO. DELITO QUE DEIXA VESTÍGIO. PROVA TESTEMUNHAL, QUE NÃO PODE SUPRIR A FALTA DE LAUDO PERICIAL. FRAGILIDADE DA PROVA. ABSOLVIÇÃO QUE SE IMPÓE. RECURSO PROVIDO.
- Em se tratando de crime de disparo de arma de fogo, delito que deixa vestígios, é imprescindível a apreensão e perícia da arma de fogo, não sendo suficiente, para fins de comprovação da existência do crime, a prova testemunhal - Inteligência do art. 158 do CPP - Inexistindo nos autos laudo pericial da suposta arma de fogo - que sequer foi apreendida -, não sendo localizado nenhum projétil disparado, e nem mesmo realizado exame residuográfico, a absolvição é medida impositiva - Recurso provido.
c) Inversão da ordem de perguntas às testemunhas e informantes, em desobediência, ao disposto no artigo 212, do CPP que prevê que as parte formularão as perguntas e ao juiz poderá haver posterior complementação de questionamentos.
“PROCESSO PENAL E PENAL. HABEAS CORPUS. SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL, ORDINÁRIO OU DE REVISÃO CRIMINAL. NÃO CABIMENTO. ART. 157, § 2º, INCISOS I E II DO CP. IRREGULARIDADE NO INTERROGATÓRIO. NÃO OCORRÊNCIA. INVERSÃO NA ORDEM DE OITIVA DE TESTEMUNHAS. INFRINGÊNCIA AO ART. 212 DO CPP. NULIDADE RELATIVA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO.
1. Ressalvada pessoal compreensão diversa, uniformizou o Superior Tribunal de Justiça ser inadequado o writ em substituição a recursos especial e ordinário, ou de revisão criminal, admitindo-se, de ofício, a concessão da ordem ante a constatação de ilegalidade flagrante, abuso de poder ou teratologia.
2. Inexistência de nulidade no interrogatório que foi realizado nos termos do art. 187 do CPP, tendo o magistrado oportunizado a palavra ao Ministério Público e à defesa do paciente e do corréu.
3. A jurisprudência desta Corte posiciona-se no sentido de que eventual inobservância ao disposto no art. 212 do CPP, gera nulidade meramente relativa, sendo necessário, para seu reconhecimento, a comprovação do efetivo prejuízo, o que inocorreu na espécie.
4. Habeas corpus não conhecido.”
“Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Parágrafo único.  Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.”   
II – DO DIREITO
2.1 – DA VERACIDADE DOS FATOS (ROUBO) 
Excelência, a conduta encontra-se sob a incidência da verdade processual na qual não houve comprovação o suficiente para que pudesse condenar os réus.
Uma vez que foi provado por testemunhas que estes encontravam-se em trabalho no momento e em depoimento Jeane relatou ter sido pega de surpresa.
Pois como é colega de trabalho de Asdrubal, viu o momento em que chegaram para leva-lo a delegacia e acabou indo junto sem razões.
É fato que as vítimas disseram reconhecê-los, no entanto, as testemunhas dos acusados foram imprescindíveis, pois estas conseguiram esclarecer que realmente se tratava de um erro.
 Art. 386.  O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
I - estar provada a inexistência do fato; o defunto que seria vítima do homicídio apareceu 
III - não constituir o fato infração penal;
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;   
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;  
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; 
II - não haver prova da existência do fato; 
Que são pressupostos do princípio do in dubio pro reo
VII – não existir prova suficiente para a condenação.  
Conforme o código Penal e o princípio do “Indúbio pró reo” não pode os réus serem condenados sem que haja prova que os indicie, vejamos:
Declaração universal dos direitos humanos
“Art. XI. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumidainocente, até que a culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público, no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.” Presunção de inocência. 
Já na atual Constituição da República Federativa do Brasil, assim está insculpido o princípio:
“Art. 5 º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:(…)
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;”
Tal dispositivo assegura ao acusado, ou mesmo indiciado, o direito de ser considerado inocente até que sentença penal condenatória venha a transitar formalmente em julgado, sobrevindo, então, a coisa julgada de autoridade relativa, servindo como um fundamental postulado de segurança jurídica diante dos poderosos tentáculos do Estado Leviathan.
Além disso, o referido princípio requer que o julgador mantenha uma posição negativa em relação ao acusado, e, ainda, uma postura positiva, na medida em que não o considere culpado, mas, principalmente, trate-o efetivamente como inocente.
Se ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, como dispõe o inciso LVII do art. 5º, é de rigor que, em caso de dúvida, a decisão seja dada em prol do acusado, pois um juízo condenatório deve ser baseado em um lastro mínimo de certeza.
Nesse diapasão, assevera o e. Supremo Tribunal Federal:
“O postulado constitucional da não culpabilidade impede que o Estado trate, como se culpado fosse, aquele que ainda não sofreu condenação penal irrecorrível. A prerrogativa jurídica da liberdade – que possui extração constitucional (CF, art. 5º, LXI e LXV) – não pode ser ofendida por interpretações doutrinárias ou jurisprudenciais, que, fundadas em preocupante discurso de conteúdo autoritário, culminam por consagrar, paradoxalmente, em detrimento de direitos e garantias fundamentais proclamados pela Constituição da República, a ideologia da lei e da ordem. Mesmo que se trate de pessoa acusada da suposta prática de crime hediondo, e até que sobrevenha sentença penal condenatória irrecorrível, não se revela possível – por efeito de insuperável vedação constitucional (CF, art. 5º, LVII) – presumir-lhe a culpabilidade. Ninguém pode ser tratado como culpado, qualquer que seja a natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem que exista, a esse respeito, decisão judicial condenatória transitada em julgado. O princípio constitucional da não culpabilidade, em nosso sistema jurídico, consagra uma regra de tratamento que impede o Poder Público de agir e de se comportar, em relação ao suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já houvessem sido condenados, definitivamente, por sentença do Poder Judiciário. Precedentes.”
Vislumbram-se, então, duas regras, em relação ao acusado, decorrentes do princípio da “presunção de inocência”: uma regra de tratamento e outra de fundo probatório.
Diante do exposto, requer a aplicação do princípio da preseunção da inocência e por não haver provas insuficientes.
2.1.1 – NÃO CONFIGURAÇÃO DA REINCIDÊNCIA
Nos termos do Art. 63, do Código Penal considera-se reincidente o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
Desta forma, o Código Penal estabelece que a reincidência se configura quando o agente comete novo crime depois do trânsito em julgado de condenação anterior.
Assim, o crime de estelionato cometido pela ré, cujo transito em julgado deu-se em 05/04/2021 (depois da ocorrência do crime de furto), não podendo, portanto, tal sentença ser utilizada como motivo para reconhecer reincidência, nos termos do art. 63, do Código Penal.
Diante do exposto, requer seja afastada da pena o agravamento pela reincidência.
III – DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer:
a) Absolvição dos réus, com base no princípio da presunção de inocência e o art. 5º da CF, por ausência de provas;
b) Subsidiariamente, caso Vossa Excelência não entenda pela absolvição, requer o afastamento das agravantes de maus antecedentes e da reincidência;
c) Requer a aplicação da atenuante da pena em decorrência da idade da ré;
d) Requer a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito, nos termos do art. 44, inciso I, do Código Penal.
Nestes termos, pede deferimento.
Porto Velho, 06 de Maio de 2021.
ADVOGADA
OAB/UF

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