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etica_cidadania (1)

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Prévia do material em texto

Ética e Cidadania
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI
Conselho Nacional
Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI
Departamento Nacional
José Manuel de Aguiar Martins
Diretor Geral
Regina Maria de Fátima Torres
Diretora de Operações
Confederação Nacional da Indústria
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Nacional
Ética e Cidadania
Brasília
2010
José Olavo Braga
© 2010. SENAI – Departamento Nacional
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Nacional
Setor Bancário Norte, Quadra 1, Bloco C 
Edifício Roberto Simonsen – 70040-903 – Brasília – DF 
Tel.:(61)3317-9000 – Fax:(61)3317-9190 
http://www.senai.br
Coordenador Projeto Estratégico 14 DRs
Luciano Mattiazzi Baumgartner - 
Departamento Regional do SENAI/SC
Coordenador de EaD – SENAI/AM
José Nabir de Oliveira Ribeiro - Departamento 
Regional do Amazonas
Coordenador de EaD – SENAI/GO
Ariana Ramos Massensini - Núcleo Integrado 
de Educação a Distância SESI e SENAI
Coordenador de EaD – SENAI/PB
Felipe Vieira Neto - Centro de Educação 
Profissional Prof. Stenio Lopes
Coordenador de EaD – SENAI/SC em 
Florianópolis
Diego de Castro Vieira - SENAI/SC em 
Florianópolis
Design Educacional, Design Gráfico, 
Diagramação e Ilustrações
Equipe de Desenvolvimento de Recursos 
Didáticos do SENAI/SC em Florianópolis
Revisão Ortográfica e Normativa
FabriCO 
Fotografias
Banco de Imagens SENAI/SC
http://www.sxc.hu/
http://office.microsoft.com/en-us/images/
http://www.morguefile.com/
Equipe técnica que participou da elaboração desta obra
 
Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB 14/937 – SENAI/SC Florianópolis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 B813e 
Braga, José Olavo 
 Ética e cidadania / José Olavo Braga. Brasília: SENAI/DN, 2010. 
 71 p. : il. color ; 30 cm. 
 
Inclui bibliografias. 
 
 1. Ética. 2. Ética profissional. 3. Ética empresarial. 4. Cidadania. 5. 
Conduta. I. SENAI. Departamento Nacional. II. Título. 
 
 CDU 174 
Apresentação do Curso ................................................................................. 07
Plano de estudos ............................................................................................. 09
Unidade 1: Ética e Cidadania ...................................................................... 11
Unidade 2: Ética Profissional ....................................................................... 33
Unidade 3: Ética no Ambiente de Trabalho ............................................ 47
Conhecendo o autor ....................................................................................... 67
Referências ......................................................................................................... 69
Sumário
7
Olá! Seja bem-vindo ao curso Ética e Cidadania. 
Durante este curso você estudará um pouco mais a 
história desses dois temas, qual a visão atual sobre 
esses conceitos e como foram evoluindo ao longo 
dos anos.
Terá oportunidade de conhecer as relações 
existentes entre ética e trabalho e entre ética e 
moral, além do individualismo e as mudanças de 
paradigmas. Também serão abordados neste curso 
assuntos sobre assédio no ambiente de trabalho, 
virtudes profissionais e código de ética profissional. 
Então, ajeite-se confortavelmente e prepare-se para 
começar os estudos. Vamos lá?!
Professor José Olavo Braga
Apresentação 
do Curso
9
Carga horária: 
16h
Ementa
Ética. Evolução do trabalho. Ética e trabalho. Éti-
ca profissional. Individualismo e ética profissional. 
Mudanças de paradigmas. Assédio no ambiente de 
trabalho. Virtudes profissionais. Código de Ética 
Profissional.
Objetivos
Objetivo geral
Estudar os conceitos de ética e moral, no contexto 
da cidadania dentro e fora das organizações.
Objetivos específicos 
 � Adquirir conhecimento sobre ética e cidadania;
 � Desenvolver percepção crítica sobre o tema;
 � Compreender conceitos de termos referentes ao 
assunto;
 � Conhecer sobre os tipos de ética existentes e 
suas relações.
Plano de Estudos
11
1Ética e Cidadania
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta unidade, você terá subsídios para:
 � Reconhecer assuntos relacionados aos te-
mas de ética, moral, cidadania e evolução do 
trabalho;
 � Compreender como esses assuntos estão 
relacionados entre si e quais os seus funda-
mentos;
 � Conceituar termos sobre ética, moral e cida-
dania e conhecer a história da evolução do 
trabalho.
Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das aulas 
seguintes.
Aula 1: Ética
Aula 2: Ética e moral
Aula 3: Cidadania
Aula 4: Evolução do trabalho
12
Para Iniciar
Bem vindo ao curso Ética e Cidadania. Este curso foi desenvolvido especialmente 
para você. Nesta unidade, você estudará os conceitos de ética, moral e cidadania, 
para entender suas diferenças e conhecer um pouco mais suas histórias, desde 
suas origens até os dias de hoje.
Este estudo também explanará a história e o desenvolvimento da ética e da ci-
dadania no Brasil. Você vai observar que a história desse tema está diretamente 
relacionada às histórias das lutas pelos direitos humanos e que houve um grande 
avanço quando se estabeleceu a Constituição de 1988, garantindo aos cidadãos 
brasileiros direitos e deveres outrora não instituídos.
Você estudará a importância da ética no dia a dia de uma sociedade, tendo em 
vista que ela funciona como uma reguladora de desenvolvimento histórico-cultu-
ral. Verá que, sem os princípios fundamentais de ética, a humanidade já teria se 
despedaçado até a autodestruição. Com base nesse tema, você terá oportunidade 
de refletir sobre a aplicação de valores éticos e morais em suas práticas diárias.
Para enriquecer ainda mais seu conhecimento a respeito de ética e cidadania, será 
explicado como se dá a aplicação dos conceitos já aprendidos no ambiente de 
trabalho e sua evolução ao longo dos anos.
Finalizando a unidade, você conhecerá mais alguns temas que estão relacionados 
à ética, pois são atuais e muitas vezes polêmicos, tais como valores éticos na vida 
privada e profissional, ética e convivência humana, ética e justiça social, ética e 
meio ambiente, política, corrupção, entre outros.
Há muita coisa para aprender, então, mãos à obra!
13Unidade 1
Ética e Cidadania
Aula 1: 
Ética
Atualmente é muito comum ouvirmos ou falarmos 
sobre ética, mas o que é isso exatamente?
Conceituando, a palavra “ética” vem do grego 
ethos e significa “costume”, “uso” ou “forma de 
conduzir-se”. Conforme salienta Vaz (1988), duas 
palavras gregas, parecidas, explicam o sentido 
etimológico da palavra: ethos e éthos.
 � Ethos pode ser entendido como “costume”, 
referindo-se aos usos e costumes de um grupo. 
Praticamente tem o mesmo significado do que 
em latim seria “costume”, correspondendo a 
mos e moris, originando a palavra “moral”.
 � Éthos pode ser entendido como domicílio, 
moradia, ou seja, a morada habitual de alguém. 
Passou a designar a maneira de ser habitual, o 
caráter, a disposição da alma. Caráter é marca, 
sigilo, timbre ou disposição interna da vontade 
que a inclina a agir habitualmente de determi-
nada maneira. É o hábito, para o bem ou para 
o mal, virtuoso ou vicioso. Hábito é efeito de 
atos, pois a repetição de atos causa o hábito, 
mas, uma vez adquirido, o hábito toma-se cau-
sa de atos (ANJOS, 2009).
A ética está presente em todas as etnias. Ela é 
um conjunto de regras, princípios ou maneira de 
pensar e expressar. Uma espécie de teoria sobre a 
prática moral, uma reflexão teórica que analisae 
critica os fundamentos e os princípios que re-
gem um determinado sistema moral. Diante dis-
so, considera-se que a ética pode ser ensinada e 
aprendida.
ÉTICA:
Conjunto de regras e de 
valores a que se subme-
tem os fatos e as ações 
humanas, para apreciá-los 
e distingui-los.
ETIMOLÓGICO (adj.):
Tratado da origem das 
palavras.
MORAL: 
Relativo aos princípios 
do bem e do mal; ético; 
conjunto de faculdades 
morais.
TIMBRE: 
Marca, sinal.
ETNIA: 
Grupo humano biológica 
e culturalmente homogê-
neo.
14
Construída pela sociedade, a ética contempla va-
lores históricos e culturais. Portanto, do ponto de 
vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda 
os valores e os princípios morais de uma sociedade 
e seus grupos.
Conforme Nalini (1999), Ética é a ciência do com-
portamento moral dos homens em sociedade; é 
o conjunto de normas de comportamento e de 
formas de vida, por meio do qual o homem tende 
a realizar o valor do bem.
Atenção
A ética não tem como função julgar as 
distintas práticas morais de cada sociedade, 
mas explicar o porquê de tantas diferenças 
ao longo dos anos, resultando muitas vezes 
em práticas morais diferentes e até mesmo 
opostas.
Cada sociedade e cada grupo possuem seus pró-
prios códigos de ética. Em um país, por exemplo, 
sacrificar animais para pesquisa científica pode ser 
ético. Em outro país, essa atitude pode desrespei-
tar os princípios éticos estabelecidos. 
Saiba mais
Aproveitando o exemplo, a ética na área 
de pesquisas biológicas é denominada 
bioética.
Além dos princípios gerais que norteiam o bom 
funcionamento social, existe a ética de determina-
dos grupos ou locais específicos. Nesse sentido, 
podemos citar a ética médica, de trabalho, empre-
sarial, educacional, nos esportes, jornalística, na 
política etc.
FILOSOFIA: 
Ciência da busca pelo co-
nhecimento, especialmen-
te da origem e do sentido 
da existência.
15Unidade 1
Ética e Cidadania
A ética serve para que haja equilíbrio e bom funcionamento social, possibili-
tando que ninguém saia prejudicado. Embora não possa ser confundida com as 
leis, a ética está relacionada ao sentimento de justiça social.
Uma pessoa que não segue a ética da sociedade a qual pertence é chamada de 
antiética, assim como o ato praticado é denominado dessa forma.
O surgimento da ética
O estudo da ética iniciou-se com filósofos gregos há cerca de 25 séculos. Atu-
almente, inúmeros pesquisadores do conhecimento dedicam-se ao estudo da 
ética e seu campo de atuação ultrapassa os limites da filosofia. Nesse contexto, 
sociólogos, psicólogos, biólogos e muitos outros profissionais desenvolvem 
trabalhos no campo da ética.
Sócrates foi o grande iniciador da ética. Ele deu início a questionamentos a 
respeito da razão. Não interessava a ele apenas cumprir a lei, mas saber qual o 
sentido dela.
16
O homem antigo se satisfazia com as respostas 
dadas pelo simples mito e nada questionava. Afi-
nal, em sua concepção, o mito dizia a verdade dos 
deuses, ou seja, se o mito mandava agir de acordo 
com a lei divina, isso era inquestionável. Em um 
dado momento, o homem começou a questionar a 
lei e as respostas dadas pelo mito. Deu-se, assim, 
grosso modo, o aparecimento da filosofia.
Quando os gregos iniciaram suas buscas por res-
postas, a lógica mística já não os satisfazia, dessa 
forma eles superaram o mito. Surgiu, naquele mo-
mento, um novo modo de vida e respostas que ge-
raram novas perguntas. Houve uma procura pelo 
saber e não mais pelo mito, pois suas respostas 
perderam o sentido para os homens. Assim, surgiu 
o filósofo, definido como aquele que concretiza o 
saber. Mais precisamente, o filósofo concretiza as 
virtudes.
Virtude é definida como o bem moral - inte-
lectuais, porque elas dão sentido às coisas. É o 
advento de um novo modo de vida, em que a 
cultura passa a ser julgada pela razão, pois as 
coisas começam a ser explicitadas e fundamen-
tadas pelo próprio homem. (CARVALHO, 2003, 
p. 3). Tarefa própria do filósofo.
Ética é, portanto, o estudo da ação humana e de 
suas consequências. Um ramo do saber que reflete 
sobre a ação humana, que tenta identificar os prin-
cípios práticos que regulam essa ação. Lembrando 
que somente com o surgimento da filosofia pode-
se falar de ética como uma reflexão racional sobre 
o agir.
VIRTUDE: 
Disposição firme para 
o bem; boa qualidade 
moral.
17Unidade 1
Ética e Cidadania
Relembrando
Nesta aula, você aprendeu que ética é um conjunto de regras, princípios ou 
a maneira de pensar e expressar-se e que seu surgimento foi por meio de 
Sócrates, quando deu início a questionamentos a respeito da razão.
Na próxima aula, você aprenderá sobre a relação de ética e moral e dará 
continuidade aos seus estudos neste curso.
Até lá!
Colocando em prática
A aula seguinte será muito interessante para compreender melhor o 
assunto estudado. Mas antes realize as atividades propostas no am-
biente virtual (AVA). Lembre-se de utilizar as ferramentas do ambiente 
para compartilhar informações e tirar dúvidas com o professor tutor e 
os colegas. Preparado?
18
Aula 2: 
Ética e moral
Ética e moral são expressões que não devem ser confundidas, sendo a segunda 
mais ampla que a primeira, de maneira que, quando superpostas, sempre have-
rá um resíduo.
A moral está relacionada à regulação de valores, costumes e crenças de uma 
determinada sociedade, religião, tradição cultural etc. Salienta-se que também 
existem morais específicas em grupos sociais mais restritos: uma instituição, um 
partido político entre outros.
“Ou seja, a decisão de agir corretamente em uma situação concreta é 
uma questão prática-moral, mas investigar se a pessoa pôde escolher 
entre duas ou mais alternativas de ação e agir de acordo com sua 
decisão é um problema teórico ético, pois verifica a liberdade ou 
o determinismo aos quais nossos atos estão sujeitos” (FERREIRA e 
FRANCISCO, 2007, p. 3). 
“Há, portanto, muitas e diversas morais. Isso quer dizer que uma moral é um fe-
nômeno social particular, que não tem compromisso com a universalidade, isto 
é, com o que é válido e de direito para todos os homens” (PAULUCCI, 2008).
É comum o uso dos termos “ética” e “moral” como sinônimos, na maioria das 
vezes, de forma inadequada. A ética não cria a moral. Além disso, tem-se que a 
moral engloba determinados princípios, normas ou regras do comportamento, 
e não é a ética que os estabelece.
Segundo Aurélio século XXI (FERREIRA, 1999, p. 136), o termo moral significa: 
“Conjunto de regras de condutas consideradas como válidas, quer de modo ab-
soluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada 
[...]”. É “[...] o conjunto de nossas faculdades morais; brio, vergonha”. A moral é 
algo adquirido como herança e preservado pela comunidade.
Em suas definições, os termos “ética” e “moral” se relacionam, sendo a moral 
instrumento de ação e a ética a norma, isto é, um homem moralmente bom é 
aquele que faz o que é correto, definido pelos padrões sociais.
19Unidade 1
Ética e Cidadania
Relacionando moral e direito
Goldim (2003) relaciona os conceitos de moral e direito, conforme trecho a 
seguir:
Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam a 
estabelecer certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, 
porém, se diferenciam.
A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma 
forma de garantir o seu bem viver. A Moral independe das fronteiras 
geográficas e garante uma identidade entre pessoas que sequer se 
conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum.
O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade 
delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis têm uma base 
territorial, elas valem apenas para aquela área geográfica onde uma 
determinada população ou seus delegados vivem.
O mesmo autor continua seu pensamento relacionando ética, moral e direito:
A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau. Um dos objetivos da 
Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela Moral 
e pelo Direito.Ela é diferente de ambos – Moral e Direito – pois 
não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que a 
caracteriza. (GOLDIM, 2003)
Diferenças entre ética e moral
Veja a seguir uma lista de diferenças existentes entre ética e moral. Não leve em 
consideração que um seja bom e o outro ruim, pois os dois devem ser levados a 
sério, porém são distintamente diferentes. Vejamos:
Quadro 1 – Diferenças entre ética e moral
Ética Moral
O princípio Aspectos de condutas específicas
Temporal Temporária
Universal Cultural
Prática Teoria
20
Relembrando
Você aprendeu que ética e moral são expres-
sões que não devem ser confundidas e que a 
moral está relacionada à regulação de valores, 
costumes e crenças de uma determinada socie-
dade, religião, tradição cultural etc.
Na próxima aula você estudará sobre o tema 
cidadania e, assim, dará continuidade aos seus 
estudos neste curso. Até lá!
Colocando em prática
Chegou a hora de colocar em prática o 
que você aprendeu até agora. Que tal 
realizar uma atividade? Então, acesse o 
ambiente virtual (AVA) e bom trabalho!
Aula 3: 
Cidadania
Assim como a ética, a cidadania é hoje questão 
fundamental na educação, na família e nas enti-
dades para o aperfeiçoamento de um modo de 
vida. Ninguém nasce cidadão, mas torna-se cida-
dão pela educação porque a educação atualiza a 
inclinação potencial e natural dos homens à vida 
comunitária ou social.
Não basta o desenvolvimento tecnológico ou cien-
tífico para que a vida fique melhor. É preciso uma 
boa e razoável convivência na comunidade política 
para que os gestos e as ações de cidadania pos-
sam estabelecer um viver harmônico, mais justo e 
menos sofredor.
CIDADANIA: 
Qualidade ou condição 
de cidadão.
CIDADÃO: 
Indivíduo no gozo de 
seus direitos civis e polí-
ticos.
21Unidade 1
Ética e Cidadania
A cidadania não possui uma definição simples e 
definitiva devido à sua natureza de mudança. Nes-
se sentido, trata-se de um processo que iniciou 
nos primórdios da humanidade e que se efetiva 
por meio do conhecimento e da conquista dos 
direitos humanos, não como algo pronto, acabado, 
mas como aquilo que se constrói.
O surgimento da cidadania
Segundo o Novo dicionário Aurélio (FERREIRA, 
2004), cidadania é qualidade ou estado de cida-
dão. Já o conceito de cidadão se define como indi-
víduo no gozo dos direitos civis e políticos de um 
Estado ou no desempenho de seus deveres para 
com este. Habitante da cidade. Indivíduo, homem, 
sujeito.
O conceito de cidadania também está relacionado 
à capacidade dos homens de exercerem direitos 
e deveres. Ora, na atuação de cada indivíduo, há 
uma esfera privada (particular) e uma esfera públi-
ca (comum a todos os cidadãos).
Em Roma, o poder político e a cidadania somente 
eram exercidos por seus patrícios. A plebe, cons
tituída de romanos não nobres, e os estrangeiros 
não eram considerados cidadãos, portanto não 
lhes cabia qualquer tipo de direitos políticos, civis 
e religiosos. Esse tipo de conceito romano deu ori-
gem a inúmeras lutas internas. Após diversos con-
flitos políticos que se estenderam até o século III 
a.C. com a criação de instituições plebeias (como 
o Tribunato e a Assembleia da Plebe), esse quadro 
foi se alterando aos poucos e o acesso à cidadania 
passou a todos os romanos de nascimento, ainda 
que fossem escravos libertos.
Como você observou, a cidadania é uma ideia 
tão antiga como a ética ou a política. Contudo, 
é a partir das últimas décadas do século XX que 
se observa um crescente interesse pela cidadania 
como conceito filosófico-político e como ferra-
menta politicamente útil.
PATRÍCIO: 
Indivíduo de classe nobre 
na antiga Roma.
PLEBE: 
Povo, ralé.
22
?
Pergunta
Por que a ética é necessária e importante?
A ética tem sido o principal regulador do desen-
volvimento histórico-cultural da humanidade. 
Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios 
humanitários fundamentais, comuns a todos os 
povos, nações, religiões etc., a humanidade já teria 
se despedaçado até a autodestruição. Também é 
verdade que a ética não garante o progresso moral 
da humanidade.
O fato de que os seres humanos são capazes de 
concordar minimamente entre si sobre princípios 
como justiça, igualdade de direitos, dignidade da 
pessoa humana, cidadania plena, solidariedade 
etc. cria chances para que esses princípios pos-
sam ser postos em prática, mas não garante o seu 
cumprimento. As nações do mundo já entraram 
em acordo em torno de muitos desses princípios. 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, pela 
ONU, em 1948, é uma demonstração de o quanto 
a ética é necessária e importante. Mas a ética não 
basta como teoria, nem como princípios gerais 
acordados pelas nações, povos, religiões etc.
Não basta que as Constituições dos países repro-
duzam esses princípios (como a Constituição Bra-
sileira o fez, em 1988). É preciso que cada cidadão 
e cidadã incorporem esses princípios como uma 
atitude prática diante da vida cotidiana, de modo a 
pautar por eles seu comportamento. Isso traz uma 
consequência inevitável: frequentemente o exer-
cício pleno da cidadania (ética) entra em colisão 
frontal com a moral vigente. Até porque a moral 
vigente, sob pressão dos interesses econômicos 
e de mercado, está sujeita a frequentes e graves 
degenerações (VIEIRA, 1995).
DIGNIDADE: 
Qualidade de digno; res-
peitabilidade.
SOLIDARIEDADE: 
Aderida à causa, à opi-
nião, ao sentimento etc.
PAUTAR: 
Relacionar; regular, regrar 
(conduta, comportamen-
to).
VIGENTE: 
Que vigora ou vige, que 
vale.
23Unidade 1
Ética e Cidadania
Reflita
É ou não ético roubar um remédio, cujo 
preço é inacessível, para salvar alguém 
que, sem ele, morreria? Colocado de 
outra forma: deve-se privilegiar o valor 
“vida” (salvar alguém da morte) ou o valor 
“propriedade privada” (não roubar)?
Seria um erro pensar que, desde sempre, 
os homens têm as mesmas respostas para 
questões desse tipo. Com o passar do 
tempo, as sociedades mudam e também 
mudam os homens que as compõem. Na 
Grécia antiga, por exemplo, a existência 
de escravos era perfeitamente legítima: 
as pessoas não eram consideradas iguais 
entre si, e o fato de umas não terem 
liberdade era considerado normal. Outro 
exemplo: até pouco tempo atrás, as mu-
lheres eram consideradas seres inferiores 
aos homens, e, portanto, não merecedo-
ras de direitos iguais (deviam obedecer a 
seus maridos). Outro exemplo ainda: na 
Idade Média, a tortura era considerada 
prática legítima, seja para a extorsão de 
confissões, seja como castigo. Hoje, tal 
prática indigna a maioria das pessoas e é 
considerada imoral. Portanto, a moralida
de humana deve ser enfocada no contexto 
histórico e social. (ABREU et al., 2010).
Figura 3 – Ética
IMORAL: 
Contrário a moral; pessoa 
sem moral.
24
A ética no Brasil
Como você já viu, “a cidadania expressa um con-
junto de direitos que dá à pessoa a possibilidade 
de participar ativamente da vida e do governo de 
seu povo.” (DALLARI, 1998, p. 14).
A história da cidadania está diretamente relaciona-
da às histórias das lutas pelos direitos humanos. Já 
a segunda metade do século XX foi marcada por 
avanços sociopolíticos importantes: o processo de 
transição democrática, a volta de eleições diretas, 
a promulgação da Constituição de 1988.
Hoje é possível dizer que passos importantes já fo-
ram dados. Mas há muito a ser feito. E não se pode 
esperar que ninguém o faça senão os próprios 
brasileiros. A começar pela revisão de conceitos, 
valores, concepções.
Ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de 
direitos. Direitos à vida, à liberdade, à propriedade, 
à igualdade de direitos, enfim, direitos civis, políti-
cos e sociais. Mas esse é um dos lados da moeda. 
Cidadania pressupõe também deveres. Assim, o 
cidadão tem responsabilidades a serem cumpri
das para com a coletividade em que está inserido 
(DALLARI, 1998).
Figura 4 – Coletividade
COLETIVIDADE: 
Sociedade; comunidade.
25Unidade 1
Ética e Cidadania
Relembrando
Nesta aula, você estudouque a cidadania é hoje questão fundamental para 
o aperfeiçoamento de um modo de vida. Aprendeu que em Roma a cida-
dania somente era exercida por seus patrícios e que a história da cidadania 
está diretamente relacionada às histórias das lutas pelos direitos humanos.
O assunto da próxima aula é a evolução do trabalho. Prepare-se para dar 
continuidade aos seus estudos neste curso!
Colocando em prática
Continue estudando sobre o tema e não deixe de realizar os exercícios 
propostos no ambiente virtual (AVA). Eles são muito importantes para 
lembrar dos assuntos estudados!
Saiba mais
Para saber mais sobre cidadania, acesse o link <http://www.almg.gov.
br/index.asp?grupo=escola_legislativo&diretorio=escola&arquivo=esco
la_videoaulas> e assista às videoaulas disponíveis. Você vai precisar de 
um player de mídias instalado em seu computador para assistir.
26
Aula 4: 
Evolução do 
trabalho
Nesses tempos de globalização e reestruturação 
competitiva, as empresas que se preocupam com 
a ética e conseguem converter suas preocupações 
em práticas efetivas mostram-se mais capazes de 
competir com sucesso e conseguem obter não 
apenas a satisfação e a motivação dos seus profis-
sionais, mas também resultados compensadores 
em seus negócios.
Figura 5 – Evolução do trabalho
Fonte: Autor desconhecido apud Machado
Ética, como filosofia e consciência moral, é es-
sencial à vida em todos os seus aspectos, sejam 
pessoais, familiares, sociais ou profissionais. Assim, 
como profissionais, dependendo do comporta-
mento nas relações de trabalho, pode-se estar 
colocando seriamente em risco a sua reputação, a 
da empresa e o sucesso nos negócios.
GLOBALIZAÇÃO: 
Processo de integração, 
organização e internacio-
nalização de empresas e 
economias em escala pla-
netária com repercussões 
em outras áreas.
REPUTAÇÃO: 
Ação ou efeito de con-
siderar ou julgar; fama; 
renome.
27Unidade 1
Ética e Cidadania
Dessa maneira, a sobrevivência e a evolução das 
empresas e dos negócios estão associadas cada 
vez mais à sua capacidade de adotar e aperfeiçoar 
condutas marcadas pela seriedade, humildade, jus-
tiça e preservação da integridade e dos direitos 
dos profissionais.
Ganhos e benefícios que estão relacionados a tais 
condutas:
 � Fortalecimento das relações da empresa com 
todos os agentes envolvidos direta ou indire-
tamente com suas atividades;
 � Melhoria da imagem e da credibilidade da 
empresa e de seus negócios;
 � Satisfação e motivação dos colaboradores e 
melhoria da sua qualidade de vida integral;
 � Gerando a melhoria da qualidade, resultados 
e realizações empresariais;
 � Possibilidades de construir uma cultura ética 
profissional e empresarial verdadeira e apro-
priada aos novos tempos;
 � Harmonia e equilíbrio dos interesses individu-
ais e institucionais. (SOUZA FILHO, 2010)
CREDIBILIDADE: 
Qualidade de crível, acre-
ditável; confiabilidade.
INTEGRIDADE: 
Qualidade de inteiro; 
íntegro; moral.
28
Ética e convivência humana
Uma das principais características do ser humano é o convívio em sociedade, 
pois faz parte de sua constituição vital. A convivência humana é modelada por 
diferentes “desafios de relacionamento”.
Então, o julgamento do certo e do errado está diretamente ligado à postura e 
aos valores, ou seja, à ética de uma sociedade. A vida de um ser humano é fun-
damentada por seus direitos e sua dignidade.
A convivência humana é constituída por obrigações éticas inerentes a conquis-
tas do passado, presente e futuro. Dessa forma, integram a ética da convivência 
os direitos e deveres de cada um, em uma sociedade em que a dignidade da 
vida deve ser recíproca a todos.
Ética e justiça social
Quanto à moral da justiça social, é de costume “lavar as mãos”, quanto à res-
ponsabilidade ética de problemas como o desemprego, a fome, o imigrante que 
foge da seca etc.
Contudo, um sistema econômico-político-jurídico que produz estruturalmente 
desigualdades, injustiças, discriminações e exclusões de direitos é um sistema 
eticamente mau, por mais que seja legalmente (moralmente) constituído (SU-
SIN, 1999).
Na sociedade, tanto a ordem como a desordem podem ser diretamente influen-
ciadas pelo sistema econômico. O fato de parecer que esse sistema tem vida 
própria, independentemente da vontade dos homens, contribui para ofuscar a 
responsabilidade ética dos que estão em seu comando.
Porém, a moral dominante do sistema econômico diz que, pelo trabalho, qual-
quer indivíduo pode ter acesso à riqueza. Já a crítica econômica afirma que a 
reprodução da miséria econômica é estrutural.
Assim, segundo a ética, são necessárias transformações radicais e globais na 
estrutura do sistema econômico.
29Unidade 1
Ética e Cidadania
Ética e meio ambiente
Há pouquíssimo tempo o sistema econômico vigente enxergava a natureza 
apenas como fonte de matérias-primas para a produção de mercadorias. Com 
isso, a natureza tornou-se uma mercadoria. Esse tipo de postura gerou um dos 
problemas éticos mais radicais da nossa geração, pois ameaça a sobrevivência 
futura do planeta e da humanidade.
Para se falar em dignidade da vida, é preciso, primeiramente, que haja vida. A 
preservação da natureza e o seu cuidado é uma responsabilidade ética e moral 
diante da natureza humana, pois reconhece o valor da natureza para a preser-
vação da espécie humana: da importância da fauna, da flora, da variedade das 
espécies animais, da vida selvagem, do ar puro e da água limpa para a vida dos 
seres humanos.
Trata-se do reconhecimento de uma qualidade que a natureza objetivamente 
possui: a de possibilitar e garantir a nossa sobrevivência física e o nosso desen-
volvimento social.
30
Ética e educação
No processo educacional, a comunicação é a es-
sência do ensino. A educação tem o papel de 
subsidiar o desenvolvimento do estudante. A 
adoção da ética no processo de formação deve ser 
encarada como fator primordial à educação, pois, 
mesmo que seja, as práticas educacionais eficien-
tes no aprendizado ainda podem ser eticamente 
incoerentes com o ato de ensinar. Assim, a edu-
cação ética é aquea, que busca valores humanos 
como a justiça, a democracia, a solidariedade, o 
respeito, a verdade e a igualdade cívica.
Ética e política
A função ética da política é fazer valer a real 
necessidade coletiva dos cidadãos e o interesse 
público, eliminando quaisquer intenções de pri
vilegiar a um pequeno grupo em detrimento da 
maioria.
Política é a ação humana que deve ter por objetivo 
a realização plena dos direitos pelos próprios polí-
ticos e pelos cidadãos, reforçando-se e aprimoran-
do-se as instituições políticas, fazendo-as valer de 
direito e de fato.
São inegáveis os aprimoramentos das instituições 
políticas no Brasil, ao longo da sua história e essas 
práticas não devem cessar, pois são o exercício 
cotidiano da ética na política.
Ética e corrupção
A corrupção é a suprema perversidade da vida 
econômica e da vida política de uma sociedade. 
É a subversão dos valores social e culturalmente 
proclamados e assumidos como legítimos.
SUBSIDIAR: 
Dar subsídio; auxiliar; 
ajudar.
DEMOCRACIA: 
Governo do povo; consti-
tuição do poder por meio 
do voto popular.
DETRIMENTO: 
Dano, prejuízo, desfavor.
CORRUPÇÃO: 
Ação ou efeito de cor-
romper, subordinar, peitar.
31Unidade 1
Ética e Cidadania
A corrupção, seja ativa ou passiva, é a força con-
trária, ou seja, o contrafluxo destruidor da ordem 
social. É a negação radical da ética, porque destrói 
na raiz as instituições criadas para realizar direitos. 
A corrupção é antiética. A corrupção pode, em si-
tuações extremas e absurdas, chegar a tornar-se a 
moral estabelecida, a ponto de gerar nos cidadãos 
o conformismo com o mal social.
A história recente de nosso país tem nesse ponto 
um dos maiores desafios a enfrentar. Ou bem os 
cidadãos reagem ativamente e os responsáveis 
legais agem exemplarmente sem concessões à 
impunidade ou bem o país avança rapidamente 
para a desagregação. Indignar-se, resistir e comba-
ter a corrupção é umdos principais desafios éticos 
da política no Brasil (WHITAKER e DELGADO, 1999).
Reflita
Não é difícil nos depararmos com 
escândalos estampados nas colunas de 
jornais. Então surge a pergunta: onde estão 
os valores éticos e morais de nosso país?
Relembrando
Você aprendeu nesta aula que a ética está di-
fundida nos mais diferentes assuntos da socie-
dade, na convivência humana, na justiça social, 
no meio ambiente, na educação, na política e 
na corrupção.
Ética profissional, além de ser um tema interes-
sante, é o assunto da próxima aula. Até lá!
IMPUNIDADE: 
Que escapou da punição.
32
Colocando em prática
Chegou a hora de acessar o ambiente virtual (AVA) para trocar ideias 
com os colegas e com o professor tutor, e, claro, realizar as atividades 
que estão disponíveis. Acesse lá!
Finalizando
Nesta unidade, você viu que a ética é uma ferramenta muito aplica-
da na análise e no estudo do ser humano e em sua interação com os 
outros. Lembre-se de que moral e ética não devem ser confundidas: 
moral é normativa e ética busca a justificativa de ações do indivíduo em 
diversas situações.
Exemplo: levar escondido para casa um bem da empresa é roubo. 
Nesse caso, o infrator sabe quais as consequências, pois tem noção 
dos valores, mas eticamente não se detém, pois seu “freio” moral está 
deturpado.
É importante salientar que, embora a lei tenha seus princípios baseados 
na ética, ela não pode ser confundida com ética. As profissões têm o 
seu próprio código de ética profissional, que é um conjunto de normas 
de cumprimento obrigatório, derivadas da ética, frequentemente incor-
poradas à lei pública.
A ética, portanto, é um item indispensável ao profissional do futuro. 
Antes de você iniciar a próxima unidade, tente revisar o assunto estu-
dado resolvendo o desafio proposto a seguir.
33
2Ética Profissional
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta unidade, você estará apto a: 
 � Identificar temas relacionados à ética profis-
sional, ao individualismo e às mudanças de 
paradigma que aconteceram na história da 
ética no mundo.
Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das aulas 
seguintes.
Aula 1: Ética profissional
Aula 2: Individualismo e ética profissional
Aula 3: Mudança de paradigmas
34
Para Iniciar
Nesta unidade você estudará sobre a ética profis-
sional, que é definida como um conjunto de nor-
mas de conduta a serem seguidas no exercício de 
qualquer profissão. Aplicável a todos os campos de 
conhecimento, a ética profissional embasa também 
os instrumentos normativos e jurídicos que regem 
o exercício das atividades regulamentadas.
Também aprenderá que, no campo pessoal, muitos 
são os conflitos que envolvem a ética profissional. 
Um deles é o individualismo. O homem, por na-
tureza, tende a defender em primeiro lugar seus 
próprios interesses. Sempre que ele prioriza seus 
interesses individuais, sua consciência de grupo 
diminui, perdendo o interesse pelo que ocorre 
na comunidade e na sociedade. Isso pode trazer 
sérios problemas para o desenvolvimento de qual-
quer atividade que necessite do trabalho coletivo. 
Assim, a ética profissional mostra-se como um 
instrumento justo e adequado para balancear os 
interesses individuais e coletivos em benefício de 
todos.
Na sociedade contemporânea, situações de falta 
de ética e individualismo são frequentes. Por sua 
vez, essa mesma sociedade está cada vez mais 
atenta à ética nas ações de qualquer profissão. A 
corrida por novas abordagens e conceitos destaca 
a relevância da ética nos relacionamentos profis-
sionais.
Em vista disso, serão abordados nesta unidade 
os conceitos e as definições de ética profissional 
e individualismo e a mudança de paradigmas no 
campo da ética.
Você tem muita coisa para aprender, então mãos à 
obra!
PARADIGMA:
Modelo, padrão; protóti-
po.
35Unidade 2
Ética e Cidadania
Aula 1: 
Ética 
profissional
A ética profissional é definida como um conjunto 
de normas de conduta a ser seguida no exercício 
de qualquer profissão. Aplicável a todos os cam-
pos de conhecimento, a ética profissional embasa 
também os instrumentos normativos e jurídicos 
que regem o exercício das atividades regulamen-
tadas.
O conceito “ética profissional” em geral é aplicado 
no sentido normativo e jurídico, estabelecendo 
normas e regulamentos a partir de estatutos e có-
digos específicos das diferentes profissões.
Além de ter um papel regulador do desempenho 
profissional, a ética também estuda o relaciona-
mento do profissional com o cliente, buscando 
tanto o bem-estar como a dignidade no exercício 
da profissão.
Comparando esses conceitos de “ética profissio-
nal” com os conceitos de “ética” que você apren-
deu na Unidade 1, poderá verificar que a ética 
profissional, como “código”, está mais próxima da 
“moral” que da ética, ou seja, dos “costumes”.
Aspectos
Existem aspectos relevantes que, mesmo não sen-
do considerados na regulamentação profissional, 
como o aborto, a eutanásia, a aids, o preconceito, 
entre outros, devem fazer parte da “ética profissio-
nal” por se tratar de aspectos morais inerentes à 
vida humana.
EUTANÁSIA: 
Morte calma, sem sofri-
mento; prática pela qual 
se provoca a morte para 
poupar dores a um pa-
ciente incurável.
36
Dessa forma, sendo a ética profissional inerente à 
vida humana – pois envolve pessoas que dela se 
beneficiam –, está presente tanto nas responsabili-
dades individuais como nas sociais de cada profis-
sional.
Outros aspectos que tornam a ética profissional 
essencial são “o fazer” e “o agir”. O primeiro está 
ligado à capacidade do profissional e o segundo as 
atitudes e condutas do profissional no desenvolvi-
mento das atividades inerentes à profissão.
Portanto, a ética profissional deve ser vista não 
somente como normas e instrumentos de regula-
ção profissional, mas como uma filosofia de valores 
morais compatíveis com o meio e a expectativa do 
ser humano. Isto é, estar em conexão com as duas 
premissas consideradas básicas pela ética: “o que 
é” o homem e “para que vive”.
Ética profissional: o dever da ajuda na prática da 
virtude.
O “ajudar”, entre os deveres éticos, talvez seja o 
mais importante dentre os deveres que um pro-
fissional deve ter, pois envolve um conjunto de 
atitudes que proporcionam o fortalecimento social, 
excluindo apenas a conivência com o vício, com o 
erro e com a fraude.
A princípio, porém, não se deve condenar uma 
pessoa por ela ter cometido enganos, pois o erro 
é inerente à natureza humana. Inexperiência, falta 
de orientação, educação insuficiente, más compa-
nhias, circunstâncias adversas, desilusões, depres-
sões e problemas de saúde podem levar ao erro.
Dessa forma, estando o ser humano constante
mente suscetível ao erro, o “ajudar” figura como 
uma especial assistência àqueles que necessitam 
dela e a aceitam para a recondução ao caminho da 
verdade.
SUSCETÍVEL:
Capaz de alguma coisa; 
passível.
37Unidade 2
Ética e Cidadania
Portanto, uma boa prática do “ajudar” pode ocorrer pela aproximação de um 
colega que tenha cometido erros, pelo incentivo e pela orientação para que ele 
se recupere por meio de bons exemplos e boas palavras.
Reflexões sobre a ética profissional
A prática profissional, em qualquer atividade, inicia-se quando da escolha de 
uma profissão, pois, a partir deste momento, os deveres inerentes à profissão 
tornam-se obrigatórios. Entretanto, as reflexões necessárias ao exercício profis-
sional devem anteceder o período da escolha pela profissão desejada.
Assim, é primordial à formação profissional que o aprendizado das competên-
cias e habilidades inclua reflexões quanto aos deveres, ao comprometimento, à 
prática e à ética profissional.
Nesse contexto, reflexões como “Estou sendo um bom profissional?”, “Estou 
agindo corretamente?” ou “Desenvolvo corretamente minhas atividades?” são 
mecanismos a serem utilizados como busca da melhoria à “prática profissional”.
38
É importante mencionar também o fato de que nem sempre se atua na área 
profissional desejada. São inúmerosos casos de pessoas que desenvolvem ativi-
dades profissionais diferentes de sua formação, o que não as isentam do exercí-
cio da ética profissional e da responsabilidade de pertencer a uma classe.
Por fim, a principal reflexão a se fazer para a melhoria da “prática profissional” 
não está escrita nos códigos e nas normas profissionais, pois trata do compor-
tamento e das atitudes do profissional. Entre os exemplos, encontram-se estar 
sempre disposto a aprender, estar propício às mudanças, buscar novas soluções 
a problemas antigos, ou seja, buscar sempre a inovação profissional. Isso pode 
contribuir diretamente à realização profissional e pessoal.
Reflita
Glock e Goldim (2003) lecionam que:
O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de 
água da chuva, o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há umidade 
no local destinado para colocar caixas de alimentos, o médico cirurgião 
que confere as suturas nos tecidos internos antes de completar a cirurgia, 
a atendente do asilo que se preocupa com a limpeza de uma senhora 
idosa após ir ao banheiro, o contador que impede uma fraude ou 
desfalque, ou que não maquia o balanço de uma empresa, o engenheiro 
que utiliza o material mais indicado para a construção de uma ponte, 
todos estão agindo de forma eticamente correta em suas profissões, ao 
fazerem o que não é visto, ao fazerem aquilo que, alguém descobrindo, 
não saberá quem fez, mas que estão preocupados, mais do que com os 
deveres profissionais, com as PESSOAS.
As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger 
os profissionais, a categoria como um todo e as pessoas que 
dependem daquele profissional, mas há muitos aspectos não previstos 
especificamente e que fazem parte do comprometimento do profissional 
em ser eticamente correto, aquele que, independente de receber elogios, 
faz A COISA CERTA.
39Unidade 2
Ética e Cidadania
Relembrando
Nesta aula, você estudouaprendeu que a ética 
profissional embasa os instrumentos normati-
vos e jurídicos que regem o exercício das ativi-
dades regulamentadas e é aplicável a todos os 
campos de conhecimento. Aprendeu também 
que as reflexões necessárias ao exercício profis-
sional devem anteceder ao período da escolha 
pela profissão desejada.
Prepare-se porque o assunto da próxima aula é 
individualismo e ética. Continue concentrado 
nos estudos 
INDIVIDUALISMO:
Sistema de antepor os 
interesses individuais aos 
coletivos.
Colocando em prática
Agora, que tal realizar os exercícios pro-
postos no ambiente virtual de aprendiza-
gem (AVA)? Aproveite também para trocar 
ideias e tirar dúvidas com o professor 
tutor e os colegas por meio das ferramen-
tas do AVA. Adiante com os estudos!
40
Aula 2: 
Individualismo e ética 
profissional
Relacionando individualismo e ética profissional
Estudiosos acreditam que a defesa de interesse próprio ao coletivo seja uma 
tendência do ser humano. Porém, a valorização ética do esforço humano é fruto 
de uma relação com a comunidade em seu entorno. Por exemplo, trabalhos rea-
lizados por amor em benefício de terceiros são vistos como de expressão social. 
Aqueles que têm por finalidade somente o acúmulo de renda e/ou lucros são 
vistos como restritos, tendem a ter menor consciência de grupo, pois a preocu-
pação monetária torna desprezível a preocupação com o entorno e a sociedade 
em que está inserido.
O caso transcrito a seguir é utilizado para ilustrar essa questão.
Dizem que um sábio procurava encontrar um ser integral, em relação 
a seu trabalho. Entrou, então, em uma obra e começou a indagar. 
Ao primeiro operário perguntou o que fazia e este respondeu que 
procurava ganhar seu salário; ao segundo repetiu a pergunta e 
obteve a resposta de que ele preenchia seu tempo; finalmente, 
sempre repetindo a pergunta, encontrou um que lhe disse: “Estou 
construindo uma catedral para a minha cidade”.
A este último, o sábio teria atribuído a qualidade de ser integral em 
face do trabalho, como instrumento do bem comum. (VIANNA, 2010)
41Unidade 2
Ética e Cidadania
Entretanto, como é grande o número de pesso-
as que trabalham primordialmente em busca do 
maior rendimento econômico, os grupos profissio-
nais procuram defender-se da dilapidação de sua 
imagem e de seus conceitos. Essa defesa é feita 
pela tutela do trabalho e pelo zelo para que uma 
luta encarniçada não ocorra na disputa por con-
tratos. Esse tipo de luta, fruto de individualismos 
exacerbados, manifesta-se na forma de guerra de 
preços, propaganda enganosa, boataria e tramas 
para eliminar concorrentes e maximizar os pró-
prios benefícios.
Figura 9 – Individualista
Essa consciência de grupo tem surgido mais por 
interesses de mercado que por altruísmo. Quando 
a liberdade de trabalho está garantida, o individu-
alismo poderá resultar em agressão mútua se não 
houver regulação e tutela da conduta. A tutela do 
trabalho é imposta por meio de conselhos profis-
sionais e de agremiações classistas. As normas de-
vem estar em consonância com as diversas formas 
de prestar o serviço de organização profissional 
para esse fim.
Como as atitudes virtuosas podem garantir o bem 
comum, a ética tem sido o caminho justo e ade-
quado, para o benefício geral.
DILAPIDAÇÃO: 
Do verbo dilapidar = 
esbanjar.
TUTELA: 
Amparo, proteção, defesa.
ZELO: 
Interesse cuidadoso; 
dedicação.
CONSONÂNCIA: 
De acordo, conforme.
42
Vocação para coletivo
É fácil reparar que a espécie humana tem uma 
forte tendência ao individualismo, não é mesmo? 
Com a divisão do trabalho, a necessidade de pro-
teção e o desenvolvimento cultural da humanida-
de, a espécie ficou cada vez mais voltada para as 
ações coletivas que resultam em benefícios maio-
res do que os possíveis de serem alcançados por 
cada um dos indivíduos.
Entretanto, a vocação para a ação coletiva precisa 
ser constantemente percebida, aprendida, compre-
endida, estudada, planejada e fomentada para que 
possa tornar-se algo presente e internalizado nas 
pessoas e nos grupos sociais. Você deve perce-
ber o grande número de estímulos e convites que 
recebe constantemente para o seu engajamento 
coletivo em diferentes níveis da vida social.
Comunidades, escolas, clubes, associações, reli-
giões, partidos e muitas outras formas de orga-
nização coletiva clamam constantemente pela 
participação dos indivíduos, representando, em 
contrapartida, possibilidades de desenvolvimen-
to e realização pessoal. No mundo empresarial, 
a ação coletiva representada pelo associativismo 
classista é também uma forma de busca da repre-
sentação e da legitimação dos interesses comuns.
Ainda nas empresas, a ação coletiva coordenada é 
cada vez mais valorizada. Expressões e conceitos, 
como saber trabalhar em grupo, cooperar com a 
equipe, sinergia dos indivíduos e gerenciamen-
to de projetos estão presentes no dia a dia das 
corporações e são constantemente ensinados e 
treinados. 
O profissional do tipo “deixa que eu resolvo so-
zinho” ou “eu não preciso de vocês” e até mes-
mo o “vocês só me atrapalham” estão obsole-
tos e não terão futuro no universo corporativo.
VOCAÇÃO: 
Escolha, predestinação.
43Unidade 2
Ética e Cidadania
Procure lembrar-se de ações em prol da coletividade que tenham sido apresen-
tadas a você nos últimos anos e faça uma lista delas como no exemplo apresen-
tado a seguir:
 � Criança Esperança;
 � Ajuda às Vítimas de Enchentes em Santa Catarina;
 � Ajuda às Vítimas do Terremoto no Haiti;
 � Amigo da Escola;
 � Adote uma Praça;
 � Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE);
 � SOS Mata Atlântica;
 � Movimento de Prevenção do Câncer da Mama;
 � Coleta Seletiva de Resíduos Recicláveis.
Procure lembrar-se da forma como cada uma dessas ações chegou até você, 
qual foi a sua reação e que tipo de desenvolvimento elas trouxeram para a sua 
vida pessoal e social.
Relembrando
Você aprendeu nesta aula que, com a divisão do trabalho, a necessidade de 
proteção e o desenvolvimento cultural da humanidade, a espécie ficou cada 
vez maisvoltada para as ações coletivas que resultam em benefícios maiores 
do que os possíveis de serem alcançados por cada um dos indivíduos.
Na próxima aula você aprenderá sobre as mudanças de paradigmas e assim 
dar continuidade aos seus estudos neste curso.
Até a próxima aula!
Colocando em prática
Depois de tudo isso que você acabou de estudar, que tal testar os seus 
conhecimentos para ver se já está ficando fera no assunto? Acesse o 
AVA e realize a atividade.
44
Aula 3: 
Mudança de paradigmas
Em meio a crises globais de caráter econômico, político, social e ambiental, a 
discussão sobre a ética tem se tornado cada vez mais um tema do cotidiano. 
Talvez pela necessidade e sensibilidade da sociedade de crer em um futuro em 
que se assegure o bem-estar e a saúde do planeta e daqueles que o habitam.
Atualmente as exigências na compra de um determinado produto ou serviço 
não mais se restringem à sua qualidade.
Você pode perceber que, aos poucos, os consumidores em busca de um produ-
to ou de um serviço passam a se preocupar em avaliar questões como impactos 
ambientais e sociais oriundos de sua fabricação. Outro exemplo é a exigência 
do mercado consumidor por veículos com maior eficiência energética e menos 
poluentes.
Assim, é provável que empresas voltadas não somente ao lucro, mas também a 
questões ambientais e sociais, passem a ser mais procuradas.
Nesse contexto, evidencia-se que a sociedade, sensível às questões globais, 
busca uma mudança de postura ética, passando a se preocupar com o próximo 
e principalmente com o futuro do planeta.
45Unidade 2
Ética e Cidadania
Dica
Como ser um profissional ético?
Ser um profissional ético nada mais é do que ser profissional mesmo nos 
momentos mais inoportunos. Para ser uma pessoa ética, devemos seguir 
um conjunto de valores. Ser ético é proceder sem prejudicar os outros. 
Algumas das características básicas de como ser um profissional ético 
é ser bom, correto, justo e adequado. Além de ser individual, qualquer 
decisão ética tem por trás valores fundamentais. Eis algumas das 
principais: 
1 Ser honesto em qualquer situação – é a virtude dos negócios.
2 Ter coragem para assumir as decisões – mesmo que seja contra a 
opinião alheia.
3 Ser tolerante e flexível – deve-se conhecer para depois julgar as 
pessoas.
4 Ser íntegro – agir de acordo com seus princípios.
5 Ser humilde – só assim conseguimos reconhecer o sucesso individual.
Relembrando
Você aprendeu que, em meio a crises globais de caráter econômico, político, 
social e ambiental, a discussão sobre a ética tem se tornado cada vez mais 
um tema do cotidiano e que qualquer decisão ética tomada por um profis-
sional baseia-se em valores fundamentais. O assunto da próxima aula é ética 
no ambiente de trabalho. Ainda há muita coisa para aprender. Até lá! 
Colocando em prática
Está na hora de testar seus conhecimentos. Para isso, utilize o apren-
dizado desta aula e responda as questões no AVA. Lembre-se também 
que as ferramentas do AVA estão disponíveis para interagir com o pro-
fessor tutor e os colegas.
46
 Finalizando
Você estudou nesta unidade que a ética profissional embasa os instru-
mentos normativos e jurídicos que regem o exercício das atividades 
regulamentadas e é aplicável a todos os campos de conhecimento. 
Aprendeu também que as reflexões necessárias ao exercício profissional 
devem anteceder ao período da escolha pela profissão desejada.
Viu que, com a divisão do trabalho, a necessidade de proteção e o 
desenvolvimento cultural da humanidade, a espécie ficou cada vez mais 
voltada para as ações coletivas que resultam em benefícios maiores 
que os possíveis de serem alcançados por cada um dos indivíduos.
Aprendeu também que, em meio a crises globais de caráter econômico, 
político, social e ambiental, a discussão sobre a ética tem se tornado 
cada vez mais um tema do cotidiano e que qualquer decisão ética to-
mada por um profissional baseia-se em valores fundamentais.
Na próxima unidade, você estudará sobre ética no ambiente de tra-
balho, mas, antes de seguir, revise o assunto estudado resolvendo o 
desafio proposto, que se encontra no ambiente virtual.
47
3Ética no Ambiente de Trabalho
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta unidade, você estará apto a: 
 � Identificar assuntos relacionados ao tema de 
assédio no ambiente de trabalho, as virtudes 
profissionais;
 � Conhecer o código de ética profissional.
Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das aulas 
seguintes.
Aula 1: Assédio no ambiente de trabalho
Aula 2: Virtudes profissionais
Aula 3: Código de ética
48
Para Iniciar
Nesta unidade, você saberá o que caracteriza 
assédio moral e sexual no trabalho e quais são as 
principais vítimas e consequências desse ato. É 
bom lembrar que o assédio ocorre geralmente em 
relações hierárquicas e que os danos causados não 
se restringem somente às vítimas, mas também às 
organizações como um todo.
Estudará as virtudes que o profissional necessita 
para ter um bom desempenho no decorrer de sua 
carreira, entendendo que essas virtudes estão além 
dos deveres comuns de cada um. Virtudes funda-
mentais como responsabilidade, lealdade e ini-
ciativa serão também abordadas no âmbito desta 
unidade.
Por fim, você conhecerá o código de ética pro-
fissional. Para tanto, será dada importância ao 
estabelecimento de pontos de convergência para 
todos os integrantes de uma organização, tendo 
como base as virtudes exigíveis no exercício da 
profissão, abrangendo o relacionamento com usu-
ários, colegas de profissão, classe e sociedade. 
Você tem muita coisa para aprender. Pronto para 
começar? Vamos lá!
Aula 1: 
Assédio no 
ambiente de 
trabalho
Você já deve ter ouvido falar de assédio moral e 
sexual no ambiente de trabalho. O que caracteriza 
esse assédio?
ASSÉDIO:
Insistência importuna.
49Unidade 3
Ética e Cidadania
O assédio moral e sexual no ambiente de 
trabalho é caracterizado pela exposição dos 
trabalhadores a situações humilhantes e cons-
trangedoras, repetitivas e prolongadas durante 
a jornada de trabalho. É uma atitude “violenta 
e sem ética” nas relações de trabalho, pratica-
da por um ou mais chefes contra seus 
subordinados.
Trata-se da exposição de trabalhadoras e trabalhadores a situações vexatórias, 
constrangedoras e humilhantes durante o exercício de sua função. É o que cha-
mamos de violência moral. “Esses atos visam humilhar, desqualificar e desesta-
bilizar emocionalmente a relação da vítima com a organização e o ambiente de 
trabalho, o que põe em risco a saúde, a própria vida da vítima e seu emprego.” 
(MTE, 2010, p. 20).
Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001), a palavra “assédio” 
significa “insistência impertinente, perseguição, sugestão ou pretensão constan-
tes em relação a alguém”.
50
Esse tipo de situação não é comum apenas nas or-
ganizações privadas, mas também nas instituições 
públicas, fortalecendo a discriminação no traba-
lho, a manutenção da degradação das relações de 
trabalho e a exclusão social.
A agressão moral pode causar vários transtornos 
emocionais, atingindo a dignidade e a identidade 
da pessoa humana, alterando valores, causando 
danos mentais, interferindo negativamente na 
saúde, na qualidade de vida, podendo até levar à 
morte.
Estudos sobre o tema confirmam que a humilha-
ção constitui um risco “invisível”, porém concreto, 
nas relações de trabalho, que compromete, sobre-
tudo, a saúde dos trabalhadores. O jornal Folha de 
S. Paulo, de junho de 2001, publicou um estudo 
realizado com 97 empresas de São Paulo mostran-
do que dos 2.071 entrevistados, 870 deles (42%) 
apresentam histórias de humilhação no trabalho. 
Segundo o estudo realizado pela médica Margari-
da Barreto, pesquisadora da PUC-SP, as mulheres 
são as maiores vítimas — 65% das entrevistadas 
têm histórias de humilhação, contra 29% dos ho-
mens (MOTHÉ, 2005).
Ainda segundo Mothé (2005), desse modo, a partir 
do final do século XX, os organismos internacio-
nais, os Estados, os movimentos de trabalhadores,as empresas e o Direito têm se dedicado cada vez 
mais não apenas à adoção de medidas e estudos 
visando à proteção da integridade física do tra-
balhador, mas também à sua saúde e integridade 
mental, psicológica e emocional.
DISCRIMINAÇÃO:
Ação ou efeito de dife-
renciar, separar, distinguir.
51Unidade 3
Ética e Cidadania
De um modo geral, os principais alvos de assédio 
moral são mulheres, homens, doentes, acidenta-
dos, pessoas que possuem etnias ou orientação 
sexual divergentes. Já o assédio sexual é uma das 
muitas violências mais comuns contra as mulheres. 
Geralmente são vítimas de piadinhas, brincadeiras 
consideradas machistas ou comentários cons-
trangedores sobre a figura feminina. Esse tipo de 
situação tem componentes de extrema violência 
moral à medida que coloca a vítima em situações 
vexatórias, provocando insegurança profissional 
pelo medo de perder o emprego, de ser transferi-
da para setores indesejados, de perder direitos etc.
Os homens e as mulheres respondem de maneiras 
diferentes ao assédio: as mulheres, quando asse-
diadas, demonstram seu abalo por meio de choro, 
tristeza, ressentimentos e mágoas. Sentimento de 
inutilidade, fracasso e baixa autoestima, tremores 
e palpitações, insônia, depressão e diminuição da 
libido geralmente são manifestações característi-
cas desse trauma. Já os homens sentem-se revolta-
dos, indignados, desonrados, com raiva, traídos e 
têm vontade de se vingar. Sentem-se envergonha-
dos diante da mulher e dos filhos, sobressaindo o 
sentimento de inutilidade, fracasso e baixa autoes-
tima. Podem surgir ideias de suicídio e tendência 
ao alcoolismo.
RESSENTIMENTO:
Sofrimento pelas conse-
quências de atos.
INUTILIDADE:
Falta de utilidade; pessoa 
ou coisa inútil.
52
“Analisar o assediador e entender suas atitudes são os primeiros passos para 
incrementar o combate ao assédio moral e sexual no ambiente de trabalho.” 
(MTE, 2009, p. 12). Geralmente, o assédio acontece da seguinte forma: 
[...] a vítima escolhida é isolada do grupo, sem explicações. Passa 
a ser hostilizada, ridicularizada e desacreditada no seu local de 
trabalho. É comum os colegas romperem os laços afetivos com 
a vítima e reproduzirem as ações e os atos do(a) agressor(a) no 
ambiente de trabalho. O medo do desemprego, e a vergonha 
de virem a ser humilhados, associados ao estímulo constante da 
concorrência profissional, os tornam coniventes com a conduta do 
assediador. (MTE, 2009, p. 14)
Ainda segundo o MTE (2009), para as organizações o assédio também causa 
enormes danos, gerando a queda da produtividade e menor eficiência, imagem 
negativa da empresa perante os consumidores e o mercado de trabalho; a alte-
ração na qualidade do serviço/produto e baixo índice de criatividade; doenças 
profissionais, acidentes de trabalho e danos aos equipamentos; troca constante 
de empregados, ocasionando despesas com rescisões, seleção e treinamento de 
pessoal; aumento de ações trabalhistas, inclusive com pedidos de reparação por 
danos morais.
53Unidade 3
Ética e Cidadania
Um ambiente de trabalho saudável é uma conquis-
ta diária possível. Para que isso aconteça, é preci-
so vigilância constante e cooperação. Contudo, 
quanto menos organizadas forem as empresas, 
maiores serão os problemas relacionados ao assé-
dio, principalmente se houver tolerância do em-
pregador em relação às praticas de assédio moral.
Algumas ações preventivas também podem evitar 
tais ocorrências nas organizações, tais como:
[...] estabelecer diálogo sobre 
os métodos de organização de 
trabalho com os gestores (RH) e 
trabalhadores(as); realização de 
seminários, palestras e outras atividades 
voltadas à discussão e sensibilização 
sobre tais práticas abusivas; criar um 
código de ética que proíba todas as 
formas de discriminação e de assédio 
moral. (MTE, 2009, p. 27)
Relembrando
Como você pôde ver nesta aula, o assédio 
moral e sexual são atos que caracterizam uma 
atitude violenta e sem ética nas relações de 
trabalho, praticada por um ou mais chefes con-
tra seus subordinados. Estudou também que o 
medo do desemprego e a vergonha de vir a ser 
humilhada, associados ao estímulo constante 
da concorrência profissional, torna a pessoa 
conivente com a conduta do assediador.
As virtudes profissionais são o assunto da pró-
xima aula. Siga em frente e bons estudos!
VIGILÂNCIA:
Ação ou efeito de vigiar; 
cuidado, preocupação.
54
Colocando em prática
Espero que esteja gostando e aproveitan-
do o curso. Antes de seguir para a próxi-
ma aula, realize os exercícios propostos no 
ambiente virtual (AVA) para fixar o conhe-
cimento. 
Aula 2: 
Virtudes 
profissionais
Segundo Silva (2007), além dos deveres comuns 
de um profissional, devem ser levadas em conta 
as qualidades pessoais que também concorrem 
para o enriquecimento de sua atuação profissional, 
algumas delas facilitando o exercício da profissão.
Muitas dessas qualidades poderão ser adquiridas 
com esforço e boa vontade, aumentando, nesse 
caso, o mérito do profissional que, no decorrer de 
sua atividade, consegue incorporá-las à sua per-
sonalidade, procurando vivenciá-las ao lado dos 
deveres profissionais 
Virtudes como responsabilidade, lealdade e inicia-
tiva são fundamentais para a formação dos recur-
sos humanos.
Em um artigo publicado no Portal Exame (1996), 
o consultor dinamarquês Clauss Moller faz uma 
associação entre as virtudes da lealdade, respon-
sabilidade e iniciativa como fundamentais para a 
formação de recursos humanos. 
MÉRITO:
Merecimento
55Unidade 3
Ética e Cidadania
Para Augusto (2010),
O senso de responsabilidade 
é o elemento fundamental 
da empregabilidade. Sem 
responsabilidade a pessoa não pode 
demonstrar lealdade, nem espírito 
de iniciativa [...]. Uma pessoa que se 
sinta responsável pelos resultados 
da equipe terá maior probabilidade 
de agir de maneira mais favorável 
aos interesses da equipe e de 
seus clientes, dentro e fora da 
organização [...]. A consciência de 
que se possui uma influência real 
constitui uma experiência pessoal 
muito importante.
Ainda segundo o autor, o senso de responsabi-
lidade fortalece a autoestima de cada pessoa. 
Só pessoas que têm autoestima e sentimento de 
poder próprio são capazes de assumir responsa-
bilidades. Elas têm sentido para a vida e, desse 
modo, alcançam metas com as quais concordaram 
previamente e pelas quais assumiram responsabi-
lidade real, de maneira consciente. As pessoas que 
optam por não assumir responsabilidades podem 
ter dificuldades em encontrar significado para suas 
vidas. Seu comportamento é regido pelas recom-
pensas e sanções de outras pessoas, como chefes 
e pares. “[...]. Pessoas desse tipo jamais serão boas 
integrantes de equipes.”
A lealdade é o segundo dos três principais ele-
mentos que compõe a empregabilidade. Uma pes-
soa leal se alegra quando a organização em que 
trabalha ou o seu departamento é bem-sucedido, 
defende a organização, toma medidas concretas 
quando ela é ameaçada, tem orgulho de fazer par-
te da organização, fala positivamente sobre ela e a 
defende contra críticas.
Ser leal não quer dizer que você fará tudo o que a 
pessoa ou a organização, a qual você quer ser fiel, 
peça para você fazer. Lealdade não é sinônimo de 
obediência cega. Lealdade significa fazer críticas 
construtivas, mas mantê-las dentro do âmbito da 
organização. Significa agir com a convicção de 
que seu comportamento promoverá os legítimos 
LEGÍTIMO: 
Conforme a lei; legal; 
autêntico.
56
interesses da organização. Assim, ser leal às vezes pode significar a recusa em 
fazer algo que você acha que poderá prejudicar a organização ou a equipe de 
funcionários.
As virtudes da responsabilidade e da lealdade são completadas por uma tercei-
ra – a iniciativa – capaz de colocá-las em movimento.
Nota
Iniciativa: tomar a iniciativa de fazer algo de interesse da organização 
significa, ao mesmo tempo, demonstrar lealdade pela organização. 
Em um contexto de empregabilidade, tomar iniciativas não quer dizer 
apenas iniciarum projeto de interesse da organização ou da equipe, 
mas também assumir responsabilidade por sua complementação e 
implementação.
Para Augusto (2010), existem outras qualidades que são importantes no exercí-
cio de uma profissão:
Honestidade – está relacionada com a confiança que nos é 
depositada, com a responsabilidade perante o bem de terceiros e 
a manutenção de seus direitos. É muito fácil encontrar a falta de 
honestidade quando existe a fascinação pelos lucros, privilégios 
e benefícios fáceis, pelo enriquecimento ilícito em cargos que 
outorgam autoridade e que têm a confiança coletiva de uma 
coletividade.
Sigilo – O respeito aos segredos das pessoas, dos negócios, 
das empresas, deve ser desenvolvido na formação de futuros 
profissionais, pois se trata de algo muito importante. Uma informação 
sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é 
obrigatória.
Competência – sob o ponto de vista funcional, é o exercício do 
conhecimento de forma adequada e persistente a um trabalho ou 
profissão. 
É de extrema importância a busca da competência profissional em qualquer 
área de atuação. Recursos humanos devem ser incentivados a buscar sua com-
petência e maestria por meio do aprimoramento contínuo de suas habilidades e 
de seus conhecimentos.
57Unidade 3
Ética e Cidadania
Prudência – todo trabalho, para ser executado, exige muita 
segurança. A prudência, fazendo com que o profissional analise 
situações complexas e difíceis com mais facilidade e de forma 
mais profunda e minuciosa, contribui para a maior segurança, 
principalmente das decisões a serem tomadas. A prudência é 
indispensável nos casos de decisões sérias e graves, pois evita 
os julgamentos apressados e as lutas ou discussões inúteis. 
(AUGUSTO, 2010)
Coragem – todo profissional precisa ter coragem, pois “o homem que evita e 
teme a tudo, não enfrenta coisa alguma, torna-se um covarde.” (ARISTÓTELES) 
A coragem nos ajuda a reagir às críticas quando injustas, e a nos 
defender dignamente quando estamos cônscios de nosso dever. 
Nos ajuda (sic) a não ter medo de defender a verdade e a justiça, 
principalmente quando estas forem de real interesse para outrem ou 
para o bem comum. Temos que ter coragem para tomar decisões, 
indispensáveis e importantes, para a eficiência do trabalho, sem 
levar em conta possíveis atitudes ou atos de desagrado dos chefes 
ou colegas.
Perseverança – qualidade difícil de ser encontrada, mas necessária, 
pois todo trabalho está sujeito a incompreensões, insucessos e 
fracassos que precisam ser superados, prosseguindo o profissional 
em seu trabalho, sem entregar-se a decepções ou mágoas. [...] 
Compreensão – qualidade que ajuda muito um profissional, 
porque é bem aceito pelos que dele dependem, em termos de 
trabalho, facilitando a aproximação e o diálogo, tão importante no 
relacionamento profissional. (AUGUSTO, 2010)
É bom, porém, não confundir compreensão com fraqueza, para que o profis-
sional não se deixe levar por opiniões ou atitudes nem sempre válidas para a 
eficiência do seu trabalho e, para que não se percam os verdadeiros objetivos a 
serem alcançados pela profissão.
Vê-se que a compreensão precisa ser condicionada, muitas vezes, pela prudên-
cia. A compreensão que se traduz principalmente em calor humano pode bene-
ficiar muito uma atividade profissional, dependendo de ser convenientemente 
dosada (MÖLLER, 1996).
“Humildade – o profissional precisa ter humildade suficiente para admitir que 
não é o dono da verdade e que o bom senso e a inteligência são propriedade 
de um grande número de pessoas.” (AUGUSTO, 2010) 
58
Representa a autoanálise que todo profissional deve praticar em função de sua 
atividade profissional, a fim de reconhecer melhor suas limitações, buscando 
a colaboração de outros profissionais mais capazes, caso tenha necessidade, 
dispondo-se a aprender coisas novas, numa busca constante de aperfeiçoamen-
to (MÖLLER, 1996).
Imparcialidade – é uma qualidade tão importante que assume 
as características do dever, pois se destina a se contrapor aos 
preconceitos, a reagir contra os mitos (em nossa época dinheiro, 
técnica, sexo...), a defender os verdadeiros valores sociais e éticos, 
assumindo principalmente uma posição justa nas situações que terá 
que enfrentar. Para ser justo é preciso ser imparcial, logo a justiça 
depende muito da imparcialidade. 
Otimismo – em face das perspectivas das sociedades modernas, o 
profissional precisa e deve ser otimista para acreditar na capacidade 
de realização da pessoa humana, no poder do desenvolvimento, 
enfrentando o futuro com energia e bom-humor. (AUGUSTO, 2010)
É de suma importância ajudar uns aos outros na prática dessas virtudes Muitos 
são os deveres que um profissional possui em relação aos seus colegas. Entre 
todos, um dos que se torna mais importante é o dever ético da ajuda para o 
fortalecimento de uma comunidade. O ajudar envolve um conjunto de atitudes. 
Isso não significa, todavia, que se deve abandonar ou condenar definitivamen-
te um colega porque ele cometeu enganos. Todos podem cometer erros e é 
natural que sejam cometidos em situações de inexperiência, falta de orientação, 
educação insuficiente, más companhias, circunstâncias adversas, fortes desilu-
sões, depressões mentais, problemas de saúde, em suma, muitos fatores ad-
versos podem conduzir ao rompimento com a virtude. Ninguém deve julgar-se 
absolutamente perfeito e todos estão sujeitos a enganos maiores ou menores. 
A ajuda, portanto, inclui essa especial assistência a um colega para que possa 
reconduzir-se ao caminho do bem, para que possa retornar a virtude ou até 
absorver exemplos que, em verdade, não havia ainda sido despertado para eles 
(YUKA, 2008).
É normal que o ser humano possa ser vítima, e de fato o é, da inveja, da calúnia, 
da perseguição pertinaz, da traição, isto é, de vícios de terceiros que nos atin-
gem e que para combatê-los outros venham a ser praticados, como o de igua-
lar-se ao malfeitor. Partindo do princípio de que o semelhante com o semelhan-
te se cura (como é o caso de injetar-se no corpo o veneno de ofídios, ou seja, as 
vacinas, quando a pessoa é por ele atingida), muitos outros erros se acumulam 
quando se revida com a prática do mal (YUKA, 2008).
59Unidade 3
Ética e Cidadania
Reflita
O referido princípio que tão bem se aplica ao corpo deixa de 
aplicar-se aos domínios da ética, no caso enfocado, pois, ninguém 
se ajuda sem ajudar o seu semelhante. Quando um colega pratica 
erros, a primeira coisa que nos cabe fazer é aproximarmos dele 
para contribuir com exemplos e boas palavras para que se recupere. 
Ninguém está absolutamente perdido se tem ainda dentro de si a 
capacidade de absorver a virtude e se não é infensa a orientação. 
(YUKA, 2008)
Relembrando
Nesta aula você viu que as virtudes profissionais, como responsabilidade, 
lealdade e iniciativa, são fundamentais para a formação dos recursos huma-
nos. Porém, existem outras qualidades que são importantes no exercício de 
uma profissão, como honestidade, sigilo, competência, prudência, coragem, 
perseverança, compreensão, humildade, imparcialidade e otimismo.
Na próxima aula você conhecerá o código de ética, dando continuidade aos 
seus estudos neste curso. Prepare-se!
 
Colocando em prática
A aula seguinte será muito interessante, mas, antes de seguir, lembre-
se de realizar as atividades propostas no ambiente virtual (AVA). Utilize 
as ferramentas do ambiente para compartilhar informações e tirar dúvi-
das com o professor tutor e os colegas.
60
Aula 3: 
Código de ética 
Um código de ética em si é um acordo explícito 
entre os membros de um grupo social: uma cate-
goria profissional, um partido político, uma as
sociação civil etc. Seu objetivo é explicitar como 
aquele grupo social que o constitui pensa e define 
sua própria identidade política e social; e como 
aquele grupo social se compromete a realizar seus 
objetivos particulares de um modo compatível com 
os princípios universais da ética (SUSIN, 1999).EXPLICITAR: 
Tornar explícito, claro, 
declarado.
61Unidade 3
Ética e Cidadania
O código de ética é importante porque proporciona um tipo de estabilidade e 
estabelece pontos de convergência para qualquer um dentro de uma organiza-
ção (YUKA, 2008). Um código não são princípios abstratos colocados em um 
papel. É preciso encará-lo como uma parte viva da empresa.
Atenção
Um código que não é aplicável ou utilizável não é um código.
O código de ética profissional
É uma espécie de contrato de classe e os órgãos de fiscalização do 
exercício da profissão passam a controlar a execução de tal peça 
magna. [...] Tem como base as virtudes que devem ser exigíveis e 
respeitadas no exercício da profissão, abrangendo o relacionamento 
com usuários, colegas de profissão, classe e sociedade. (YUKA, 2008)
Ainda para o autor, “O interesse no cumprimento do aludido código passa, 
entretanto, a ser de todos. O exercício de uma virtude obrigatória torna-se 
exigível de cada profissional, como se uma lei fosse, mas com proveito geral”. 
Acompanhe:
1 Interessar-se pelo bem público e com tal finalidade contribuir com 
seus conhecimentos, capacidade e experiência para melhor servir a 
humanidade.
2 Considerar a profissão com autotítulo de honra e não praticar nem 
permitir a prática de atos que comprometam a sua dignidade.
3 Não cometer ou contribuir para que se cometam injustiças contra 
colegas.
4 Não praticar qualquer ato que, direta ou indiretamente, possa 
prejudicar legítimos interesses de outros profissionais.
5 Não solicitar nem submeter propostas contendo condições que 
constituam competição de preços por serviços profissionais.
6 Atuar dentro da melhor técnica e do mais elevado espírito público, 
devendo, quando Consultor, limitar seus pareceres às matérias 
específicas que tenham sido objeto da consulta.
62
7 Exercer o trabalho profissional 
com lealdade, dedicação e 
honestidade para com seus clientes 
e empregadores ou chefes, com 
espírito de justiça e equidade para 
com os contratantes e empreiteiros.
8 Ter sempre em vista o bem-estar 
(sic) e o progresso funcional dos 
seus empregados ou subordinados 
e tratá-los com retidão, justiça e 
humanidade.
9 Colocar-se a par da legislação 
que rege o exercício profissional, 
visando cumpri-la corretamente e 
colaborar para sua atualização e 
aperfeiçoamento. (YUKA, 2008)
De um modo geral, os principais problemas con-
cernentes aos profissionais são o desrespeito, o 
despreparo e as fraudes.
O artigo 8o do Código de Ética Profissional da En-
genharia, Arquitetura, Agronomia, Geologia, Geo-
grafia e Meteorologia relata os princípios éticos da 
prática da profissão aos quais o profissional deve 
pautar sua conduta. Veja a seguir:
Do objetivo da profissão
I – A profissão é bem social da 
humanidade e o profissional é 
o agente capaz de exercê-la, 
tendo como objetivos maiores a 
preservação e o desenvolvimento 
harmônico do ser humano, de seu 
ambiente e de seus valores;
Da natureza da profissão
II – A profissão é bem cultural 
da humanidade construído 
permanentemente pelos 
conhecimentos técnicos e 
científicos e pela criação artística, 
manifestando-se pela prática 
tecnológica, colocado a serviço da 
melhoria da qualidade de vida do 
homem;
EQUIDADE: 
Sentimento de justiça, 
imparcialidade.
RETIDÃO: 
Conformidade com o que 
é correto, justo, moral.
63Unidade 3
Ética e Cidadania
Da honradez da profissão
III – A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta 
honesta, digna e cidadã;
Da eficácia profissional
IV – A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e 
competente dos compromissos profissionais, munindo-se de técnicas 
adequadas, assegurando os resultados propostos e a qualidade 
satisfatória nos serviços e produtos e observando a segurança nos 
seus procedimentos;
Do relacionamento profissional
V – A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo 
e com espírito progressista dos profissionais para com os gestores, 
ordenadores, destinatários, beneficiários e colaboradores de seus 
serviços, com igualdade de tratamento entre os profissionais e com 
lealdade na competição;
Da intervenção profissional sobre o meio
VI – A profissão é exercida com base nos preceitos do 
desenvolvimento sustentável na intervenção sobre os ambientes 
natural e construído, e da incolumidade das pessoas, de seus bens e 
de seus valores;
Da liberdade e segurança profissionais
VII – A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a 
segurança de sua prática de interesse coletivo. (CONFEA, 2002)
Relembrando
Como você acompanhou nesta aula, o código de ética é um acordo explícito 
entre os membros de um grupo social que pode ser uma categoria profissio-
nal, um partido político, uma associação civil etc. Tem como objetivo expli-
citar como aquele grupo social que o constitui pensa e define sua própria 
identidade política e social e como se compromete a realizar seus objetivos 
particulares de um modo compatível com os princípios universais da ética.
64
Colocando em prática
Para reforçar todo esse conhecimento, lembre-se se acessar o ambiente 
virtual (AVA) e realizar as atividades propostas, certo?
 Finalizando
Você estudou nesta unidade que o assédio moral e sexual é um ato que 
caracteriza uma atitude violenta e sem ética nas relações de trabalho, 
praticada por um ou mais chefes contra seus subordinados, e que o 
medo do desemprego e a vergonha de virem a ser humilhados, asso-
ciados ao estímulo constante da concorrência profissional, os tornam 
coniventes com a conduta do assediador.
Aprendeu que as virtudes profissionais, como responsabilidade, le-
aldade e iniciativa, são fundamentais para a formação dos recursos 
humanos. Existem outras qualidades que são importantes no exercício 
de uma profissão, como honestidade, sigilo, competência, prudência, 
coragem, perseverança, compreensão, humildade, imparcialidade e 
otimismo.
E aprendeu também que o código de ética é um acordo entre partes 
que tem por objetivo explicitar o pensamento e a própria identidade 
política e social dos grupos que o compõem. 
Finalizando esta unidade você completa os seus estudos sobre ética e 
cidadania. É importante que você resolva agora o desafio desta última 
unidade, que está disponível no ambiente virtual, para encerrar o curso.
65
JOSÉ OLAVO BRAGA, formado em Engenharia 
Ambiental pela Universidade Luterana do Brasil em 
Manaus, mestre em Ciências Florestais e Ambientais 
pela Universidade Federal do Amazonas.
Atualmente é professor na ULBRA de Manaus e em-
presário nas áreas de engenharia e meio ambiente.
Ocupou cargos de coordenação do curso de Enge-
nharia Ambiental da ULBRA de Manaus, coordena-
ção dos setores de geoprocessamento da Agência 
Reguladora de Serviços Públicos do Amazonas (AR-
SAM) e da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana 
de Manaus.
Conhecendo o 
autor
67
ABREU, A. R. et. al. Ética. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro082.pdf>. 
Acesso em: 01 jun. 2010.
ANJOS, H. L. C. L. Ética na educação. 2009. Dis-
ponível em: <http://www.webartigos.com/arti-
cles/26673/1/Artigo-Etica-na-Educacao/pagina1.
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ARISTÓTELES. A ética. Rio de Janeiro: Ediouro.
AUGUSTO, Jordan. O alvo que ninguém está sal-
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Acesso em: 8 ago. 2010.
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CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITE-
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ca Federativa do Brasil, Brasília, DF, 12 dez. 2002. /
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DALLARI, D.A. Direitos humanos e cidadania. São 
Paulo: Moderna, 1998.
DIAS, B. O que é ser ético e entre outros. 2009. 
Disponível em: <http://www.bdscon09.jex.com.

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