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Ética e Cidadania CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidente SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Conselho Nacional Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidente SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Departamento Nacional José Manuel de Aguiar Martins Diretor Geral Regina Maria de Fátima Torres Diretora de Operações Confederação Nacional da Indústria Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Ética e Cidadania Brasília 2010 José Olavo Braga © 2010. SENAI – Departamento Nacional Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Setor Bancário Norte, Quadra 1, Bloco C Edifício Roberto Simonsen – 70040-903 – Brasília – DF Tel.:(61)3317-9000 – Fax:(61)3317-9190 http://www.senai.br Coordenador Projeto Estratégico 14 DRs Luciano Mattiazzi Baumgartner - Departamento Regional do SENAI/SC Coordenador de EaD – SENAI/AM José Nabir de Oliveira Ribeiro - Departamento Regional do Amazonas Coordenador de EaD – SENAI/GO Ariana Ramos Massensini - Núcleo Integrado de Educação a Distância SESI e SENAI Coordenador de EaD – SENAI/PB Felipe Vieira Neto - Centro de Educação Profissional Prof. Stenio Lopes Coordenador de EaD – SENAI/SC em Florianópolis Diego de Castro Vieira - SENAI/SC em Florianópolis Design Educacional, Design Gráfico, Diagramação e Ilustrações Equipe de Desenvolvimento de Recursos Didáticos do SENAI/SC em Florianópolis Revisão Ortográfica e Normativa FabriCO Fotografias Banco de Imagens SENAI/SC http://www.sxc.hu/ http://office.microsoft.com/en-us/images/ http://www.morguefile.com/ Equipe técnica que participou da elaboração desta obra Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB 14/937 – SENAI/SC Florianópolis B813e Braga, José Olavo Ética e cidadania / José Olavo Braga. Brasília: SENAI/DN, 2010. 71 p. : il. color ; 30 cm. Inclui bibliografias. 1. Ética. 2. Ética profissional. 3. Ética empresarial. 4. Cidadania. 5. Conduta. I. SENAI. Departamento Nacional. II. Título. CDU 174 Apresentação do Curso ................................................................................. 07 Plano de estudos ............................................................................................. 09 Unidade 1: Ética e Cidadania ...................................................................... 11 Unidade 2: Ética Profissional ....................................................................... 33 Unidade 3: Ética no Ambiente de Trabalho ............................................ 47 Conhecendo o autor ....................................................................................... 67 Referências ......................................................................................................... 69 Sumário 7 Olá! Seja bem-vindo ao curso Ética e Cidadania. Durante este curso você estudará um pouco mais a história desses dois temas, qual a visão atual sobre esses conceitos e como foram evoluindo ao longo dos anos. Terá oportunidade de conhecer as relações existentes entre ética e trabalho e entre ética e moral, além do individualismo e as mudanças de paradigmas. Também serão abordados neste curso assuntos sobre assédio no ambiente de trabalho, virtudes profissionais e código de ética profissional. Então, ajeite-se confortavelmente e prepare-se para começar os estudos. Vamos lá?! Professor José Olavo Braga Apresentação do Curso 9 Carga horária: 16h Ementa Ética. Evolução do trabalho. Ética e trabalho. Éti- ca profissional. Individualismo e ética profissional. Mudanças de paradigmas. Assédio no ambiente de trabalho. Virtudes profissionais. Código de Ética Profissional. Objetivos Objetivo geral Estudar os conceitos de ética e moral, no contexto da cidadania dentro e fora das organizações. Objetivos específicos � Adquirir conhecimento sobre ética e cidadania; � Desenvolver percepção crítica sobre o tema; � Compreender conceitos de termos referentes ao assunto; � Conhecer sobre os tipos de ética existentes e suas relações. Plano de Estudos 11 1Ética e Cidadania Objetivos de aprendizagem Ao final desta unidade, você terá subsídios para: � Reconhecer assuntos relacionados aos te- mas de ética, moral, cidadania e evolução do trabalho; � Compreender como esses assuntos estão relacionados entre si e quais os seus funda- mentos; � Conceituar termos sobre ética, moral e cida- dania e conhecer a história da evolução do trabalho. Aulas Acompanhe nesta unidade o estudo das aulas seguintes. Aula 1: Ética Aula 2: Ética e moral Aula 3: Cidadania Aula 4: Evolução do trabalho 12 Para Iniciar Bem vindo ao curso Ética e Cidadania. Este curso foi desenvolvido especialmente para você. Nesta unidade, você estudará os conceitos de ética, moral e cidadania, para entender suas diferenças e conhecer um pouco mais suas histórias, desde suas origens até os dias de hoje. Este estudo também explanará a história e o desenvolvimento da ética e da ci- dadania no Brasil. Você vai observar que a história desse tema está diretamente relacionada às histórias das lutas pelos direitos humanos e que houve um grande avanço quando se estabeleceu a Constituição de 1988, garantindo aos cidadãos brasileiros direitos e deveres outrora não instituídos. Você estudará a importância da ética no dia a dia de uma sociedade, tendo em vista que ela funciona como uma reguladora de desenvolvimento histórico-cultu- ral. Verá que, sem os princípios fundamentais de ética, a humanidade já teria se despedaçado até a autodestruição. Com base nesse tema, você terá oportunidade de refletir sobre a aplicação de valores éticos e morais em suas práticas diárias. Para enriquecer ainda mais seu conhecimento a respeito de ética e cidadania, será explicado como se dá a aplicação dos conceitos já aprendidos no ambiente de trabalho e sua evolução ao longo dos anos. Finalizando a unidade, você conhecerá mais alguns temas que estão relacionados à ética, pois são atuais e muitas vezes polêmicos, tais como valores éticos na vida privada e profissional, ética e convivência humana, ética e justiça social, ética e meio ambiente, política, corrupção, entre outros. Há muita coisa para aprender, então, mãos à obra! 13Unidade 1 Ética e Cidadania Aula 1: Ética Atualmente é muito comum ouvirmos ou falarmos sobre ética, mas o que é isso exatamente? Conceituando, a palavra “ética” vem do grego ethos e significa “costume”, “uso” ou “forma de conduzir-se”. Conforme salienta Vaz (1988), duas palavras gregas, parecidas, explicam o sentido etimológico da palavra: ethos e éthos. � Ethos pode ser entendido como “costume”, referindo-se aos usos e costumes de um grupo. Praticamente tem o mesmo significado do que em latim seria “costume”, correspondendo a mos e moris, originando a palavra “moral”. � Éthos pode ser entendido como domicílio, moradia, ou seja, a morada habitual de alguém. Passou a designar a maneira de ser habitual, o caráter, a disposição da alma. Caráter é marca, sigilo, timbre ou disposição interna da vontade que a inclina a agir habitualmente de determi- nada maneira. É o hábito, para o bem ou para o mal, virtuoso ou vicioso. Hábito é efeito de atos, pois a repetição de atos causa o hábito, mas, uma vez adquirido, o hábito toma-se cau- sa de atos (ANJOS, 2009). A ética está presente em todas as etnias. Ela é um conjunto de regras, princípios ou maneira de pensar e expressar. Uma espécie de teoria sobre a prática moral, uma reflexão teórica que analisae critica os fundamentos e os princípios que re- gem um determinado sistema moral. Diante dis- so, considera-se que a ética pode ser ensinada e aprendida. ÉTICA: Conjunto de regras e de valores a que se subme- tem os fatos e as ações humanas, para apreciá-los e distingui-los. ETIMOLÓGICO (adj.): Tratado da origem das palavras. MORAL: Relativo aos princípios do bem e do mal; ético; conjunto de faculdades morais. TIMBRE: Marca, sinal. ETNIA: Grupo humano biológica e culturalmente homogê- neo. 14 Construída pela sociedade, a ética contempla va- lores históricos e culturais. Portanto, do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e os princípios morais de uma sociedade e seus grupos. Conforme Nalini (1999), Ética é a ciência do com- portamento moral dos homens em sociedade; é o conjunto de normas de comportamento e de formas de vida, por meio do qual o homem tende a realizar o valor do bem. Atenção A ética não tem como função julgar as distintas práticas morais de cada sociedade, mas explicar o porquê de tantas diferenças ao longo dos anos, resultando muitas vezes em práticas morais diferentes e até mesmo opostas. Cada sociedade e cada grupo possuem seus pró- prios códigos de ética. Em um país, por exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, essa atitude pode desrespei- tar os princípios éticos estabelecidos. Saiba mais Aproveitando o exemplo, a ética na área de pesquisas biológicas é denominada bioética. Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe a ética de determina- dos grupos ou locais específicos. Nesse sentido, podemos citar a ética médica, de trabalho, empre- sarial, educacional, nos esportes, jornalística, na política etc. FILOSOFIA: Ciência da busca pelo co- nhecimento, especialmen- te da origem e do sentido da existência. 15Unidade 1 Ética e Cidadania A ética serve para que haja equilíbrio e bom funcionamento social, possibili- tando que ninguém saia prejudicado. Embora não possa ser confundida com as leis, a ética está relacionada ao sentimento de justiça social. Uma pessoa que não segue a ética da sociedade a qual pertence é chamada de antiética, assim como o ato praticado é denominado dessa forma. O surgimento da ética O estudo da ética iniciou-se com filósofos gregos há cerca de 25 séculos. Atu- almente, inúmeros pesquisadores do conhecimento dedicam-se ao estudo da ética e seu campo de atuação ultrapassa os limites da filosofia. Nesse contexto, sociólogos, psicólogos, biólogos e muitos outros profissionais desenvolvem trabalhos no campo da ética. Sócrates foi o grande iniciador da ética. Ele deu início a questionamentos a respeito da razão. Não interessava a ele apenas cumprir a lei, mas saber qual o sentido dela. 16 O homem antigo se satisfazia com as respostas dadas pelo simples mito e nada questionava. Afi- nal, em sua concepção, o mito dizia a verdade dos deuses, ou seja, se o mito mandava agir de acordo com a lei divina, isso era inquestionável. Em um dado momento, o homem começou a questionar a lei e as respostas dadas pelo mito. Deu-se, assim, grosso modo, o aparecimento da filosofia. Quando os gregos iniciaram suas buscas por res- postas, a lógica mística já não os satisfazia, dessa forma eles superaram o mito. Surgiu, naquele mo- mento, um novo modo de vida e respostas que ge- raram novas perguntas. Houve uma procura pelo saber e não mais pelo mito, pois suas respostas perderam o sentido para os homens. Assim, surgiu o filósofo, definido como aquele que concretiza o saber. Mais precisamente, o filósofo concretiza as virtudes. Virtude é definida como o bem moral - inte- lectuais, porque elas dão sentido às coisas. É o advento de um novo modo de vida, em que a cultura passa a ser julgada pela razão, pois as coisas começam a ser explicitadas e fundamen- tadas pelo próprio homem. (CARVALHO, 2003, p. 3). Tarefa própria do filósofo. Ética é, portanto, o estudo da ação humana e de suas consequências. Um ramo do saber que reflete sobre a ação humana, que tenta identificar os prin- cípios práticos que regulam essa ação. Lembrando que somente com o surgimento da filosofia pode- se falar de ética como uma reflexão racional sobre o agir. VIRTUDE: Disposição firme para o bem; boa qualidade moral. 17Unidade 1 Ética e Cidadania Relembrando Nesta aula, você aprendeu que ética é um conjunto de regras, princípios ou a maneira de pensar e expressar-se e que seu surgimento foi por meio de Sócrates, quando deu início a questionamentos a respeito da razão. Na próxima aula, você aprenderá sobre a relação de ética e moral e dará continuidade aos seus estudos neste curso. Até lá! Colocando em prática A aula seguinte será muito interessante para compreender melhor o assunto estudado. Mas antes realize as atividades propostas no am- biente virtual (AVA). Lembre-se de utilizar as ferramentas do ambiente para compartilhar informações e tirar dúvidas com o professor tutor e os colegas. Preparado? 18 Aula 2: Ética e moral Ética e moral são expressões que não devem ser confundidas, sendo a segunda mais ampla que a primeira, de maneira que, quando superpostas, sempre have- rá um resíduo. A moral está relacionada à regulação de valores, costumes e crenças de uma determinada sociedade, religião, tradição cultural etc. Salienta-se que também existem morais específicas em grupos sociais mais restritos: uma instituição, um partido político entre outros. “Ou seja, a decisão de agir corretamente em uma situação concreta é uma questão prática-moral, mas investigar se a pessoa pôde escolher entre duas ou mais alternativas de ação e agir de acordo com sua decisão é um problema teórico ético, pois verifica a liberdade ou o determinismo aos quais nossos atos estão sujeitos” (FERREIRA e FRANCISCO, 2007, p. 3). “Há, portanto, muitas e diversas morais. Isso quer dizer que uma moral é um fe- nômeno social particular, que não tem compromisso com a universalidade, isto é, com o que é válido e de direito para todos os homens” (PAULUCCI, 2008). É comum o uso dos termos “ética” e “moral” como sinônimos, na maioria das vezes, de forma inadequada. A ética não cria a moral. Além disso, tem-se que a moral engloba determinados princípios, normas ou regras do comportamento, e não é a ética que os estabelece. Segundo Aurélio século XXI (FERREIRA, 1999, p. 136), o termo moral significa: “Conjunto de regras de condutas consideradas como válidas, quer de modo ab- soluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada [...]”. É “[...] o conjunto de nossas faculdades morais; brio, vergonha”. A moral é algo adquirido como herança e preservado pela comunidade. Em suas definições, os termos “ética” e “moral” se relacionam, sendo a moral instrumento de ação e a ética a norma, isto é, um homem moralmente bom é aquele que faz o que é correto, definido pelos padrões sociais. 19Unidade 1 Ética e Cidadania Relacionando moral e direito Goldim (2003) relaciona os conceitos de moral e direito, conforme trecho a seguir: Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam a estabelecer certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam. A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir o seu bem viver. A Moral independe das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum. O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área geográfica onde uma determinada população ou seus delegados vivem. O mesmo autor continua seu pensamento relacionando ética, moral e direito: A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito.Ela é diferente de ambos – Moral e Direito – pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que a caracteriza. (GOLDIM, 2003) Diferenças entre ética e moral Veja a seguir uma lista de diferenças existentes entre ética e moral. Não leve em consideração que um seja bom e o outro ruim, pois os dois devem ser levados a sério, porém são distintamente diferentes. Vejamos: Quadro 1 – Diferenças entre ética e moral Ética Moral O princípio Aspectos de condutas específicas Temporal Temporária Universal Cultural Prática Teoria 20 Relembrando Você aprendeu que ética e moral são expres- sões que não devem ser confundidas e que a moral está relacionada à regulação de valores, costumes e crenças de uma determinada socie- dade, religião, tradição cultural etc. Na próxima aula você estudará sobre o tema cidadania e, assim, dará continuidade aos seus estudos neste curso. Até lá! Colocando em prática Chegou a hora de colocar em prática o que você aprendeu até agora. Que tal realizar uma atividade? Então, acesse o ambiente virtual (AVA) e bom trabalho! Aula 3: Cidadania Assim como a ética, a cidadania é hoje questão fundamental na educação, na família e nas enti- dades para o aperfeiçoamento de um modo de vida. Ninguém nasce cidadão, mas torna-se cida- dão pela educação porque a educação atualiza a inclinação potencial e natural dos homens à vida comunitária ou social. Não basta o desenvolvimento tecnológico ou cien- tífico para que a vida fique melhor. É preciso uma boa e razoável convivência na comunidade política para que os gestos e as ações de cidadania pos- sam estabelecer um viver harmônico, mais justo e menos sofredor. CIDADANIA: Qualidade ou condição de cidadão. CIDADÃO: Indivíduo no gozo de seus direitos civis e polí- ticos. 21Unidade 1 Ética e Cidadania A cidadania não possui uma definição simples e definitiva devido à sua natureza de mudança. Nes- se sentido, trata-se de um processo que iniciou nos primórdios da humanidade e que se efetiva por meio do conhecimento e da conquista dos direitos humanos, não como algo pronto, acabado, mas como aquilo que se constrói. O surgimento da cidadania Segundo o Novo dicionário Aurélio (FERREIRA, 2004), cidadania é qualidade ou estado de cida- dão. Já o conceito de cidadão se define como indi- víduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado ou no desempenho de seus deveres para com este. Habitante da cidade. Indivíduo, homem, sujeito. O conceito de cidadania também está relacionado à capacidade dos homens de exercerem direitos e deveres. Ora, na atuação de cada indivíduo, há uma esfera privada (particular) e uma esfera públi- ca (comum a todos os cidadãos). Em Roma, o poder político e a cidadania somente eram exercidos por seus patrícios. A plebe, cons tituída de romanos não nobres, e os estrangeiros não eram considerados cidadãos, portanto não lhes cabia qualquer tipo de direitos políticos, civis e religiosos. Esse tipo de conceito romano deu ori- gem a inúmeras lutas internas. Após diversos con- flitos políticos que se estenderam até o século III a.C. com a criação de instituições plebeias (como o Tribunato e a Assembleia da Plebe), esse quadro foi se alterando aos poucos e o acesso à cidadania passou a todos os romanos de nascimento, ainda que fossem escravos libertos. Como você observou, a cidadania é uma ideia tão antiga como a ética ou a política. Contudo, é a partir das últimas décadas do século XX que se observa um crescente interesse pela cidadania como conceito filosófico-político e como ferra- menta politicamente útil. PATRÍCIO: Indivíduo de classe nobre na antiga Roma. PLEBE: Povo, ralé. 22 ? Pergunta Por que a ética é necessária e importante? A ética tem sido o principal regulador do desen- volvimento histórico-cultural da humanidade. Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios humanitários fundamentais, comuns a todos os povos, nações, religiões etc., a humanidade já teria se despedaçado até a autodestruição. Também é verdade que a ética não garante o progresso moral da humanidade. O fato de que os seres humanos são capazes de concordar minimamente entre si sobre princípios como justiça, igualdade de direitos, dignidade da pessoa humana, cidadania plena, solidariedade etc. cria chances para que esses princípios pos- sam ser postos em prática, mas não garante o seu cumprimento. As nações do mundo já entraram em acordo em torno de muitos desses princípios. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, pela ONU, em 1948, é uma demonstração de o quanto a ética é necessária e importante. Mas a ética não basta como teoria, nem como princípios gerais acordados pelas nações, povos, religiões etc. Não basta que as Constituições dos países repro- duzam esses princípios (como a Constituição Bra- sileira o fez, em 1988). É preciso que cada cidadão e cidadã incorporem esses princípios como uma atitude prática diante da vida cotidiana, de modo a pautar por eles seu comportamento. Isso traz uma consequência inevitável: frequentemente o exer- cício pleno da cidadania (ética) entra em colisão frontal com a moral vigente. Até porque a moral vigente, sob pressão dos interesses econômicos e de mercado, está sujeita a frequentes e graves degenerações (VIEIRA, 1995). DIGNIDADE: Qualidade de digno; res- peitabilidade. SOLIDARIEDADE: Aderida à causa, à opi- nião, ao sentimento etc. PAUTAR: Relacionar; regular, regrar (conduta, comportamen- to). VIGENTE: Que vigora ou vige, que vale. 23Unidade 1 Ética e Cidadania Reflita É ou não ético roubar um remédio, cujo preço é inacessível, para salvar alguém que, sem ele, morreria? Colocado de outra forma: deve-se privilegiar o valor “vida” (salvar alguém da morte) ou o valor “propriedade privada” (não roubar)? Seria um erro pensar que, desde sempre, os homens têm as mesmas respostas para questões desse tipo. Com o passar do tempo, as sociedades mudam e também mudam os homens que as compõem. Na Grécia antiga, por exemplo, a existência de escravos era perfeitamente legítima: as pessoas não eram consideradas iguais entre si, e o fato de umas não terem liberdade era considerado normal. Outro exemplo: até pouco tempo atrás, as mu- lheres eram consideradas seres inferiores aos homens, e, portanto, não merecedo- ras de direitos iguais (deviam obedecer a seus maridos). Outro exemplo ainda: na Idade Média, a tortura era considerada prática legítima, seja para a extorsão de confissões, seja como castigo. Hoje, tal prática indigna a maioria das pessoas e é considerada imoral. Portanto, a moralida de humana deve ser enfocada no contexto histórico e social. (ABREU et al., 2010). Figura 3 – Ética IMORAL: Contrário a moral; pessoa sem moral. 24 A ética no Brasil Como você já viu, “a cidadania expressa um con- junto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo.” (DALLARI, 1998, p. 14). A história da cidadania está diretamente relaciona- da às histórias das lutas pelos direitos humanos. Já a segunda metade do século XX foi marcada por avanços sociopolíticos importantes: o processo de transição democrática, a volta de eleições diretas, a promulgação da Constituição de 1988. Hoje é possível dizer que passos importantes já fo- ram dados. Mas há muito a ser feito. E não se pode esperar que ninguém o faça senão os próprios brasileiros. A começar pela revisão de conceitos, valores, concepções. Ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direitos. Direitos à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade de direitos, enfim, direitos civis, políti- cos e sociais. Mas esse é um dos lados da moeda. Cidadania pressupõe também deveres. Assim, o cidadão tem responsabilidades a serem cumpri das para com a coletividade em que está inserido (DALLARI, 1998). Figura 4 – Coletividade COLETIVIDADE: Sociedade; comunidade. 25Unidade 1 Ética e Cidadania Relembrando Nesta aula, você estudouque a cidadania é hoje questão fundamental para o aperfeiçoamento de um modo de vida. Aprendeu que em Roma a cida- dania somente era exercida por seus patrícios e que a história da cidadania está diretamente relacionada às histórias das lutas pelos direitos humanos. O assunto da próxima aula é a evolução do trabalho. Prepare-se para dar continuidade aos seus estudos neste curso! Colocando em prática Continue estudando sobre o tema e não deixe de realizar os exercícios propostos no ambiente virtual (AVA). Eles são muito importantes para lembrar dos assuntos estudados! Saiba mais Para saber mais sobre cidadania, acesse o link <http://www.almg.gov. br/index.asp?grupo=escola_legislativo&diretorio=escola&arquivo=esco la_videoaulas> e assista às videoaulas disponíveis. Você vai precisar de um player de mídias instalado em seu computador para assistir. 26 Aula 4: Evolução do trabalho Nesses tempos de globalização e reestruturação competitiva, as empresas que se preocupam com a ética e conseguem converter suas preocupações em práticas efetivas mostram-se mais capazes de competir com sucesso e conseguem obter não apenas a satisfação e a motivação dos seus profis- sionais, mas também resultados compensadores em seus negócios. Figura 5 – Evolução do trabalho Fonte: Autor desconhecido apud Machado Ética, como filosofia e consciência moral, é es- sencial à vida em todos os seus aspectos, sejam pessoais, familiares, sociais ou profissionais. Assim, como profissionais, dependendo do comporta- mento nas relações de trabalho, pode-se estar colocando seriamente em risco a sua reputação, a da empresa e o sucesso nos negócios. GLOBALIZAÇÃO: Processo de integração, organização e internacio- nalização de empresas e economias em escala pla- netária com repercussões em outras áreas. REPUTAÇÃO: Ação ou efeito de con- siderar ou julgar; fama; renome. 27Unidade 1 Ética e Cidadania Dessa maneira, a sobrevivência e a evolução das empresas e dos negócios estão associadas cada vez mais à sua capacidade de adotar e aperfeiçoar condutas marcadas pela seriedade, humildade, jus- tiça e preservação da integridade e dos direitos dos profissionais. Ganhos e benefícios que estão relacionados a tais condutas: � Fortalecimento das relações da empresa com todos os agentes envolvidos direta ou indire- tamente com suas atividades; � Melhoria da imagem e da credibilidade da empresa e de seus negócios; � Satisfação e motivação dos colaboradores e melhoria da sua qualidade de vida integral; � Gerando a melhoria da qualidade, resultados e realizações empresariais; � Possibilidades de construir uma cultura ética profissional e empresarial verdadeira e apro- priada aos novos tempos; � Harmonia e equilíbrio dos interesses individu- ais e institucionais. (SOUZA FILHO, 2010) CREDIBILIDADE: Qualidade de crível, acre- ditável; confiabilidade. INTEGRIDADE: Qualidade de inteiro; íntegro; moral. 28 Ética e convivência humana Uma das principais características do ser humano é o convívio em sociedade, pois faz parte de sua constituição vital. A convivência humana é modelada por diferentes “desafios de relacionamento”. Então, o julgamento do certo e do errado está diretamente ligado à postura e aos valores, ou seja, à ética de uma sociedade. A vida de um ser humano é fun- damentada por seus direitos e sua dignidade. A convivência humana é constituída por obrigações éticas inerentes a conquis- tas do passado, presente e futuro. Dessa forma, integram a ética da convivência os direitos e deveres de cada um, em uma sociedade em que a dignidade da vida deve ser recíproca a todos. Ética e justiça social Quanto à moral da justiça social, é de costume “lavar as mãos”, quanto à res- ponsabilidade ética de problemas como o desemprego, a fome, o imigrante que foge da seca etc. Contudo, um sistema econômico-político-jurídico que produz estruturalmente desigualdades, injustiças, discriminações e exclusões de direitos é um sistema eticamente mau, por mais que seja legalmente (moralmente) constituído (SU- SIN, 1999). Na sociedade, tanto a ordem como a desordem podem ser diretamente influen- ciadas pelo sistema econômico. O fato de parecer que esse sistema tem vida própria, independentemente da vontade dos homens, contribui para ofuscar a responsabilidade ética dos que estão em seu comando. Porém, a moral dominante do sistema econômico diz que, pelo trabalho, qual- quer indivíduo pode ter acesso à riqueza. Já a crítica econômica afirma que a reprodução da miséria econômica é estrutural. Assim, segundo a ética, são necessárias transformações radicais e globais na estrutura do sistema econômico. 29Unidade 1 Ética e Cidadania Ética e meio ambiente Há pouquíssimo tempo o sistema econômico vigente enxergava a natureza apenas como fonte de matérias-primas para a produção de mercadorias. Com isso, a natureza tornou-se uma mercadoria. Esse tipo de postura gerou um dos problemas éticos mais radicais da nossa geração, pois ameaça a sobrevivência futura do planeta e da humanidade. Para se falar em dignidade da vida, é preciso, primeiramente, que haja vida. A preservação da natureza e o seu cuidado é uma responsabilidade ética e moral diante da natureza humana, pois reconhece o valor da natureza para a preser- vação da espécie humana: da importância da fauna, da flora, da variedade das espécies animais, da vida selvagem, do ar puro e da água limpa para a vida dos seres humanos. Trata-se do reconhecimento de uma qualidade que a natureza objetivamente possui: a de possibilitar e garantir a nossa sobrevivência física e o nosso desen- volvimento social. 30 Ética e educação No processo educacional, a comunicação é a es- sência do ensino. A educação tem o papel de subsidiar o desenvolvimento do estudante. A adoção da ética no processo de formação deve ser encarada como fator primordial à educação, pois, mesmo que seja, as práticas educacionais eficien- tes no aprendizado ainda podem ser eticamente incoerentes com o ato de ensinar. Assim, a edu- cação ética é aquea, que busca valores humanos como a justiça, a democracia, a solidariedade, o respeito, a verdade e a igualdade cívica. Ética e política A função ética da política é fazer valer a real necessidade coletiva dos cidadãos e o interesse público, eliminando quaisquer intenções de pri vilegiar a um pequeno grupo em detrimento da maioria. Política é a ação humana que deve ter por objetivo a realização plena dos direitos pelos próprios polí- ticos e pelos cidadãos, reforçando-se e aprimoran- do-se as instituições políticas, fazendo-as valer de direito e de fato. São inegáveis os aprimoramentos das instituições políticas no Brasil, ao longo da sua história e essas práticas não devem cessar, pois são o exercício cotidiano da ética na política. Ética e corrupção A corrupção é a suprema perversidade da vida econômica e da vida política de uma sociedade. É a subversão dos valores social e culturalmente proclamados e assumidos como legítimos. SUBSIDIAR: Dar subsídio; auxiliar; ajudar. DEMOCRACIA: Governo do povo; consti- tuição do poder por meio do voto popular. DETRIMENTO: Dano, prejuízo, desfavor. CORRUPÇÃO: Ação ou efeito de cor- romper, subordinar, peitar. 31Unidade 1 Ética e Cidadania A corrupção, seja ativa ou passiva, é a força con- trária, ou seja, o contrafluxo destruidor da ordem social. É a negação radical da ética, porque destrói na raiz as instituições criadas para realizar direitos. A corrupção é antiética. A corrupção pode, em si- tuações extremas e absurdas, chegar a tornar-se a moral estabelecida, a ponto de gerar nos cidadãos o conformismo com o mal social. A história recente de nosso país tem nesse ponto um dos maiores desafios a enfrentar. Ou bem os cidadãos reagem ativamente e os responsáveis legais agem exemplarmente sem concessões à impunidade ou bem o país avança rapidamente para a desagregação. Indignar-se, resistir e comba- ter a corrupção é umdos principais desafios éticos da política no Brasil (WHITAKER e DELGADO, 1999). Reflita Não é difícil nos depararmos com escândalos estampados nas colunas de jornais. Então surge a pergunta: onde estão os valores éticos e morais de nosso país? Relembrando Você aprendeu nesta aula que a ética está di- fundida nos mais diferentes assuntos da socie- dade, na convivência humana, na justiça social, no meio ambiente, na educação, na política e na corrupção. Ética profissional, além de ser um tema interes- sante, é o assunto da próxima aula. Até lá! IMPUNIDADE: Que escapou da punição. 32 Colocando em prática Chegou a hora de acessar o ambiente virtual (AVA) para trocar ideias com os colegas e com o professor tutor, e, claro, realizar as atividades que estão disponíveis. Acesse lá! Finalizando Nesta unidade, você viu que a ética é uma ferramenta muito aplica- da na análise e no estudo do ser humano e em sua interação com os outros. Lembre-se de que moral e ética não devem ser confundidas: moral é normativa e ética busca a justificativa de ações do indivíduo em diversas situações. Exemplo: levar escondido para casa um bem da empresa é roubo. Nesse caso, o infrator sabe quais as consequências, pois tem noção dos valores, mas eticamente não se detém, pois seu “freio” moral está deturpado. É importante salientar que, embora a lei tenha seus princípios baseados na ética, ela não pode ser confundida com ética. As profissões têm o seu próprio código de ética profissional, que é um conjunto de normas de cumprimento obrigatório, derivadas da ética, frequentemente incor- poradas à lei pública. A ética, portanto, é um item indispensável ao profissional do futuro. Antes de você iniciar a próxima unidade, tente revisar o assunto estu- dado resolvendo o desafio proposto a seguir. 33 2Ética Profissional Objetivos de aprendizagem Ao final desta unidade, você estará apto a: � Identificar temas relacionados à ética profis- sional, ao individualismo e às mudanças de paradigma que aconteceram na história da ética no mundo. Aulas Acompanhe nesta unidade o estudo das aulas seguintes. Aula 1: Ética profissional Aula 2: Individualismo e ética profissional Aula 3: Mudança de paradigmas 34 Para Iniciar Nesta unidade você estudará sobre a ética profis- sional, que é definida como um conjunto de nor- mas de conduta a serem seguidas no exercício de qualquer profissão. Aplicável a todos os campos de conhecimento, a ética profissional embasa também os instrumentos normativos e jurídicos que regem o exercício das atividades regulamentadas. Também aprenderá que, no campo pessoal, muitos são os conflitos que envolvem a ética profissional. Um deles é o individualismo. O homem, por na- tureza, tende a defender em primeiro lugar seus próprios interesses. Sempre que ele prioriza seus interesses individuais, sua consciência de grupo diminui, perdendo o interesse pelo que ocorre na comunidade e na sociedade. Isso pode trazer sérios problemas para o desenvolvimento de qual- quer atividade que necessite do trabalho coletivo. Assim, a ética profissional mostra-se como um instrumento justo e adequado para balancear os interesses individuais e coletivos em benefício de todos. Na sociedade contemporânea, situações de falta de ética e individualismo são frequentes. Por sua vez, essa mesma sociedade está cada vez mais atenta à ética nas ações de qualquer profissão. A corrida por novas abordagens e conceitos destaca a relevância da ética nos relacionamentos profis- sionais. Em vista disso, serão abordados nesta unidade os conceitos e as definições de ética profissional e individualismo e a mudança de paradigmas no campo da ética. Você tem muita coisa para aprender, então mãos à obra! PARADIGMA: Modelo, padrão; protóti- po. 35Unidade 2 Ética e Cidadania Aula 1: Ética profissional A ética profissional é definida como um conjunto de normas de conduta a ser seguida no exercício de qualquer profissão. Aplicável a todos os cam- pos de conhecimento, a ética profissional embasa também os instrumentos normativos e jurídicos que regem o exercício das atividades regulamen- tadas. O conceito “ética profissional” em geral é aplicado no sentido normativo e jurídico, estabelecendo normas e regulamentos a partir de estatutos e có- digos específicos das diferentes profissões. Além de ter um papel regulador do desempenho profissional, a ética também estuda o relaciona- mento do profissional com o cliente, buscando tanto o bem-estar como a dignidade no exercício da profissão. Comparando esses conceitos de “ética profissio- nal” com os conceitos de “ética” que você apren- deu na Unidade 1, poderá verificar que a ética profissional, como “código”, está mais próxima da “moral” que da ética, ou seja, dos “costumes”. Aspectos Existem aspectos relevantes que, mesmo não sen- do considerados na regulamentação profissional, como o aborto, a eutanásia, a aids, o preconceito, entre outros, devem fazer parte da “ética profissio- nal” por se tratar de aspectos morais inerentes à vida humana. EUTANÁSIA: Morte calma, sem sofri- mento; prática pela qual se provoca a morte para poupar dores a um pa- ciente incurável. 36 Dessa forma, sendo a ética profissional inerente à vida humana – pois envolve pessoas que dela se beneficiam –, está presente tanto nas responsabili- dades individuais como nas sociais de cada profis- sional. Outros aspectos que tornam a ética profissional essencial são “o fazer” e “o agir”. O primeiro está ligado à capacidade do profissional e o segundo as atitudes e condutas do profissional no desenvolvi- mento das atividades inerentes à profissão. Portanto, a ética profissional deve ser vista não somente como normas e instrumentos de regula- ção profissional, mas como uma filosofia de valores morais compatíveis com o meio e a expectativa do ser humano. Isto é, estar em conexão com as duas premissas consideradas básicas pela ética: “o que é” o homem e “para que vive”. Ética profissional: o dever da ajuda na prática da virtude. O “ajudar”, entre os deveres éticos, talvez seja o mais importante dentre os deveres que um pro- fissional deve ter, pois envolve um conjunto de atitudes que proporcionam o fortalecimento social, excluindo apenas a conivência com o vício, com o erro e com a fraude. A princípio, porém, não se deve condenar uma pessoa por ela ter cometido enganos, pois o erro é inerente à natureza humana. Inexperiência, falta de orientação, educação insuficiente, más compa- nhias, circunstâncias adversas, desilusões, depres- sões e problemas de saúde podem levar ao erro. Dessa forma, estando o ser humano constante mente suscetível ao erro, o “ajudar” figura como uma especial assistência àqueles que necessitam dela e a aceitam para a recondução ao caminho da verdade. SUSCETÍVEL: Capaz de alguma coisa; passível. 37Unidade 2 Ética e Cidadania Portanto, uma boa prática do “ajudar” pode ocorrer pela aproximação de um colega que tenha cometido erros, pelo incentivo e pela orientação para que ele se recupere por meio de bons exemplos e boas palavras. Reflexões sobre a ética profissional A prática profissional, em qualquer atividade, inicia-se quando da escolha de uma profissão, pois, a partir deste momento, os deveres inerentes à profissão tornam-se obrigatórios. Entretanto, as reflexões necessárias ao exercício profis- sional devem anteceder o período da escolha pela profissão desejada. Assim, é primordial à formação profissional que o aprendizado das competên- cias e habilidades inclua reflexões quanto aos deveres, ao comprometimento, à prática e à ética profissional. Nesse contexto, reflexões como “Estou sendo um bom profissional?”, “Estou agindo corretamente?” ou “Desenvolvo corretamente minhas atividades?” são mecanismos a serem utilizados como busca da melhoria à “prática profissional”. 38 É importante mencionar também o fato de que nem sempre se atua na área profissional desejada. São inúmerosos casos de pessoas que desenvolvem ativi- dades profissionais diferentes de sua formação, o que não as isentam do exercí- cio da ética profissional e da responsabilidade de pertencer a uma classe. Por fim, a principal reflexão a se fazer para a melhoria da “prática profissional” não está escrita nos códigos e nas normas profissionais, pois trata do compor- tamento e das atitudes do profissional. Entre os exemplos, encontram-se estar sempre disposto a aprender, estar propício às mudanças, buscar novas soluções a problemas antigos, ou seja, buscar sempre a inovação profissional. Isso pode contribuir diretamente à realização profissional e pessoal. Reflita Glock e Goldim (2003) lecionam que: O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água da chuva, o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há umidade no local destinado para colocar caixas de alimentos, o médico cirurgião que confere as suturas nos tecidos internos antes de completar a cirurgia, a atendente do asilo que se preocupa com a limpeza de uma senhora idosa após ir ao banheiro, o contador que impede uma fraude ou desfalque, ou que não maquia o balanço de uma empresa, o engenheiro que utiliza o material mais indicado para a construção de uma ponte, todos estão agindo de forma eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que não é visto, ao fazerem aquilo que, alguém descobrindo, não saberá quem fez, mas que estão preocupados, mais do que com os deveres profissionais, com as PESSOAS. As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os profissionais, a categoria como um todo e as pessoas que dependem daquele profissional, mas há muitos aspectos não previstos especificamente e que fazem parte do comprometimento do profissional em ser eticamente correto, aquele que, independente de receber elogios, faz A COISA CERTA. 39Unidade 2 Ética e Cidadania Relembrando Nesta aula, você estudouaprendeu que a ética profissional embasa os instrumentos normati- vos e jurídicos que regem o exercício das ativi- dades regulamentadas e é aplicável a todos os campos de conhecimento. Aprendeu também que as reflexões necessárias ao exercício profis- sional devem anteceder ao período da escolha pela profissão desejada. Prepare-se porque o assunto da próxima aula é individualismo e ética. Continue concentrado nos estudos INDIVIDUALISMO: Sistema de antepor os interesses individuais aos coletivos. Colocando em prática Agora, que tal realizar os exercícios pro- postos no ambiente virtual de aprendiza- gem (AVA)? Aproveite também para trocar ideias e tirar dúvidas com o professor tutor e os colegas por meio das ferramen- tas do AVA. Adiante com os estudos! 40 Aula 2: Individualismo e ética profissional Relacionando individualismo e ética profissional Estudiosos acreditam que a defesa de interesse próprio ao coletivo seja uma tendência do ser humano. Porém, a valorização ética do esforço humano é fruto de uma relação com a comunidade em seu entorno. Por exemplo, trabalhos rea- lizados por amor em benefício de terceiros são vistos como de expressão social. Aqueles que têm por finalidade somente o acúmulo de renda e/ou lucros são vistos como restritos, tendem a ter menor consciência de grupo, pois a preocu- pação monetária torna desprezível a preocupação com o entorno e a sociedade em que está inserido. O caso transcrito a seguir é utilizado para ilustrar essa questão. Dizem que um sábio procurava encontrar um ser integral, em relação a seu trabalho. Entrou, então, em uma obra e começou a indagar. Ao primeiro operário perguntou o que fazia e este respondeu que procurava ganhar seu salário; ao segundo repetiu a pergunta e obteve a resposta de que ele preenchia seu tempo; finalmente, sempre repetindo a pergunta, encontrou um que lhe disse: “Estou construindo uma catedral para a minha cidade”. A este último, o sábio teria atribuído a qualidade de ser integral em face do trabalho, como instrumento do bem comum. (VIANNA, 2010) 41Unidade 2 Ética e Cidadania Entretanto, como é grande o número de pesso- as que trabalham primordialmente em busca do maior rendimento econômico, os grupos profissio- nais procuram defender-se da dilapidação de sua imagem e de seus conceitos. Essa defesa é feita pela tutela do trabalho e pelo zelo para que uma luta encarniçada não ocorra na disputa por con- tratos. Esse tipo de luta, fruto de individualismos exacerbados, manifesta-se na forma de guerra de preços, propaganda enganosa, boataria e tramas para eliminar concorrentes e maximizar os pró- prios benefícios. Figura 9 – Individualista Essa consciência de grupo tem surgido mais por interesses de mercado que por altruísmo. Quando a liberdade de trabalho está garantida, o individu- alismo poderá resultar em agressão mútua se não houver regulação e tutela da conduta. A tutela do trabalho é imposta por meio de conselhos profis- sionais e de agremiações classistas. As normas de- vem estar em consonância com as diversas formas de prestar o serviço de organização profissional para esse fim. Como as atitudes virtuosas podem garantir o bem comum, a ética tem sido o caminho justo e ade- quado, para o benefício geral. DILAPIDAÇÃO: Do verbo dilapidar = esbanjar. TUTELA: Amparo, proteção, defesa. ZELO: Interesse cuidadoso; dedicação. CONSONÂNCIA: De acordo, conforme. 42 Vocação para coletivo É fácil reparar que a espécie humana tem uma forte tendência ao individualismo, não é mesmo? Com a divisão do trabalho, a necessidade de pro- teção e o desenvolvimento cultural da humanida- de, a espécie ficou cada vez mais voltada para as ações coletivas que resultam em benefícios maio- res do que os possíveis de serem alcançados por cada um dos indivíduos. Entretanto, a vocação para a ação coletiva precisa ser constantemente percebida, aprendida, compre- endida, estudada, planejada e fomentada para que possa tornar-se algo presente e internalizado nas pessoas e nos grupos sociais. Você deve perce- ber o grande número de estímulos e convites que recebe constantemente para o seu engajamento coletivo em diferentes níveis da vida social. Comunidades, escolas, clubes, associações, reli- giões, partidos e muitas outras formas de orga- nização coletiva clamam constantemente pela participação dos indivíduos, representando, em contrapartida, possibilidades de desenvolvimen- to e realização pessoal. No mundo empresarial, a ação coletiva representada pelo associativismo classista é também uma forma de busca da repre- sentação e da legitimação dos interesses comuns. Ainda nas empresas, a ação coletiva coordenada é cada vez mais valorizada. Expressões e conceitos, como saber trabalhar em grupo, cooperar com a equipe, sinergia dos indivíduos e gerenciamen- to de projetos estão presentes no dia a dia das corporações e são constantemente ensinados e treinados. O profissional do tipo “deixa que eu resolvo so- zinho” ou “eu não preciso de vocês” e até mes- mo o “vocês só me atrapalham” estão obsole- tos e não terão futuro no universo corporativo. VOCAÇÃO: Escolha, predestinação. 43Unidade 2 Ética e Cidadania Procure lembrar-se de ações em prol da coletividade que tenham sido apresen- tadas a você nos últimos anos e faça uma lista delas como no exemplo apresen- tado a seguir: � Criança Esperança; � Ajuda às Vítimas de Enchentes em Santa Catarina; � Ajuda às Vítimas do Terremoto no Haiti; � Amigo da Escola; � Adote uma Praça; � Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE); � SOS Mata Atlântica; � Movimento de Prevenção do Câncer da Mama; � Coleta Seletiva de Resíduos Recicláveis. Procure lembrar-se da forma como cada uma dessas ações chegou até você, qual foi a sua reação e que tipo de desenvolvimento elas trouxeram para a sua vida pessoal e social. Relembrando Você aprendeu nesta aula que, com a divisão do trabalho, a necessidade de proteção e o desenvolvimento cultural da humanidade, a espécie ficou cada vez maisvoltada para as ações coletivas que resultam em benefícios maiores do que os possíveis de serem alcançados por cada um dos indivíduos. Na próxima aula você aprenderá sobre as mudanças de paradigmas e assim dar continuidade aos seus estudos neste curso. Até a próxima aula! Colocando em prática Depois de tudo isso que você acabou de estudar, que tal testar os seus conhecimentos para ver se já está ficando fera no assunto? Acesse o AVA e realize a atividade. 44 Aula 3: Mudança de paradigmas Em meio a crises globais de caráter econômico, político, social e ambiental, a discussão sobre a ética tem se tornado cada vez mais um tema do cotidiano. Talvez pela necessidade e sensibilidade da sociedade de crer em um futuro em que se assegure o bem-estar e a saúde do planeta e daqueles que o habitam. Atualmente as exigências na compra de um determinado produto ou serviço não mais se restringem à sua qualidade. Você pode perceber que, aos poucos, os consumidores em busca de um produ- to ou de um serviço passam a se preocupar em avaliar questões como impactos ambientais e sociais oriundos de sua fabricação. Outro exemplo é a exigência do mercado consumidor por veículos com maior eficiência energética e menos poluentes. Assim, é provável que empresas voltadas não somente ao lucro, mas também a questões ambientais e sociais, passem a ser mais procuradas. Nesse contexto, evidencia-se que a sociedade, sensível às questões globais, busca uma mudança de postura ética, passando a se preocupar com o próximo e principalmente com o futuro do planeta. 45Unidade 2 Ética e Cidadania Dica Como ser um profissional ético? Ser um profissional ético nada mais é do que ser profissional mesmo nos momentos mais inoportunos. Para ser uma pessoa ética, devemos seguir um conjunto de valores. Ser ético é proceder sem prejudicar os outros. Algumas das características básicas de como ser um profissional ético é ser bom, correto, justo e adequado. Além de ser individual, qualquer decisão ética tem por trás valores fundamentais. Eis algumas das principais: 1 Ser honesto em qualquer situação – é a virtude dos negócios. 2 Ter coragem para assumir as decisões – mesmo que seja contra a opinião alheia. 3 Ser tolerante e flexível – deve-se conhecer para depois julgar as pessoas. 4 Ser íntegro – agir de acordo com seus princípios. 5 Ser humilde – só assim conseguimos reconhecer o sucesso individual. Relembrando Você aprendeu que, em meio a crises globais de caráter econômico, político, social e ambiental, a discussão sobre a ética tem se tornado cada vez mais um tema do cotidiano e que qualquer decisão ética tomada por um profis- sional baseia-se em valores fundamentais. O assunto da próxima aula é ética no ambiente de trabalho. Ainda há muita coisa para aprender. Até lá! Colocando em prática Está na hora de testar seus conhecimentos. Para isso, utilize o apren- dizado desta aula e responda as questões no AVA. Lembre-se também que as ferramentas do AVA estão disponíveis para interagir com o pro- fessor tutor e os colegas. 46 Finalizando Você estudou nesta unidade que a ética profissional embasa os instru- mentos normativos e jurídicos que regem o exercício das atividades regulamentadas e é aplicável a todos os campos de conhecimento. Aprendeu também que as reflexões necessárias ao exercício profissional devem anteceder ao período da escolha pela profissão desejada. Viu que, com a divisão do trabalho, a necessidade de proteção e o desenvolvimento cultural da humanidade, a espécie ficou cada vez mais voltada para as ações coletivas que resultam em benefícios maiores que os possíveis de serem alcançados por cada um dos indivíduos. Aprendeu também que, em meio a crises globais de caráter econômico, político, social e ambiental, a discussão sobre a ética tem se tornado cada vez mais um tema do cotidiano e que qualquer decisão ética to- mada por um profissional baseia-se em valores fundamentais. Na próxima unidade, você estudará sobre ética no ambiente de tra- balho, mas, antes de seguir, revise o assunto estudado resolvendo o desafio proposto, que se encontra no ambiente virtual. 47 3Ética no Ambiente de Trabalho Objetivos de aprendizagem Ao final desta unidade, você estará apto a: � Identificar assuntos relacionados ao tema de assédio no ambiente de trabalho, as virtudes profissionais; � Conhecer o código de ética profissional. Aulas Acompanhe nesta unidade o estudo das aulas seguintes. Aula 1: Assédio no ambiente de trabalho Aula 2: Virtudes profissionais Aula 3: Código de ética 48 Para Iniciar Nesta unidade, você saberá o que caracteriza assédio moral e sexual no trabalho e quais são as principais vítimas e consequências desse ato. É bom lembrar que o assédio ocorre geralmente em relações hierárquicas e que os danos causados não se restringem somente às vítimas, mas também às organizações como um todo. Estudará as virtudes que o profissional necessita para ter um bom desempenho no decorrer de sua carreira, entendendo que essas virtudes estão além dos deveres comuns de cada um. Virtudes funda- mentais como responsabilidade, lealdade e ini- ciativa serão também abordadas no âmbito desta unidade. Por fim, você conhecerá o código de ética pro- fissional. Para tanto, será dada importância ao estabelecimento de pontos de convergência para todos os integrantes de uma organização, tendo como base as virtudes exigíveis no exercício da profissão, abrangendo o relacionamento com usu- ários, colegas de profissão, classe e sociedade. Você tem muita coisa para aprender. Pronto para começar? Vamos lá! Aula 1: Assédio no ambiente de trabalho Você já deve ter ouvido falar de assédio moral e sexual no ambiente de trabalho. O que caracteriza esse assédio? ASSÉDIO: Insistência importuna. 49Unidade 3 Ética e Cidadania O assédio moral e sexual no ambiente de trabalho é caracterizado pela exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e cons- trangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho. É uma atitude “violenta e sem ética” nas relações de trabalho, pratica- da por um ou mais chefes contra seus subordinados. Trata-se da exposição de trabalhadoras e trabalhadores a situações vexatórias, constrangedoras e humilhantes durante o exercício de sua função. É o que cha- mamos de violência moral. “Esses atos visam humilhar, desqualificar e desesta- bilizar emocionalmente a relação da vítima com a organização e o ambiente de trabalho, o que põe em risco a saúde, a própria vida da vítima e seu emprego.” (MTE, 2010, p. 20). Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001), a palavra “assédio” significa “insistência impertinente, perseguição, sugestão ou pretensão constan- tes em relação a alguém”. 50 Esse tipo de situação não é comum apenas nas or- ganizações privadas, mas também nas instituições públicas, fortalecendo a discriminação no traba- lho, a manutenção da degradação das relações de trabalho e a exclusão social. A agressão moral pode causar vários transtornos emocionais, atingindo a dignidade e a identidade da pessoa humana, alterando valores, causando danos mentais, interferindo negativamente na saúde, na qualidade de vida, podendo até levar à morte. Estudos sobre o tema confirmam que a humilha- ção constitui um risco “invisível”, porém concreto, nas relações de trabalho, que compromete, sobre- tudo, a saúde dos trabalhadores. O jornal Folha de S. Paulo, de junho de 2001, publicou um estudo realizado com 97 empresas de São Paulo mostran- do que dos 2.071 entrevistados, 870 deles (42%) apresentam histórias de humilhação no trabalho. Segundo o estudo realizado pela médica Margari- da Barreto, pesquisadora da PUC-SP, as mulheres são as maiores vítimas — 65% das entrevistadas têm histórias de humilhação, contra 29% dos ho- mens (MOTHÉ, 2005). Ainda segundo Mothé (2005), desse modo, a partir do final do século XX, os organismos internacio- nais, os Estados, os movimentos de trabalhadores,as empresas e o Direito têm se dedicado cada vez mais não apenas à adoção de medidas e estudos visando à proteção da integridade física do tra- balhador, mas também à sua saúde e integridade mental, psicológica e emocional. DISCRIMINAÇÃO: Ação ou efeito de dife- renciar, separar, distinguir. 51Unidade 3 Ética e Cidadania De um modo geral, os principais alvos de assédio moral são mulheres, homens, doentes, acidenta- dos, pessoas que possuem etnias ou orientação sexual divergentes. Já o assédio sexual é uma das muitas violências mais comuns contra as mulheres. Geralmente são vítimas de piadinhas, brincadeiras consideradas machistas ou comentários cons- trangedores sobre a figura feminina. Esse tipo de situação tem componentes de extrema violência moral à medida que coloca a vítima em situações vexatórias, provocando insegurança profissional pelo medo de perder o emprego, de ser transferi- da para setores indesejados, de perder direitos etc. Os homens e as mulheres respondem de maneiras diferentes ao assédio: as mulheres, quando asse- diadas, demonstram seu abalo por meio de choro, tristeza, ressentimentos e mágoas. Sentimento de inutilidade, fracasso e baixa autoestima, tremores e palpitações, insônia, depressão e diminuição da libido geralmente são manifestações característi- cas desse trauma. Já os homens sentem-se revolta- dos, indignados, desonrados, com raiva, traídos e têm vontade de se vingar. Sentem-se envergonha- dos diante da mulher e dos filhos, sobressaindo o sentimento de inutilidade, fracasso e baixa autoes- tima. Podem surgir ideias de suicídio e tendência ao alcoolismo. RESSENTIMENTO: Sofrimento pelas conse- quências de atos. INUTILIDADE: Falta de utilidade; pessoa ou coisa inútil. 52 “Analisar o assediador e entender suas atitudes são os primeiros passos para incrementar o combate ao assédio moral e sexual no ambiente de trabalho.” (MTE, 2009, p. 12). Geralmente, o assédio acontece da seguinte forma: [...] a vítima escolhida é isolada do grupo, sem explicações. Passa a ser hostilizada, ridicularizada e desacreditada no seu local de trabalho. É comum os colegas romperem os laços afetivos com a vítima e reproduzirem as ações e os atos do(a) agressor(a) no ambiente de trabalho. O medo do desemprego, e a vergonha de virem a ser humilhados, associados ao estímulo constante da concorrência profissional, os tornam coniventes com a conduta do assediador. (MTE, 2009, p. 14) Ainda segundo o MTE (2009), para as organizações o assédio também causa enormes danos, gerando a queda da produtividade e menor eficiência, imagem negativa da empresa perante os consumidores e o mercado de trabalho; a alte- ração na qualidade do serviço/produto e baixo índice de criatividade; doenças profissionais, acidentes de trabalho e danos aos equipamentos; troca constante de empregados, ocasionando despesas com rescisões, seleção e treinamento de pessoal; aumento de ações trabalhistas, inclusive com pedidos de reparação por danos morais. 53Unidade 3 Ética e Cidadania Um ambiente de trabalho saudável é uma conquis- ta diária possível. Para que isso aconteça, é preci- so vigilância constante e cooperação. Contudo, quanto menos organizadas forem as empresas, maiores serão os problemas relacionados ao assé- dio, principalmente se houver tolerância do em- pregador em relação às praticas de assédio moral. Algumas ações preventivas também podem evitar tais ocorrências nas organizações, tais como: [...] estabelecer diálogo sobre os métodos de organização de trabalho com os gestores (RH) e trabalhadores(as); realização de seminários, palestras e outras atividades voltadas à discussão e sensibilização sobre tais práticas abusivas; criar um código de ética que proíba todas as formas de discriminação e de assédio moral. (MTE, 2009, p. 27) Relembrando Como você pôde ver nesta aula, o assédio moral e sexual são atos que caracterizam uma atitude violenta e sem ética nas relações de trabalho, praticada por um ou mais chefes con- tra seus subordinados. Estudou também que o medo do desemprego e a vergonha de vir a ser humilhada, associados ao estímulo constante da concorrência profissional, torna a pessoa conivente com a conduta do assediador. As virtudes profissionais são o assunto da pró- xima aula. Siga em frente e bons estudos! VIGILÂNCIA: Ação ou efeito de vigiar; cuidado, preocupação. 54 Colocando em prática Espero que esteja gostando e aproveitan- do o curso. Antes de seguir para a próxi- ma aula, realize os exercícios propostos no ambiente virtual (AVA) para fixar o conhe- cimento. Aula 2: Virtudes profissionais Segundo Silva (2007), além dos deveres comuns de um profissional, devem ser levadas em conta as qualidades pessoais que também concorrem para o enriquecimento de sua atuação profissional, algumas delas facilitando o exercício da profissão. Muitas dessas qualidades poderão ser adquiridas com esforço e boa vontade, aumentando, nesse caso, o mérito do profissional que, no decorrer de sua atividade, consegue incorporá-las à sua per- sonalidade, procurando vivenciá-las ao lado dos deveres profissionais Virtudes como responsabilidade, lealdade e inicia- tiva são fundamentais para a formação dos recur- sos humanos. Em um artigo publicado no Portal Exame (1996), o consultor dinamarquês Clauss Moller faz uma associação entre as virtudes da lealdade, respon- sabilidade e iniciativa como fundamentais para a formação de recursos humanos. MÉRITO: Merecimento 55Unidade 3 Ética e Cidadania Para Augusto (2010), O senso de responsabilidade é o elemento fundamental da empregabilidade. Sem responsabilidade a pessoa não pode demonstrar lealdade, nem espírito de iniciativa [...]. Uma pessoa que se sinta responsável pelos resultados da equipe terá maior probabilidade de agir de maneira mais favorável aos interesses da equipe e de seus clientes, dentro e fora da organização [...]. A consciência de que se possui uma influência real constitui uma experiência pessoal muito importante. Ainda segundo o autor, o senso de responsabi- lidade fortalece a autoestima de cada pessoa. Só pessoas que têm autoestima e sentimento de poder próprio são capazes de assumir responsa- bilidades. Elas têm sentido para a vida e, desse modo, alcançam metas com as quais concordaram previamente e pelas quais assumiram responsabi- lidade real, de maneira consciente. As pessoas que optam por não assumir responsabilidades podem ter dificuldades em encontrar significado para suas vidas. Seu comportamento é regido pelas recom- pensas e sanções de outras pessoas, como chefes e pares. “[...]. Pessoas desse tipo jamais serão boas integrantes de equipes.” A lealdade é o segundo dos três principais ele- mentos que compõe a empregabilidade. Uma pes- soa leal se alegra quando a organização em que trabalha ou o seu departamento é bem-sucedido, defende a organização, toma medidas concretas quando ela é ameaçada, tem orgulho de fazer par- te da organização, fala positivamente sobre ela e a defende contra críticas. Ser leal não quer dizer que você fará tudo o que a pessoa ou a organização, a qual você quer ser fiel, peça para você fazer. Lealdade não é sinônimo de obediência cega. Lealdade significa fazer críticas construtivas, mas mantê-las dentro do âmbito da organização. Significa agir com a convicção de que seu comportamento promoverá os legítimos LEGÍTIMO: Conforme a lei; legal; autêntico. 56 interesses da organização. Assim, ser leal às vezes pode significar a recusa em fazer algo que você acha que poderá prejudicar a organização ou a equipe de funcionários. As virtudes da responsabilidade e da lealdade são completadas por uma tercei- ra – a iniciativa – capaz de colocá-las em movimento. Nota Iniciativa: tomar a iniciativa de fazer algo de interesse da organização significa, ao mesmo tempo, demonstrar lealdade pela organização. Em um contexto de empregabilidade, tomar iniciativas não quer dizer apenas iniciarum projeto de interesse da organização ou da equipe, mas também assumir responsabilidade por sua complementação e implementação. Para Augusto (2010), existem outras qualidades que são importantes no exercí- cio de uma profissão: Honestidade – está relacionada com a confiança que nos é depositada, com a responsabilidade perante o bem de terceiros e a manutenção de seus direitos. É muito fácil encontrar a falta de honestidade quando existe a fascinação pelos lucros, privilégios e benefícios fáceis, pelo enriquecimento ilícito em cargos que outorgam autoridade e que têm a confiança coletiva de uma coletividade. Sigilo – O respeito aos segredos das pessoas, dos negócios, das empresas, deve ser desenvolvido na formação de futuros profissionais, pois se trata de algo muito importante. Uma informação sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória. Competência – sob o ponto de vista funcional, é o exercício do conhecimento de forma adequada e persistente a um trabalho ou profissão. É de extrema importância a busca da competência profissional em qualquer área de atuação. Recursos humanos devem ser incentivados a buscar sua com- petência e maestria por meio do aprimoramento contínuo de suas habilidades e de seus conhecimentos. 57Unidade 3 Ética e Cidadania Prudência – todo trabalho, para ser executado, exige muita segurança. A prudência, fazendo com que o profissional analise situações complexas e difíceis com mais facilidade e de forma mais profunda e minuciosa, contribui para a maior segurança, principalmente das decisões a serem tomadas. A prudência é indispensável nos casos de decisões sérias e graves, pois evita os julgamentos apressados e as lutas ou discussões inúteis. (AUGUSTO, 2010) Coragem – todo profissional precisa ter coragem, pois “o homem que evita e teme a tudo, não enfrenta coisa alguma, torna-se um covarde.” (ARISTÓTELES) A coragem nos ajuda a reagir às críticas quando injustas, e a nos defender dignamente quando estamos cônscios de nosso dever. Nos ajuda (sic) a não ter medo de defender a verdade e a justiça, principalmente quando estas forem de real interesse para outrem ou para o bem comum. Temos que ter coragem para tomar decisões, indispensáveis e importantes, para a eficiência do trabalho, sem levar em conta possíveis atitudes ou atos de desagrado dos chefes ou colegas. Perseverança – qualidade difícil de ser encontrada, mas necessária, pois todo trabalho está sujeito a incompreensões, insucessos e fracassos que precisam ser superados, prosseguindo o profissional em seu trabalho, sem entregar-se a decepções ou mágoas. [...] Compreensão – qualidade que ajuda muito um profissional, porque é bem aceito pelos que dele dependem, em termos de trabalho, facilitando a aproximação e o diálogo, tão importante no relacionamento profissional. (AUGUSTO, 2010) É bom, porém, não confundir compreensão com fraqueza, para que o profis- sional não se deixe levar por opiniões ou atitudes nem sempre válidas para a eficiência do seu trabalho e, para que não se percam os verdadeiros objetivos a serem alcançados pela profissão. Vê-se que a compreensão precisa ser condicionada, muitas vezes, pela prudên- cia. A compreensão que se traduz principalmente em calor humano pode bene- ficiar muito uma atividade profissional, dependendo de ser convenientemente dosada (MÖLLER, 1996). “Humildade – o profissional precisa ter humildade suficiente para admitir que não é o dono da verdade e que o bom senso e a inteligência são propriedade de um grande número de pessoas.” (AUGUSTO, 2010) 58 Representa a autoanálise que todo profissional deve praticar em função de sua atividade profissional, a fim de reconhecer melhor suas limitações, buscando a colaboração de outros profissionais mais capazes, caso tenha necessidade, dispondo-se a aprender coisas novas, numa busca constante de aperfeiçoamen- to (MÖLLER, 1996). Imparcialidade – é uma qualidade tão importante que assume as características do dever, pois se destina a se contrapor aos preconceitos, a reagir contra os mitos (em nossa época dinheiro, técnica, sexo...), a defender os verdadeiros valores sociais e éticos, assumindo principalmente uma posição justa nas situações que terá que enfrentar. Para ser justo é preciso ser imparcial, logo a justiça depende muito da imparcialidade. Otimismo – em face das perspectivas das sociedades modernas, o profissional precisa e deve ser otimista para acreditar na capacidade de realização da pessoa humana, no poder do desenvolvimento, enfrentando o futuro com energia e bom-humor. (AUGUSTO, 2010) É de suma importância ajudar uns aos outros na prática dessas virtudes Muitos são os deveres que um profissional possui em relação aos seus colegas. Entre todos, um dos que se torna mais importante é o dever ético da ajuda para o fortalecimento de uma comunidade. O ajudar envolve um conjunto de atitudes. Isso não significa, todavia, que se deve abandonar ou condenar definitivamen- te um colega porque ele cometeu enganos. Todos podem cometer erros e é natural que sejam cometidos em situações de inexperiência, falta de orientação, educação insuficiente, más companhias, circunstâncias adversas, fortes desilu- sões, depressões mentais, problemas de saúde, em suma, muitos fatores ad- versos podem conduzir ao rompimento com a virtude. Ninguém deve julgar-se absolutamente perfeito e todos estão sujeitos a enganos maiores ou menores. A ajuda, portanto, inclui essa especial assistência a um colega para que possa reconduzir-se ao caminho do bem, para que possa retornar a virtude ou até absorver exemplos que, em verdade, não havia ainda sido despertado para eles (YUKA, 2008). É normal que o ser humano possa ser vítima, e de fato o é, da inveja, da calúnia, da perseguição pertinaz, da traição, isto é, de vícios de terceiros que nos atin- gem e que para combatê-los outros venham a ser praticados, como o de igua- lar-se ao malfeitor. Partindo do princípio de que o semelhante com o semelhan- te se cura (como é o caso de injetar-se no corpo o veneno de ofídios, ou seja, as vacinas, quando a pessoa é por ele atingida), muitos outros erros se acumulam quando se revida com a prática do mal (YUKA, 2008). 59Unidade 3 Ética e Cidadania Reflita O referido princípio que tão bem se aplica ao corpo deixa de aplicar-se aos domínios da ética, no caso enfocado, pois, ninguém se ajuda sem ajudar o seu semelhante. Quando um colega pratica erros, a primeira coisa que nos cabe fazer é aproximarmos dele para contribuir com exemplos e boas palavras para que se recupere. Ninguém está absolutamente perdido se tem ainda dentro de si a capacidade de absorver a virtude e se não é infensa a orientação. (YUKA, 2008) Relembrando Nesta aula você viu que as virtudes profissionais, como responsabilidade, lealdade e iniciativa, são fundamentais para a formação dos recursos huma- nos. Porém, existem outras qualidades que são importantes no exercício de uma profissão, como honestidade, sigilo, competência, prudência, coragem, perseverança, compreensão, humildade, imparcialidade e otimismo. Na próxima aula você conhecerá o código de ética, dando continuidade aos seus estudos neste curso. Prepare-se! Colocando em prática A aula seguinte será muito interessante, mas, antes de seguir, lembre- se de realizar as atividades propostas no ambiente virtual (AVA). Utilize as ferramentas do ambiente para compartilhar informações e tirar dúvi- das com o professor tutor e os colegas. 60 Aula 3: Código de ética Um código de ética em si é um acordo explícito entre os membros de um grupo social: uma cate- goria profissional, um partido político, uma as sociação civil etc. Seu objetivo é explicitar como aquele grupo social que o constitui pensa e define sua própria identidade política e social; e como aquele grupo social se compromete a realizar seus objetivos particulares de um modo compatível com os princípios universais da ética (SUSIN, 1999).EXPLICITAR: Tornar explícito, claro, declarado. 61Unidade 3 Ética e Cidadania O código de ética é importante porque proporciona um tipo de estabilidade e estabelece pontos de convergência para qualquer um dentro de uma organiza- ção (YUKA, 2008). Um código não são princípios abstratos colocados em um papel. É preciso encará-lo como uma parte viva da empresa. Atenção Um código que não é aplicável ou utilizável não é um código. O código de ética profissional É uma espécie de contrato de classe e os órgãos de fiscalização do exercício da profissão passam a controlar a execução de tal peça magna. [...] Tem como base as virtudes que devem ser exigíveis e respeitadas no exercício da profissão, abrangendo o relacionamento com usuários, colegas de profissão, classe e sociedade. (YUKA, 2008) Ainda para o autor, “O interesse no cumprimento do aludido código passa, entretanto, a ser de todos. O exercício de uma virtude obrigatória torna-se exigível de cada profissional, como se uma lei fosse, mas com proveito geral”. Acompanhe: 1 Interessar-se pelo bem público e com tal finalidade contribuir com seus conhecimentos, capacidade e experiência para melhor servir a humanidade. 2 Considerar a profissão com autotítulo de honra e não praticar nem permitir a prática de atos que comprometam a sua dignidade. 3 Não cometer ou contribuir para que se cometam injustiças contra colegas. 4 Não praticar qualquer ato que, direta ou indiretamente, possa prejudicar legítimos interesses de outros profissionais. 5 Não solicitar nem submeter propostas contendo condições que constituam competição de preços por serviços profissionais. 6 Atuar dentro da melhor técnica e do mais elevado espírito público, devendo, quando Consultor, limitar seus pareceres às matérias específicas que tenham sido objeto da consulta. 62 7 Exercer o trabalho profissional com lealdade, dedicação e honestidade para com seus clientes e empregadores ou chefes, com espírito de justiça e equidade para com os contratantes e empreiteiros. 8 Ter sempre em vista o bem-estar (sic) e o progresso funcional dos seus empregados ou subordinados e tratá-los com retidão, justiça e humanidade. 9 Colocar-se a par da legislação que rege o exercício profissional, visando cumpri-la corretamente e colaborar para sua atualização e aperfeiçoamento. (YUKA, 2008) De um modo geral, os principais problemas con- cernentes aos profissionais são o desrespeito, o despreparo e as fraudes. O artigo 8o do Código de Ética Profissional da En- genharia, Arquitetura, Agronomia, Geologia, Geo- grafia e Meteorologia relata os princípios éticos da prática da profissão aos quais o profissional deve pautar sua conduta. Veja a seguir: Do objetivo da profissão I – A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz de exercê-la, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento harmônico do ser humano, de seu ambiente e de seus valores; Da natureza da profissão II – A profissão é bem cultural da humanidade construído permanentemente pelos conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística, manifestando-se pela prática tecnológica, colocado a serviço da melhoria da qualidade de vida do homem; EQUIDADE: Sentimento de justiça, imparcialidade. RETIDÃO: Conformidade com o que é correto, justo, moral. 63Unidade 3 Ética e Cidadania Da honradez da profissão III – A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna e cidadã; Da eficácia profissional IV – A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos compromissos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando os resultados propostos e a qualidade satisfatória nos serviços e produtos e observando a segurança nos seus procedimentos; Do relacionamento profissional V – A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo e com espírito progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, destinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de tratamento entre os profissionais e com lealdade na competição; Da intervenção profissional sobre o meio VI – A profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento sustentável na intervenção sobre os ambientes natural e construído, e da incolumidade das pessoas, de seus bens e de seus valores; Da liberdade e segurança profissionais VII – A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de sua prática de interesse coletivo. (CONFEA, 2002) Relembrando Como você acompanhou nesta aula, o código de ética é um acordo explícito entre os membros de um grupo social que pode ser uma categoria profissio- nal, um partido político, uma associação civil etc. Tem como objetivo expli- citar como aquele grupo social que o constitui pensa e define sua própria identidade política e social e como se compromete a realizar seus objetivos particulares de um modo compatível com os princípios universais da ética. 64 Colocando em prática Para reforçar todo esse conhecimento, lembre-se se acessar o ambiente virtual (AVA) e realizar as atividades propostas, certo? Finalizando Você estudou nesta unidade que o assédio moral e sexual é um ato que caracteriza uma atitude violenta e sem ética nas relações de trabalho, praticada por um ou mais chefes contra seus subordinados, e que o medo do desemprego e a vergonha de virem a ser humilhados, asso- ciados ao estímulo constante da concorrência profissional, os tornam coniventes com a conduta do assediador. Aprendeu que as virtudes profissionais, como responsabilidade, le- aldade e iniciativa, são fundamentais para a formação dos recursos humanos. Existem outras qualidades que são importantes no exercício de uma profissão, como honestidade, sigilo, competência, prudência, coragem, perseverança, compreensão, humildade, imparcialidade e otimismo. E aprendeu também que o código de ética é um acordo entre partes que tem por objetivo explicitar o pensamento e a própria identidade política e social dos grupos que o compõem. Finalizando esta unidade você completa os seus estudos sobre ética e cidadania. É importante que você resolva agora o desafio desta última unidade, que está disponível no ambiente virtual, para encerrar o curso. 65 JOSÉ OLAVO BRAGA, formado em Engenharia Ambiental pela Universidade Luterana do Brasil em Manaus, mestre em Ciências Florestais e Ambientais pela Universidade Federal do Amazonas. Atualmente é professor na ULBRA de Manaus e em- presário nas áreas de engenharia e meio ambiente. Ocupou cargos de coordenação do curso de Enge- nharia Ambiental da ULBRA de Manaus, coordena- ção dos setores de geoprocessamento da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Amazonas (AR- SAM) e da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana de Manaus. Conhecendo o autor 67 ABREU, A. R. et. al. Ética. Disponível em: <http:// portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro082.pdf>. Acesso em: 01 jun. 2010. ANJOS, H. L. C. L. Ética na educação. 2009. Dis- ponível em: <http://www.webartigos.com/arti- cles/26673/1/Artigo-Etica-na-Educacao/pagina1. html>. Acesso em: 20 jun. 2010. ARISTÓTELES. A ética. Rio de Janeiro: Ediouro. AUGUSTO, Jordan. O alvo que ninguém está sal- vo!!! Crônica. Disponível em: < http://www.bugei. com.br/ensaios/index.asp?show=ensaio&id=863>. Acesso em: 8 ago. 2010. CARVALHO, Luis Carlos Ludovikus Moreira de. Ética e cidadania. Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerias. Jun. 2003. p. 8.Disponível em: <http:// www.almg.gov.br/bancoconhecimento/tematico/Eti- Cid.pdf>. Acesso em: 9 ago. 2010. CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITE- TURA E AGRONOMIA. Resolução Nº 1.002, de 26 de Novembro de 2002. Diário Oficial [da] Repúbli- ca Federativa do Brasil, Brasília, DF, 12 dez. 2002. / seção 1, p. 359. DALLARI, D.A. Direitos humanos e cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. DIAS, B. O que é ser ético e entre outros. 2009. Disponível em: <http://www.bdscon09.jex.com.
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