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TRAUMATOLOGIA FORENSE

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Catharina Gusmão 19.2 – UFBa 
Traumatologia Forense 
(Medicina Legal – MED142) 
 
1. Definição: 
- É o ramo da Medicina Legal que estuda os 
traumas, as lesões e as energias vulnerantes 
- O trauma é caracterizado pela atuação de energia 
externa, que pode ser mecânica, física, química, 
físico-químicas, bioquímicas e mistas que 
ocasionam um desvio de normalidade no 
indivíduo 
- Os desvios de normalidade podem ser 
caracterizados por possuir ou não expressões 
morfológicas (sequelas ou consequências 
psíquicas) 
 
2. Implicações Jurídicas: 
CP – Art. 129. Ofender a integridade corporal ou 
saúde de outrem. 
Pena – detenção de três meses a um ano 
 
3. Perícia de traumatologia: 
3.1. Exame “in vivo” 
- Se trata da maioria das perícias e é feita para 
classificar o grau de lesão corporal 
- Perícias criminais: sexologia, embriaguez, saúde 
mental, etc. 
 
3.2. Exame “post mortem” 
- Perícia penal: mecanismo e causa da morte 
 
4. Atuação do legista: 
Classificar e analisar: 
 - Tipo de lesão 
 - Agente/ Ação vulnerante 
 - Gravidade (qualificação e quantificação) da 
lesão 
 - Cronologia (nexo de compatibilidade com o 
histórico) 
 - Dinâmica do fato 
 - Lesão vital X Lesão pós morte 
 
5. Quesitos oficiais: 
- Relativos ao Código Penal: 
® Se há ofensa à integridade corporal ou a 
saúde da vítima 
® Qual o instrumento ou meio que produziu 
a ofensa 
® Se foi produzida por meio de veneno, 
fogo, explosivo, asfixia, tortura ou por 
meio insidioso ou cruel (agravante) 
 
CP – Art. 61. São circunstâncias que agravam a 
pena, quando não constituem ou qualificam o 
crime: 
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, 
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de 
que podia resultar perigo comum; 
 
6. Energias de ordem mecânica: 
Definição: 
 - Ação mecânica sobre o corpo e modificam 
completa ou parcialmente seu estado de repouso 
ou movimento. 
 - Ordem que causam lesões com mais 
frequência 
 
Classificação dos instrumentos: 
 - Meio ativo: instrumento atinge o indivíduo 
em estado de repouso 
 - Meio misto: choque entre o instrumento e o 
indivíduo (ambos em movimento) 
 - Meio passivo: indivíduo em movimento e 
instrumento em repouso (queda) 
Catharina Gusmão 19.2 – UFBa 
Instrumento X Objeto: 
 - Instrumento: perfurante, cortante, 
contundente, perfurocortante, etc. 
 - Objeto: faca, arma, martelo, corda, etc. 
 
OBS: No laudo, o perito deve descrever o 
instrumento, pois o objeto pode ser utilizado de 
maneiras diferentes, tornando a descrição 
imprecisa. 
 
INSTRUMENTOS DE AÇÃO SIMPLES 
 
1. INSTRUMENTOS PERFURANTES: 
- Pontiagudos, delgados e alongados 
- Atuam por pressão sobre um ponto e penetram a 
superfície 
- Caracterizado por uma lesão punctória ou 
puntiforme (geralmente bem pequena e pouca 
hemorragia) 
 
 1.1. ORIFÍCIOS DE ENTRADA: 
- Diminuto, circular ou fusiforme 
- Pouco sangramento externo 
- Pode ocasionar importantes lesões internas 
(penetração de órgãos, vísceras ou hemorragias) 
 
 1.2. TRAJETO: 
- Retilíneo 
- Predomina a profundidade sobre o diâmetro 
- Termina em fundo cedo (lesão penetrante) 
- Pode ser transfixante (atravessa de um lado ao 
outro do indivíduo) com um orifício de saída 
semelhante ao de entrada 
 
Instrumento perfurante de médio calibre 
Lei de Filhós 
1ª Lei – Semelhança 
As lesões produzidas por instrumento de médio 
calibre, são semelhantes as lesões produzidas por 
instrumentos de dois gumes ou tomam aparência 
de “casa de botão” 
 
 
2ª Lei de Filhós – Paralelismo 
As lesões produzidas por instrumentos de médio 
calibre numa mesma região onde as linhas de 
forca tenham um só sentido, seu maior eixo tem 
sempre a mesma direção 
 
OBS - Linhas de força: orientação natural das 
fibras da derme (geralmente paralelas as linhas da 
musculatura) 
 
 
Lei de Langer – Polimorfismo 
As lesões produzidas por instrumento de médio 
calibre em uma região de cruzamento de fibras 
Catharina Gusmão 19.2 – UFBa 
possuem aspecto variado (ponta de seta, 
estrelado, triangular, quadrilátero ou polimorfo) 
 
 
 1.3. TIPOS DE OBJETOS PERFURANTES: 
Agulhas, pregos, garfos, espetos e etc. 
 
2. INSTRUMENTOS CORTANTES: 
- Atuam por pressão e deslizamento com gume 
afiado. 
- Ao fim da incisão, a lesão tende a superficializar 
com a retirada do instrumento 
 
 2.1. CARACTERÍSTICA DA LESÃO: 
- Margem regular e bordas nítidas (ausência de 
contusão) 
- Hemorragia quase sempre abundante 
- Predomina o comprimento sobre a profundidade 
- Afastamento das bordas da ferida 
- Presença de cauda de escoriação 
 
 
 2.2. TIPOS DE OBJETOS: 
Navalha, faca, bisturi, etc. 
 
2.3. LESÕES INCISAS NO PESCOÇO: 
a) Esgorjamento: 
 - Incisão na região anterior ou lateral do 
pescoço 
 
b) Degolamento: 
 - Incisão na região posterior do pescoço 
c) Decapitação: 
 - Lesão incisa com separação completa da 
cabeça com o restante do corpo 
 
OBS – Esgorjamento 
Autolesão: 
- Destro: da esquerda para a direita e termina 
ligeiramente voltado para baixo 
- Profundidade maior no início 
- Lesão da laringe e traqueia menos grave 
- Várias marcas paralelas e próximas (tentativas 
frustradas) 
- Mão com o instrumento sujo de sangue 
- Hemorragia por secção de vasos 
- Asfixia por secção de traqueia e aspiração de 
sangue 
- Embolia gasosa – lesão da veia jugular 
 
Homicida: 
- O autor se coloca atrás da vítima 
- Ferimento da esquerda para direita (agressor 
destro, e o contrário para agressor canhoto) 
- Sentido horizontal e uniforme 
- Atinge algumas vezes a coluna (marca do objeto) 
 
OBS – Esquartejamento 
- Dividir o corpo em partes por amputação ou 
desarticulação (necessita de maior conhecimento 
anatômico) 
- Necessidade de diferenciar se o esquartejamento 
foi realizado com o intuito de matar ou de ocultar 
o cadáver (crimes e qualificadores diferentes) 
- Perito precisa descrever se existe sinais de lesão 
vital, hemorragia, etc. 
 
Catharina Gusmão 19.2 – UFBa 
3. INSTRUMENTO CONTUNDENTE: 
- Impacto de agentes vulnerantes nos quais os 
pontos de contato com o corpo da vítima não têm 
ponta nem gume 
- Possuem superfícies rombas ou planas 
- Atuam por pressão, explosão, flexão, torção, 
compressão/descompressão, arrastamento, 
contragolpe e de forma mista 
 
 3.1. TIPOS DE OBJETOS: 
Taco de madeira, cabo de faca, mão e pé 
(deflagrados sobre outra pessoa), etc. 
 
 3.2. TIPOS DE LESÃO: 
a) Rubefação: ação contundente que resulta em 
parte do corpo avermelhada 
b) Equimose: hemorragias na região da derme 
(epiderme integra com vasos da derme lesados) 
 - Forma: correntes, fivelas, chicotes 
 - Local: pescoço, áreas genitais, pálpebras 
 - Cor: espectro equimótico – nexo temporal – 
que ocorre por conta do extravasamento das 
hemácias que com o passar do tempo sofrem 
degradação 
(Algumas regiões não apresentam como a esclera 
ocular, dedos, região plantar) 
 
 
 
c) Hematoma: acúmulo/coleção de sangue em 
determinada região 
 
 
 
INSTRUMENTOS DE AÇÃO MISTA 
 
1. LESÃO PERFUROCORTANTES: 
- Possuem ponta e gume para perfurar e cortar, 
resultando em uma lesão perfuroincisa 
 
1.1. CARACTERÍSTICA DA LESÃO: 
- Lesão profunda com bordas lineares e lisas 
 
Instrumento perfurante de médio calibre 
Lei de Filhós 
1ª Lei – Semelhança 
As lesões produzidas por instrumento de médio 
calibre, são semelhantes as lesões produzidas por 
instrumentos de dois gumes ou tomam aparência 
de “casa de botão” 
 
 
1.2. TIPOS DE OBJETO: 
- 1 gume: faca, canivete, tesoura, espada 
- 2 gumes: punhal / - 3 gumes: lima (marcenaria) 
Catharina Gusmão 19.2 – UFBa 
2. LESÃO CORTOCONTUNDENTE: 
- Instrumentos possuem gumes (geralmente pouco 
afiados) e pesados – atuam por intensaforça de 
impacto 
- Geram uma lesão cortocontusa que é profunda e 
possui bordas e formas irregulares com grande 
destruição de tecido adjacente 
 
2.1. TIPOS DE OBJETOS: 
Machado, inchada, machadinha, rodas de trem, 
etc. 
 
OBS – Espostejamento: 
- Fragmentação do corpo em partes irregulares 
(atropelamento por trem) 
 
 
 
NOÇÕES DE BALÍSTICA FORENSE 
 
1. Pólvora: 
- Composto de Chumbo, Bário e Antimônio 
- Substância muito estável (proporciona segurança 
no manuseio) 
- Só é ativada se houver um ponto de ignição 
(faísca, fagulha, pavil) 
 
2. Exame de pólvora combusta: 
Durante a deflagração, o projetil sai pelo cano 
juntamente com fumaça, ar quente e grãos de 
pólvora (combustos e apagados) 
Stub: analisa se a mão do indivíduo possui Pb + 
Ba + Sb – Microscopia de Varredura (MEV) 
 
3. Exame microcomparativo 
- O cano da arma é raiado de modo espiral, assim 
o projetil raspa as paredes, sofrendo ressaltos. 
- Tal fato, faz com que o projetil realize um 
movimento rotatório sob o próprio eixo 
(estabilizando a trajetória) 
- As marcas deixadas são examinadas por um 
microcomparador balístico 
 
4. Orifícios de entrada e saída: 
4.1. Orifício de entrada: 
- Arredondada ou ovalar 
- Orlas de contusão e enxugo (o projetil se enxuga 
da sujidade quando adentra a pele, criando um aro 
preto de fuligem) 
- Bordas invaginadas 
- Zonas de esfumaçamento, tatuagem e 
chamuscamento 
- Proporcional ao projétil 
 
4.2. Orifício de saída: 
- Forma irregular 
- Bordas evertidas 
- Sem orlas e sem zonas 
- Desproporcional ao projetil (que esquenta e 
dilata) 
 
5. Distância: 
- A curta distância: 
® Grânulos de pólvora deixam marca na pele 
do indivíduo 
® Combusta – zona de esfumaçamento (sai 
com lavagem) 
Catharina Gusmão 19.2 – UFBa 
® Não combusta – zona de tatuagem (não sai 
com lavagem) 
® 
- Enconstado: 
® Câmara de Mina de Hoffman (espaço 
morto): durante o disparo, além do projetil, 
adentram no corpo gases e fumaças que 
vão descolando a pele em relação ao plano 
ósseo. Quando a arma desencosta da 
superfície corpórea, os gases retidos 
arrebitam a pele para fora.

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