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Catharina Gusmão 19.2 - FDUFBa Sexologia Forense 1 Medicina Legal – MED142 ABORTO: Etimologia e Histórico: - Ab-ortus: privação do nascimento - Juramento de Hipócrates: “A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva” - Código de Hamurabi e Bíblia Judaica (Êxodo): compensação pelo aborto realizado ou provocado (feto visto como riqueza material) - Grécia e Império Romano: feto como extensão do corpo da mulher, restrições para proteger a matriz (gestante) e infanticídio comum - Cristianismo: alma imortal e homem como imagem e semelhança de Deus Obstetrícia X Medicina Legal: Critério da OMS e adaptações nacionais: - Mutável conforme tecnologia médica perinatal - 20 semanas de gestação/ 500 gramas/ 25cm - Critério para realização da declaração de óbito fetal (realizado a partir de 20 semanas) Critério forense: - Sinais de vida autônoma após destacamento da mãe (choro, batimento do cordão umbilical, etc.) Utilidade: - Houve vida? - Houve personalidade jurídica? - Classificação de lesões corporais. Início da vida: Fecundação: - Início da vida na fecundação (espermatozoide + ovócito dois = formação do indivíduo diploide – 46 cromossomos) - Mesmo que seja realizado a fertilização in vitro, o individuo é considerado provido de direitos, sendo errônea a realização do aborto - Visão de algumas doutrinas religiosas (igreja católica) - Aborto proibido em toda e qualquer etapa da vida, contra a contracepção de emergência e contra o DIU Nidação: - Inicío da vida quando o trofoblasto do zigoto adere a decídua uterina - Antes desse marco, nada é considerado ser humano Catharina Gusmão 19.2 - FDUFBa Notocorda e somitos: - Início da vida se dá quando o embrião começa a realizar as divisões e diferenciações - Formação do sistema nervoso - Aborto permitido até as primeiras semanas de desenvolvimento embrionário (tentativa do Ministro Barroso – STF) Código Penal: TÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A PESSOA CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A VIDA Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124 – Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque: Pena – detenção, de um a três anos Aborto provocado por terceiro Art. 125 – Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena – reclusão, de três a dez anos Art. 126 – Provocar aborto com o consentimento da gestante Pena – reclusão, de um a quatro anos Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência Forma qualificada Art. 127 – As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas lhe sobrevém a morte Art. 128 – Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal Catharina Gusmão 19.2 - FDUFBa OBS – Objeção de consciência Prerrogativa da equipe de saúde não participar do procedimento abortivo, alegando que possui princípios morais, religiosos ou situações de foro íntimos que estariam sendo feridas caso houvesse participação no ato em questão. STF: Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 54 É inconstitucional a interpretação do Art. 126 do CP no sentido de tipificar como criminosa a conduta da gestante que consente na interrupção da gestação do feto anencefálico Métodos Abortivos: - Sondas e outros corpos estranhos - Chás e outros corpos estranhos - Misoprostol (Prostaglandina F2 Alfa – remédio indicado para gastrite que atuava como métodoabortivo) - Mifepristona Perícia gravídica: Sinais: - Presunção: alterações gastrointestinais, cloasma (pigmentação da face), linha nigra, congestão mamária, estrias cutâneas - Probabilidade: amenorreia, cianose vulvar, hipertrofia e rechaço uterinos, rede de Haller (visualização das veias na mama), tubérculos de Montgomery - Certeza: BCF, USG e B-hCG (gonadotrofina coriônica humana) Parto e puerpério: - Fundo uterino - Loquiação (sangramento pós parto) - Lactação - Metaplasia óssea endometrial (fenômeno cadavérico conservativo – calcificação do embrião não expulso em casos de aborto – espontâneo ou não – podendo causar infertilidade) Aspectos jurídicos: - Relação médico-paciente ou perito-pericianda? - Corresponsabilidade registrada no prontuário - Boletim de ocorrência? - Laudo do IML - Objeção de consciência Catharina Gusmão 19.2 - FDUFBa
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