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Sophia Quintana Cunha – @soph_cunha Citologia Clínica PAAF - Punção Aspirativa por Agulha Fina PAAF ou Punção Aspirativa por Agulha Fina é um método simples, rápido e seguro em que a remoção de material obtido por uma agulha transdérmica, inserida numa região específica, num órgão ou tecido, para análise citopatológica. Tornou-se um exame diagnóstico de base para a detecção de nódulos de mama e tireoide justificados por se tratar de procedimento minimamente invasivo, pouco dispendioso, de fácil execução, com complicações raras e eficácia comprovada. A análise do material citológico coletado por meio da PAAF permite a distinção dos tumores em "neoplásicos e não neoplásicos", diferenciando ainda as lesões neoplásicas em "benignas ou malignas". Não é necessário o uso de anestesia ou qualquer outro tipo de preparo prévio na grande parte dos casos, permite resultados rápidos além de ser realizado em ambulatórios na grande maioria das vezes. Pode ser realizado em varias partes do corpo, porem é mais utilizado em exames de mama e tireoide. E dependendo do caso o exame é feito com o auxílio de um ultrassom para ajudar a guiar o profissional. O exame é realizado por um médico especialista ou especialista no tecido que precisa ser coletado. Para exames de tireoide: A glândula tireoide tem dois tipos principais de células: • Células foliculares. Utilizam o iodo do sangue para produzir hormônios tireoidianos, que ajudam a regular o metabolismo. O excesso de hormônio tireoidiano, denominado hipertireoidismo, pode provocar algumas alterações, como batimento cardíaco acelerado ou irregular, dificuldade para dormir, nervosismo, fome, perda de peso, e intolerância ao calor. Quantidade insuficiente de hormônio tireoidiano provoca hipotireoidismo, que se manifesta por cansaço e ganho de peso. A quantidade do hormônio liberada pele glândula tireoide é regulada pela hipófise, localizada na base do cérebro, que produz o hormônio tireoestimulante (TSH). • Células C (Células parafoliculares). Produzem a calcitonina, um hormônio que ajuda a regular a forma como o corpo usa o cálcio. Outras células, menos comuns na glândula tireoide incluem as células do sistema imunológico (linfócitos) e células de suporte (estroma). Diferentes tipos de câncer se desenvolvem a partir de cada tipo de célula. As diferenças são importantes porque afetam o modo como a doença será tratada. Células “normais” Os nódulos de tireoide são um problema clínico frequente, caracterizado por pequenas lesões na glândula tireoide, distintas do parênquima tireoidiano. Estudos epidemiológicos mostram prevalência de nódulos palpáveis em 4% a 7% da população geral e essa frequência aumenta para 30% a 50% com a utilização da ultrassonografia. A ampliação do uso dos métodos de diagnóstico por imagem aumentou a frequência do diagnóstico incidental de nódulos tireoidianos. A lesão mais comum de tireoide é o nódulo coloide benigno, seguido de bócio nodular, nódulos hiperplásicos, cistos simples, tireoidite subaguda e tireoidite linfocítica. A categoria indeterminada ou lesão folicular é a categoria diagnóstica mais desafiadora, pois incorpora dois grupos de lesões clinicamente distintas: lesões foliculares benignas (lesões foliculares, adenomas foliculares, adenomas de células Hurthle e hiperplasia de células foliculares não neoplásicas) e malignas (carcinoma folicular, uma variante folicular do carcinoma papilífero e carcinoma de células Hurthle). Tumor tireóideo: Células de Hurthle Amostras compatíveis com o diagnóstico de lesão folicular ou neoplasia folicular ou de Hürthle representam 15 a 30% dos resultados das PAAF (38). Nestes casos, o mapeamento com iodo radioativo deve ser considerado. Caso não se documente um nódulo quente, a cirurgia deve ser cogitada. A lobectomia pode ser a opção nos nódulos solitários < 4 cm, no entanto a tireoidectomia total deve ser considerada quando nos nódulos > 4 cm, bilaterais, ou com alto risco de malignidade. Nas citologias benignas, nenhum outro estudo diagnóstico é recomendado no momento, exceto o exame ultra-sonográfico, caso se opte pelo acompanhamento. Quando a citologia mostra resultado sugestivo de malignidade, a tireoidectomia total é recomendada. O fluxograma apresentado da resume as condutas sugeridas de acordo com o resultado da PAAF. Para exames de mama: A mama feminina é composta por lobos (glândulas produtoras de leite), por ductos (pequenos tubos que transportam o leite dos lobos ao mamilo) e por estroma (tecido adiposo e tecido conjuntivo que envolve os ductos e lobos, vasos sanguíneos e vasos linfáticos). A distribuição dos tecidos conjuntivos denso e frouxo, epitelial e adiposo, depende de fatores como: ciclo menstrual, idade, alimentação e principalmente de fatores genéticos. Os tecidos epiteliais são formandos por células intimamente unidas, com mínimo de material intercelular entre elas, que recobrem as superfícies e reveste a cavidade do corpo. As células epiteliais são acompanhas de tecido conjuntivo subjacente, com qual se ligam por uma delgada camada chamada de membrana basal. De acordo com a natureza patológica, as neoplasias ou tumores mamários podem ser classificados como benigno ou maligno. Dentre as neoplasias benignas mamárias destacam-se a adenose (tipo epitelial), fibroadenoma e as alterações fibrocísticas (estas ultimas de tipo misto). Dos tumores malignos, os tipos mais frequentes são os tumores epiteliais não invasivos como o carcinoma ductal in situ e carcinoma lobular in situ, além dos tumores mistos, epiteliais e conjuntivos, como carcinoma ductal invasivo. As lesões mais comuns da mama feminina, durante a menacme, são os cistos. Ocorrem frequentemente em mulheres com idade entre 35 e 50 anos. Cistos mamários com fluido proteináceo têm modificada sua ecogenicidade e podem ocasionar dificuldade na diferenciação com as lesões sólidas na ultra-sonografia (USG). A identificação de nódulo, palpável ou não, em mama, tem como recomendação mundial a realização da Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) para elucidação diagnóstica precoce e subsídio do planejamento terapêutico. Como as biópsias mamárias são mais complexas que os demais exames, requerem conduta igualmente diferenciadas, como uma pré-consulta 3 dias antes da sua realização. Portanto, nos casos de cistos típicos à ultra-sonografia, a PAAF seria indicada naqueles casos de dor localizada (na área correspondente ao cisto diagnosticado pela USG), nas lesões de crescimento rápido que causam ansiedade nas pacientes e, ainda, nos cistos de crescimento lento, porém contínuo, evidenciado em exames posteriores de controle. Convém ressaltar que a indicação da PAAF depende também de outros fatores, como o aspecto da imagem. Obviamente, é recomendado que as pacientes sejam submetidas à biópsia cirúrgica se exibirem achados suspeitos para malignidade nas mamografias e/ou ultra-sonografias, ou segundo resultado da citologia. A situação ideal para o diagnóstico de um nódulo mamário palpável é o uso combinado de métodos, na forma de diagnóstico tríplice (exame clínico, mamografia e PAAF). A punção aspirativa, dentro desse contexto, é o exame com maior valor isolado, devendo sempre orientar a conduta terapêutica. Referencias: Rosini, I.; Salum, N. C.; Protocolo de cuidados para punção aspirativa por agulha fina de mama e tireoide. Texto contexto enferm. vol.23 no.4 Florianópolis Oct./Dec. 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010407072014000401059&script=sci_arttext&tl ng=pt Ceratti, S., et al. Punção aspirativa com agulha fina guiada pelo ultrassom em nódulos de tireoide: avaliação do número ideal de punções. Radiol Bras. 2012 Mai/Jun;45(3):145–148. Disponível em: http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=2299&idioma=Portugues Maia, A., L., et al. Nódulos de tireóide e câncer diferenciado de tireóide: consenso brasileiro. Arq Bras Endocrinol Metab vol.51 no.5 São Paulo July 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S000427302007000500027&script=sci_arttext#fig 2 Equipe Oncoguia. A tireoide. Acessado em 30 de outubro 2020. 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