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RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
Tício, brasileiro, divorciado, empresário, domiciliado no Município M, inconformado com ato praticado pelo Governador do seu Estado de origem, que negou acesso a elementos que permitissem a certificação de situações capazes de gerar ação popular, impetrou mandado de segurança perante o Tribunal de Justiça local, órgão competente de forma originária, para conhecer e julgar a questão.
A segurança foi denegada, pretendendo o impetrante interpor recurso alegando a violação de preceitos constitucionais, como o direito de petição, o acesso à Justiça e os atinentes à Administração Pública. Não houve deferimento da gratuidade de Justiça.
Na qualidade de advogado, elabore a peça cabível, contra a decisão que denegou a segurança, observando: a) competência do Juízo; b) legitimidade ativa e passiva; c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; d) os requisitos formais da peça; e) adequação do recurso.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...
Processo nº... 
TÍCIO..., já qualificado nos autos da Ação de Mandado de Segurança que move contra o ato ilegal e abusivo do Governador do Estado..., por seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na Rua..., Bairro..., Cidade..., Estado..., local indicado para receber as devidas intimações, vem, inconformado com o acórdão de folhas nº..., proferido por esse Tribunal de Justiça, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 105, inciso II, alínea “b”, da Constituição Federal, interpor
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
para o Superior Tribunal de Justiça, cujas razões seguem em anexo, bem como se comprova o devido preparo. Requer que seja recebido e processado o presente recurso e, após as formalidades legais, seja remetido ao Egrégio Tribunal.
Termos em que
 pede deferimento.
Local..., data... 
 Advogado 
OAB/UF
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
RECORRENTE: TÍCIO... 
RECORRIDO: GOVERNADOR DO ESTADO... 
PROCESSO Nº...
Egrégio Tribunal,
Colenda Turma
Nobres Julgadores.
Não merece prosperar o venerando acórdão que denegou a segurança na ação impetrada pelo recorrente, uma vez que a decisão viola princípios constitucionais e direitos fundamentais.
DA TEMPESTIVIDADE
Ab initio, cumpre salientar que é tempestivo o presente recurso, uma vez que a publicação da decisão, ora recorrida, ocorreu em... de... de..., conforme certidão de fl...., sendo, pois, apresentado o presente recurso no prazo legalmente previsto, qual seja, 15 dias.
DO CABIMENTO
Conforme prevê o artigo 105, II, “b” da Constituição Federal, o Recurso Ordinário é o meio processual cabível para rediscutir decisão denegatória de Mandado de Segurança decidido em razão de competência originária dos Tribunais. Assim, tratando-se de Mandado de Segurança de competência originária do Tribunal de Justiça..., é, portanto, cabível a interposição do presente recurso ordinário constitucional.
DOS FATOS
O recorrente, inconformado com ato praticado pelo Governador do seu Estado de origem, que negou acesso a elementos que permitissem a certificação de situações capazes de gerar ação popular, impetrou Mandado de Segurança perante o Tribunal de Justiça local, órgão competente de forma originária para conhecer e julgar a questão. A segurança foi denegada. Diante de tal negativa, não restou ao recorrente alternativa a não ser interpor o presente recurso uma vez violado o seu direito de petição, de Acesso à Justiça e os direitos inerentes à defesa e proteção da Administração Pública.
DO MÉRITO
Como se vê, a decisão guerreada não merece ser mantida, eis que confronta os princípios constitucionais inerentes ao direito do recorrente. Para Manoel Gonçalves Ferreira Filho, “o direito de petição é aquele pelo qual qualquer um faz valer junto à autoridade competente a defesa de seus direitos ou do interesse coletivo.” (In: “Comentários à Constituição Brasileira”, 6. ed. São Paulo: Saraiva, 1986. p. 621). Sobre o campo de abrangência de tal instituto, Temístocles Brandão Cavalcanti assevera que:
o direito de petição é amplo, devendo a autoridade pública encaminhar esse pedido em forma a que sejam apuradas as irregularidades apontadas. Para tanto, reconhece também, a todos os cidadãos, o direito de ser parte legítima, em qualquer processo administrativo ou judicial, destinado a apurar os abusos de autoridade e a promover a sua responsabilidade (In: “A Constituição Federal comentada”, 2. ed., Rio de Janeiro: Konfino, 1952. v. III, p. 269, apud “Comentários à Constituição de 1988”, José Cretella Júnior, Forense Universitária, 1988, v. I, p. 426)
Portanto, não há dúvidas de que o recorrente agiu em defesa do seu direito constitucional ao impetrar o Mandado de Segurança amparado pelo artigo 1º da Lei nº 12.016/09 c/c artigo 5º, LXIX da CFRB/88 que estabelece a impetração do Mandado de Segurança para proteger direito líquido e certo quando não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data.
A decisão denegatória da segurança não levou em consideração o direito do recorrente em obter informações perante os órgãos do Governo do Estado com a finalidade de propor Ação Popular, medida judicial prevista na Lei nº 4.717/65, também amparado pela Magna Carta de 1988, que prevê em seu artigo 5º, inciso XXXIII, o direito de qualquer cidadão obter dos órgãos públicos informações que sejam necessárias à efetivação do seu direito de petição.
A propósito:
A ação popular é um instrumento de defesa dos interesses da coletividade, utilizável por qualquer de seus membros. Por ela não se amparam direitos individuais próprios, mas sim interesses da comunidade. O beneficiário direto e imediato desta ação não é o autor; é o povo, titular do direito subjetivo ao governo honesto. O cidadão a promove em nome da coletividade, no uso de uma prerrogativa cívica que a Constituição da República lhe outorga. (MEIRELLES. Hely Lopes. Mandado de segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de Injunção, Habeas Data. 20. ed. São Paulo: Malheiros, 1998, p.114).
Em virtude das considerações até então expostas, ao ser negado ao recorrente o acesso aos elementos indispensáveis à certificação de situações capazes de gerar uma ação popular, foi violado o direito à informação e o direito de petição (artigo 5º, XXXIV da CF/88). A Constituição Federal de 1988 assim dispõe sobre o instituto da ação popular, conforme redação expressa do art. 5o , LXXIII:
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
Diante da decisão denegatória de Mandado de Segurança impetrado em única instância é o entendimento do STJ:
PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA ORIGINÁRIO DE TRIBUNAL. DENEGAÇÃO. RECURSO CABÍVEL. CF, ART. 105, II, B. – Da
exegese do art. 105, II, b, da Constituição da República, resulta o entendimento de ser cabível recurso ordinário constitucional contra decisões denegatórias de mandados de segurança proferidos em única instância, sendo inadmissível a interposição do recurso especial, instituto processual cabível contra acórdão concessivo do “mandamus”. - Recurso especial não conhecido. (STJ - REsp: 136585 SP 1997/0041799-9, Relator: Ministro VICENTE LEAL, Data de Julgamento: 23/06/1998, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJ 17.08.1998 p. 97).
Tem-se, no caso em comento, o ato ilegal/abusivo residente na negativa do recorrido em autorizar que o recorrente tivesse acesso a elementos por ele pretendidos, fundamentais à efetivação do seu direito, eis que seriam estes os elementos a embasar a ação popular, sendo certo que todo cidadão tem direito a manejar a aludida ação nas hipóteses em que se verificar a violação ao patrimônio público, ou seja, a bens de interesse de toda coletividade. Deste modo, considerando a fundamentaçãoexposta, espera o recorrente ver reformada a decisão denegatória da segurança proferida pelo Tribunal de Justiça.
DO PEDIDO
Pelo exposto, o recorrente requer que seja conhecido e provido o recurso, para reformar a decisão recorrida, concedendo a segurança para permitir ao recorrente acesso aos elementos pretendidos, objeto do Mandado de Segurança.
Nestes termos, pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
 OAB/UF n.º...

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