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A cascata de ativação da imunidade pode ser descrita com um modelo de três sinais. O primeiro sinal constitui a ativação das células T no complexo receptor CD3 por um antígeno na superfície de uma célula apresentadora de antígeno (CAA). O primeiro sinal isolado é insuficiente para ativar as células T e precisa do segundo sinal. O segundo sinal, também chamado de coestimulação, ocorre quando CD80 e CD86, na superfície das CAAs, ativam CD28 nas células T. Ambos os sinais, primeiro e segundo, ativam várias vias intracelulares de transdução de sinais, sendo uma delas a via calcineurina-cálcio. Essas vias iniciam a produção de citocinas, como a interleucina-2 (IL-2), e a ativação de linfócitos B dependentes de células T. A IL-2, então, fixa-se ao receptor IL-2 (também conhecido por CD25) na superfície de outras células T, ativando o alvo da rapamicina em mamíferos (mTOR) e promovendo o terceiro sinal, que é o estímulo para proliferação de células T. Os imunossupressores podem ser classificados pelo seu mecanismo de ação: 1) interferência na produção ou na ação das citocinas; 2) desregulação do metabolismo celular, impedindo a proliferação dos linfócitos; 3) bloqueio de moléculas da superfície das células T por anticorpos mono e policlonais. •Inibidores da expressão gênica • Agentes citotóxicos •Inibidores específicos da sinalização dos linfócitos •Inibição das citocinas Glicocorticoides Possuem efeitos anti-inflamatório amplos. A estreita relação entre o cortisol e o sistema imune. Os glicocorticoides infra- regulam a expressão de numerosos mediadores inflamatórios, incluindo citocinas essenciais, como o TNF-, a interleucina-1 (IL-1) e a IL-4. Além disso, possui um papel importante na supressão da biossíntese e sinalização dos eicosanoides. Antimetabólitos Os mais antigos, como a azatioprina e o metotrexato, afetam todas as células que sofrem rápida divisão e podem exercer efeitos lesivos sobre a mucosa gastrintestinal e a medula óssea, bem como sobre seus alvos imunes. Os antimetabólitos mais recentes, como o micofenolato mofetila e a leflunomida, produzem menos efeitos adversos e podem ser utilizados terapeuticamente em doses mais baixas. Tipicamente, os antimetabólitos afetam tanto a imunidade celular quanto a humoral tornando os pacientes mais suscetíveis à infecções que só ocorreriam se apenas um desses sistemas fosse afetado. Os antimetabólitos são amplamente utilizados no tratamento do câncer. Azatioprina (AZA) Primeiro fármaco utilizado para supressão do sistema imune após transplante, que continua sendo a base para essa indicação. Apesar de prolongar efetivamente a sobrevida de enxertos de órgãos, esse fármaco é menos eficaz do que o micofenolato mofetil para melhorar a sobrevida a longo prazo de aloenxertos renais. A AZA também é utilizada como agente imunossupressor para pacientes com doença intestinal inflamatória A AZA é um pró-fármaco do análogo de purina, a 6-mercaptopurina (6- MP), que é lentamente liberada à medida que a AZA reage de forma não- enzimática com compostos sulfidrílicos, como a glutationa. A liberação lenta de 6-MP a partir da AZA favorece a imunossupressão, enquanto a própria 6-MP é mais útil como agente antineoplásico. Efeitos adversos: Depressão da medula óssea, hepatotoxicidade, náuseas, vômito, erupções cutâneas. Metotrexato (MTX) É um análogo do folato utilizado desde a década de 1950 no tratamento de neoplasias malignas. Desde essa época, o metotrexato também tornou-se um fármaco extremamente versátil no tratamento de uma ampla variedade de doenças imunologicamente mediadas, incluindo a artrite reumatoide e a psoríase. Além disso, o MTX é utilizado na prevenção da doença enxerto versus hospedeiro. Possui efeito antineutrófilo, anticélula T e anti-humorais. Efeitos adversos: Náuseas, ulcerações TGI, leucopenia, anemia, hepatotoxicidade, depressão da medula óssea. Micofenolato Mofetila O ácido micofenólico (MPA) é um inibidor da monofosfato de inosina desidrogenase (IMPDH), a enzima que limita a velocidade na formação de guanosina. Como o MPA possui baixa biodisponibilidade oral, é habitualmente administrado em sua forma de pró-fármaco, o micofenolato mofetila (MMF), cuja biodisponibilidade oral é muito maior. Possui alta especificidade e efeitos profundos sobre os linfócitos. Utilizado na prevenção da rejeição aguda de transplante, o tratamento de doenças autoimunes, frequentemente utilizado no tratamento inicial da nefrite do lúpus. Efeitos adversos: Manifestações no TGI Leflunomida É um inibidor da síntese de pirimidinas, que bloqueia especificamente a síntese de uridilato (UMP) através da inibição da diidroorotato desidrogenase (DHOD). A DHOD é uma enzima-chave na síntese de UMP, que é essencial para a síntese de todas as pirimidinas. Foi constatado que a leflunomida é mais efetiva na redução das populações de células B, porém foi também observado um efeito significativo sobre as células T. Efeitos colaterais: diarreia, elevação das enzimas hepáticas e alopecia. @waleska112 Med IX - UFOB Agentes alquilantes Ciclofosfamida (Cy) É um fármaco altamente tóxico que alquila o DNA. Exerce um efeito significativo sobre a proliferação das células B, mas pode intensificar a resposta das células T, por isso o uso da Cy em doenças imunes limita- se a distúrbios da imunidade humoral, particularmente o lúpus eritematoso sistêmico. Outra aplicação considerada da Cy consiste na supressão da formação de anticorpos contra xenotransplantes. Os efeitos adversos da Cy são graves e disseminados, incluindo leucopenia, cardiotoxicidade, alopécia e risco aumentado de câncer, devido à sua mutagenicidade. Ciclosporina e Tacrolimo A ciclosporina é um inibidor específico da imunidade mediada por células T permitiu o transplante disseminado de órgãos integrais. A CsA inibe a produção de IL-2 pelas células T ativadas. A IL-2 é uma citocina importante que atua de modo autócrino e parácrino, causando ativação e proliferação das células T. Nas células T ativadas, o fator NFAT é desfosforilado pela calcineurina e transferido para o núcleo onde aumenta a transcrição do gene da IL-2. A CsA atua através de sua ligação à ciclofilina, e o complexo CsA-ciclofilina liga-se à calcineurina, inibindo a sua atividade de fosfatase. Não promove depressão da medula óssea. O tacrolimo (também conhecido como FK506) é um agente imunossupressor mais potente do que a CsA; embora a sua estrutura seja diferente daquela da CsA, o fármaco atua através de um mecanismo semelhante através de sua ligação a proteínas de ligação de FK (FKBP), e o complexo tacrolimo-FKBP inibe a calcineurina. Inibe imunidade mediada por células sem suprimir a função das células B ou das NK. Sirolimo Também designado como rapamicina (não é rifamicina) Apesar de sua semelhança estrutural e de seu uso na prevenção e no tratamento da rejeição de órgãos, o tacrolimo e o sirolimo possuem diferentes mecanismos de ação. Ambos ligam-se à FKBP, porém o complexo sirolimo-FKBP não inibe a calcineurina; na verdade, bloqueia a sinalização do receptor de IL-2 necessária para a proliferação das células T. O complexo sirolimo-FKBP liga-se ao alvo molecular da rapamicina (mTOR), uma serina-treonina-cinase que fosforila a p70 S6 cinase e a PHAS-1 (entre outros substratos), inibindo-o. Efeitos adversos: hiperlipidemia, leucopenia e trombocitopenia. Mas não nefrotoxicidade Inibidores do TNF-α Etanercept É um dímero receptor de TNF solúvel; Infliximab É um anticorpo murino parcialmente humanizado dirigido contra o TNF-α humano; Adalimumab É um anticorpo IgG1 totalmente humanizado, dirigido contra o TNF-α Certolizumab pegol Um fragmento de anticorpo anti-TNF-α pegilado que carece da porção Fc do anticorpo, encontra-se atualmente em estudos clínicos de fase avançada.Inibidores da IL-1 Anacinra Uma forma recombinante do IL-1ra, foi aprovada para uso no tratamento da artrite reumatóide. A anacinra possui efeitos modestos sobre a dor e o edema, porém diminui de modo significativo as erosões ósseas, possivelmente em virtude de sua capacidade de diminuir a produção dos osteoclastos e bloquear a liberação de metaloproteinase pelas células sinoviais induzida pela IL-1.
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