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- -1
GESTÃO DE CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS
UNIDADE 2 - RESPONSABILIDADE SOCIAL 
E ASPECTOS JURÍDICOS NA GESTÃO DE 
CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS
Autoria: Johny Henrique Magalhães Casado - Revisão técnica: Katianny Gomes 
Santana Estival
- -2
Introdução
A gestão de negócios nos mais diferentes setores possui uma enorme responsabilidade com seus colaboradores,
clientes e também com toda a sociedade. Cabe aos gestores atuar de forma ética e responsável para que seu
trabalho ofereça serviços de acordo com o esperado pela população.
Quando abordamos o termo , é importante considerarmos que o tema envolve umaresponsabilidade social
série de aspectos éticos que fazem parte do dia a dia das empresas. Atualmente, mais do que oferecer uma
atividade de qualidade aos seus clientes a um preço justo, cabe aos administradores conduzir seus trabalhos de
forma ética e moral, considerando todos os aspectos que impactem a sua gestão.
Administrar um negócio de forma ética se torna cada vez mais necessário para atender às exigências da
contemporaneidade, cada vez mais preocupada com o meio ambiente e com o tratamento dispensado aos
cidadãos. Sendo assim, os profissionais devem considerar todas as especificidades relacionadas à organização
em que atuam, bem como os impactos sociais e ambientais de seu trabalho. Esses efeitos, quando lidamos com
organizações relacionadas à saúde e ao bem-estar, como é o caso de clínicas e consultórios, são de grande
importância.
Nesta unidade, além de estudarmos a ética e a moral na gestão de espaços voltados à saúde, serão abordados
alguns dos principais aspectos jurídicos que compõem a abertura de um negócio, com considerações de suma
relevância àqueles que pretendem investir em uma empresa desse ramo. Trabalharemos, também, algumas
especificidades relacionadas às operadoras de saúde no Brasil, haja vista que demandam grande parte dos
trabalhos desenvolvidos por clínicas e consultórios e são responsáveis por uma boa fatia do faturamento de
empresas da área.
Bons estudos!
2.1 Considerações sobre ética e moral nos serviços de 
saúde e bem-estar
Os gestores que atuam no ramo de saúde e bem-estar devem administrar seus negócios sempre considerando
todas as características do setor. Além de oferecerem serviços com a qualidade esperada e com o preço que o
cliente está disposto a pagar, terão, também, de buscar atender aos padrões éticos e morais que são impostos
por toda a sociedade.
Administrar uma clínica ou um consultório é uma árdua tarefa. É condição indispensável que os responsáveis
considerem todos os impactos que suas ações possuem diante do universo de colaboradores envolvidos e
perante demais pessoas que possuem relação direta – e até mesmo indireta – com sua atuação.
A incerteza imposta a um ramo bastante concorrido – e que muitas vezes possui recursos escassos – acaba
proporcionando grandes desafios a todos os encarregados pela condução da gestão.
Agora, veremos algumas reflexões iniciais a respeito de moral e ética. Você já sabe que esses dois valores são
importantes ao convívio social, não é mesmo? Mas você sabe dizer por que são vitais às empresas? É o que
vamos descobrir juntos!
2.1.1 Ética e moral: conceitos e considerações
A discussão a respeito do que é ética e moral faz parte da Filosofia e surgiu a partir do pensamento do filósofo
grego Platão. Com a evolução da sociedade, esses dois aspectos passaram a ser discutidos em várias áreas do
conhecimento; as ciências sociais e aplicadas fizeram com que eles conquistassem sua parcela de importância na
gestão de negócios (MARIANO, 2013).
Costumeiramente, o plano ético refere-se à busca por um ambiente em que as pessoas possam se relacionar de
- -3
Costumeiramente, o plano ético refere-se à busca por um ambiente em que as pessoas possam se relacionar de
forma equilibrada e respeitosa. Uma vez que lidamos com o plano moral, é preciso considerar que ele faz
referência aos deveres, a exemplo do que La Taille(2009, p. 8) apresenta: “[...] ser justo, ser generoso, ser digno
(ou honrado, no sentido da ‘honra-virtude’)”.
Compreender os fundamentos da ética é entender como o homem se relaciona e convive em sociedade. Portanto,
ela é indissociável do indivíduo; é a ética que faz o homem especial. Segundo Ashley (2019, p. 124), “[...] desde
que o ser humano se reconheceu como racional e viu no outro um ser semelhante, a questão ética surgiu. A
preocupação com o pensar e agir de modo coerente e de forma que preserve a vida está na própria humanidade”.
Os atributos que tornam a ética importante podem ser entendidos como a consciência, a linguagem, a capacidade
teleológica e a liberdade, os quais surgem ao longo do desenvolvimento humano.
Em relação à moral, temos que ela surge a partir do momento que os indivíduos começam a se relacionar
permeados por relações de trabalho. A socialização que surge a partir desse convívio acaba dando ensejo à
necessidade de se estabelecer padrões de convivência entre os indivíduos para determinar o que deve ou pode
ser feito e o que o ser humano não pode fazer.
De acordo com Matos (2014, p. 90):
A moral surge por uma necessidade dos homens no seu processo de sociabilização e é resultado da
escolha destes homens. Mesmo que pareça imutável, a moral é produto, também, da história. Com o
excedente da produção (e, com isso, a emersão do escravismo) e, depois, com o advento do
capitalismo – com o surgimento da propriedade privada, da sociedade de classes e da divisão social
do trabalho – a moral também se altera.
A sociedade espera que as organizações, sempre que necessitarem decidir sobre algo, ponderem suas análises a
partir dos preceitos éticos. Por isso, nos negócios empresariais, as tomadas de decisão devem sempre ser
pautadas pela moralidade, independentemente da escolha necessária.
A busca por uma conduta ética na administração empresarial faz com que os gestores, e também todos os demais
colaboradores da organização, coloquem os seus interesses pessoais de lado. Espera-se que eles atuem para que
os propósitos da empresa e da sociedade sejam alcançados, mas sem entrarem em conflito. A busca pelo lucro e
por maiores ganhos de mercado não podem se sobrepor à conduta ética esperada, o que torna necessário
considerar todos os impactos positivos e negativos que as decisões empresariais poderão surtir na sociedade.
VOCÊ O CONHECE?
O filósofo grego Platão apresentou uma série de pensamentos que ainda hoje são utilizados
para se discutir o que é ética e como ela deve ser compreendida em nossa sociedade. Acesse o
link a seguir e conheça um pouco mais a respeito desse notável pensador:https://www.
.youtube.com/watch?v=tL36cKPQzsw
https://www.youtube.com/watch?v=tL36cKPQzsw
https://www.youtube.com/watch?v=tL36cKPQzsw
- -4
Dentro de uma empresa, os gestores são os principais atores que podem despertar o posicionamento ético de
todos os que compõem a instituição. Ao tomarem suas decisões, podem refletir uma imagem ética que repercute
nas ações de todos ao seu redor (colaboradores, por exemplo), servindo como espelho. Segundo Arruda (2014, p.
19):
Buscar e manter uma cultura ética são objetivos de qualquer executivo competente e bem-
intencionado, consciente de que a ética vale a pena. Nessa linha, programas de educação,
sensibilização, informação e incentivo à atuação ética são cada vez mais desenvolvidos nas empresas.
Os altos executivos começam a perceber que o custo de controles, auditoria e , assistênciacompliance
jurídica, prevenção à lavagem de dinheiro, corrupção e risco ultrapassam valores que se
classificariam como aceitáveis. A ética vale a pena.
Aos gestores de estabelecimentos que cuidam da saúde e do bem-estar físico e emocional, tais como consultórios
e clínicas, esperam-se comportamentos éticos que considerem o momento de fragilidade que inspira cuidados e
atenção. A ética aplicada ao setor é o assunto de nosso próximo tópico. Boa leitura!
2.1.2 Ética empresarial e aplicações no setor de clínicas e consultórios
A aplicação da ética na gestão de clínicas e consultórios deve seguiros mesmos preceitos impostos às demais
empresas, que se inicia com a criação de um ambiente de respeito e harmonia para colaboradores e clientes.
Para compreender de que forma a ética vem sendo aplicada nas decisões empresariais, é necessário entender
VOCÊ QUER VER?
O filme , de 1994, retrata a história de um homem queQuiz show – a verdade dos bastidores
decide investigar como funciona um programa de perguntas e respostas que faz grande
sucesso na televisão. Conforme o enredo vai se desenvolvendo, fica claro que há sérios
problemas éticos que envolvem todos os personagens. Prepare a pipoca e bom filme.
- -5
Para compreender de que forma a ética vem sendo aplicada nas decisões empresariais, é necessário entender
como esse valor foi inserido na administração. Por isso, agora veremos uma síntese de como ele vem sendo
aplicado ao longo dos anos nas decisões de negócios.
Existem diversos autores e pensadores que contribuíram para que a ética fosse amplamente debatida e
praticada nas empresas. Entre os principais, podemos citar:
• Platão e Aristóteles (422-322 a.C.)
Apresentaram o conceito de ética das virtudes e de vida boa.
• Immanuel Kant (1785)
Trouxe o conceito de ética do dever.
• Jeremy Bentham (1789)
Apresentou o princípio da felicidade maior.
• John Stuart Mill (1863)
Discutiu a ideia de utilitarismo.
• Lawrence Kohlberg (1958)
Apresentou os estágios do desenvolvimento moral.
• John Bordley Rawls (1971)
Criou a teoria da justiça.
• Jürgen Habermas (1981)
Discutiu o conceito de ética do discurso.
• Linda K. Treviño (1986)
Apresentou a ética comportamental: situacional e individual.
No início da década de 1990, a ética começou a ser aplicada nas organizações como uma extensão do que deveria
ser adotado em nossas decisões pessoais. Com o crescente uso da internet, a maciça cobrança por posturas
responsáveis das empresas, além do movimento de globalização, a ética das organizações se tornou algo único e
passou a ser ensinada no ambiente acadêmico.
Para Laasch e Conaway (2015, p. 114):
A ética empresarial contemporânea hoje é uma área madura, baseada em conceitos ricos e úteis que
são refinados continuamente para valiosa aplicação prática. Com essa maturidade, chegou-se a um
ponto em que, de antigos temas da área, derivaram novas áreas de atuação. Mais notavelmente, os
temas centrados nas responsabilidades dos , responsabilidade corporativa e cidadaniastakeholders
corporativa.
Há diversas teorias que tratam da ética empresarial; entretanto, há também muita confusão que permeia a sua
diferenciação da ética individual e da ética organizacional, conforme você pode observar na figura a seguir.
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Figura 1 - Conceitos de ética e suas especificidades
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em LAASCH e CONAWAY, 2015.
#PraCegoVer: a imagem tem sete retângulos de cor azul escuro. O que está no topo traz a palavra ética; abaixo
dele, há outros três, que apresentam, da esquerda para a direita, as palavras empresarial, individual e
organizacional. Embaixo deles, outros três retângulos apresentam as definições: a ética empresarial é o estudo
interdisciplinar de problemas e oportunidades éticas nos negócios; a individual estuda os problemas éticos à
medida que são enfrentados pelos indivíduos; a organizacional estuda os problemas éticos no âmbito
organizacional.
A ética empresarial é também permeada por um conjunto de valores que, assim como na ética individual,
acabam definindo o posicionamento que a sociedade espera das organizações.
Como valores, podemos entender o conjunto de objetivos, crenças e conceitos desejados que moldam
pensamentos e ações. Entre os principais para o entendimento da ética empresarial, estão:
Confiabilidade.
Respeito.
Responsabilidade.
Equidade.
Cuidado.
VOCÊ QUER LER?
Ética é um tema bastante atual e sempre abordado em vários artigos. Entretanto, na área de
finanças, esse valor não tem recebido grande atenção no Brasil. Um dos textos que analisa o
assunto é o artigo , que você pode ler clicando aqui: A respeito de ética e finanças https://www.
.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a05.pdf
https://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a05.pdf
https://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a05.pdf
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Cuidado.
Cidadania.
Considerando a ética fundamental para que as empresas atendam aos anseios de seus clientes, pode-se afirmar
que, quando analisamos esse princípio aplicado ao setor de clínicas e consultórios, é necessário ter como base
todas as especificidades desse tipo de empresa (MARIANO, 2013).
A conduta baseada na moral e na ética é condição indispensável aos gestores da área da saúde para que seus
negócios atendam aos anseios da sociedade.
Outro valor imprescindível à vida das empresas é a responsabilidade social. Você sabe como aplicar iniciativas
nesse âmbito? Vamos ver?
2.2 Responsabilidade social aplicada à gestão de negócios
As organizações, assim como os indivíduos, necessitam agir de forma consciente; a responsabilidade por seus
atos deve ser visível, de modo transparente em todas as circunstâncias.
A sociedade tem cobrado que as empresas se posicionem cada vez mais frente aos problemas ou injustiças da
sociedade, inclusive visando minimizar possíveis efeitos da sua atuação, como a poluição ambiental. Grandes
organizações têm feito volumosos investimentos para a criação de departamentos de responsabilidade social
que impactem seus clientes, colaboradores e todos os stakeholders que orbitam seus negócios. Entretanto, uma
postura ativa nesse sentido tem sido reivindicada também de pequenas e médias empresas.
Nesta seção, abordaremos como a responsabilidade social deve ser considerada no ambiente empresarial e
veremos algumas de suas especificidades. É importante considerar que, hoje, essa conduta é uma exigência que
não deve ficar restrita às grandes organizações, porque, conforme já exposto, a contemporaneidade impõe que
instituições de pequeno e médio portes também cuidem das atitudes que aplicam em seus negócios.
Mas o que é responsabilidade social? Descubra logo a seguir!
VOCÊ QUER LER?
Conhecer como a ética se aplica na gestão das organizações de saúde é de fundamental
importância para todos os gestores que atuam ou pretendem atuar no setor. O instituto Ética
Saúde, criado em 2014, opera justamente nessa área. Conheça sua proposta e trabalho: 
.https://eticasaude.org.br/QuemSomos
VOCÊ SABIA?
No Brasil, existe uma entidade que visa incentivar investimentos em ações de responsabilidade
social. Além de cuidar do fomento das ações, o instituto Ethos colabora para que as empresas
possam apresentar-se à sociedade como eticamente responsáveis, o que valoriza a imagem
delas. Acesse a página do Ethos e conheça seu trabalho: .https://www.ethos.org.br/
https://eticasaude.org.br/QuemSomos
https://www.ethos.org.br/
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Mas o que é responsabilidade social? Descubra logo a seguir!
2.2.1 O que é responsabilidade social?
Conforme vimos anteriormente, responsabilidade social é um tema que vem sendo muito debatido na gestão de
organizações no Brasil e no mundo. No campo empresarial, é um assunto caro a todos os gestores, pois é algo de
muito destaque e uma exigência da realidade contemporânea (ENCRINAS, 2004).
Em suma, define-se responsabilidade social como a prudência que uma organização deve dispensar às suas
decisões, as quais têm impacto sobre a sociedade e os seres humanos. Você sabe o que fazer para desempenhar
uma gestão responsável? Veja na figura a seguir:
Figura 2 - O que você deve fazer para gerir negócios responsáveis?
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em ASHLEY, 2019.
#PraCegoVer: na imagem, cinco retângulos na cor azul escuro, ligados por uma seta circular cinza, apresentam o
que é esperado de uma empresa socialmente responsável. De acordo com a figura, a instituição deve contribuir
para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem-estar da sociedade; levar em consideração as
expectativas das partes interessadas; estar em conformidade com a legislação aplicável; ser consistente com as
normasinternacionais de comportamento e integrar a responsabilidade a toda a organização e suas práticas.
Muitas são as situações que cobram condutas éticas, como, por exemplo, padrões de comportamento em
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Muitas são as situações que cobram condutas éticas, como, por exemplo, padrões de comportamento em
conformidade com a legislação do setor. Exige-se também a adoção de posturas sustentáveis, respeitando o meio
ambiente para minimizar os possíveis impactos negativos de suas operações.
Na contramão, os gestores necessitam ter ciência de que muitas ações geram efeitos sociais positivos. Ao
assumirem responsabilidades básicas, será possível obter bons resultados junto à sociedade.
Quando se aborda responsabilidade social no campo empresarial, é necessário considerar que existem alguns
atores que possuem grande influência na forma como as organizações exercem seu trabalho. Clique nos
retângulos a seguir para conhecê-los:
• Atores governamentais
São os responsáveis por legislar, formular políticas públicas e também criar infraestrutura. Os governos
geralmente são limitados geograficamente e nem sempre conseguem agir com a velocidade que a
população espera; sendo assim, surge um campo de atuação para a empresa desempenhar ações de
responsabilidade social que possam suprir algumas limitações da administração pública, como o apoio a
uma organização não governamental (ONG).
• Atores da sociedade civil
Donos dos votos que influenciam os demais atores, são a maioria e possuem uma influência de longo 
alcance. Segundo Laasch e Conaway (2015, p. 6), “[...] é a sociedade civil que decide qual governo será 
nomeado. Ela decide quais empresas são apoiadas por meio de seu poder de compra dos produtos e 
também decide para quem trabalhar”. As pessoas podem se tornar atores importantes incentivando ou 
sendo contrárias à ação de uma empresa. Então, cabe aos gestores tomar suas decisões considerando o 
modo como a sociedade civil reagirá perante elas.
• Atores de negócios
São poderosos e influentes; têm muitos recursos que possibilitam e facilitam o processo de tomada de
decisão, o que facilita o trabalho, porque garantem como vantagem a resolução de problemas urgentes
com rapidez. Laasch e Conaway (2015, p. 6) lembram que “[...] os negócios frequentemente atuam de
maneira global e, por essa razão, são capazes de fornecer soluções globais. Em virtude da necessidade
imperativa de maximização do lucro, muitos atores de negócios podem abster-se de resolver um
problema” que não consideram rentável o suficiente.
CASO
Vamos pensar em um caso hipotético? A ConsultMax S.A. é uma grande empresa que
administra vários consultórios médicos no Brasil. Os lucros são cada vez maiores, e os
acionistas estão satisfeitos e muito felizes com a gestão dos negócios.
Como forma de partilhar com a sociedade tudo o que a instituição tem ganhado, os executivos
se reuniram em assembleia e decidiram investir cerca de 10% do lucro líquido em ações de
responsabilidade social. Esse valor deverá ser aplicado em ações nas cidades nas quais a
empresa explora petróleo.
A ConsultMax S.A., ao prover essa ótima ação de responsabilidade social, ganhará uma boa
imagem e terá destaque perante a concorrência.
•
•
•
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O setor de clínicas e consultórios, geralmente, engloba empresas pequenas e médias, as quais encontram
dificuldades na promoção de ações de responsabilidade social de longo alcance. Os fatores limitantes, no entanto,
não eximem essas instituições de agirem socialmente; esse é um assunto que jamais deve ser negligenciado. 
2.2.2 Princípios da responsabilidade social nas organizações
Com frequência, as organizações compreendem que a responsabilidade social tem relação intrínseca com o
atendimento a alguma carência da população (para “compensar” uma insuficiência governamental, lembra?).
Entretanto, é importante considerar que o leque de atividades sociais é bastante amplo e que muitas ações
devem ser desempenhadas ainda dentro da instituição (ENCRINAS, 2004).
Na figura a seguir, você vê sete princípios que norteiam possíveis ações enquadradas como de responsabilidade
social.
Figura 3 - Princípios da responsabilidade social nas organizações
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em ASHLEY, 2019.
#PraCegoVer: na imagem, há sete retângulos de azul escuro que apresentam os princípios da responsabilidade
social. São eles: (prestação de contas), transparência, comportamento ético, respeito pelosaccountability 
interesses das partes interessadas, respeito pelo Estado de Direito, respeito pelas normas internacionais de
comportamento e direito aos humanos. Cada retângulo está ligado ao próximo por uma seta de cor cinza claro.
O primeiro princípio, accountability, ou prestação de contas, está relacionado ao fato de que as organizações
precisam se responsabilizar por todas as decisões que tomarem, devendo responder por seus impactos na
economia ou no meio ambiente. A ideia é que as empresas devem prestar contas de suas atividades a todas as
partes interessadas em seus negócios, assim como elaborar, sempre que possível e necessário, iniciativas que
minimizem as possíveis repercussões negativas de suas atividades.
A nada mais é do que fornecer de forma clara, objetiva e compreensível todos os fatos que afetemtransparência
- -11
A nada mais é do que fornecer de forma clara, objetiva e compreensível todos os fatos que afetemtransparência
terceiros. Espera-se que as organizações desempenhem suas atividades com a máxima transparência porque,
assim, a sociedade não será surpreendida com nenhum tipo de prejuízo que possa ter sido criado por suas
operações (MARIANO, 2013).
O terceiro princípio é de todos os gestores e colaboradores. A sociedade almeja queo comportamento ético
todos os funcionários das organizações atuem do “[...] modo aceito como correto pela sociedade – com base nos
valores da honestidade, equidade e integridade, perante as pessoas e a natureza – e de forma consistente com as
normas internacionais de comportamento” (ASHLEY, 2019, p. 21).
O das partes envolvidas é o quarto preceito das ações de responsabilidade social, orespeito pelos interesses
qual possui relação com o fato de que as organizações devem ouvir e considerar, sempre que possível, os anseios
da população que tem algum vínculo com a empresa. Esse tipo de posicionamento é importante porque ajuda as
empresas a criar uma imagem de confiança e despertar a admiração de seus clientes e parceiros.
O , quinto princípio, determina que é necessário seguir o conjunto de normas erespeito ao Estado de Direito
leis que a região estabelece (ENCRINAS, 2004). Todas as ações devem estar de acordo com a legalidade, sem
infringir qualquer aspecto legal ditado pela cidade, estado ou país onde a empresa está instalada e comercializa
seus produtos e serviços.
A adoção dos preceitos, tratados e acordos internacionais favoráveis à responsabilidade social é o sexto
preceito que as empresas devem adotar. Existem diversos órgãos e entidades internacionais que elaboram
tratados, normas e regulamentações que podem ser seguidas pelas organizações; entre eles, grandes instituições,
como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O último princípio é o respeito aos direitos humanos. É uma virtude reforçar e “[...] reconhecer a importância e
a universalidade dos direitos humanos, cuidando para que as atividades da organização não os agridam direta ou
indiretamente, zelando pelo ambiente econômico, social e natural que requerem” (ASHLEY, 2019, p. 21).
O leque de ações de responsabilidade social é bastante amplo. Cabe aos gestores selecionar as iniciativas que
serão mais interessantes a seus clientes e colaboradores, de acordo com suas possibilidades e limitações.
2.3 Aspectos jurídicos aplicados aos negócios
Tão importante quanto o projeto para a abertura de um negócio é a gestão de suas atividades. O sucesso
empresarial depende bastante do desempenho dos gestores e do modo como conduzem o dia a dia da instituição
que administram.
Nestaseção, veremos alguns aspectos jurídicos relacionados ao trabalho em clínicas e consultórios do setor de
VOCÊ SABIA?
No ano de 2010, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, conhecido no país
pelo acrônimo , publicou a Norma Internacional ISO 26000, que determina asInmetro
diretrizes da responsabilidade social. O documento tem como principal propósito incorporar
considerações socioambientais nos processos decisórios das organizações, de modo que elas
sejam responsabilizadas pelos impactos de suas deliberações na sociedade e no meio
ambiente. Acesse o link para conhecer o texto: http://www.inmetro.gov.br/qualidade
./responsabilidade_social/iso26000.asp
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
- -12
Nesta seção, veremos alguns aspectos jurídicos relacionados ao trabalho em clínicas e consultórios do setor de
saúde. O amparo legal é imprescindível a qualquer empresa que deseje se manter no mercado e funcionar nos
moldes das leis.
2.3.1 Ambiente empresarial no Brasil
Um bom ambiente de negócios é determinante para a abertura e desenvolvimento das empresas de todos os
setores. No ramo de clínicas e consultórios, estudar esse espaço é ainda mais crucial, porque as particularidades
do ramo da saúde exigem cuidados especiais. Alguns pacientes podem ser encaminhados da rede pública de
saúde; outros vêm da rede privada. Administrar as diferenças é um desafio singular (ENCRINAS, 2004).
Cavalcante (2015, p. 7) afirma que:
[...] ambiente de negócios é o nome genericamente atribuído às condições que circunscrevem, em um
determinado país ou em uma determinada região, o ciclo de vida das empresas. De forma geral, o
ambiente de negócios diz respeito aos níveis de complexidade associados, por exemplo, aos
procedimentos de abertura e fechamento de empresas ou de recolhimento de tributos. A melhoria
do ambiente de negócios está associada, portanto, a ações de simplificação e desburocratização
destes procedimentos. Em virtude de sua própria natureza, o ambiente de negócios é uma variável
de difícil mensuração.
Em pesquisas, o Brasil é caracterizado como um ambiente de negócios ruim. A má reputação é resultado do
baixo número de facilidades que os governos do país ofertam para que empresas sejam abertas ou possam
crescer.
De acordo com a edição de 2019 do relatório , do Banco Mundial, “[...] podemos observar algunsDoing Business
indicadores que mostram como no país não é fácil fazer negócios, a dificuldade de se abrir uma empresa, entre
outras questões complicadas” (BALASSIANO, 2019, [ .]). Nesse documento, a classificação das nações tems. p
como parâmetro uma pontuação a partir de um conjunto de itens, que depois se transformam em uma média.
Clique nos ícones a seguir para conhecer os critérios:
A facilidade para a abertura de empresas.
A pouca burocracia para a aquisição de alvarás de construção.
A facilidade para obter eletricidade.
Como é feito o registro de propriedades.
Se é fácil conquistar crédito.
A proteção aos investidores minoritários.
O volume de impostos e seu pagamento.
Como é o comércio internacional.
De que modo acontece a execução de contratos.
A resolução de insolvência.
Conforme Balassiano (2019, [ .]), s. p atualmente, em “[...] 57% dos países do mundo (de uma amostra de 190) é
mais fácil fazer negócios do que no Brasil. Houve uma melhora da posição no ranking do Brasil de 2018 para
2019 (passou da posição 125 para 109)”; entretanto, considerando o tamanho da economia brasileira, bem como
a sua relevância mundial, o país deveria apresentar condições melhores ao empreendedorismo. 
- -13
Figura 4 - Ranking do ambiente de negócios
Fonte: BALASSIANO, 2019, [s. p.].
#PraCegoVer: um gráfico de colunas mostra as posições de alguns países no ranking de 2019 do Banco Mundial
para a qualidade do ambiente de negócios. Das 190 nações selecionadas, o Brasil é a de número 109; a primeira
colocada é a Nova Zelândia; a última, a Somália. As colunas são de cor azul escuro e a do Brasil está destacada em
laranja.
No gráfico, além de observarmos que a Nova Zelândia é o ambiente mais favorável aos negócios e que a Somália
tem o mais precário, é possível notar que alguns países latino-americanos, como Chile, México, Colômbia e Peru,
estão mais bem colocados do que o Brasil.
Você conhece de perto a realidade do setor de saúde em nosso país? A partir de agora, esse é o nosso objeto de
estudo.
2.3.2 Aspectos jurídicos relacionados aos negócios
No Brasil, a saúde é ofertada gratuitamente a todos os cidadãos por meio do Sistema Único de Saúde, mais
conhecido como SUS. A universalidade garantida pela Política Nacional de Saúde no país é um direito
apresentado na Constituição Federal em vigor desde 1988.
Mesmo sendo tarefa do Estado brasileiro oferecer todos os serviços de saúde de forma gratuita, é “[...]
fundamental compreender qual o espaço da saúde privada na Constituição. A Constituição diz expressamente
que é livre à iniciativa privada a prestação de serviços de saúde” (COELHO, 2006, p. 25). Portanto, em termos
jurídicos, há amparo legal para a iniciativa privada investir em clínicas e consultórios.
As instituições de saúde que pertencem ao governo devem levar em consideração os mesmos aspectos
relacionados à gestão de uma empresa pública. Sendo assim, precisam estudar as perspectivas jurídicas
relacionadas à administração governamental. No caso de clínicas e consultórios particulares, as instituições
devem ser geridas de acordo com o protocolo aplicado às empresas privadas.
VOCÊ QUER LER?
A Agência Nacional de Saúde, a conhecida , é o órgão responsável por regular o setorANS
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Mesmo que a clínica ou consultório seja particular, pode ter parte de seu atendimento conveniado ao Sistema
Único de Saúde, conforme explica Coelho (2006, p. 25): “[...] as empresas privadas podem participar do SUS
mediante convênio ou contrato administrativo. Quer dizer, ninguém pode ser obrigado a atender um paciente
SUS a não ser via contrato ou convênio administrativo”. Portanto, parte da receita dessas empresas pode vir da
iniciativa pública.
Se a empresa privada participar do atendimento à população do SUS, deve realizar todos os procedimentos de
auditoria necessários à prestação de contas ao governo. O trabalho conjunto requer o reembolso pelos serviços
prestados, cabendo aos gestores considerar todos os ditames que permeiam a questão.
2.4 Política de saúde e os sistemas integrados de 
operadoras de saúde
Em nosso país, o setor de saúde possui uma série de especificidades. A principal delas é o Sistema Único de
Saúde, que acaba concentrando a maior parte dos serviços do ramo.
Como forma de organizar o SUS e todas as empresas e setores que prestam atendimentos e serviços na área,
existe uma Política Nacional de Saúde que rege os trabalhos desenvolvidos, tanto pela iniciativa pública como na
rede privada.
Nesta seção, abordaremos como está organizada a Política Nacional de Saúde do SUS e como os sistemas
integrados de operadoras de saúde participam dela.
2.4.1 Política Nacional de Saúde no Brasil
No Brasil, o processo de elaboração de uma Política Nacional de Saúde teve início com o estabelecimento da
República, porém, os primeiros registros datam somente do ano de 1941, quando foi realizada a Primeira
Conferência Nacional de Saúde, na cidade do Rio de Janeiro. Depois desse encontro, foram realizadas várias
outras reuniões, sempre visando criar e aprovar diretrizes que possibilitassem organizar a prestação de serviços
de saúde. Os autores Ricardi, Shimizu e Santos (2017) apresentam alguns de seus propósitos, que você pode
conhecer clicando nos números a seguir: 
1 Defesa do SUS: pelo direito à saúde e à seguridade social.
2
Gestão participativa e controle social sobre o Estado: para ampliar e consolidar o modelo
democrático de governo do SUS.
3 Vinte anos de subfinanciamento: para lutar pelo recurso necessário para o SUS.
4 Garantia de gestão unificada e coerente do SUS com basena construção de redes integrais
A Agência Nacional de Saúde, a conhecida , é o órgão responsável por regular o setorANS
privado de saúde no Brasil. Vinculada ao Ministério da Saúde, determina uma série de ações
que impactam a gestão das empresas do ramo. Por isso, é bastante importante que você
conheça de perto seu mecanismo de atuação. Explore a página da ANS! Sugerimos que comece
estudando sua história: .http://www.ans.gov.br/aans/quem-somos/historico
http://www.ans.gov.br/aans/quem-somos/historico
- -15
4 Garantia de gestão unificada e coerente do SUS com base na construção de redes integrais
e regionais de saúde: o Sistema Único de Saúde é único, mas as políticas governamentais
não o são.
5 Gestão pública para a saúde pública.
6 Valorização dos trabalhadores de saúde.
7
Acesso e atenção integral mediante expansão, qualificação e humanização da rede de
serviços em defesa da vida.
8
Ampliação e fortalecimento da rede de atenção básica (primária): todas as famílias – todas
as pessoas – devem ter assegurado o direito a uma equipe de saúde da família.
9
Ampliação e fortalecimento de políticas sociais, projetos intersetoriais e a consolidação da
vigilância e da promoção à saúde: por uma sociedade em defesa da vida e da
sustentabilidade do planeta.
10
Ampliação e qualificação à atenção especializada, de urgência e hospitalar, integradas às
redes de atenção integral.
11 Respeito às diferenças e necessidades específicas de regiões e populações vulneráveis.
12
Construção de uma política de informação e comunicação que assegure gestão
participativa e eficaz ao SUS.
13
Consolidação e ampliação das políticas e estratégias para saúde mental, deficiência e
dependência química.
14
Integração e ampliação de políticas e estratégias para assegurar atenção e vigilância à
saúde do trabalhador.
15
Ressarcimento ao SUS pelo atendimento a clientes de planos de saúde privados, tendo o
cartão SUS como estratégia para sua efetivação, e proibição do uso exclusivo de leitos
públicos por esses usuários.
- -16
Figura 5 - Qualidade em saúde
Fonte: takasuu, iStock, 2020.
#PraCegoVer: sobre uma mesa de madeira de cor clara, na posição superior, há os punhos e as mãos abertas, 
viradas para cima, de uma pessoa vestindo um jaleco branco. Na frente do adulto, há uma criança, cujas mãos
estão sobre as do indivíduo à sua frente. Em cima das mãos abertas da criança, há um coração feito de madeira;
ele está pintado de vermelho e tem a cruz símbolo da medicina na cor branca. Do lado esquerdo, aparece um
estetoscópio sobre a mesa.
As diretrizes apresentadas pela Conferência Nacional de Saúde visam, acima de tudo, possibilitar um
atendimento universal a toda a população. Esse atendimento, por sua vez, ocorreria através do SUS (BRASIL,
2012), quando gratuito, ou em hospitais, clínicas e consultórios privados, com o custeio do próprio paciente. Há,
também, uma terceira possibilidade: serviços particulares pagos pelo SUS à iniciativa privada em convênios
entre essas empresas e os governos. 
2.4.2 Sistemas integrados de operadoras de saúde
Considerando que é direito assegurado pela Constituição o acesso gratuito a serviços de saúde, seria natural que
houvesse pouco espaço para empresas privadas atuarem no setor. Entretanto, dada a ineficiência do SUS em
algumas áreas, muitas pessoas optam por recorrer à iniciativa privada, seja em busca de serviços de melhor
qualidade ou para fugir das longas filas.
No Brasil, a Lei n.º 9.656/98 representou um marco no Sistema de Saúde Suplementar, o arranjo que funciona na
iniciativa privada sem receber recursos públicos. O documento apresenta uma série de regulamentações que
permitem organizar os nossos conhecidos planos de saúde (MALTA; JORGE, 2008).
- -17
Figura 6 - Gestão integrada da saúde
Fonte: ipopba, iStock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem tem fundo em tons de azul. Ao lado direito, aparece o tronco de um homem vestido
com jaleco. Com a mão direita, ele segura um estetoscópio, que parece encostar na tela e forma um círculo em
torno de si. Ao redor, há ícones relacionados à saúde: hospital, frascos de remédio, mão segurando um coração,
ambulância, prontuário, paciente em uma maca, coração com os batimentos cardíacos, uma pessoa com braço
enfaixado e uma cadeira de rodas. Em segundo plano, há ainda vários gráficos, incluindo alguns com batimentos
cardíacos.
As operadoras de saúde no Brasil podem ser classificadas de acordo com a natureza de suas operações em: 
• administradoras;
• cooperativas médicas ou odontológicas;
• de autogestão;
• de medicina de grupo ou odontologia de grupo;
• de filantropia e seguradoras especializadas em saúde.
Segundo Tisott (2015, p. 80):et al.
As administradoras dirigem os serviços de assistência à saúde ou planos financiados pelas
operadoras. Nesta modalidade, as operadoras não assumem os riscos da operação, pois não possuem
rede própria, credenciada ou referenciada de serviços médico-hospitalares ou odontológicos. No
modelo de cooperativas médicas ou odontológicas, as operadoras atuam com Planos Privados de
Assistência à Saúde ou exclusivamente planos odontológicos. A modalidade de autogestão opera o
plano privado de assistência à saúde exclusivamente para um grupo delimitado e fechado e para os
grupos familiares dos beneficiários. Diferentemente da modalidade administradoras, a Medicina de
grupo ou odontologia de grupo atua por meio de uma rede própria ou credenciada na operação de
Planos Privados de Assistência à Saúde ou exclusivamente odontológicos. Formada por entidades
sem fins lucrativos, as operadoras Filantrópicas operam Planos Privados de Assistência à Saúde.
À medida que o Sistema Único de Saúde não atende às necessidades da população e os cidadãos têm condições
de migrar seus tratamentos para a iniciativa privada, as operadoras de saúde ganham mais e mais clientes.
Sendo assim, a saúde pública no Brasil acaba ficando cada vez mais voltada aos indivíduos de baixa renda e
carentes.
Aos gestores de clínicas e consultórios é importante ressaltar que as operadoras de saúde são grandes clientes,
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Aos gestores de clínicas e consultórios é importante ressaltar que as operadoras de saúde são grandes clientes,
uma vez que contratam os serviços dessas empresas para seus segurados. Quanto maior a operadora, maior será
sua capacidade de negociação. Por isso, os administradores devem estudar todos os índices econômicos e
financeiros do mercado no momento de oferecer seus serviços.
Empreender no ramo de clínicas e consultórios demanda muito empenho, não é mesmo? Por isso, nosso estudo
não para por aqui. Na próxima unidade, continuaremos nosso aprendizado. Até logo! 
Conclusão
Chegamos ao fim desta unidade, em que você teve a chance de conhecer um pouco a respeito da
responsabilidade social aplicada à gestão de clínicas e consultórios, além de aspectos jurídicos e especificidades
do ambiente de negócios no Brasil.
Ao longo de nossos estudos, ainda vimos perspectivas importantes com relação à ética e à moral, as quais devem
ser consideradas pelos gestores no momento da tomada de decisão.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer a definição de responsabilidade social e como ela pode ser empregada na gestão das empresas;
• avaliar os aspectos jurídicos e também o ambiente de negócios no Brasil;
• compreender como a ética e a moral a podem ser aplicadas no ambiente empresarial;
• entender como as operadoras de saúde estão relacionadas ao setor de clínicas e consultórios;
• explorar as características da Política Nacional de Saúde na gestão de empreendimentos do ramo da 
saúde.
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	Introdução
	2.1 Considerações sobre ética e moral nos serviços de saúde e bem-estar
	2.1.1 Ética e moral: conceitos e considerações
	2.1.2 Ética empresarial e aplicações no setor de clínicas e consultórios
	Platão e Aristóteles (422-322 a.C.)
	Immanuel Kant (1785)
	Jeremy Bentham (1789)
	John Stuart Mill (1863)
	Lawrence Kohlberg (1958)
	John Bordley Rawls (1971)
	Jürgen Habermas (1981)
	Linda K. Treviño (1986)
	2.2 Responsabilidade social aplicada à gestão de negócios
	2.2.1 O que é responsabilidade social?
	Atores governamentais
	Atores da sociedade civil
	Atores de negócios
	2.2.2 Princípios da responsabilidade social nas organizações
	2.3 Aspectos jurídicos aplicados aos negócios
	2.3.1 Ambiente empresarial no Brasil
	2.3.2 Aspectos jurídicos relacionados aos negócios
	2.4 Política de saúde e os sistemas integrados de operadoras de saúde
	2.4.1 Política Nacional de Saúde no Brasil
	2.4.2 Sistemas integrados de operadoras de saúde
	Conclusão
	Bibliografia

Outros materiais