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Agentes antimicobacterianos (tuberculose e hanseníase)

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Relevância clínica: 
Tuberculose e Hanseníase: 
 Aumento do número de imunocomprometidos; 
 Aumento da população pobre; 
 Resistência natural (diminuição do crescimento) – as 
micobactérias exigem meios de cultura específicos, 
possuem tempo de incubação longo e esse crescimento 
lento confere resistência já que a taxa metabólica 
dessas micobactérias não é tão grande a ponto de um 
antibiótico ter uma ação tão incisiva quanto em outras 
bactérias; 
 Poucas opções (inovação/pesquisa); 
 Eficácia questionável de alguns fármacos (em especial se 
usados em monoterapia); 
 Tratamento longo (meses/anos); 
 Aumento da resistência “adquirida” (seleção) – 
principalmente devido ao uso incorreto dos 
medicamentos; 
 Antibioticoterapia racional (cultura/antibiograma) – em 
especial buscando fazer cultura de amostras biológicas 
para determinar a espécie envolvida, antibriograma para 
ver se a cepa já é resistência a algum antibiótico. 
Agentes antimicobacterianos: 
 
 Rifampicina tem análogos (diferenças cinéticas); 
 
 O gráfico mostra que após os 40 dias a quantidade de 
cepas resistentes aumenta muito. Por isso o uso em 
monoterapia não existe; 
 O tratamento básico para TB exige no mínimo o 
protocolo na imagem acima, 2 meses de fase intensiva e 
mais 4 meses de fase de continuação; 
 A combinação de fármacos para tratamento de 
micobactérias é regra; 
 
 Fármacos que atuam na transcrição ou tradução do 
material genético – rifampicina e estreptomicina; 
 Fármacos que atuam na parede celular voltada à parede 
micólica: isoniazida, etambutol e pirazinamida; 
 As micobactérias usam mecanismos do sistema imune 
para entrar nas células que serão invadidas (foco de 
proliferação). 
Resistência a antimicobacterianos: 
 Natural ou “adquirida”; 
 Natural: taxa de crescimento lenta, formas latentes e 
parede micólica; 
 Taxa de crescimento lenta confere uma resistência 
muito grande já que a taxa metabólica é baixa, então 
fármacos não tem grande eficácia em alterar o 
metabolismo já que ele é mantido em níveis mais sutis; 
 Formas latentes: as micobacterias apresentam formas 
resistentes que podem ficar latentes por muito tempo. É 
um problema sério que justifica o tratamento prolongo, 
onde mesmo que se acabe com as formas ativas da 
bactérias, se acabe também com as formas latentes, 
evitando recindivas; 
 Parede micólica: vários fármacos são incapazes de 
atravessas essa parede (presença do ácido micólico); 
 Várias micobacterias apresentam preferencias de ficar 
em locais chamados fagossomos, onde o pH é muito baixo 
pela presença de íons H+ e enzimas lisossomais. Esse 
ambiente inóspito pode ser suficiente para inativar uma 
série de fármacos que precisam chegar até as 
micobactérias (caso da estreptomicina – ineficiente para 
erradicar as formas intracelulares das micobactérias); 
 Adquiridas (surgem por pressão gerada no ambiente): 
possibilidade de mutações ou aquisição de material 
genético de outras bactérias que conferem a expressão 
de bombas de efluxo que podem fazer com que 
fármacos ativos sejam levados meio intracelular para o 
meio externo, tornando esses fármacos menos 
eficientes. Mutações em genes de reparo de DNA que 
podem levar a resistência á vários fármacos. Alteração 
na estrutura de proteínas-alvo, que pode impedir que o 
sítio de ação de vários fármacos seja visível ou presente 
e além disso, a possibilidade de geração de formas 
variantes de enzimas que vão impedir a ação do 
fármaco. 
 
 
O antimicobacteriano ideal: 
 
Tuberculose: 
 Um antituberculoso ideal devia conter as três 
características da figura: bactericida, bacteriostático e 
esterilizante; 
 Bactericida: ser capaz de matar/erradicar as 
micobactérias. Reduzir a baciloscopia no escarro (reduzir 
a carga bacteriana). Isso reduz a chance de contagio. 
Importante no começo da doença. Fármacos mais 
bactericidas: isoniazida e rifampicina; 
 Bacteriostático: mesmo que incapaz de matar as 
bactérias o fármaco deveria ser capaz de reduzir ainda 
mais o metabolismo dessas bactérias, na intenção de 
reduzir a proliferação, reduzir propagação de cepas 
resistentes, aumentar o tempo para que o sistema 
imune consiga reagir. A ideia é aumentar a 
susceptibilidade do bacilo ao fármaco e ao sistema imune 
e reduzir as chances de geração de resistência. 
Fármaco mais bacteriostático: etambutol; 
 Esterilizante: erradicar bactérias mesmo em tecidos 
mortos. Lesões caseosas na TB são lesões encapsuladas 
que podem permanecer ricas em bactérias em seu 
interior. Se um fármaco é bactericida para matar 
bactérias em tecido vivo, mas não é esterilizante as 
bactérias nas lesões caseosas vão permanecer viáveis. 
Matar bactérias em lesões, mesmo em tecido morto, e 
reduzir recindivas. Principal fármaco esterilizante: 
rifampicina. 
 
 
 
Farmacologia da tuberculose: 
1. Isoniazida (INH): 
 
 Principal fármaco usado; 
 É administrada como um pró-fármaco que é altamente 
hidrossolúvel e tem ação seletiva (KatG/micobactérias); 
 Pró-fármaco: quando o medicamento é administrado em 
uma forma inativa e precisa passar por um metabolismo 
ou reação enzimática para se tornar ativo; 
 A isoniazida no nosso corpo não é ativada (não temos a 
enzima necessária para ativá-la). Quando ela entra no 
organismo a etapa mais lógica a ser seguida é ela ser 
acetilada (adição do grupamento de dois carbonos) e com 
base nessa acetilação ser excretada pela urina; 
 Quando a isoniazida consegue chegar até o bacilo 
(pontilhado azul na imagem), no bacilo existem enzimas 
importantes nas micobactérias que são capazes de 
ativar o fármaco. A principal dessas enzimas é a KatG 
(catalase/peroxidase), ela vai transformar a isoniazida 
em um radical nicotinoil, que na verdade é a isoniazida 
ativada; 
 Durante esse processo de ativação da isoniazida, há a 
produção de radicais livres; 
 O nicotinoil e os radicais livres vão induzir um estresse 
oxidativo na micobactéria (consumindo todo o NADP da 
bactéria necessários para cascatas metabólicas); 
 Ocorre redução da formação de ácido micólico nas 
micobactérias, que é importante para a síntese da 
parede celular. E redução na ativação do folato 
(tetrahidrofolato), importante para formação de timina 
ativada para duplicação do material genético; 
 Ou seja, por ação específica de enzimas que só estão 
presentes nas micobactérias tem-se a formação de 
radicais livres originados com base na isoniazida (pró-
fármaco) e esses radicais impõe uma série de 
alterações oxidativas, culminando com a redução da 
síntese de ácido micólico e ativação de tetrahidrofolato; 
 Bacteriostático (latentes) e principalmente bactericida; 
 Diminuição da integridade celular; 
 Biodisponibilidade oral ~ 100%; 
 Alta penetração em lesões (caseosas) – lesões ativas 
em processos avançados; 
 Além da isoniazida, tem-se a etionamida, que não é tão 
usada, mas é uma alternativa em algumas situações onde 
o uso da isoniazida pode ser impedido (alergias, etc). 
Desvantagens e riscos do uso da isoniazida: 
 Análogo da piridoxina – vitamina B6, cofator importante 
para várias etapas do metabolismo celular (metabolismo 
celular e síntese do GABA); 
 A isoniazida pode ocupar o lugar da vitamina B6 nas 
reações sem exercer os efeitos da vitamina, simulando 
efeitos de uma deficiência vitamínica; 
 Hepatite tóxica – acúmulo grande do fármaco no fígado 
(náusea, icterícia, diminuição de apetite); 
 Hemólise em deficiência de G6Pd – o mecanismo de ação 
do fármaco consiste na formação de radicais livres, 
onde mesmo que a redução desses radicais seja de 
forma seletiva para interior de micobactérias, pode ter 
a formação desses radicais em menor escala em tecidos 
humanos. Em pessoas com deficiência de G6Pd que tem 
um desbalanço em antioxidantes isso pode ser o 
suficiente para induzir hemólise; 
 Neuropatia periférica e anemias; 
 Acúmulono SNC (amnésia, convulsão, psicoses); 
 Interação com simpatomiméticos; 
 “Reação do queijo”; 
 A MAO (mono-amino-oxidase) é uma enzima responsável 
pela degradação de catecolaminas, por isso se o paciente 
faz uso de isoniazida e usa um simpatomimético, pode 
existir interações importantes, uma vez que a enzima 
responsável pela degradação de NA, adrenalina, 
adrenalina pode estar inibida pela isoniazida, fazendo com 
que o aumento de simpatomiméticos seja muito grande, 
podendo causar aumento da pressão arterial, 
taquicardia, entre outros; 
 vit. B6 
iMAO 
 Reação do queijo é uma interação entre 
simpatomiméticos e inibidores da MAO, com hipertensão, 
taquicardia, hipertensão cranial, riscos de AVC, etc.; 
 Risco de overdose, em especial em sobredose; 
 
 Polimorfismo genético e metabolismo; 
 Existe uma variação muito grande quanto a perfil de 
metabolismo entre as pessoas. Nos humanos a isoniazida 
é depurada pela sua acetilação e eliminação pelo rim. Na 
população existe uma subdivisão entre dois subtipos 
(gráfico), sendo uma parcela que representam os 
acetiladores rápidos (variações e polimorfismos) e 
consequentemente vão eliminar o fármaco muito rápido, 
tendo como resultado diminuição da eficácia da isoniazida. 
Outra parcela são os acetiladores lentos, fazendo com 
que o tempo de meia-vida seja de 3 horas (3x a mais 
que os acetiladores rápidos), sendo o suficiente para 
alterar a curva cinética do fármaco, com velocidade de 
depuração muito mais lenta, podendo levar a toxicidade; 
 
 Interações importantes com outros fármacos: a 
isoniazida tem a capacidade com interagir com várias 
isoformas da citocromo P450 (CYP450), sendo um 
problema; 
 A maioria das isoformas listadas na tabela são 
relacionadas a um efeito inibitório da isoniazida; 
 A carbamazepina e fenitoína são fármacos 
anticonvulsivante, que frente a inibição de isoformas da 
P450 pode levar ao aumento da concentração desses 
anticonvulsivantes, que já são neurotóxicos por si só, e 
que podem potencializar a toxicidade neurológica que a 
isoniazida causa; 
 O paracetamol apresenta um sério problema de 
sobrecarga de formação de radicais livres e 
hepatotoxicidade quando ingerido em quantidades 
grandes, onde enzimas relacionadas à sua metabolização 
podem ser inibidas ou reduzidas pela isoniazida, podendo 
culminar em uma produção maior de radicais livres 
derivados do paracetamol aumentando sua 
hepatotoxicidade, sinergicamente com a isoniazida. 
2. Rifampicina (RMP): 
 
 Bactericida (inclusive Gram+) e esterilizante; 
 Inibe a RNA polimerase bacteriana, impedindo a 
transcrição e consequentemente alteração completa no 
metabolismo bacteriano; 
 Penetração em fagócitos e abscessos – a rifampicina 
consegue ter efeito mesmo na parcela de micobactérias 
que estão intracelulares em células humanas; 
 Efetivo em M. leprae (hanseníase). 
Problemas do uso da rifampicina: 
 Excreção renal e predominantemente biliar (60%) – 
fecal, onde alterações hepáticos é um critério para a 
prescrição; 
 Náusea, vômito e hepatotoxicidade; 
 Exantema, febre, eosinofilia, mialgia; 
 Hemólise, hematúria e hemoglobinúria; 
 Insuficiência renal aguda (necrose tubular); 
 Secreções laranja (suor, saliva, lágrimas) – a estrutura 
do fármaco tem uma região central “cromófora” que 
confere a rifampicina uma característica colorida, onde 
Hipersensibilidade 
pessoas que estejam em uso sistêmico apresentam 
secreções laranjadas; 
 “Síndrome do homem vermelho” – overdose (alteração 
na cor de pele e mucosas); 
 Indução enzimática em CYP450 (interações) – quando se 
induz enzimas hepáticas na maioria das vezes aumenta a 
metabolização de outros fármacos; 
 
 Existem análogos da rifampicina (tabela abaixo); 
 A rifampicina é a principal utilizada, com biodisponibilidade 
oral de 68% (mais biodisponível) e não é substrato da 
CYP3A, reduzindo o impacto de interação com outros 
fármacos; 
 A rifabutina é uma escolha comum em pacientes HIV 
positivo – meia vida maior, não apresenta problema tão 
grave com interação com CYP450; 
 A rifapentina induz menor autoindução e tem absorção 
aumentada junto com a refeição. 
 
3. Pirazinamida (PZA): 
 Bacteriostático e bactericida; 
 Ativado por enzimas micobacterianas; 
 Inibe a síntese de ácido micólico; 
 Interrompe transporte de membrana; 
 Diminui o pH micobacteriano; 
 É um fármaco ativado em meio ácido (abaixo que 5,5). 
Esse meio ácido é evidente em ambientes intracelulares 
de fagócitos e tecidos necróticos (lesão caseosa) onde 
as micobactérias ficam; 
 Não se sabe ao certo seu mecanismo. 
Problemas da pirazinamida: 
 Hepatotoxicidade (dependente da dose); 
 Hiperuricemia (gota) – aumento do ácido úrico plasmático 
podendo culminar em casos de gota. 
4. Etambutol (EMB): 
 Bacteriostático (diminuição de resistência bacteriana); 
 Seletivo para micobactérias; 
 Inibe a arabinosil-transferase III (responsável pela síntese 
da parede celular) – alteração na estrutura da parede 
celular o que leva a uma perda da integridade bacteriana. 
Problemas do uso do etambutol: 
 Interação com etanol (uso de enzimas similares, 
competindo por essa enzima - ALDH) – acúmulo do 
aldeído derivado do metabolismo do etanol com sintomas 
de ressaca muito mais severos; 
 Resistencia por bombas de efluxo (uso indevido dessa 
fármaco); 
 Alteração na percepção de cores; 
 Dimuição da acuidade visual (progressiva); 
 Neuropatias – neurite retrobulbar, que culmina com 
alteração e percepção de cores e perda progressiva na 
acuidade visual e se continuar o uso mesmo com 
sintomas pode levar a perda permanente da visão; 
 Não é recomendado para crianças, por conta da 
degeneração neurológica. 
 
 
 
Mecanismo 
proposto 
5. Estreptomicina (SM): 
 
 Antibiótico com ação bactericida em bactérias com 
multiplicação rápida (extracelulares); 
 Mecanismo de ação único com consequências 
diversificadas; 
 Os aminoglicosídeos como um todo se ligam a subunidade 
menor do ribossomo das bactérias, impedindo a iniciação 
da síntese de proteínas. Mas, ele também consegue se 
ligar a essa porção de ribossomos durante o processo 
de tradução e estimular a terminação prematura da 
tradução, ou seja, impedir que a tradução correta 
aconteça; 
 Além disso, quando ele está presente na subunidade do 
ribossomo, mesmo que ele não consiga estimular a 
terminação prematura, ele pode induzir a incorporação 
de aminoácidos incorretos, o que pode levar a formação 
de proteínas não funcionais; 
 Inibe irreversivelmente a síntese proteica (efeito pós-
antibiótica, onde mesmo que se tome uma dose única de 
estreptomicina vai se ter o efeito mantido por um 
tempo depois que o fármaco sai do organismo) – se liga 
de forma covalente, onde para sintetizar de maneira 
correta é preciso de novos ribossomos; 
 Efetivo em gram negativas aeróbicos; 
 Agente de substituição (R/H) em pacientes que por 
algum motivo não podem usar esses fármacos; 
 Estrutura rica em nitrogênio (meio ácido é protonado, 
com cargas positivas) 
 Ionizada em meio ácido (protonação) – quando 
administrada por via oral, em pH ácido, como do 
estômago, ela vai ficar protonada (ionizada) o que 
dificulta sua absorção por via oral. Por conta disso, ela é 
usada por via parenteral (ponto negativo). 
Problemas do uso da estreptomicina: 
 Não há absorção oral (baixa adesão ao tratamento); 
 Pouca ação em bactérias dentro de fagócitos (meio 
altamente ácido); 
 Nefrotoxicidade reversível (“leve”); 
 Ototoxicidade irreversível (vestibular/coclear) – o uso 
dos aminoglicosídeos está associada perda de função 
vestibular; 
 Aumento do bloqueio neuromuscular (Ca+2; ACh) – 
em associação com outros fármacos. 
 
 
 
 
Terapia combinada no tratamento da tuberculose: 
 “Terapia de curso rápido” (6 meses); 
 
 Protocolo básico do tratamento (tabela acima); Adultos e adolescentes: 2 meses de fase intensiva – 
RHZE; 4 meses de fase de manutenção – RH, que pode 
ser prolongada por mais tempo caso o paciente se 
apresente diante de situações como: meningite, doenças 
ósseas e articulares, resistência, etc.; 
 
 Crianças: alteração de dose e emissão do etambutol, pois 
ele causa neurite retrobulbar que pode ser relevante em 
crianças; 
 Esquemas diferenciados – pacientes reincidentes, HIV 
positivo, multirresistência: 
 
 
Vantagens da terapia combinada: 
Mecanismos diferenciados (sinergismo e múltiplos alvos): 
 
 Fármacos que agem por mecanismos diferentes e que 
podem ser sinérgicos por agirem em alvos diferentes ou 
por locais de ação diferentes; 
 Fármacos que atuam em locais intracelulares 
(macrófagos): R e H preferencialmente – ambientes de 
pH ácido onde a pirazinamida é ativada e onde a 
estreptomicina não consegue agir; 
 Lesão caseosa (fechada): crescimento intermitente de 
micobactérias em estágio dormente: R e H 
preferencialmente; 
 Parede da cavidade pulmonar: crescimento exponencial 
das micobactérias que pode acontecer em meio 
extracelular: R e H preferencialmente, sendo a S tendo 
efeito. 
Diminuição da resistência (sinergismo e múltiplos alvos): 
 Lesões fechadas com o bacilo da TB pode existir 107 – 
109 bacilos; 
 
 Pirazinamida: gera 1 mutante a cada, onde em 100 
bacilos induz a seleção de um mutante; 
 Quando se usa vários fármacos associado reduz-se a 
chance desses mutantes sobreviverem; 
 
 A terapia combinada reduz as chances de resistência. 
Compensação farmacocinética: 
 
 Os 4 fármacos usados preferencialmente tem 
características cinéticas diferentes. Quando associados 
as vantagens e desvantagens podem uma cobrir a outra; 
 Na tabela, existem 3 fatores cinéticos: Ka – quanto 
maior o Ka maior a capacidade de absorção, DS – fator 
associado à depuração, onde quanto maior o DS menor é 
o tempo de meia-vida; e VD – volume de distribuição 
tecidual, onde quanto maior o VD maior é quantidade do 
fármaco presente nos tecidos; 
 Etambutol é o fármaco com pior absorção oral, onde isso 
não acaba sendo um defeito absoluto, já que existe 
outros 3 fármacos com boa absorção; 
 Rifampicina e isoniazida tem tempo de meia-vida mais 
baixo, onde depois de 5 tempo de meia-vida existe uma 
eliminação completa do fármaco. Mesmo que a R e H 
tenham tempo de meia-vida menor, existe o etambutol e 
a pirazinamida para ter efeito bacteriostático e 
bactericida durante esse tempo; 
 O local de ação do fármaco é tecido pulmonar, onde 
prefere-se que o fármaco não fique no sangue, indo 
para outros tecidos e se acumulando nos órgãos. O 
etambutol tem o pior VD, onde com o uso combinado dos 
outros fármacos balanceia essa desvantagem. 
Diminuição da duração do tratamento: 
 Aumento da eficácia e diminuição das doses (quantidade 
das doses); 
 
 Quando se usa os fármacos de forma isolada é 
necessário a aplicação de doses mais altas, o que 
aumenta a toicidade; 
 Fármacos combinados que usam como vantagem a 
associação de mecanismos sinérgicos necessitam de 
doses menores, uma vez que vão se complementar; 
 A tabela mostra que quanto menor a quantidade de 
fármacos, maior a duração do tratamento; 
 Profilaxia: situações de alto risco, em pessoas que fazem 
contato com pessoas infectadas; 
*SUS tem novo remédio para tuberculose (2018): 
medicamento da Fiocruz reúne em uma única dosagem os 
quatro fármacos que são os principais para tratamento a 
doença (colocaram os 4 fármacos em um único comprimido) 
– aumenta a adesão ao tratamento, diminui chance de 
recindivas e diminui as chances de seleção de cepas 
resistentes. 
Farmacologia da Hanseníase: 
 Menos opções e maior duração do tratamento; 
 
 
 
 Forma paucibacilar: existência de menos de 5 lesões 
tuberculóides (mais fácil tratamento); 
 Forma multibacilar: 5 ou mais lesões lepromatosas; 
 Protocolo para forma paucibacilar: 1x por mês dose 
supervisiona com 2 comprimidos de rimfampicina (300 
mg cada um) e uma dose de dapsona (100 mg); e ao 
longo do mês, uma vez por dia uma dose de dapsona 
(100 mg); 
 Protocolo para forma multibacilar: dose mensal 
supervisionada de 2 comprimidos de rifampicina (300 mg 
cada um), 1 comprimido de dapsona (100 mg), com 
inclusão de 3 comprimidos de clofazimina (100 mg cada 
um) e ao longo do mês, com doses diárias 1 comprimido 
de dapsona e 1 comprimido (50 mg) de clofazimina; 
 Paucibacilar: tratamento por no mínimo 6 mese até 9 
meses, tanto em crianças quanto adultos; 
 Multibacilar: tratamento por no mínimo 12 meses até 18 
meses, tanto para crianças quanto para adultos. 
1. Dapsona (1940): 
 Inibe a síntese de folato (PABA); 
 O PABA está presente no folato e a dapsona é parecida 
com sua estrutura, o que a torna capaz de se ligar a 
dipiteroato sintetase, que é enzima responsável por 
sintetizar o folato com base no PABA nas bactérias. Ao 
fazer isso, a dapsona inibe a síntese do folato nas 
bactérias, que não conseguem absorver folato do 
exterior, não tendo formação de folato, ativação em 
tetra-hidrofolato e a utilização para síntese de DNA, 
tendo como efeito a inibição da proliferação celular; 
 Efeito em gram positivos e negativos, malária, 
toxoplasmose; 
 Tempo de meia-vida igual à 24-48 horas (o que facilita a 
adesão), onde, em teoria, se o paciente esquece de 
tomar uma dose por um dia isso não é um problema 
sério. 
 
Problemas do uso da dapsona: 
 Hepatotoxicidade; 
 Hemólise e metemoglobinemia (em especial pacientes com 
deficiência da G6Pd); 
 Aumento de reações hansênicas (podem ser fatais 
principalmente em pacientes multibacilares – parecem 
estar associadas a presença de uma carga muito grande 
de micobactérias, onde quanto mais bactérias se tem e 
quanto mais as mata, maior (exacerbada) é a resposta 
imune aos componentes da micobactéria). 
2. Clofazimina (1960): 
 Agente corante (urina e pele vermelho/negro); 
 Promove alterações no DNA; 
 Aumento de radicais livres; 
 Bloqueio no transporte de elétrons; 
 Mecanismo de ação não muito conhecido; 
 Anti-inflamatório (inibe macrófagos, linfócitos) – em 
especial em casos multibacilares, com muitas bactérias 
presentes no organismo e com o uso de fármacos que 
vão matar esses organismos e recrutar a resposta 
imune a clofazimina assegura contra as reações 
hansênicas; 
 Tempo de meia-vida igual a 4-8 semanas (se acumula em 
reservatórios corporais) – o esquecimento de uma dose 
não é uma coisa muito séria. 
Problemas do uso da clofazimina: 
 Efeito lento (6-7 semanas); 
 Descoloração de lesões (pele) – efeito indesejado, o que 
pode gerar sensação de que o paciente está tendo 
recaída ou não tenha cura ou melhora terapêutica; 
 Dor, diarreia, náuseas e vômito. 
Reações hansênicas: 
 Hipersensibilidade tardia por “exposição antigênica” – 
causada pela resposta do organismo a exposição 
antigênica causada pela morte maciça das micobactérias; 
 
 Reação do tipo I: reação reversa, pois durante o 
tratamento em especial pacientes paucibacilares, pode 
ter melhora aparente das lesões e no meio do caminho 
ocorrer piora das lesões, onde elas começam a aparecer 
de forma edemaciada, com dor, infiltração e neurite. Isso 
significa que o tratamento está dando e que esta 
ocorrendo uma morte maciça das micobactérias 
presentes na lesão, exposição antigênica. São alterações 
por conta da resposta imune e não por conta da 
proliferação da bactéria. É o tipo de reação muito mais 
comum em pacientes paucibacilares (reação mais fácil de 
lidar, menos severa); 
 Reação do tipo II: forma mais severa, chamada de 
eritema nodoso hansênico. Ocorre mais frequentemente 
em casos de pacientes multibacilares, onde há 
quantidade muito maior de micobactérias, levando a maior 
exposição antigênica e, consequentemente, a magnitude 
da resposta imune tem possibilidade de ser muitomaior. 
Ocorre, além da piora das lesões existentes, surgimento 
de novos nódulos eritematosos doloridos (“boom” de 
novas lesões). Essas lesões são vesículas, pústulas, 
bolhas e úlceras. Além disso, ocorrem eventos 
sistêmicos, uma vez que a resposta imune vai ser muito 
mais significativa, induzindo essas alterações para todo o 
organismo, como febre, mialgia, náusea, artralgia, edema 
e neurite. 
Tratamento das reações hansênicas (emergência): 
 São lidadas como emergências; 
 Prednisona (1 mg/kg/dia) ou dexametazona (0,15 
mg/kg/dia) - corticóides; 
 A reação do tipo I por ser menos agressiva se resolve 
apenas com os corticoides; 
Mecanismo 
proposto 
 Em reações do tipo II pode ser necessária a associação 
com outro fármaco; 
 Tipo II: + talidomina (100-400 mg/dia) – diminuição de 
TNF; 
 A talidomina além dos efeitos sedativos possui 
capacidade de modular o sistema imune, com capacidade 
de reduzir a expressão de TNF, importante para 
reduzir a magnitude dos sintomas hansênicos presentes 
na reação do tipo II; 
 A talidomida é potencialmente teratogênica.

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