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Sistema urinário cães e gatos

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Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
Sistema urinário 
Clínica de Pequenos Animais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ureia 
Se origina das proteínas advindas da alimentação + as 
proteínas endógenas. Essas proteínas vão para o 
intestino, onde serão convertidas em amônia (também 
produzida por bactérias intestinais). A amônia é tóxica ao 
organismo, e no fígado, é convertida em ureia.. A ureia é 
excretada via urina, mas parte dela é reabsorvida ao 
sangue (apenas se torna tóxica ao organismo quando 
seus níveis séricos ultrapassam 600 mg/dL). A ureia não 
é um bom biomarcador de função renal quando utilizada 
isoladamente, pois varia de acordo com a hidratação do 
animal, função do fígado, intestino, etc. 
 
Creatinina 
Originada a partir do catabolismo muscular, e também da 
alimentação, é livremente filtrada pelo rim, não sendo 
reabsorvida (eliminada totalmente na urina). Quando o 
animal está em quadro de caquexia, há redução da 
creatinina sérica advinda do músculo, dando a falsa 
impressão de “melhora” no quadro de animal com DRC 
em estado de caquexia. A creatinina é um bom 
biomarcador de função renal, porém em animais 
caquéticos deve ser considerada sua dosagem 
juntamente com a SDMA. 
 
SDMA (Dimetilarginina simétrica) 
É uma molécula pequena, de tamanho próximo à 
creatinina, eliminada na urina. A creatinina e ureia são 
biomarcadores tardios de função renal, pois quando 
estão aumentados seus níveis séricos, se for de origem 
renal, significa que já houve perda de 75% da função 
renal. Devido a isso, a molécula SDMA se torna um 
marcador precoce de função renal, acusando a presença 
 
 
CÓRTEX RENAL 
 MEDULAR RENAL 
 
 
O néfron é responsável por concentrar a urina, 
sendo que quanto mais profunda for a alça do 
néfron (alça de Henle), mais os rins são capazes 
de concentrar a urina. Os cães possuem cerca 
de 500.000 néfrons, os gatos cerca de 250.000 e 
os humanos 1..000.000. 
Néfron → unidade funcional dos rins 
É dividido em: 
● glomérulo 
● túbulo contorcido proximal 
● alça de Henle (alça do néfron) 
● túbulo contorcido distal 
● túbulo coletor 
● 
 
 
Néfron cortical Néfron justamedular 
 
Cães e gatos (urina 
mais concentrada) 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
de lesão antes mesmo do aumento de creatinina e ureia 
na circulação. 
 
 
 
 
 
Azotemia 
(aumento sérico de creatinina e ureia) 
 
 
 
 
 
SEMPRE AVALIAR A CLÍNICA DO PACIENTE, NUNCA 
TRAÇAR O PROGNÓSTICO APENAS COM BASE NOS 
VALORES DE CREATININA E UREIA. 
Pré-renal 
 
Renal 
 
Pós-renal 
 
●
●
●
●
●
●
●
●
●
 
É a consequência de uma variedade de afecções renais, 
levando à perda das funções excretora e concentradora dos 
rins. Trata-se de uma doença progressiva, que leva à 
destruição lenta e irreversível dos néfrons. Acomete 
principalmente animais idosos. Não há cura, apenas controle. 
 
 
Rim com fibrose e 
reduzido de tamanho. 
Redução do número de néfrons funcionais → néfrons que 
sobraram trabalham mais → hiperfiltração glomerular 
adaptativa desses néfrons remanescentes → HIPERTROFIA 
 
Conforme a perda dos néfrons, os rins 
perdem a capacidade de concentrar urina, 
levando à poliúria e baixa densidade urinária 
(urina diluída), aproximando da isostenúria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Balanço 
hídrico e 
eletrolítico 
Conservação de 
proteínas, glicídeos 
e aminoácidos Atividade 
endócrina 
Manutenção do 
pH sanguíneo 
Remoção de 
produtos finais 
do metabolismo 
de nitrogênio 
Tecido alvo de 
vários hormônios 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
 
ESTÁDIOS 
CREATININA 
(mg/dL) 
 
COMENTÁRIOS 
Cães Gatos 
Normais <1,4 <1,6 Sem azotemia 
Estádio 1 <1,4 <1,6 Sem azotemia 
Estádio 2 1,4 – 2,8 1,6 – 2,8 Azotemia leve 
Estádio 3 2,9 – 5,0 2,9 – 5,0 Azotemia 
moderada 
Estádio 4 >5,0 >5,0 Azotemia severa 
Estádio 5 Humanos Humanos Oligúria/anúria-
diálise 
 
 
 
É importante realizar a dosagem sérica de creatinina várias 
vezes no mesmo paciente, repetindo em intervalos de 
semanas ou meses. No caso de pacientes com DRC, a 
creatinina se mantém constante ao longo das dosagens, não 
havendo mudanças radicais em pouco espaço de tempo. 
Se o animal é DRC e possui 3 mg/dL de creatinina, por 
exemplo, ao repetir o exame na próxima semana ou mês 
espera-se que o valor esteja próximo de 3 mg/dL. Se este 
valor diminuir consideravelmente, sendo o animal DRC, 
provavelmente estaremos diante de um quadro mais grave, 
em que o animal apresenta caquexia. 
No estadiamento 5, torna-se difícil o manejo do 
paciente pois é necessária a realização da diálise. Na 
medicina humana, os pacientes são submetidos à 
diálises a cada 24, 48 ou 72 horas, dependendo do 
caso, para o resto da vida ou até conseguir um 
transplante renal. Em animais, esse procedimento é mais 
viável quando se trata de uma lesão renal aguda, no 
caso de lesões crônicas é difícil adaptar a diálise na rotina 
do paciente. 
● êmeses e diarréias esporádicas 
● perda de peso progressiva (baixo ECC) 
● anorexia/apetite caprichoso 
● desidratação 
● rins pequenos 
● PU/PD há mais de 3 meses (sinais crônicos) 
● pelagem quebradiça e opaca 
● úlceras orais 
 
Na maioria das vezes, os sinais clínicos são silenciosos. 
É preciso diferenciar os sinais de DRC agudizada de 
lesão renal aguda (LRA). 
 
 
O animal DRC apresenta: 
● DEU baixa (1,008 a 1,028 – isostenúria a leve 
hipostenúria) 
● DEU em gatos < 1,028 e em cães < 1,022 
● sedimentos NÃO ativos (não há cilindros, leucócitos, 
bactérias etc) 
● a urina é semelhante à água 
● pode ter proteinúria (nesses casos até podem 
aparecer cilindros hialinos, mas não é um cenário 
comum) 
● avaliar a presença de leucócitos: se tiver, pode estar 
acontecendo infecção/pielonefrite por infecção 
ascendente, e animal descompesa 
Aferir em ambientes calmos e confortáveis, em pelo 
menos 2 momentos diferentes, aguardar ambientação 
do animal. Pode ocorrer descolamento de retina por 
hipertensão, levando à cegueira abrupta, em animais 
com DRC. 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
 
 
 
 aferição da PA em região 
de membros ou cauda. 
A hipertensão crônica em animais DRC agrava ainda mais 
as lesões renais, seguindo o esquema: 
Proteinúria → lesão e fibrose renal → ativação SRAA 
→ ANGIOTENSINA → fibrose, citocinas, proliferação 
celular → mais proteinúria → piora do quadro 
Tratamento da hipertensão em cães: 
● iECA: Enalapril 0,5 mg/kg VO BID ou Benazepril 0,5 
mg/kg VO SID/BID 
● BRA (bloqueadores dos receptores de angiotensina): 
Telmisartana 1 mg/kg VO SID 
Ambos atuam reduzindo fibrose, lesão renal e 
proteinúria, por meio de vasodilatação da arteríola 
eferente, reduzindo a pressão no glomérulo e impedindo 
a passagem de proteínas através dele. 
CUIDADOS: não administrar essas medicações em 
animais desidratados, hipotensos, com função renal muito 
diminuída e em oligúria! 
Tratamento da hipertensão em gatos: 
● Anlodipina: 0,625 – 1,25 mg/gato VO SID 
Essa medicação é a primeira escolha em gatos, e atua 
reduzindo PAS e proteinúria (em gatos DRC, o SRAA 
não está tão ativado, como nos cães). 
Como segunda opção para o tratamento de felinos, 
estão a iECA e BRA, ou Telmisartana 1 mg/kg/VO SID 
(mesmos cuidados em relação aos cães). 
O subestadiamento da DRC é realizado de acordo com a 
pressão arterial sistêmica e a proteinúria (RPC). 
 
 
RISCO DE LESÃO EM 
ÓRGÃOS-ALVO 
(coração, rins, 
cérebro, olhos etc). 
PRESSÃO ARTERIAL 
(mmHh) 
SISTÓLICA DIASTÓLICA 
RISCO MÍNIMO (0) <150 <95 
BAIXO RISCO (1) 150-159 95-99 
RISCO MODERADO (2) 160-179 110-119 
ALTO RISCO (3) >180 >120 
 
PROTEINÚRIA RPC 
GATOS CÃESNÃO PROTEINÚRICO (NP) <0,2 <0,2 
PROTEINÚRIA LIMÍTROFE (PL) 0,2-0,4 0,2-0,5 
PROTEINÚRICO (P) >0,4 >0,5 
 
 
 
 
 
 
Hemograma: 
ANEMIA? 
NÃO (monitorar 
1-3 meses) 
SIM 
1°) PERDA TGI (melena, 
hematoquezia, sangue 
oculto fecal?) 
2º) FALTA DE SUBSTRATO 
(vitaminas, ferro) 
3º) HEMÓLISE 
4º) REDUÇÃO DE 
ERITROPOETINA 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
 
 
 
 
* 
 
 
 
 
*cães e gatos não produzem vitamina D via luz solar, apenas via alimentação. 
O calcitriol, no instestino, absorve Ca e “joga” no sangue. 
PARATORMÔNIO: Regula a relação Ca-P na circulação e ososs. 
Ocorre redução da produção de calcitriol, então o intestino 
absorve menos cálcio, e o paratormônio se torna uma toxina ao 
organismo, pois passa a retirar Ca dos ossos e levar ao sangue, 
podendo ocorrer remodelação óssea, e o P começa a ficar em 
excesso na circulação (lembrando que a concentração de P no 
sangue proveniente da alimentação continua normal). Por isso, deve 
haver redução de P via alimentação, para retardar a progressão 
da doença. No hemograma: dosar Ca total, Ca iônico e P. 
 
Por que não suplementa com cálcio? Pois o paratormônio vai começar a 
calcificar os tecidos (o problema é a falta do calcitriol).. E o calcitriol (D3)? 
Pode ser feito em cães, DESDE QUE O FÓSFORO ESTEJA ESTABILIZADO 
NA CIRCULAÇÃO, pois caso o P esteja alto, o calcitriol aumenta a absorção 
de cálcio e o PTH calcifica os órgãos (rins, pulmões, coração, artérias, etc). 
Uso de rações terapêuticas com BAIXA QUANTIDADE DE 
FÓSFORO. Se mesmo com a introdução da ração o fósforo 
continuar aumentando na circulação, após 15-30 dias, adicionar o 
QUELANTE JUNTO COM A RAÇÃO. O quelante se gruda ao 
fósforo no intestino, e elimina ele via fezes. Lembrar de sempre 
fornecer o quelante junto com a alimentação, e nunca em 
períodos aleatórios do dia.. As rações terapêuticas só são boas 
opções quando usadas em estádios mais avançados da DRC 
(estádios 3 e 4), e não em animais com LRA ou DRC 
descompensada (vômitos, por exemplo), pois nesses casos é 
necessário fornecer maior aporte calórico ao animal. 
O escore de condição corporal do DRC deve ser 
mantido entre 5/9 e 6/9, e deve ser avaliada a 
musculatura e albumina sérica. Caso o animal esteja 
perdendo peso, e a albumina sérica diminuindo, deve-
se considerar se há alguma doença de base 
provocando o quadro e tratar, e caso contrário 
considerar a colocação do tubo esofágico (alimentar). 
Pode ocorrer por: 
● diminuição de ingestão 
● aumento de perda (urina – proteinúria ou TGI 
– menor absorção) 
 
É a falta de potássio (K+) crônica em DRC, pois 
esses animais espoliam potássio pela urina, 
podendo causar obstipação e ventroflexão 
(animal não consegue levantar a cabeça). Isso 
acontece na maioria das vezes em gatos, em 
cães não ocorre muito, e se houver vômito e 
perda de peso nos felinos pode estar associado 
à hipocalemia, piorando o quadro. O tratamento 
é por via oral com citrato de potássio ou 
gluconato de potássio. O cloreto de potássio não 
administra por VO em gatos, porém em casos 
severos e agudos é possível administrar diluído 
via soro Ringer Lactato (IV). 
 
Sempre monitorar o pH sanguíneo do paciente 
DRC. Se tiver < 7,2 (ácido), avaliar qual a possível 
causa da acidose: baixa concentração de 
bicarbonato (HCO3-) - < 18 mEq/L, por consumo 
do tampão; ou aumento do ácido lático (lactato), 
geralmente devido à desidratação crônica. É 
possível nesses casos suplementar com 
bicarbonato via oral. Além disso, também avaliar 
a hemogasometria completa. Lembrando que a 
solução de Ringer Lactato é alcalinizante, e a 
Solução Fisiológica é acidificante, portanto não 
se deve utilizar em animal com acidose 
metabólica.. 
 AVALIAR TODOS OS PARÂMETROS PERIODICAMENTE, 
ADEQUANDO O INTERVALO ENTRE AS AVALIAÇÕES DE 
ACORDO COM O ESTADIAMENTO DA DOENÇA, E A 
ESTABILIDADE DO ANIMAL QUANTO AOS SINAIS CLÍNICOS 
DA DRC. 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
 
 
Ajuda na avaliação de características crônicas e 
agudas. Em casos crônicos, geralmente, ocorre 
redução do tamanho do rim e alteração da 
relação cortico-medular. A ultrassonografia auxilia 
também na avaliação de agudização da DRC, e 
na presença de outras doenças renais. 
Lembrando que os animais em estádios mais 
avançados (4) ingerem mais água, porém urinam em 
grande quantidade (mais do que ingerem), podendo 
reduzir a volemia e agudizar a DRC a qualquer 
momento. Por isso, esses animais devem ter vários 
potes de água em casa, e não podem passar sede. 
Se houver vômito, é necessário relizar aplicação de 
soro subcutâneo (RL), pois esses animais não podem 
desidratar e nem entrar em anorexia. 
Controle do vômito 
 
Anti-eméticos: 
● maropitant 
● ondansetrona 
● metoclopramida 
Antagonista do receptor H2: 
● cimetidina 
● ranitidina 
● famotidina 
Bloqueador da bomba de prótons: 
● omeprazol 
Protetor de mucosa: caso hemorragia 
gastroentérica: 
● sucralfato (V.O.) 
 
 
EVITAR V.O. 
 
TRATAR HIPERTENSÃO.. 
Quando ocorre uma injúria renal, levando ao 
aumento abrupto dos valores séricos de 
creatinina e ureia. 
● Sinais há > 3 meses 
● Aumento creat e ureia 
● Apetite caprichoso 
● Perda de peso progressiva 
● Vômitos/diarreia esporádicos 
● Pelame seco, opaco e 
quebradiço 
● Sinais silenciosos 
● Sinais há < 3 meses 
● Aumento creat e ureia 
● Anorexia 
● Prostração intensa 
● Vômitos/diarreia frequentes 
● Pelame macio (se alimentação 
com boa ração) 
● Perde peso por desidratação 
 
 
Fonte: material apresentado na aula. 
 
A lesão tubular aguda ocorre em 4 etapas: 
● INDUÇÃO: é o início da lesão, quando o epitélio 
tubular de borda em escova é perdido devido a 
lesão, que pode ser causada por nefrotoxina ou 
isquemia (hipovolemia, hipotensão). 
● EXTENSÃO: quando já ocorre necrose ou 
apoptose das células do túbulo, começa a ter 
descamação tubular, e os sinais aparecem na 
urinálise. Essa etapa ocorre de horas a dias. 
● MANUTENÇÃO: nessa fase há intesa 
descamação celular e pode ocorrer obstrução 
luminal, com intesificação da necrose tubular. 
Dura dias a semanas, há início de azotemia e os 
rins começam a entrar em falência. 
● RECUPERAÇÃO: ocorre QUANDO HOUVE 
TRATAMENTO ANTES DE CHEGAR NA 
MANUTENÇÃO. As células dos túbulos 
remanescentes migram e se diferenciam em 
céulas viáveis aos túbulos afetados, podendo ter 
retorno da função renal normal. 
 
 Sempre procurar por causas sistêmicas: ortopédicas, 
imunomediadas, endócrinas, infecciosas, uveíte, 
alterações oftálmicas, alterações neurológicas, 
trombóticas, pielonefrite, prostatite, lambedura de 
flanco (estresse, dermatopatia, dor, obstruções 
uretrais ou uteterais), intoxicação, medicamentos, 
alterações idiossincrásicas, entre outras. 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
 
 
 
SEDIMENTO ATIVO: 
● cilindros epiteliais (LRA grave e imediata) 
/leucocitários 
● cilindros granulosos em grande qde (agudo) 
● células epiteliais descamativas do trato superior 
● células da pelve 
● proteinúria/glicosúria (glicosúria com glicemia normal 
ou levemente aumentada: lesão tubular grave) 
DEU BAIXA OU ISOSTENÚRIA (incapacidade dos rins 
de concentrarem a urina, mesmo em animal 
desidratado) – poliúria. 
Conforme a lesão vai progredindo, as células tubulares 
podem obstruir o túbulo, e gerar quadro de ANÚRIA 
OU OLIGÚRIA (obstrução tubular, pior cenário da LRA) 
 
Limiar de glicose na circulação que os túbulos 
renais conseguem reabsorver, sem causar 
glicosúria: em cães (180-220), em gatos (até 250). 
 
Proteinúria 
 No túbulo normal, a albumina é reabsorvida para a 
circulação. Quando há lesão tubular, não é possível 
reabsorver a proteína, gerando proteinúria 
(aumento da RPC). 
 
Glicosúria 
 A glicose é totalmente reabsorvida pelos túbulos 
normais, passando pelo glomérulo. Quando hálesão tubular, a molécula da glicose sai na urina, 
mesmo em presença de normoglicemia. 
 
Cilindros epiteliais 
 Pior prognóstico (reservado), pois são oriundos do 
descamamento das células tubulares, que 
adentram o lúmen tubular, e nas regiões onde 
houve perda celular (necrose e morte de células.), 
não há recuperação da função. 
 
 
 CREATININA 
(mg/DL) 
DESCRIÇÃO 
ESTÁDIO 1 <1,6 E1 
ESTÁDIO 2 1,7 – 2,5 E2 
ESTÁDIO 3 2,6 – 5,0 Azotemia* 
ESTÁDIO 4 5,0 – 10,0 Azotemia* 
ESTÁDIO 5 >10,0 Azotemia* 
 *azotemia moderada a severa. 
E1 Ureia e creatinina normais, avaliar histórico, 
pode ter SC (vômitos), aumento de volume 
renal em US, aumento de creatinina 
progressiva mesmo hidratado (> ou = 0,3 
mg/dL em 48 horas), DEU baixa, e pode 
ocorrer oligúria (< 1 mL/kg/h no débito 
urinário) ou anúria (6 horas) – animal em 
observação. É possível nesta fase 
diagnosticar a lesão precocemente, pois 
ainda não há azotemia.. 
E2 Começa a aumentar os níveis de creatinina 
e ureia (> ou = 0,3 mg/dL) em 48 horas, 
ou animal não responde à fluidoterapia (se 
responder à fluido e houver redução de 
creat, provavelmente era azotemia pré-
renal). Alterações em urinálise presentes 
(fase de extensão), cilindros, redução DEU, 
proteinúria, glicosúria etc. Pode durar de 
horas a dias.. O diagnóstico já não é mais 
precoce, pois já há menos de 25% de 
função renal ativa. 
 
Rins aumentados de tamanho ou normais, aumento da pelve 
renal. Ainda não há alteração de relação cortico-medular e 
redução de tamanho renal (característicos de lesão crônica). 
 
 
1. Animal Não oligúrico (NO) ou 
Oligúrico (O). 
2. Animal requer terapia de 
substituição renal (diálise ou 
transplante) ou não. 
 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
 
 
 
 Fonte: material apresentado na aula. 
Oligúria 
 A oligúria pode ocorrer a qualquer momento na LRA, em 
qualquer um dos estádios, se houver obstrução por células 
tubulares, e os rins param de produzir urina. Por isso, é sempre 
importante avaliar a produção urinária do animal (débito urinário). 
Nesses casos é indicada a diálise peritoneal ou hemodiálise. O 
volume responsivo é um aumento na produção urinária de > 
mg/kg/h ao longo de 6 horas, e/ou redução sérica de creatinina 
aos níveis basais ao longo de 48 horas. 
 
SDMA 
 A molécula SDMA pode ser dosada nos casos de LRA, porém 
não é um biomarcador de lesão precoce, diferentemente da 
DRC. 
 
 De acordo com a causa base da lesão. 
 
Exemplo 1: DRC agudizada – PIELONEFRITE 
● hidratar 
● monitorar parâmetros básicos a cada hora 
● adm antieméticos e protetores gástricos 
● reavaliar urinálise após 6-12 horas, exames 
séricos após 6-24 horas, hemogasometria e 
eletrólitos conforme necessário 
● adm de antibióticos (de acordo com 
urocultura) 
● após estabilizar o paciente, voltar para o 
tratamento da DRC 
Exemplo 2: LRA por NEFROTOXINA 
● histórico: vômitos, anorexia e oligúria 
● DEU 1,015; cilindros epiteliais renais, cilindros 
granulosos, glicosúria (glicemia 120 mg/dL) e 
UPC 1,2 
● rins aumentados na US 
● fluidoterapia para correção (sem resposta) 
● anúria: diuréticos e avaliar débito urinário 
 ANIMAL DESIDRATADO 
 
DEU 
>1,040 cães 
>1,045 gatos 
1,030 cães 
1,035 gatos 
1,008-1,020 
 
 
 
 
URINOU? 
SIM 
(2-5 mL/kg/hr) 
NÃO 
(0,5 mL/kg/hr) 
HIPER-HIDRATADO? 
SIM 
 
PARAR ou diminuir 
fluido (22 mL/kg/dia) 
NÃO 
 
Furosemida 
Bolus: 2 mg/kg (4-6 
mg/kg) – no máx 4x 
Inf. Continua: 0,5-1 
mg/kg/hr Manitol (dose única) 
Bolus: 0,5-1 g/kg (<2 
g/kg) 
Diálise (último caso) 
Não fazer furosemida em caso de iscúria (retenção 
de urina), pois pode ser por causa obstrutiva. Apenas 
fazer em caso de anúria! Em 1 hora, após aplicação de 
furosemina, o animal deve urinar. Se não urinar, 
repetir com dose máxima e ir avaliando o débito 
urinário. Em últimos casos, de anúria, fazer a diálise 
peritoneal ou hemodiálise. 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
 
 
 
Ocorre devido à infecções em região de bexiga (vesícula 
urinária) e uretra, sendo os tipos de infecção do trato urinário 
mais comum em cães e gatos. A bexiga possui naturalmente 
alguns mecanismos para impedir infecções, sendo eles: 
● Fluxo urinário adequado: saída de urina constante dos 
ureteres para a bexiga, e movimentação dessa urina para 
evitar que as bactérias façam adesão na parede da vesícula 
urinária. 
● Esvaziamento frequente e completo: urinar várias vezes ao 
dia limpa a uretra e elimina bactérias que tendem a ascender 
para a bexiga. 
 
Além disso, a mucosa (epitélio de transição) possui uma defesa 
própria: 
● Propriedades antibacterianas na mucosa: uma espécie de 
“muco”, que impede a adesão bacteriana na parede da bexiga. 
● Esfoliação celular constante, permitindo a eliminação da 
bactéria junto com células na urina. 
● Camada de glicosaminoglicanas e produção de anticorpos 
na mucosa vesical (IgA). 
 
Já no trato urinário superior (rins), algumas estruturas 
anatômicas colaboram com mecanismos de defesa, sendo 
eles: 
● Peristaltismo ureteral: evita a chegada de bactérias aos rins, 
advindas da bexiga. 
● Válvula ureterovesical: evita que o fluxo de urina na bexiga 
volte para os ureteres, no momento da compressão 
(esvaziamento) vesical. 
Por conta desses mecanismos, as infecções do trato urinário 
superior são MENOS comuns em cães e gatos. 
Já no trato urinário inferior, as estruturas anatômicas de defesa 
são: 
● Comprimento da uretra: quanto maior, menor a chance de 
infecções ascendentes (em cadelas a uretra é mais curta, e 
isso favorece a ocorrência de infecções de trato urinário 
inferior). 
● Zona de alta pressão uretral: esfíncter, que impede 
infecções ascendentes. 
 
A própria urina também possui mecanismos de defesa 
antibacterianos: 
● pH extremos: impede a sobrevivência de algumas bactérias. 
●Urina concentrada (gatos principalmente): 
HIPEROSMOLALIDADE (muita ureia), ambiente muito osmótico 
que desnatura a bactéria. 
● Ácidos orgânicos. 
FALHA EM ALGUM DOS MECANISMOS DE DEFESA 
FAVORECE INFECÇÃO 
 
ASCENDENTE 
 Entrada pela vulva, prepúcio ou pênis (trato genital), 
passando pela uretra até chegar na bexiga. 
HEMATÓGENA 
 Infecção bacteriana sistêmica (rara). 
 
Fonte: material apresentado na aula. 
BACTERIÚRIA NEM SEMPRE É SINAL DE INFECÇÃO! 
 ● Anormalidades neurológicas (não consegue eliminar 
urina, por exemplo), ou sistêmicas – predispõe à 
infecção. 
● Anormalidades estruturais (divertículo vesicouracal, 
pólipos, alterações enfisematosas, neoplasias, 
urolitíases, uretrostomia, entre outras): acúmulo de 
urina e bactérias, infecção recorrente. 
● Anormalidades funcionais: diminuição do volume 
hídrico, retenção de urina (voluntária ou involuntária), 
doenças (DRC, HAC, corticoides, prostatopatias). 
 
 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
 
 
 
 ● Disúria 
● Polaquiúria 
● Hematúria 
● Urina turva/odor fétido 
● Incontinência urinária 
São sinais inespecíficos, chamados de “sinais de trato 
urinário inferior”. 
 
 
 ● Exames sanguíneos 
● Urinálise 
● Urocultura (em alguns casos) 
● Diagnóstico por imagem 
 
 
NÃO EXISTEM ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS E 
BIOQUÍMICAS, NA MAIORIA DAS VEZES. 
● não costumam aparecer leucocitose, anemia, azotemia, entre 
outras alterações em infecção de trato urinário inferior. Se 
houver, pensar em trato urinário superior ou outras doenças. 
 
 
 
SEMPRE PROCURAR SABER SE O ANIMAL POSSUI SINAIS 
CLÍNICOS DE TRATO URINÁRIO INFERIOR. 
 
 
 
BACTERIÚRIA: avaliar cada caso separadamente, 
de acordo com o método de coleta, 
armazenamento da urina e apresentação de 
sinais clínicos pelo animal. Preferir o método de 
coleta por cistocentese, e quando houver 
suspeita realizar urocultura. Dependendo do tipo 
de coleta, pode ser contaminação da amostra.. Se 
for realizada cistocentese, e o animal apresentar 
sinais, há provável infecçãode trato urinário e é 
recomendada a realização da urocultura (TESTE 
OURO). O animal deve estar sem 
antibioticoterapia por 3-5 dias para a realização 
do exame, coletado por cistocentese. 
 
 
 
 
Fonte: material apresentado na aula. 
Permite ver alterações em formato, lúmen e 
parede de vesícula urinária, além da presença 
de alterações como neoplasias, cistite 
enfisematosa, cálculos urinários. São utilizadas as 
técninas de ultrassonografia, radiografia e 
radiografia contrastada. (duplo contraste). Além 
disso, também pode ser realizada biópsia 
(cistoscopia). 
 
 
 
 Bacteriúria subclínica
 
Analgésicos 
AINES (quando não há lesão renal! -> 
meloxicam, carprofeno, etc.) 
Antibióticos (caso os SC persistirem, 
entrar com atb de 3-5 dias) 
 ITU esporádica
 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
 
 
Analgésicos 
AINES 
Antibióticos (FAZER CULTURA E 
ANTIBIOGRAMA) 
 
ITU recorrente
 
 
Fonte: material apresentado na aula. 
 
Infecções em rins e ureteres. 
 
 
 
 ● Poliúria 
● Polidipsia 
● Dor lombar 
● Febre 
● Pode ter associação com infecção do trato urinário 
inferior 
 
 
 
 
 ● Exames sanguíneos 
● Urinálise 
● Diagnóstico por imagem 
● Urocultura 
 
 
 
● Leucocitose 
● Azotemia 
● Achados sistêmicos 
● Pode ter anemia (processo inflamatório) 
 
 
 
● DEU variável (se houver perda de função renal, 
pode reduzir a densidade urinária) 
● Proteinúria de origem renal (aumento de RPC) 
● Sedimentoscopia: 
● Cilindros leucocitários e epiteliais 
● Cilindros granulosos (grande quantidade) 
● Células da pelve renal 
● Leucócitos (piúria) 
 
 
 
Algumas vezes a urocultura pode dar 
negativo, pois a infecção é na pelve renal. 
Podem ocorrer alterações no formato renal, na 
textura, e presença de gás ou secreção na pelve, 
como em casos de pielonefrite por exemplo, 
presença de abscessos, entre outras alterações. 
 
 
 
Antibióticos IV nos primeiros dias: 
 
Tratar a lesão renal aguda (LRA). 
Avaliar parâmetros, monitoração 24 
horas, pois o animal corre o risco de 
entrar em sepse. 
 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
 
 
 
● Infecção 
● Neoplasia 
● Utolitíase 
● Espessamento da bexiga → petéquias, epitélio 
pregueado, aumento de mastócitos → cistite intersticial 
ou cistite idiopática felina. Se houver outros órgãos 
acometidos, pode ter um quadro de Síndrome de 
Pandora, causado principalmente pelo ESTRESSE. 
 
 
 
São consideradas DTUIF 
 
● Cistite idiopática felina (70-80%) – principal fator 
desencadeante: estresse 
● Urolitíases (15-25%) 
● Anormalidades anatômicas (1-10%) 
● Infecções do trato urinário (1-8%) 
● Neoplasias (< 1%) 
 
 
 
 
De acordo com a idade: 
< 2 anos: infecções do trato urinário; anormalidades 
anatômicas. 
2 – 6 anos: cistite intersticial (mais comum); urolitíases; 
problemas comportamentais; anormalidades anatômicas 
(menos comum). 
>10 anos: infecções do trato urinário; urolitíases; neoplasias 
(menos comum). 
 
 
 
 
 
 
Semelhantes para todas as causas. 
● Disúria 
● Estrangúria 
● Periúria (urinar em locais inapropriados) 
● Polaquiúria (micções em pequenas quantidades) 
● Hematúria 
(Sinais de trato urinário inferior) 
 
 
 
 
● Interação com proprietários (saída do tutor) 
● Muitos gatos no mesmo local 
● Alterações ambientais (mudança de local de 
móveis, entrada de pessoas novas na casa, 
banhos) 
 
 
● Dieta seca 
● Baixa qualidade 
 
 
 
 
● Obesidade 
● Sedentarismo 
 
 
 ● Avaliar obstrução (não obstruído → bexiga pequena 
e dolorida; obstruído → bexiga distendida e dolorida) 
● Sinais de trato urinário inferior que resolvem em 4-
7 dias (disúria, estrangúria, periúria, hematúria...), mas 
podem ocorrer por mais tempo também 
● Avaliar histórico do animal (presença de fatores 
estressantes) 
 
 
 
 
Se houver persistência do estresse → animal evolui 
para forma crônica (sinais persistentes por 
semanas/meses, recidivas constantes). 
 Machos castrados > machos = fêmeas 
Sinais clínicos (de trato urinário inferior) 
Ausência de: 
● Infecção bacteriana 
● Urolitíase 
● Divertículos vesicouracais 
● Neoplasia 
Exames sanguíneos, urinálise e diagnóstico por imagem 
 
(Diagnóstico de exclusão) 
 
 
 Não obstruído 
 
Hemograma: NDN 
Creatinina: normal 
Ureia: normal 
Potássio: normal 
Obstruído 
 
Hemograma: NDN 
Creat: aumentada 
Ureia: aumentada 
Potássio: aumentado 
EMERGÊNCIA! 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
 
 
● DEU variável 
● pH variável 
● Sem proteinúria de origem renal, mas pode ter pós-renal 
● SANGUE OCULTO (+ a +++++) 
● Sedimentoscopia: 
Cristalúria (na maioria das vezes) → não é urolitíase! 
Hemácias (+ a +++++) 
Leucócitos (sem bactérias) → cultura negativa (geralmente 
não há infecção de trato urinário inferior) 
 
 
 
Geralmente só é encontrado espessamento da parede da 
bexiga na ultrassonografia. 
 
 
 
 Retirar a causa → ESTRESSE! 
 
 
 
● Principalmente locais com + de 2 gatos 
● Aumentar potes de água (superfície ampla) 
Ex: se tiver 2 gatos na casa, tem que ter 3 potes de 
água em locais diferentes. 
● Estimular ingestão hídrica (alimentos úmidos) 
● Liteiras (limpas, secas e lugares calmos) 
●Promover esconderijos e brincadeiras 
(enriquecimento ambiental) 
 
 
 
● Quando a adequação ambiental falhar 
● Amitriptilina 2 mg/kg, VO, SID (a noite) 
● Gabapentina (dor neuropática, animais idosos) 
 
 
 
 
 Avaliar doenças base, é uma emergência! 
Obstruções por: 
● tampão uretral (70-80%) 
● espasmo uretral (2%) 
● cálculos (menos comum – 15-20%) 
● neoplasia (raro) 
 
 
● Melhorar condições sistêmicas: 
● Desidratação 
● Hipercalemia 
● Acidose metabólica (RL melhor do que solução 
fisiológica, mesmo com potássio) 
 
 
 ● Gera bradicardia, fraqueza e arritmias 
● Excesso de K+ 
● Tratamento: 
● Dextrose (0,5 mL/kg/h): glicose para fazer o K+ 
entrar dentro da célula. 
● Gluconato de cálcio 10% (0,5-1 mL/kg lento – 
monitorar com ECG): reduz os efeitos do K+ no 
coração. 
● Insulina regular (0,25-0,5 UI/kg) + glicose 25% (1-2 
g/UI): ambas “grudam” no K+ e fazem ele entrar na 
célula. As duas administradas juntas tem efeito mais 
rápido, em casos de bradicardia severa. 
● se nada funcionar: diálise peritoneal ou hemodiálise 
 
 
 ● Avaliar região de períneo (rupturas, plug, cianose, 
necrose, etc): vulva, pênis, esfíncter anal, uretra, etc. 
● Desobstruir: cistocentese, agulha crânio-caudal (25x7), 
pode usar torneira de 3 vias, animal já deve ter sido 
estabilizado → utilização de catéter vascular 
(lentamente, com seringa de 10), hidropropulsão ou 
sondas uretrais (cuidado para não lesar/romper uretra) – 
sonda tom cat, de foley (melhores) e uretral.. 
● Manual: massagear o pênis e comprimir levemente a 
bexiga. → Acepromazina 0,5 mg/gato IM, TID + 
Buprenorfina 0,075 mg/gato IM, TID (relaxa esfíncter 
uretral externo + analgesia) – pode manter no pós-
desobstrução imediato. 
 
 
 
 
US e RX: uretra e bexiga 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
 
 ● Inicialmente clínico 
●Só em casos de obstruções uretrais 
irreparáveis/recorrentes, e lesão de uretra grave 
● Uretrostomia perineal: gatos machos, “menores 
efeitos adversos” – uretrostomia pré-púbica ou 
subpúbica (não é primeira opção). 
● Tratamento pós-cirúrgico: 
Pode manter ou não sonda uretral durante 24-72 
horas, depende da quantidade de coágulos e debris 
celulares. 
“Lavar” a bexiga com RL ou solução fisiológica, 3-5x 
ao dia. 
Manter fluidoterapia (RL + K+) – pois animal elimina 
muito potássio após desobstruir, podendo causar 
hipocalemia. 
Analgésicos (tramadol 1-2 mg/kg, IV/SC, BID/TID) 
Antinflamatórios (Meloxicam 0,1 mg/kg, 1-3 dias; 
Cetoprofeno 1 mg/kg, 1ª dose) – cuidado com 
função renal. 
Complicações: coágulo na bexiga, infecção, urólitosólido, estenose uretral.. 
Lembrando que a cirurgia não é curativa, só 
desobstrui! 
 
 
Concreções do trato urinário 
(“pedra” de cálculo). 
 
 
Processo de formação do 
utrólito. 
 
 
Urólito em: 
Rins: NEFRÓLITO 
Ureter: URETERÓLITO 
Bexiga: UROCISTÓLITO (90-97% cães 
e gatos) 
Uretra: URETRÓLITO 
 
 
Urólito: macroscópico 
Cristais: só vê na microscopia 
Microurólito: “areia” 
 
 
 
URÓLITOS SIMPLES: >70% do mesmo mineral. 
 URÓLITOS MISTOS: <70% do mesmo mineral (ex: 50% 
estruvita + 20% urato de amônio). 
URÓLITOS COMPSTOS: tem núcleo, corpo ou pedra, 
parede de revestimento e cristais de superfície (pode ser 
formado a partir de um corpo estranho, ex: fio de sutura). 
 
 
Várias composições minerais dos urólitos, 
mais comuns: oxalato de cálcio mono-
hidratado, urato ácido de amônio, urato 
ácido de sódio (>98%). 
 
 
 
 
Urina com alta quantidade de cristais que 
se precipitam. Não existe núcleo orgânico, 
só minerais. 
ESTRUVITA EM GATOS, CISTINA E 
URATOS. 
 
 
 
 
 Presença de bactéria urease positiva, que 
transforma ureia em amônia, que é tóxica 
e causa lesão da parede da bexiga, 
começando a ter descamação da bexiga 
e formação de núcleo orgânico (ou corpo 
estranho). 
ESTRUVITA EM CÃES. 
 
 
 
 Começa a ter deficiência de fatores que 
inibem a cristalização (citrato, magnésio, 
pirofosfato), e começa a formar urólito. 
OXALATO DE CÁLCIO E FOSFATO DE 
CÁLCIO. 
 
 
 
 Leva a sinais de trato urinário inferior: 
● Disúria, estrangúria, hematúria, 
polaquiúria, periúria em gatos, lambedura 
excessiva de região perineal em gatos. 
● ASSINTOMÁTICOS. (sinais não visíveis 
para o tutor). 
 
 
 
● Sensibilidade à palpação, pode ter 
presença de estruturas 
● Bexiga pequena e espessada 
● Sensação de raspar em areia ao passar 
a sonda uretral 
● Sem alterações 
 
 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
 
 
● Sem alterações hematológicas e 
bioquímicas (só se houver obstrução – 
DUIF) 
 
 
 
● DEU concentrada 
● pH variável 
● sangue oculto (+ a +++++) 
● Sedimentoscopia: 
Células epiteliais de transição 
Hemácias 
Pode ter leucócitos e bactérias 
Cristais: geralmente sem relação com os 
cálculos, ela não pode ser um bom 
parâmetro para detectar ou prever o tipo 
de urólito. 
 
 
 
 
Todos formando sombra acústica na US! 
Fonte: material apresentado na aula. 
Determinar pelo RX: número de 
cálculos, localização e tipo de cálculo. 
*coágulo: não forma sombra acústica. 
Caso tenha cálculos na uretra: sonda uretral no pênis 
até chegar no processo obstrutivo, quando chegar, 
alguém faz pressão com seringa com solução 
fisiológica, e outra pessoa comprime a uretra 
prostática pelo ânus. Ao soltar, os cálculos da uretra 
vão para dentro da bexiga por pressão. 
Para urólitos pequenos: sonda animal, coloca fluido 
dentro da bexiga (8 mL/kg), e depois de colocar a 
fluido comprime a bexiga para expelir os cálculos. 
Cadelas: cálculos tem que ter <4mm para sair pela 
uretra 
Cães machos: <3 mm 
Gatas: <2,5 mm 
Gatos machos: NÃO FAZER! 
 
 
 
Cirurgia para retirada de cálculos vesicais maiores. 
Outra forma de retirada de cálculos vesicais. 
 Após obter o cálculo por micção espontânea, 
expulsão mediante uroidropropulsão, cateterização 
uretral, cistostomia, endoscopia urinária, analisar: 
ANÁLISE QUANTITIVA: quanto tem de cada 
mineral no cálculo (melhor). 
ANÁLISE QUALITATIVA: qual mineral.. 
 
 ESTIMULAR DIURESE: 
1 pote de água por animal (1 pote + 1 para gatos), 
superfície ampla (gatos), fontes de água (gatos), 
potes de água em locais de maior acesso. Pode 
usar sachês, ou misturar água junto com o sachê. 
Acompanhar pela densidade urinária. 
 
 Para os cálculos: 
1. Estruvita 
2. Oxalato de cálcio 
3. Urato de amônia 
 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
 
 
 Composição: Fosfato amônio magnesiano. 
Schnauzer, Bichón-Frisé, Poodle, Shih-Tzu, Yorkshire, 
Lhasa Apso e Pug. 
Fêmeas >85% 
2-9 anos (média 6 anos). 
Ligada à infecção. 
 
 Composição: Fosfato amônio magnesiano. 
ESTÉRIL – não tem a ver com infecção, e sim com 
maior eliminação do componente na urina.. 
Alimentação com ração a granel, de baixa qualidade 
(alto magnésio, fósforo, cálcio, cloreto, baixa gordura) 
+ urina concentrada (baixa ingestão hídrica, baixa 
frequência miccional) = favorece o aparecimento 
desses cálculos. 
 
Tem dissolução (médica), ou cirurgia (laparotomia, 
videolaparoscopia, cistoscopia, litotripsia). 
Dissolução: CUIDADO → cães machos (grandes 
chances de obstruir durante a dissolução). 
Cálculos mistos: difícil dissolução 
Cálculos grandes: difícil dissolução 
Tratamento caro e longo? Por conta do tempo de 
dissolução. Pode não funcionar. 
Em gatos: funciona melhor do que em cães, pois 
não há componente infeccioso. Em gatos há dietas 
específicas. Para cães também tem rações 
terapêuticas, associado a antibióticos (baseado em 
cultura e antibiograma). 
Exemplo: cadela com cálculo de estruvita (80% 
chance) – associar ração terapêutica por 4 semanas, 
ingestão de água, analgésicos e troca do sanitário ou 
estimular a urinar (passear por exemplo). Repetir RX 
após 4 semanas, se começou a dissolver continua, 
se não e ainda está crescendo provavelmente não 
vai funcionar ou é oxalato de cálcio (não tem 
dissolução → cirurgia.). 
 
 Falta de inibidores ou excesso de eliminação de 
cálcio na urina → hipercalciúria (dieta acidificante 
para dissolução de estruvita – baixo citrato, 
magnésio, alto oxalato e cálcio) – favorece a 
produção de oxalato de cálcio. 
Se tiver hipercalcemia: neoplasia perineal produzindo 
mais cálcio? Linfomas? Aumento de reabsorção 
óssea? Hipercalciúria idiopática (em gatos). 
Hipercalcemia → hipercalciúria. 
Schnauzer, Lhasa Apso, Yorkshire, Cocker Spaniel, 
Bichón-Frisé, Shih Tzu, Poodle. 
Machos >70% 
5-11 anos (media 8,5 anos). 
 
 
Não existe dissolução, é sempre CIRÚRGICO. 
É possível fazer destruição por laser, sem realizar a 
cistotomia. 
 
 Mais comum em dálmatas e buldogs ingleses, pois 
podem ter defeito no transporte hepático de ácido 
úrico. 
É radioluscente (só vê no RX contrastado). 
Sempre investigar possibilidade de cirrose e shunt 
portossistêmico. 
 
 Denise Ramos Pacheco 
 Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 
 Lembrando que a amônia também vem de proteínas 
endógenas e da alimentação, além de bactérias 
intestinais. A amônia vai ser convertida em ureia no 
fígado, em animais normais. Em animais com shunt 
portossistêmico, a amônia vai direto para a circulação 
→ sai direto na urina e forma os cálculos. Em casos 
de cirrose, o fígado não consegue transformar 
amônia em ureia, sobra amônia no sangue e sai na 
urina → forma cálculo de urato de amônia. 
Dissolução médica: associar dieta com ração pobre 
em proteínas e bases purínicas + (associado ou não) 
Alopurinol (10-15 mg/kg, VO, SID/BID). 
 
Muitas vezes são de difícil dissolução, necessitando 
de remoção cirúrgica. 
 Menos comuns. Sinais de trato urinário superior: 
● PU/PD 
● Estrangúria 
● Hematúria 
● Polaquiúria 
● ASSINTOMÁTICOS (>90%) 
 A maior parte dos nefrólitos são de oxalato de cálcio, 
sendo necessária remoção cirúrgica (nefrotomia, 
pielolitotomia) → porém só em casos em que o 
animal estiver com dor, perda de qualidade funcional 
renal ou obstrução. Caso contrário só 
acompanhamento. 
 Ocorre em ureter, e a obstrução pode ser causada 
também por estenose ou neoplasia (que são menos 
comuns), e diferenciar também com fio de sultura de 
castração, por exemplo. Tem que agir rápido. 
Em cães: mais comum oxalato de cálcio, depois 
estruvita, estenose/granuloma (OH) e neoplasia. 
Em gatos: mais comum oxalato de cálcio, seguido por 
coágulo solidificado e estruvita. 
 
Menos comuns. Sinais de trato urinário superior: 
● PU/PD? (mas sem sc de perda de função, pois 
geralmente acomete apenas 1 rim, a menosque o 
rim contralateral esteja comprometido) 
● Estrangúria 
● Hematúria 
● Polaquiúria 
● Lambedura do flanco (gatos) 
● ASSINTOMÁTICOS 
 
Se o rim contralateral estiver funcionando bem, não 
ocorrem sinais de azotemia, DEU diminuída, 
leucocitose, sem alteração em potássio, pode ter 
hematúria. Geralmente não há nenhuma alteração 
em exames laboratoriais. Melhor diagnosticar por 
exames de imagem. 
US: pelve renal pode estar dilatada (pielectasia ou 
hidronefrose), e ureter com cálculo (ureterólito, 
formando sombra acústica posterior). 
 A maioria das medicações não tem comprovação de 
que realmente funciona, mas podem ser usados: 
Glucagon (0,1 mg/gato, IV, BID). 
Bloqueadores alfa-adrenérgicos: Prazosina (cães: 
0,067 mg/kg, VO, BID/TID e gatos: 0,07 mg/kg, VO, 
BID/TID); Tansulozina (0,004-0,006 mg/kg, VO, 
SID/BID). 
Amitriptilina (1 mg/kg, VO, SID para cães e gatos). 
É possível utilizar também furosemida e manitol. 
 
 
Tratamento por 3-5 dias, dependendo de função 
renal, infecção, etc. Monitorar hemograma, 
bioquímicos, urinálise e imagem a cada 12-24 horas. 
Se o tratamento clínico não funcionar: cirurgia. 
(ureterotomia).

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