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Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 Sistema urinário Clínica de Pequenos Animais Ureia Se origina das proteínas advindas da alimentação + as proteínas endógenas. Essas proteínas vão para o intestino, onde serão convertidas em amônia (também produzida por bactérias intestinais). A amônia é tóxica ao organismo, e no fígado, é convertida em ureia.. A ureia é excretada via urina, mas parte dela é reabsorvida ao sangue (apenas se torna tóxica ao organismo quando seus níveis séricos ultrapassam 600 mg/dL). A ureia não é um bom biomarcador de função renal quando utilizada isoladamente, pois varia de acordo com a hidratação do animal, função do fígado, intestino, etc. Creatinina Originada a partir do catabolismo muscular, e também da alimentação, é livremente filtrada pelo rim, não sendo reabsorvida (eliminada totalmente na urina). Quando o animal está em quadro de caquexia, há redução da creatinina sérica advinda do músculo, dando a falsa impressão de “melhora” no quadro de animal com DRC em estado de caquexia. A creatinina é um bom biomarcador de função renal, porém em animais caquéticos deve ser considerada sua dosagem juntamente com a SDMA. SDMA (Dimetilarginina simétrica) É uma molécula pequena, de tamanho próximo à creatinina, eliminada na urina. A creatinina e ureia são biomarcadores tardios de função renal, pois quando estão aumentados seus níveis séricos, se for de origem renal, significa que já houve perda de 75% da função renal. Devido a isso, a molécula SDMA se torna um marcador precoce de função renal, acusando a presença CÓRTEX RENAL MEDULAR RENAL O néfron é responsável por concentrar a urina, sendo que quanto mais profunda for a alça do néfron (alça de Henle), mais os rins são capazes de concentrar a urina. Os cães possuem cerca de 500.000 néfrons, os gatos cerca de 250.000 e os humanos 1..000.000. Néfron → unidade funcional dos rins É dividido em: ● glomérulo ● túbulo contorcido proximal ● alça de Henle (alça do néfron) ● túbulo contorcido distal ● túbulo coletor ● Néfron cortical Néfron justamedular Cães e gatos (urina mais concentrada) Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 de lesão antes mesmo do aumento de creatinina e ureia na circulação. Azotemia (aumento sérico de creatinina e ureia) SEMPRE AVALIAR A CLÍNICA DO PACIENTE, NUNCA TRAÇAR O PROGNÓSTICO APENAS COM BASE NOS VALORES DE CREATININA E UREIA. Pré-renal Renal Pós-renal ● ● ● ● ● ● ● ● ● É a consequência de uma variedade de afecções renais, levando à perda das funções excretora e concentradora dos rins. Trata-se de uma doença progressiva, que leva à destruição lenta e irreversível dos néfrons. Acomete principalmente animais idosos. Não há cura, apenas controle. Rim com fibrose e reduzido de tamanho. Redução do número de néfrons funcionais → néfrons que sobraram trabalham mais → hiperfiltração glomerular adaptativa desses néfrons remanescentes → HIPERTROFIA Conforme a perda dos néfrons, os rins perdem a capacidade de concentrar urina, levando à poliúria e baixa densidade urinária (urina diluída), aproximando da isostenúria. Balanço hídrico e eletrolítico Conservação de proteínas, glicídeos e aminoácidos Atividade endócrina Manutenção do pH sanguíneo Remoção de produtos finais do metabolismo de nitrogênio Tecido alvo de vários hormônios Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 ESTÁDIOS CREATININA (mg/dL) COMENTÁRIOS Cães Gatos Normais <1,4 <1,6 Sem azotemia Estádio 1 <1,4 <1,6 Sem azotemia Estádio 2 1,4 – 2,8 1,6 – 2,8 Azotemia leve Estádio 3 2,9 – 5,0 2,9 – 5,0 Azotemia moderada Estádio 4 >5,0 >5,0 Azotemia severa Estádio 5 Humanos Humanos Oligúria/anúria- diálise É importante realizar a dosagem sérica de creatinina várias vezes no mesmo paciente, repetindo em intervalos de semanas ou meses. No caso de pacientes com DRC, a creatinina se mantém constante ao longo das dosagens, não havendo mudanças radicais em pouco espaço de tempo. Se o animal é DRC e possui 3 mg/dL de creatinina, por exemplo, ao repetir o exame na próxima semana ou mês espera-se que o valor esteja próximo de 3 mg/dL. Se este valor diminuir consideravelmente, sendo o animal DRC, provavelmente estaremos diante de um quadro mais grave, em que o animal apresenta caquexia. No estadiamento 5, torna-se difícil o manejo do paciente pois é necessária a realização da diálise. Na medicina humana, os pacientes são submetidos à diálises a cada 24, 48 ou 72 horas, dependendo do caso, para o resto da vida ou até conseguir um transplante renal. Em animais, esse procedimento é mais viável quando se trata de uma lesão renal aguda, no caso de lesões crônicas é difícil adaptar a diálise na rotina do paciente. ● êmeses e diarréias esporádicas ● perda de peso progressiva (baixo ECC) ● anorexia/apetite caprichoso ● desidratação ● rins pequenos ● PU/PD há mais de 3 meses (sinais crônicos) ● pelagem quebradiça e opaca ● úlceras orais Na maioria das vezes, os sinais clínicos são silenciosos. É preciso diferenciar os sinais de DRC agudizada de lesão renal aguda (LRA). O animal DRC apresenta: ● DEU baixa (1,008 a 1,028 – isostenúria a leve hipostenúria) ● DEU em gatos < 1,028 e em cães < 1,022 ● sedimentos NÃO ativos (não há cilindros, leucócitos, bactérias etc) ● a urina é semelhante à água ● pode ter proteinúria (nesses casos até podem aparecer cilindros hialinos, mas não é um cenário comum) ● avaliar a presença de leucócitos: se tiver, pode estar acontecendo infecção/pielonefrite por infecção ascendente, e animal descompesa Aferir em ambientes calmos e confortáveis, em pelo menos 2 momentos diferentes, aguardar ambientação do animal. Pode ocorrer descolamento de retina por hipertensão, levando à cegueira abrupta, em animais com DRC. Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 aferição da PA em região de membros ou cauda. A hipertensão crônica em animais DRC agrava ainda mais as lesões renais, seguindo o esquema: Proteinúria → lesão e fibrose renal → ativação SRAA → ANGIOTENSINA → fibrose, citocinas, proliferação celular → mais proteinúria → piora do quadro Tratamento da hipertensão em cães: ● iECA: Enalapril 0,5 mg/kg VO BID ou Benazepril 0,5 mg/kg VO SID/BID ● BRA (bloqueadores dos receptores de angiotensina): Telmisartana 1 mg/kg VO SID Ambos atuam reduzindo fibrose, lesão renal e proteinúria, por meio de vasodilatação da arteríola eferente, reduzindo a pressão no glomérulo e impedindo a passagem de proteínas através dele. CUIDADOS: não administrar essas medicações em animais desidratados, hipotensos, com função renal muito diminuída e em oligúria! Tratamento da hipertensão em gatos: ● Anlodipina: 0,625 – 1,25 mg/gato VO SID Essa medicação é a primeira escolha em gatos, e atua reduzindo PAS e proteinúria (em gatos DRC, o SRAA não está tão ativado, como nos cães). Como segunda opção para o tratamento de felinos, estão a iECA e BRA, ou Telmisartana 1 mg/kg/VO SID (mesmos cuidados em relação aos cães). O subestadiamento da DRC é realizado de acordo com a pressão arterial sistêmica e a proteinúria (RPC). RISCO DE LESÃO EM ÓRGÃOS-ALVO (coração, rins, cérebro, olhos etc). PRESSÃO ARTERIAL (mmHh) SISTÓLICA DIASTÓLICA RISCO MÍNIMO (0) <150 <95 BAIXO RISCO (1) 150-159 95-99 RISCO MODERADO (2) 160-179 110-119 ALTO RISCO (3) >180 >120 PROTEINÚRIA RPC GATOS CÃESNÃO PROTEINÚRICO (NP) <0,2 <0,2 PROTEINÚRIA LIMÍTROFE (PL) 0,2-0,4 0,2-0,5 PROTEINÚRICO (P) >0,4 >0,5 Hemograma: ANEMIA? NÃO (monitorar 1-3 meses) SIM 1°) PERDA TGI (melena, hematoquezia, sangue oculto fecal?) 2º) FALTA DE SUBSTRATO (vitaminas, ferro) 3º) HEMÓLISE 4º) REDUÇÃO DE ERITROPOETINA Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 * *cães e gatos não produzem vitamina D via luz solar, apenas via alimentação. O calcitriol, no instestino, absorve Ca e “joga” no sangue. PARATORMÔNIO: Regula a relação Ca-P na circulação e ososs. Ocorre redução da produção de calcitriol, então o intestino absorve menos cálcio, e o paratormônio se torna uma toxina ao organismo, pois passa a retirar Ca dos ossos e levar ao sangue, podendo ocorrer remodelação óssea, e o P começa a ficar em excesso na circulação (lembrando que a concentração de P no sangue proveniente da alimentação continua normal). Por isso, deve haver redução de P via alimentação, para retardar a progressão da doença. No hemograma: dosar Ca total, Ca iônico e P. Por que não suplementa com cálcio? Pois o paratormônio vai começar a calcificar os tecidos (o problema é a falta do calcitriol).. E o calcitriol (D3)? Pode ser feito em cães, DESDE QUE O FÓSFORO ESTEJA ESTABILIZADO NA CIRCULAÇÃO, pois caso o P esteja alto, o calcitriol aumenta a absorção de cálcio e o PTH calcifica os órgãos (rins, pulmões, coração, artérias, etc). Uso de rações terapêuticas com BAIXA QUANTIDADE DE FÓSFORO. Se mesmo com a introdução da ração o fósforo continuar aumentando na circulação, após 15-30 dias, adicionar o QUELANTE JUNTO COM A RAÇÃO. O quelante se gruda ao fósforo no intestino, e elimina ele via fezes. Lembrar de sempre fornecer o quelante junto com a alimentação, e nunca em períodos aleatórios do dia.. As rações terapêuticas só são boas opções quando usadas em estádios mais avançados da DRC (estádios 3 e 4), e não em animais com LRA ou DRC descompensada (vômitos, por exemplo), pois nesses casos é necessário fornecer maior aporte calórico ao animal. O escore de condição corporal do DRC deve ser mantido entre 5/9 e 6/9, e deve ser avaliada a musculatura e albumina sérica. Caso o animal esteja perdendo peso, e a albumina sérica diminuindo, deve- se considerar se há alguma doença de base provocando o quadro e tratar, e caso contrário considerar a colocação do tubo esofágico (alimentar). Pode ocorrer por: ● diminuição de ingestão ● aumento de perda (urina – proteinúria ou TGI – menor absorção) É a falta de potássio (K+) crônica em DRC, pois esses animais espoliam potássio pela urina, podendo causar obstipação e ventroflexão (animal não consegue levantar a cabeça). Isso acontece na maioria das vezes em gatos, em cães não ocorre muito, e se houver vômito e perda de peso nos felinos pode estar associado à hipocalemia, piorando o quadro. O tratamento é por via oral com citrato de potássio ou gluconato de potássio. O cloreto de potássio não administra por VO em gatos, porém em casos severos e agudos é possível administrar diluído via soro Ringer Lactato (IV). Sempre monitorar o pH sanguíneo do paciente DRC. Se tiver < 7,2 (ácido), avaliar qual a possível causa da acidose: baixa concentração de bicarbonato (HCO3-) - < 18 mEq/L, por consumo do tampão; ou aumento do ácido lático (lactato), geralmente devido à desidratação crônica. É possível nesses casos suplementar com bicarbonato via oral. Além disso, também avaliar a hemogasometria completa. Lembrando que a solução de Ringer Lactato é alcalinizante, e a Solução Fisiológica é acidificante, portanto não se deve utilizar em animal com acidose metabólica.. AVALIAR TODOS OS PARÂMETROS PERIODICAMENTE, ADEQUANDO O INTERVALO ENTRE AS AVALIAÇÕES DE ACORDO COM O ESTADIAMENTO DA DOENÇA, E A ESTABILIDADE DO ANIMAL QUANTO AOS SINAIS CLÍNICOS DA DRC. Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 Ajuda na avaliação de características crônicas e agudas. Em casos crônicos, geralmente, ocorre redução do tamanho do rim e alteração da relação cortico-medular. A ultrassonografia auxilia também na avaliação de agudização da DRC, e na presença de outras doenças renais. Lembrando que os animais em estádios mais avançados (4) ingerem mais água, porém urinam em grande quantidade (mais do que ingerem), podendo reduzir a volemia e agudizar a DRC a qualquer momento. Por isso, esses animais devem ter vários potes de água em casa, e não podem passar sede. Se houver vômito, é necessário relizar aplicação de soro subcutâneo (RL), pois esses animais não podem desidratar e nem entrar em anorexia. Controle do vômito Anti-eméticos: ● maropitant ● ondansetrona ● metoclopramida Antagonista do receptor H2: ● cimetidina ● ranitidina ● famotidina Bloqueador da bomba de prótons: ● omeprazol Protetor de mucosa: caso hemorragia gastroentérica: ● sucralfato (V.O.) EVITAR V.O. TRATAR HIPERTENSÃO.. Quando ocorre uma injúria renal, levando ao aumento abrupto dos valores séricos de creatinina e ureia. ● Sinais há > 3 meses ● Aumento creat e ureia ● Apetite caprichoso ● Perda de peso progressiva ● Vômitos/diarreia esporádicos ● Pelame seco, opaco e quebradiço ● Sinais silenciosos ● Sinais há < 3 meses ● Aumento creat e ureia ● Anorexia ● Prostração intensa ● Vômitos/diarreia frequentes ● Pelame macio (se alimentação com boa ração) ● Perde peso por desidratação Fonte: material apresentado na aula. A lesão tubular aguda ocorre em 4 etapas: ● INDUÇÃO: é o início da lesão, quando o epitélio tubular de borda em escova é perdido devido a lesão, que pode ser causada por nefrotoxina ou isquemia (hipovolemia, hipotensão). ● EXTENSÃO: quando já ocorre necrose ou apoptose das células do túbulo, começa a ter descamação tubular, e os sinais aparecem na urinálise. Essa etapa ocorre de horas a dias. ● MANUTENÇÃO: nessa fase há intesa descamação celular e pode ocorrer obstrução luminal, com intesificação da necrose tubular. Dura dias a semanas, há início de azotemia e os rins começam a entrar em falência. ● RECUPERAÇÃO: ocorre QUANDO HOUVE TRATAMENTO ANTES DE CHEGAR NA MANUTENÇÃO. As células dos túbulos remanescentes migram e se diferenciam em céulas viáveis aos túbulos afetados, podendo ter retorno da função renal normal. Sempre procurar por causas sistêmicas: ortopédicas, imunomediadas, endócrinas, infecciosas, uveíte, alterações oftálmicas, alterações neurológicas, trombóticas, pielonefrite, prostatite, lambedura de flanco (estresse, dermatopatia, dor, obstruções uretrais ou uteterais), intoxicação, medicamentos, alterações idiossincrásicas, entre outras. Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 SEDIMENTO ATIVO: ● cilindros epiteliais (LRA grave e imediata) /leucocitários ● cilindros granulosos em grande qde (agudo) ● células epiteliais descamativas do trato superior ● células da pelve ● proteinúria/glicosúria (glicosúria com glicemia normal ou levemente aumentada: lesão tubular grave) DEU BAIXA OU ISOSTENÚRIA (incapacidade dos rins de concentrarem a urina, mesmo em animal desidratado) – poliúria. Conforme a lesão vai progredindo, as células tubulares podem obstruir o túbulo, e gerar quadro de ANÚRIA OU OLIGÚRIA (obstrução tubular, pior cenário da LRA) Limiar de glicose na circulação que os túbulos renais conseguem reabsorver, sem causar glicosúria: em cães (180-220), em gatos (até 250). Proteinúria No túbulo normal, a albumina é reabsorvida para a circulação. Quando há lesão tubular, não é possível reabsorver a proteína, gerando proteinúria (aumento da RPC). Glicosúria A glicose é totalmente reabsorvida pelos túbulos normais, passando pelo glomérulo. Quando hálesão tubular, a molécula da glicose sai na urina, mesmo em presença de normoglicemia. Cilindros epiteliais Pior prognóstico (reservado), pois são oriundos do descamamento das células tubulares, que adentram o lúmen tubular, e nas regiões onde houve perda celular (necrose e morte de células.), não há recuperação da função. CREATININA (mg/DL) DESCRIÇÃO ESTÁDIO 1 <1,6 E1 ESTÁDIO 2 1,7 – 2,5 E2 ESTÁDIO 3 2,6 – 5,0 Azotemia* ESTÁDIO 4 5,0 – 10,0 Azotemia* ESTÁDIO 5 >10,0 Azotemia* *azotemia moderada a severa. E1 Ureia e creatinina normais, avaliar histórico, pode ter SC (vômitos), aumento de volume renal em US, aumento de creatinina progressiva mesmo hidratado (> ou = 0,3 mg/dL em 48 horas), DEU baixa, e pode ocorrer oligúria (< 1 mL/kg/h no débito urinário) ou anúria (6 horas) – animal em observação. É possível nesta fase diagnosticar a lesão precocemente, pois ainda não há azotemia.. E2 Começa a aumentar os níveis de creatinina e ureia (> ou = 0,3 mg/dL) em 48 horas, ou animal não responde à fluidoterapia (se responder à fluido e houver redução de creat, provavelmente era azotemia pré- renal). Alterações em urinálise presentes (fase de extensão), cilindros, redução DEU, proteinúria, glicosúria etc. Pode durar de horas a dias.. O diagnóstico já não é mais precoce, pois já há menos de 25% de função renal ativa. Rins aumentados de tamanho ou normais, aumento da pelve renal. Ainda não há alteração de relação cortico-medular e redução de tamanho renal (característicos de lesão crônica). 1. Animal Não oligúrico (NO) ou Oligúrico (O). 2. Animal requer terapia de substituição renal (diálise ou transplante) ou não. Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 Fonte: material apresentado na aula. Oligúria A oligúria pode ocorrer a qualquer momento na LRA, em qualquer um dos estádios, se houver obstrução por células tubulares, e os rins param de produzir urina. Por isso, é sempre importante avaliar a produção urinária do animal (débito urinário). Nesses casos é indicada a diálise peritoneal ou hemodiálise. O volume responsivo é um aumento na produção urinária de > mg/kg/h ao longo de 6 horas, e/ou redução sérica de creatinina aos níveis basais ao longo de 48 horas. SDMA A molécula SDMA pode ser dosada nos casos de LRA, porém não é um biomarcador de lesão precoce, diferentemente da DRC. De acordo com a causa base da lesão. Exemplo 1: DRC agudizada – PIELONEFRITE ● hidratar ● monitorar parâmetros básicos a cada hora ● adm antieméticos e protetores gástricos ● reavaliar urinálise após 6-12 horas, exames séricos após 6-24 horas, hemogasometria e eletrólitos conforme necessário ● adm de antibióticos (de acordo com urocultura) ● após estabilizar o paciente, voltar para o tratamento da DRC Exemplo 2: LRA por NEFROTOXINA ● histórico: vômitos, anorexia e oligúria ● DEU 1,015; cilindros epiteliais renais, cilindros granulosos, glicosúria (glicemia 120 mg/dL) e UPC 1,2 ● rins aumentados na US ● fluidoterapia para correção (sem resposta) ● anúria: diuréticos e avaliar débito urinário ANIMAL DESIDRATADO DEU >1,040 cães >1,045 gatos 1,030 cães 1,035 gatos 1,008-1,020 URINOU? SIM (2-5 mL/kg/hr) NÃO (0,5 mL/kg/hr) HIPER-HIDRATADO? SIM PARAR ou diminuir fluido (22 mL/kg/dia) NÃO Furosemida Bolus: 2 mg/kg (4-6 mg/kg) – no máx 4x Inf. Continua: 0,5-1 mg/kg/hr Manitol (dose única) Bolus: 0,5-1 g/kg (<2 g/kg) Diálise (último caso) Não fazer furosemida em caso de iscúria (retenção de urina), pois pode ser por causa obstrutiva. Apenas fazer em caso de anúria! Em 1 hora, após aplicação de furosemina, o animal deve urinar. Se não urinar, repetir com dose máxima e ir avaliando o débito urinário. Em últimos casos, de anúria, fazer a diálise peritoneal ou hemodiálise. Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 Ocorre devido à infecções em região de bexiga (vesícula urinária) e uretra, sendo os tipos de infecção do trato urinário mais comum em cães e gatos. A bexiga possui naturalmente alguns mecanismos para impedir infecções, sendo eles: ● Fluxo urinário adequado: saída de urina constante dos ureteres para a bexiga, e movimentação dessa urina para evitar que as bactérias façam adesão na parede da vesícula urinária. ● Esvaziamento frequente e completo: urinar várias vezes ao dia limpa a uretra e elimina bactérias que tendem a ascender para a bexiga. Além disso, a mucosa (epitélio de transição) possui uma defesa própria: ● Propriedades antibacterianas na mucosa: uma espécie de “muco”, que impede a adesão bacteriana na parede da bexiga. ● Esfoliação celular constante, permitindo a eliminação da bactéria junto com células na urina. ● Camada de glicosaminoglicanas e produção de anticorpos na mucosa vesical (IgA). Já no trato urinário superior (rins), algumas estruturas anatômicas colaboram com mecanismos de defesa, sendo eles: ● Peristaltismo ureteral: evita a chegada de bactérias aos rins, advindas da bexiga. ● Válvula ureterovesical: evita que o fluxo de urina na bexiga volte para os ureteres, no momento da compressão (esvaziamento) vesical. Por conta desses mecanismos, as infecções do trato urinário superior são MENOS comuns em cães e gatos. Já no trato urinário inferior, as estruturas anatômicas de defesa são: ● Comprimento da uretra: quanto maior, menor a chance de infecções ascendentes (em cadelas a uretra é mais curta, e isso favorece a ocorrência de infecções de trato urinário inferior). ● Zona de alta pressão uretral: esfíncter, que impede infecções ascendentes. A própria urina também possui mecanismos de defesa antibacterianos: ● pH extremos: impede a sobrevivência de algumas bactérias. ●Urina concentrada (gatos principalmente): HIPEROSMOLALIDADE (muita ureia), ambiente muito osmótico que desnatura a bactéria. ● Ácidos orgânicos. FALHA EM ALGUM DOS MECANISMOS DE DEFESA FAVORECE INFECÇÃO ASCENDENTE Entrada pela vulva, prepúcio ou pênis (trato genital), passando pela uretra até chegar na bexiga. HEMATÓGENA Infecção bacteriana sistêmica (rara). Fonte: material apresentado na aula. BACTERIÚRIA NEM SEMPRE É SINAL DE INFECÇÃO! ● Anormalidades neurológicas (não consegue eliminar urina, por exemplo), ou sistêmicas – predispõe à infecção. ● Anormalidades estruturais (divertículo vesicouracal, pólipos, alterações enfisematosas, neoplasias, urolitíases, uretrostomia, entre outras): acúmulo de urina e bactérias, infecção recorrente. ● Anormalidades funcionais: diminuição do volume hídrico, retenção de urina (voluntária ou involuntária), doenças (DRC, HAC, corticoides, prostatopatias). Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 ● Disúria ● Polaquiúria ● Hematúria ● Urina turva/odor fétido ● Incontinência urinária São sinais inespecíficos, chamados de “sinais de trato urinário inferior”. ● Exames sanguíneos ● Urinálise ● Urocultura (em alguns casos) ● Diagnóstico por imagem NÃO EXISTEM ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS E BIOQUÍMICAS, NA MAIORIA DAS VEZES. ● não costumam aparecer leucocitose, anemia, azotemia, entre outras alterações em infecção de trato urinário inferior. Se houver, pensar em trato urinário superior ou outras doenças. SEMPRE PROCURAR SABER SE O ANIMAL POSSUI SINAIS CLÍNICOS DE TRATO URINÁRIO INFERIOR. BACTERIÚRIA: avaliar cada caso separadamente, de acordo com o método de coleta, armazenamento da urina e apresentação de sinais clínicos pelo animal. Preferir o método de coleta por cistocentese, e quando houver suspeita realizar urocultura. Dependendo do tipo de coleta, pode ser contaminação da amostra.. Se for realizada cistocentese, e o animal apresentar sinais, há provável infecçãode trato urinário e é recomendada a realização da urocultura (TESTE OURO). O animal deve estar sem antibioticoterapia por 3-5 dias para a realização do exame, coletado por cistocentese. Fonte: material apresentado na aula. Permite ver alterações em formato, lúmen e parede de vesícula urinária, além da presença de alterações como neoplasias, cistite enfisematosa, cálculos urinários. São utilizadas as técninas de ultrassonografia, radiografia e radiografia contrastada. (duplo contraste). Além disso, também pode ser realizada biópsia (cistoscopia). Bacteriúria subclínica Analgésicos AINES (quando não há lesão renal! -> meloxicam, carprofeno, etc.) Antibióticos (caso os SC persistirem, entrar com atb de 3-5 dias) ITU esporádica Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 Analgésicos AINES Antibióticos (FAZER CULTURA E ANTIBIOGRAMA) ITU recorrente Fonte: material apresentado na aula. Infecções em rins e ureteres. ● Poliúria ● Polidipsia ● Dor lombar ● Febre ● Pode ter associação com infecção do trato urinário inferior ● Exames sanguíneos ● Urinálise ● Diagnóstico por imagem ● Urocultura ● Leucocitose ● Azotemia ● Achados sistêmicos ● Pode ter anemia (processo inflamatório) ● DEU variável (se houver perda de função renal, pode reduzir a densidade urinária) ● Proteinúria de origem renal (aumento de RPC) ● Sedimentoscopia: ● Cilindros leucocitários e epiteliais ● Cilindros granulosos (grande quantidade) ● Células da pelve renal ● Leucócitos (piúria) Algumas vezes a urocultura pode dar negativo, pois a infecção é na pelve renal. Podem ocorrer alterações no formato renal, na textura, e presença de gás ou secreção na pelve, como em casos de pielonefrite por exemplo, presença de abscessos, entre outras alterações. Antibióticos IV nos primeiros dias: Tratar a lesão renal aguda (LRA). Avaliar parâmetros, monitoração 24 horas, pois o animal corre o risco de entrar em sepse. Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 ● Infecção ● Neoplasia ● Utolitíase ● Espessamento da bexiga → petéquias, epitélio pregueado, aumento de mastócitos → cistite intersticial ou cistite idiopática felina. Se houver outros órgãos acometidos, pode ter um quadro de Síndrome de Pandora, causado principalmente pelo ESTRESSE. São consideradas DTUIF ● Cistite idiopática felina (70-80%) – principal fator desencadeante: estresse ● Urolitíases (15-25%) ● Anormalidades anatômicas (1-10%) ● Infecções do trato urinário (1-8%) ● Neoplasias (< 1%) De acordo com a idade: < 2 anos: infecções do trato urinário; anormalidades anatômicas. 2 – 6 anos: cistite intersticial (mais comum); urolitíases; problemas comportamentais; anormalidades anatômicas (menos comum). >10 anos: infecções do trato urinário; urolitíases; neoplasias (menos comum). Semelhantes para todas as causas. ● Disúria ● Estrangúria ● Periúria (urinar em locais inapropriados) ● Polaquiúria (micções em pequenas quantidades) ● Hematúria (Sinais de trato urinário inferior) ● Interação com proprietários (saída do tutor) ● Muitos gatos no mesmo local ● Alterações ambientais (mudança de local de móveis, entrada de pessoas novas na casa, banhos) ● Dieta seca ● Baixa qualidade ● Obesidade ● Sedentarismo ● Avaliar obstrução (não obstruído → bexiga pequena e dolorida; obstruído → bexiga distendida e dolorida) ● Sinais de trato urinário inferior que resolvem em 4- 7 dias (disúria, estrangúria, periúria, hematúria...), mas podem ocorrer por mais tempo também ● Avaliar histórico do animal (presença de fatores estressantes) Se houver persistência do estresse → animal evolui para forma crônica (sinais persistentes por semanas/meses, recidivas constantes). Machos castrados > machos = fêmeas Sinais clínicos (de trato urinário inferior) Ausência de: ● Infecção bacteriana ● Urolitíase ● Divertículos vesicouracais ● Neoplasia Exames sanguíneos, urinálise e diagnóstico por imagem (Diagnóstico de exclusão) Não obstruído Hemograma: NDN Creatinina: normal Ureia: normal Potássio: normal Obstruído Hemograma: NDN Creat: aumentada Ureia: aumentada Potássio: aumentado EMERGÊNCIA! Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 ● DEU variável ● pH variável ● Sem proteinúria de origem renal, mas pode ter pós-renal ● SANGUE OCULTO (+ a +++++) ● Sedimentoscopia: Cristalúria (na maioria das vezes) → não é urolitíase! Hemácias (+ a +++++) Leucócitos (sem bactérias) → cultura negativa (geralmente não há infecção de trato urinário inferior) Geralmente só é encontrado espessamento da parede da bexiga na ultrassonografia. Retirar a causa → ESTRESSE! ● Principalmente locais com + de 2 gatos ● Aumentar potes de água (superfície ampla) Ex: se tiver 2 gatos na casa, tem que ter 3 potes de água em locais diferentes. ● Estimular ingestão hídrica (alimentos úmidos) ● Liteiras (limpas, secas e lugares calmos) ●Promover esconderijos e brincadeiras (enriquecimento ambiental) ● Quando a adequação ambiental falhar ● Amitriptilina 2 mg/kg, VO, SID (a noite) ● Gabapentina (dor neuropática, animais idosos) Avaliar doenças base, é uma emergência! Obstruções por: ● tampão uretral (70-80%) ● espasmo uretral (2%) ● cálculos (menos comum – 15-20%) ● neoplasia (raro) ● Melhorar condições sistêmicas: ● Desidratação ● Hipercalemia ● Acidose metabólica (RL melhor do que solução fisiológica, mesmo com potássio) ● Gera bradicardia, fraqueza e arritmias ● Excesso de K+ ● Tratamento: ● Dextrose (0,5 mL/kg/h): glicose para fazer o K+ entrar dentro da célula. ● Gluconato de cálcio 10% (0,5-1 mL/kg lento – monitorar com ECG): reduz os efeitos do K+ no coração. ● Insulina regular (0,25-0,5 UI/kg) + glicose 25% (1-2 g/UI): ambas “grudam” no K+ e fazem ele entrar na célula. As duas administradas juntas tem efeito mais rápido, em casos de bradicardia severa. ● se nada funcionar: diálise peritoneal ou hemodiálise ● Avaliar região de períneo (rupturas, plug, cianose, necrose, etc): vulva, pênis, esfíncter anal, uretra, etc. ● Desobstruir: cistocentese, agulha crânio-caudal (25x7), pode usar torneira de 3 vias, animal já deve ter sido estabilizado → utilização de catéter vascular (lentamente, com seringa de 10), hidropropulsão ou sondas uretrais (cuidado para não lesar/romper uretra) – sonda tom cat, de foley (melhores) e uretral.. ● Manual: massagear o pênis e comprimir levemente a bexiga. → Acepromazina 0,5 mg/gato IM, TID + Buprenorfina 0,075 mg/gato IM, TID (relaxa esfíncter uretral externo + analgesia) – pode manter no pós- desobstrução imediato. US e RX: uretra e bexiga Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 ● Inicialmente clínico ●Só em casos de obstruções uretrais irreparáveis/recorrentes, e lesão de uretra grave ● Uretrostomia perineal: gatos machos, “menores efeitos adversos” – uretrostomia pré-púbica ou subpúbica (não é primeira opção). ● Tratamento pós-cirúrgico: Pode manter ou não sonda uretral durante 24-72 horas, depende da quantidade de coágulos e debris celulares. “Lavar” a bexiga com RL ou solução fisiológica, 3-5x ao dia. Manter fluidoterapia (RL + K+) – pois animal elimina muito potássio após desobstruir, podendo causar hipocalemia. Analgésicos (tramadol 1-2 mg/kg, IV/SC, BID/TID) Antinflamatórios (Meloxicam 0,1 mg/kg, 1-3 dias; Cetoprofeno 1 mg/kg, 1ª dose) – cuidado com função renal. Complicações: coágulo na bexiga, infecção, urólitosólido, estenose uretral.. Lembrando que a cirurgia não é curativa, só desobstrui! Concreções do trato urinário (“pedra” de cálculo). Processo de formação do utrólito. Urólito em: Rins: NEFRÓLITO Ureter: URETERÓLITO Bexiga: UROCISTÓLITO (90-97% cães e gatos) Uretra: URETRÓLITO Urólito: macroscópico Cristais: só vê na microscopia Microurólito: “areia” URÓLITOS SIMPLES: >70% do mesmo mineral. URÓLITOS MISTOS: <70% do mesmo mineral (ex: 50% estruvita + 20% urato de amônio). URÓLITOS COMPSTOS: tem núcleo, corpo ou pedra, parede de revestimento e cristais de superfície (pode ser formado a partir de um corpo estranho, ex: fio de sutura). Várias composições minerais dos urólitos, mais comuns: oxalato de cálcio mono- hidratado, urato ácido de amônio, urato ácido de sódio (>98%). Urina com alta quantidade de cristais que se precipitam. Não existe núcleo orgânico, só minerais. ESTRUVITA EM GATOS, CISTINA E URATOS. Presença de bactéria urease positiva, que transforma ureia em amônia, que é tóxica e causa lesão da parede da bexiga, começando a ter descamação da bexiga e formação de núcleo orgânico (ou corpo estranho). ESTRUVITA EM CÃES. Começa a ter deficiência de fatores que inibem a cristalização (citrato, magnésio, pirofosfato), e começa a formar urólito. OXALATO DE CÁLCIO E FOSFATO DE CÁLCIO. Leva a sinais de trato urinário inferior: ● Disúria, estrangúria, hematúria, polaquiúria, periúria em gatos, lambedura excessiva de região perineal em gatos. ● ASSINTOMÁTICOS. (sinais não visíveis para o tutor). ● Sensibilidade à palpação, pode ter presença de estruturas ● Bexiga pequena e espessada ● Sensação de raspar em areia ao passar a sonda uretral ● Sem alterações Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 ● Sem alterações hematológicas e bioquímicas (só se houver obstrução – DUIF) ● DEU concentrada ● pH variável ● sangue oculto (+ a +++++) ● Sedimentoscopia: Células epiteliais de transição Hemácias Pode ter leucócitos e bactérias Cristais: geralmente sem relação com os cálculos, ela não pode ser um bom parâmetro para detectar ou prever o tipo de urólito. Todos formando sombra acústica na US! Fonte: material apresentado na aula. Determinar pelo RX: número de cálculos, localização e tipo de cálculo. *coágulo: não forma sombra acústica. Caso tenha cálculos na uretra: sonda uretral no pênis até chegar no processo obstrutivo, quando chegar, alguém faz pressão com seringa com solução fisiológica, e outra pessoa comprime a uretra prostática pelo ânus. Ao soltar, os cálculos da uretra vão para dentro da bexiga por pressão. Para urólitos pequenos: sonda animal, coloca fluido dentro da bexiga (8 mL/kg), e depois de colocar a fluido comprime a bexiga para expelir os cálculos. Cadelas: cálculos tem que ter <4mm para sair pela uretra Cães machos: <3 mm Gatas: <2,5 mm Gatos machos: NÃO FAZER! Cirurgia para retirada de cálculos vesicais maiores. Outra forma de retirada de cálculos vesicais. Após obter o cálculo por micção espontânea, expulsão mediante uroidropropulsão, cateterização uretral, cistostomia, endoscopia urinária, analisar: ANÁLISE QUANTITIVA: quanto tem de cada mineral no cálculo (melhor). ANÁLISE QUALITATIVA: qual mineral.. ESTIMULAR DIURESE: 1 pote de água por animal (1 pote + 1 para gatos), superfície ampla (gatos), fontes de água (gatos), potes de água em locais de maior acesso. Pode usar sachês, ou misturar água junto com o sachê. Acompanhar pela densidade urinária. Para os cálculos: 1. Estruvita 2. Oxalato de cálcio 3. Urato de amônia Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 Composição: Fosfato amônio magnesiano. Schnauzer, Bichón-Frisé, Poodle, Shih-Tzu, Yorkshire, Lhasa Apso e Pug. Fêmeas >85% 2-9 anos (média 6 anos). Ligada à infecção. Composição: Fosfato amônio magnesiano. ESTÉRIL – não tem a ver com infecção, e sim com maior eliminação do componente na urina.. Alimentação com ração a granel, de baixa qualidade (alto magnésio, fósforo, cálcio, cloreto, baixa gordura) + urina concentrada (baixa ingestão hídrica, baixa frequência miccional) = favorece o aparecimento desses cálculos. Tem dissolução (médica), ou cirurgia (laparotomia, videolaparoscopia, cistoscopia, litotripsia). Dissolução: CUIDADO → cães machos (grandes chances de obstruir durante a dissolução). Cálculos mistos: difícil dissolução Cálculos grandes: difícil dissolução Tratamento caro e longo? Por conta do tempo de dissolução. Pode não funcionar. Em gatos: funciona melhor do que em cães, pois não há componente infeccioso. Em gatos há dietas específicas. Para cães também tem rações terapêuticas, associado a antibióticos (baseado em cultura e antibiograma). Exemplo: cadela com cálculo de estruvita (80% chance) – associar ração terapêutica por 4 semanas, ingestão de água, analgésicos e troca do sanitário ou estimular a urinar (passear por exemplo). Repetir RX após 4 semanas, se começou a dissolver continua, se não e ainda está crescendo provavelmente não vai funcionar ou é oxalato de cálcio (não tem dissolução → cirurgia.). Falta de inibidores ou excesso de eliminação de cálcio na urina → hipercalciúria (dieta acidificante para dissolução de estruvita – baixo citrato, magnésio, alto oxalato e cálcio) – favorece a produção de oxalato de cálcio. Se tiver hipercalcemia: neoplasia perineal produzindo mais cálcio? Linfomas? Aumento de reabsorção óssea? Hipercalciúria idiopática (em gatos). Hipercalcemia → hipercalciúria. Schnauzer, Lhasa Apso, Yorkshire, Cocker Spaniel, Bichón-Frisé, Shih Tzu, Poodle. Machos >70% 5-11 anos (media 8,5 anos). Não existe dissolução, é sempre CIRÚRGICO. É possível fazer destruição por laser, sem realizar a cistotomia. Mais comum em dálmatas e buldogs ingleses, pois podem ter defeito no transporte hepático de ácido úrico. É radioluscente (só vê no RX contrastado). Sempre investigar possibilidade de cirrose e shunt portossistêmico. Denise Ramos Pacheco Professor: Dr. Leandro Z. Crivellenti – UFU 2021 Lembrando que a amônia também vem de proteínas endógenas e da alimentação, além de bactérias intestinais. A amônia vai ser convertida em ureia no fígado, em animais normais. Em animais com shunt portossistêmico, a amônia vai direto para a circulação → sai direto na urina e forma os cálculos. Em casos de cirrose, o fígado não consegue transformar amônia em ureia, sobra amônia no sangue e sai na urina → forma cálculo de urato de amônia. Dissolução médica: associar dieta com ração pobre em proteínas e bases purínicas + (associado ou não) Alopurinol (10-15 mg/kg, VO, SID/BID). Muitas vezes são de difícil dissolução, necessitando de remoção cirúrgica. Menos comuns. Sinais de trato urinário superior: ● PU/PD ● Estrangúria ● Hematúria ● Polaquiúria ● ASSINTOMÁTICOS (>90%) A maior parte dos nefrólitos são de oxalato de cálcio, sendo necessária remoção cirúrgica (nefrotomia, pielolitotomia) → porém só em casos em que o animal estiver com dor, perda de qualidade funcional renal ou obstrução. Caso contrário só acompanhamento. Ocorre em ureter, e a obstrução pode ser causada também por estenose ou neoplasia (que são menos comuns), e diferenciar também com fio de sultura de castração, por exemplo. Tem que agir rápido. Em cães: mais comum oxalato de cálcio, depois estruvita, estenose/granuloma (OH) e neoplasia. Em gatos: mais comum oxalato de cálcio, seguido por coágulo solidificado e estruvita. Menos comuns. Sinais de trato urinário superior: ● PU/PD? (mas sem sc de perda de função, pois geralmente acomete apenas 1 rim, a menosque o rim contralateral esteja comprometido) ● Estrangúria ● Hematúria ● Polaquiúria ● Lambedura do flanco (gatos) ● ASSINTOMÁTICOS Se o rim contralateral estiver funcionando bem, não ocorrem sinais de azotemia, DEU diminuída, leucocitose, sem alteração em potássio, pode ter hematúria. Geralmente não há nenhuma alteração em exames laboratoriais. Melhor diagnosticar por exames de imagem. US: pelve renal pode estar dilatada (pielectasia ou hidronefrose), e ureter com cálculo (ureterólito, formando sombra acústica posterior). A maioria das medicações não tem comprovação de que realmente funciona, mas podem ser usados: Glucagon (0,1 mg/gato, IV, BID). Bloqueadores alfa-adrenérgicos: Prazosina (cães: 0,067 mg/kg, VO, BID/TID e gatos: 0,07 mg/kg, VO, BID/TID); Tansulozina (0,004-0,006 mg/kg, VO, SID/BID). Amitriptilina (1 mg/kg, VO, SID para cães e gatos). É possível utilizar também furosemida e manitol. Tratamento por 3-5 dias, dependendo de função renal, infecção, etc. Monitorar hemograma, bioquímicos, urinálise e imagem a cada 12-24 horas. Se o tratamento clínico não funcionar: cirurgia. (ureterotomia).
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