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Lei Penal no Tempo e Leis Excpecionais e Temporárias (Arts. 2º e 3º do Código Penal)

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LEI PENAL NO TEMPO 
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
A lei rege todos os atos abrangidos por sua destinação quando entra em vigor até o fim de sua vigência, não alcançando os fatos posteriores e anteriores a ele, não retroage nem tem ultratividade. Vimos antes como a retroatividade se insere no âmbito penal. O abolitio criminis ocorre quando a lei nova deixa de considerar crime fato que antes era tipificado como ilícito penal. Configura uma situação de lei penal posterior mais benigna, atingindo fatos definitivamente julgados, até mesmo os em execução. A novatio legis incriminadora considera crime fato anteriormente não incriminado. É irretroativo e inexiste no nosso ordenamento jurídico, pois lei posterior que de qualquer modo agravar a situação do sujeito não retroagirá, e caso haja conflitos entre duas leis, sendo a anterior mais benigna do que a posterior, a anterior irá prevalecer, pois ela será nesse caso, ultra-ativa, e a posterior será irretroativa. A lei nova pode dar tratamento favorável ao sujeito, sem necessariamente descriminalizar a conduta, de modo a favorecer o agente mesmo que a sentença condenatória se encontre em fase de execução. A irretroatividade é incondicional. 
Nos crimes permanentes e continuados, será aplicada a lei posterior, desde que ainda haja permanência ou continuidade da conduta. A lei intermediaria, caso seja a mais benigna ao réu em comparação a lei posterior e anterior, será aplicável. Nesse caso, ela tem dupla-atividade, ela é retroativa e ultra-ativa. A conjugação da lei é a possibilidade de escolher e aplicar sempre os dispositivos mais benéficos ao réu, de forma a atender a regra constitucional. ASSIS TOLEDO professava que: “Em matéria de direito transitório, não se pode estabelecer dogmas rígidos como esse da proibição da combinação de leis”. 
LEIS EXCEPCIONAIS E TEMPORÁRIAS 
Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência.
As leis temporárias vigem por um período previamente determinado/fixado pelo legislador, pois regulam circunstancias transitórias especiais, já as leis excepcionais vigem durante situações de emergência. Essas leis tem ultra-atividade. Constitui elemento temporal do fato típico. Leis penais em branco tem o seu conteúdo lacunoso, sendo necessária a complementação através de outras normas jurídicas (geralmente de natureza extrapenal). Aplicam-se as regras de irretroatividade da lei mais severa e retroatividade da lei mais benigna (sucessão de leis no tempo) e o critério da ultra-atividade quando se busca assegurar o efeito do elemento temporal. A lei processual não tem efeito retroativo (princípio tempus regit actum, aplicável a todas as normas que regem a realização de atos processuais). Uma lei processual pode ser imprópria se determinar restrição de garantias ou de direitos fundamentais (restrição de liberdade), nesse caso, o princípio tempus regit actum não terá vigência, sendo aplicável a legislação vigente na época do crime (matéria de prescrição, prisão preventiva, provisória, etc.).

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