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apostila Arte e educação uninta

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3 
 
Anaisa Alves de Moura 
 Adriana Pinto Martins 
Neudiane Moreira Felix 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARTE E EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
Sobral/2017 
 
4 
 
 
 
5 
 
Sumário 
 
Palavra das Professoras autoras 
Sobre as autoras 
Ambientação 
Trocando ideias com os autores 
 Problematizando 
 
UNIDADE 01: A HISTÓRIA DA ARTE NO BRASIL 
 
O que é arte? 
O Surgimento da Arte desde a Pré – História a Contemporaneidade; 
LDB e PCN: uma visão legal sobre arte e educação 
 
UNIDADE 02: DESENVOLVENDO ARTE E EDUCAÇÃO 
 
O Compromisso em saber e ser Professor de Arte 
O Ensino da Arte na Educação Infantil e Séries Iniciais 
O Professor de Arte X O Ensinar X Aprender Arte 
Música e Dança na escola 
A Representação Teatral e a Arte 
Artes Visuais e o Professor de Arte 
O Professor de Arte no Século XXI 
Planejando as aulas de arte 
Avaliação em Arte 
 
UNIDADE 03: OFICINAS E VIVÊNCIAS 
 
O desenvolvimento das crianças no ensino de artes 
Brincadeiras para ensinar reciclagem às crianças 
 
 
Explicando melhor com a pesquisa 
Leitura obrigatória 
Pesquisando na internet 
 
6 
 
Saiba mais 
Vendo com os olhos de ver 
Revisando 
Autoavaliação 
Bibliografia 
Bibliografia Web 
Vídeos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Palavra das Professoras 
 
Olá estudantes! 
 
É com muito prazer que escrevemos este material como quem escreve uma 
carta ao futuro. Enquanto escrevemos pensamos: o que estará acontecendo no 
mundo no exato momento em que você estuda esta disciplina? Se abrirmos a 
página de um computador tão logo perceberemos diversos acontecimentos no Brasil 
e no mundo: descobertas científicas, guerras, inventos tecnológicos, o lançamento 
de novas músicas e muitos outros fatos que certamente poderão influenciar no que 
pensamos, na forma como agimos e nas escolhas que fazemos. E talvez você esteja 
perguntando: o que tudo isso tem a ver com Arte? 
 
Enquanto produzíamos cada unidade de estudo deste material, o nosso 
agora, o nosso hoje, combinado a todas as nossas experiências anteriores, em 
especial com a Arte, estavam nos influenciando, nas escolhas dos artistas, das 
obras, dos movimentos, das oficinas e vivências na sala de aula, no trabalho 
docente, enfim, tudo o que apresentaríamos a você. Da mesma forma com o que 
está acontecendo com você no seu agora, no seu hoje, em conjunto com tudo o que 
já viveu inclusive suas experiências artísticas, vai interagir com a sua leitura, com as 
atividades que realizará com tudo o que vivenciará a partir de agora. 
 
Foi pensando nisso que construímos este material, como uma ferramenta 
indispensável para sua formação profissional enquanto educador ou futuro docente 
para que você se relacione com ele, junto com seus colegas na sala virtual, seu tutor 
e professor, até mesmo em sua comunidade para que interaja e assim descubra 
novos assuntos, novas experiências, novas possibilidades, novos caminhos e 
construa novos conhecimentos, em um ciclo constante de interações e 
transformações. 
 
As autoras! 
 
 
 
8 
 
Sobre as autoras 
Anaisa Alves de Moura, mestre em Ciências da Educa-
ção - Lusófona - Lisboa/Portugal (2016). Especialista em 
Psicopedagogia Institucional, Clínica e Hospitalar - INTA 
(2016). Especialista em Educação a Distância pela 
Universidade Norte do Paraná - UNOPAR (2015). 
Especialista em Psicopedagogia e Educação Especial pela 
Universidade Cândido Mendes - UCAM - Rio de Janeiro 
(2014). Especialista em Ciências da Educação pelas Faculdades INTA (2013). 
Especialista em Gestão Escolar pelas Faculdades INTA (2009). Graduada em 
Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (2006). Atua como 
professora ministrando aulas pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Vale do Acaraú - 
IVA, PARFOR/CAPES/UVA como Professora Pesquisadora I desde 2013 pela 
Universidade Estadual Vale do Acaraú e Instituto Superior de Teologia Aplicada - 
INTA (Pós- graduação). Atualmente, exerce a função de Revisora Crítica/Analista de 
Qualidade, na produção de material didático, na área de Educação a Distância para 
os cursos de Licenciatura em Pedagogia, História e Educação Física - INTAEAD. 
 
 Adriana Pinto Martins, especialista em Gestão Escolar 
e Biologia pelo Instituto EDUCAR (2014). Especialista em 
Literatura e Português. Pedagoga pela Universidade 
Estadual Vale do Acaraú- UVA (2003). Tem experiência 
com a Educação de Jovens e Adultos-EJA (2012-2014). 
Desenvolveu trabalhos como Supervisora Pedagógica 
pela Secretaria de Educação do município de Ipu/Ce 
(2009). Atuou como Tutora Educacional do curso de PROLETRAMENTO, na 
formação continuada de professores das séries iniciais no município de Pires 
Ferreira/Ce e do PROGRAMA GESTÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR - 
GESTAR II, nos anos finais do Ensino Fundamental II em Ipu/Ce. Atualmente 
compõe a Equipe de Transposição Didática das Faculdades INTA na organização de 
material didático para os cursos em Educação a Distância – EAD. 
 
 
 
9 
 
 
Neudiane Moreira Felix, Especialista em Gestão e Docência 
da Educação Superior pela Universidade Estadual Vale do 
Acaraú - UVA (2014). Possui graduação em Letras pela UVA 
(2009). Ministra disciplinas pelo Instituto de Estudos e 
Pesquisas do Vale do Acaraú – IVA /Sobral – CE desde 2010. 
Professora Pesquisadora II do Plano Nacional de Articulação e 
Formação de Professor da Educação Básica - 
PARFOR/UVA/CAPES. Atualmente atua na área de Educação 
a Distância do Instituto Superior de Teologia Aplicada - INTA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Ambientação 
 
 
Bem vindos à disciplina de Arte e Educação! 
 
A arte está presente em todas as sociedades humanas. O interesse pela arte 
é um dos elementos que nos caracteriza como espécie. Essas manifestações podem 
ser muito individuais, mas dificilmente conseguiriam isolar-se completamente de seu 
contexto cultural e social. É por isso que a arte pode ser estudada do ponto de vista 
de várias áreas do conhecimento: da Filosofia, da História, da Sociologia, 
Antropologia etc. Nenhuma delas, de fato, consegue analisar a arte 
independentemente. Não é possível encontrar apenas uma definição para qualquer 
tipo de manifestação artística. A arte existe de muitas formas, com diferentes 
conceitos. Cada civilização produz arte e a define dependendo de seus costumes, 
valores e história. 
 
A partir das leituras e dos diálogos com os teóricos, descobrimos que são 
unânimes em afirmar que a arte trás grandes contribuições para educação. É preciso 
considerar também as dificuldades enfrentadas pelos professores de arte em seu dia 
a dia, essa questão está relacionada à falta de formação adequada aos professores 
e implica no despreparo desse professorado para lidar e superar as dificuldades 
cotidianas. Para tal empreitada no contexto educacional, o ensino de arte é o espaço 
mais propício embora não seja o único. 
 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Trocando ideias com os autores 
 
Agora é o momento de você trocar ideias com os autores 
 
 
Sugerimos que leia a obra Arte na Educação Escolar, uma 
obra fascinante e indispensável sobre o ensino e a 
aprendizagem de arte, enfocados pelo prisma da educação 
estética e artística. As autoras dirigem-se aos professores 
em formação ou atuando, propondo que reflitam sobre sua 
teoria e prática, como organizadores do conhecimento 
estético e artístico dos estudantes. Para atingir tais 
finalidades, apresentam o ensino de arte com estudos da 
linguagem da arte, da teoria e da história da arte. Enfatizam que tais conhecimentos, 
pelos estudantes, são imprescindíveis à sua formaçãoartística e estética, 
principalmente quando mediados pelo fazer artístico, a apreciação estética e a 
comunicação na sociedade. 
 
FERRAZ, Maria Heloísa C. de; FUSARI, Maria F. de Rezende. Arte na educação 
escolar. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2010. 
 
Propomos também a leitura do livro A História da Arte do 
autor GOMBRICH, uma obra maravilhosa que busca 
introduzir o leitor ao mundo da arte, apresentando desde as 
pinturas rupestres da pré-história até a arte experimental 
contemporânea. O desenvolvimento da pintura e da escultura 
é tratado tendo como pano de fundo os sucessivos estilos de 
arquitetura. Na obra, o autor descreve seu objetivo como 
sendo o de trazer alguma ordem compreensível à riqueza de 
nomes, períodos e estilos que preenchem as páginas. Usa a sua percepção da 
psicologia das artes visuais a fim de fazer o leitor ver a história da arte como uma 
tela contínua e uma mudança de tradições, em que cada obra reflete o passado e 
aponta para o futuro. 
 
 
12 
 
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2013. 
 
 
 
Guia de Estudo: Após a leitura das obras, realize uma comparação entre as ideias 
dos autores, em seguida faça um texto dissertativo-argumentativo sobre o que mais 
lhe chamou atenção e disponibilize na sala virtual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Problematizando 
 
 
 
Convidamos você para analisar a seguinte situação - problema: Silvana é 
professora da disciplina Arte e Educação para as turmas do 5° ano do Ensino 
Fundamental. Vamos analisar a hipótese que os estudantes têm demonstrado falta 
de interesse pelas aulas de Arte. 
 
O que está acontecendo que essas aulas não estão atrativas? Que tipo 
de erros este educador está cometendo? De que forma o educador poderia 
inverter esta situação? Apresente uma solução para motivação dos estudantes 
no ensino da arte. 
 
 
 
 
 
Guia de Estudo: Considerando a situação mencionada como ponto de partida para 
a reflexão, propomos que discuta e responda às interrogativas acima descritas, de 
acordo com os conceitos e assuntos que serão aqui estudados. É importante 
dialogar com seus colegas na Sala Virtual, sobre suas considerações frente aos 
questionamentos apresentados. 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
15 
 
A HISTÓRIA DA ARTE NO 
BRASIL 
 
1 
Conhecimentos 
. 
Compreender a arte como fato histórico contextualizado nas diversas culturas, bem 
como os diferentes conceitos de arte e suas implicações 
no processo de compreensão da sociedade. 
Entender os aspectos legais da arte na LDB enquanto disciplina no 
currículo escolar e a importância da reestruturação das propostas curriculares 
(PCNs). 
 
Habilidades 
 
Identificar a arte e a cultura como determinações sociais no processo de educação, 
observando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos. 
Reconhecer as Leis de Diretrizes que regem e amparam o ensino de artes no 
Brasil.(LDB) 
. 
Atitudes 
Apreciar a arte, contribuindo tanto para o processo pessoal de criação dos 
estudantes como também para o conhecimento do significado que ela desempenha 
nas culturas humanas. Saber aplicar os critérios legais incentivando o ensino de 
artes e sua importância nos dias atuais. 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
O que é Arte? 
 
Cada sociedade, em épocas e lugares diversos, define seus padrões 
artísticos, e entende a arte de modo diferente. Para responder de forma direta a esta 
pergunta é preciso um pouco de reflexão e cuidado, pois sabemos que não exista 
somente um único jeito de se entender a vida e o mundo. Neste material você não 
vai encontrar um conceito pronto e acabado como única definição para esta 
pergunta, mas vai encontrar x respostas. Sabe por quê? O que é arte para uma 
cultura pode não ser para outras. Arte não é simplesmente um componente qualquer 
que foi pintado ou esculpido e nos causou admiração pela sua beleza estética. Com 
tantos conceitos, eis aí a nossa tentativa de definição: 
 
Arte é toda manifestação humana imposta a partir da percepção, emoção e 
ideias, com o objetivo de estimular esse interesse de consciência em um ou mais 
espectadores, e cada obra de arte possui um significado único e diferente. 
 
Toda atuação educacional inicia-se por uma significação clara das ideias 
que a norteiam e fundamentam, estabelecendo os parâmetros que orientam as 
tomadas de decisões. Nesse sentido, a primeira definição que devemos construir é 
a de “Arte”. Nesse significado, temos de estabelecer de pronto o que entendemos 
por arte, de quais tipos de arte estamos falando neste texto. Partamos do sentido 
comum, que envolve as artes como o conjunto das antigas “belas Artes”: a pintura, 
a escultura, a poesia, a arquitetura e a música. 
 
Mas também é comum ouvir declarações com significados derivados: arte 
de amar, arte de viver, arte de cozinhar. Dessas expressões, pode-se deduzir que 
“Arte” seria um modo de fazer, um jeito de cozinhar, de viver ou de amar. Mas 
seria a arte apenas a desenvoltura de fazer algo? Arte seria apenas um bem 
fazer? Se assim fosse, poderíamos falar de tantas artes, quantos seriam os 
fazeres humanos. 
 
 
18 
 
Com todos os questionamentos expostos até agora, temos a certeza que 
você estudante entenderá o que é a arte. Vamos continuar refletindo ? 
 
Arte seria então, uma maneira simbólica de fazer pinturas, desenhos? Um 
aspecto de dançar ou de cantar? Um modo especial de instalar espaços 
arquitetônicos? É claro que não! Não podemos restringir a ideia de arte a um modo 
de fazer as coisas. 
 
O que poderia nos aliviar é que essa dúvida vem desde a antiguidade. A 
palavra “Arte” já teve, e ainda poderá ter muitos significados. No tempo dos gregos 
e romanos, arte era indústria, ofício e também o mesmo que hoje, em senso 
comum, entendemos como Arte. A arte era tudo que era feito com uma habilidade 
especial. Daí vem a ideia que está contida na frase “A Arte de cozinhar” que nesse 
sentido seria um domínio dos fazeres da culinária. 
 
Essa situação de indefinição pode levar a dois comportamentos adversos: 
por um lado, estaria os que veem a arte como algo que não se pode ter acesso, 
uma espécie de conhecimento inacessível. Por outro lado, estariam os que 
acreditam que este campo, o da Arte, é um terreno sem dono, facultando a 
qualquer um dizer sem o menor receio: “Acho que isto é arte” ou “Isto não é arte”. 
 
Essa ilusória confusão, talvez seja provocada de início porque não nos 
ensinam que a arte é viva e está em constante mudança. A forma com que ela se 
apresentava ontem, por certo não é a mesma de hoje. Confiar que a aparência das 
artes hoje deveria ser semelhante às artes do passado, é o mesmo que idealizar 
que as pessoas de hoje deveriam vestir-se iguais aos costumes e modas do 
passado. 
 
Podemos então acrescentar que a arte não é simplesmente uma execução, 
uma produção, uma inspiração, criação de objetos, desenhos e telas ou ainda 
cantar, encenar, contar histórias de modo interessante. O fazer ou o saber fazer 
 
19 
 
não considera a complexidade ou a totalidade do que aprendemos por arte, nem 
alcançam a perfeição de sua essência. 
 
Arte é muito mais do que podemos imaginar. Arte é também invenção. 
Porém não é apenas o implementar ou a realização de um projeto, a fabricação de 
algo dado, segundo regras apresentadas ou preparadas. A Arte é um improvisar 
que, enquanto se faz, imaginamos o que estamos realizando e o modo que 
estamos fazendo. A Arte é uma atividade onde: 
 
 A execução e invenção acontecem simultâneas, uma não se separa da 
outra. 
 O incremento de realidade é constituído de um valor original. 
 
Nos afazeres artísticos, concebe-se executando, projeta-se fazendo, 
encontra-se a regra operando, já que a obra só existe quando é acabada. Só 
escrevendo, pintando ou contando é queela é encontrada, concebida e inventada. 
 
Perceba então: arte não é apenas o que admiramos pela agilidade de 
execução ou pela engenhosidade. Arte é aquilo que nos ajuda a perceber e 
compreender o mundo e que pode ser feito por muitas técnicas distintas. 
 
De acordo com o pensamento de Tzvetan Tudorov (1999), essa é uma 
visão do mundo ocidental. A Arte ocidental difere profundamente de outras 
tradições artísticas importantes, como a indiana, a chinesa e a árabe, que não dão 
a importância que nós ocidentais damos à inovação, invenção e originalidade. Se 
para nós a arte está em permanente mutação, para eles a arte é perene, imutável. 
 
 
 
 
 
20 
 
O Surgimento da Arte desde a pré-história a 
contemporaneidade 
 
Podemos dizer que tudo tem história: nós, nossas famílias, nossas casas, 
os objetos que nos pertencem, até os modos de pensarmos. Todavia, somos 
obrigados a reconhecer a incapacidade de explicarmos os motivos que 
contribuíram para um acontecimento ainda que ele nos envolva diretamente, Mas, 
independentemente desse fato, temos de reconhecer a importância da história e, 
em especial, a história das Artes. E por que devemos nos preocupar com a história 
das Artes? A história serve afinal para quê? 
 
A história não é a reconstrução de um passado, mas um discurso de como 
imaginamos o passado. Talvez, só possamos verdadeiramente conhecer o 
presente com os fragmentos que sobreviveram do passado real e que nos 
permitem imaginar, de forma incerta, como foi o passado. 
 
É quase impossível para um historiador avaliar, compreender e explicar os 
acontecimentos sócio-político-econômicos do passado, sem ser influenciado por 
sua visão pessoal de mundo, imagine a dificuldade de se investigar a produção 
artística de um tempo ou determinado lugar. 
 
 Uma boa recomendação para quem deseja conhecer sobre a História da 
Arte, será a partir da observação das próprias obras de Arte. (BRASIL, 1997). Elas 
são documentos inteirados para se trabalhar, algumas afrontas são cognitivas e 
imprescindíveis para o docente na sala de aula com os estudantes, são elas: O que 
nos diz a obra, o que ela nos fala? Com quais materiais, como foi feita? Qual 
época, tempo e ano? Quem a fez? De que modo e quais procedimentos foram 
empregados na sua elaboração? A obra pode falar tudo isso se for adequadamente 
investigada. 
 
Essas interrogativas não devem se limitar aos historiadores. Todos nós, 
professores, estudantes e amantes das artes, devemos ter essa visão de 
 
21 
 
pesquisador se pretendemos “ler” e captar o que a obra de arte nos diz. Podemos 
sugerir uma boa dica: tentemos escutar seu diálogo conosco. Em outras 
pesquisas, devemos procurar como ela foi recebida pela sociedade em seu tempo. 
E qual a relação da obra, no momento de sua produção, com a realidade mais 
ampla da sociedade onde ela foi inserida. 
 
A justificativa mais simples as indagações acima se baseiam na pulsão 
humana de conhecer os caminhos já trilhados no passado. E, mesmo que não 
tenhamos uma imagem perfeita de espaço de tempo, já nos satisfaz, pelo menos 
provisoriamente, saber a direção, o sentido e qual o caminho por onde se deve 
seguir. 
 
Observemos, como exemplo, a ilustração abaixo: trata-se da urna marajoara, 
pertencente a um grupo humano que viveu numa ilha chamada de Marajó, 
localizada no Pará, antes da colonização. Não se sabe com absoluta exatidão o 
significado da peça para sociedade que a produziu, visto que é um objeto 
arqueológico. Não temos nem mesmo informações de qual era a ideia de arte dessa 
cultura ou se possuíam um vocábulo equivalente a “arte” em sua linguagem. Ao 
considerar sua forma, no entanto, pode-se compreender que é um objeto com 
alguma utilidade prática, lembra um grande vaso. Estudos arqueológicos indicam 
que é uma urna funerária, ou seja, objeto que servia para conservar os restos 
mortais de uma pessoa. Essa urna lembra o formato humano e possui figuras 
geométricas em sua altura. Quem a produziu preocupou-se, além de dar forma à 
função pretendida, em atribuir-lhe elementos que podem ser alegóricos. O que nos 
leva a pensar que, para essa sociedade, a arte devia ser admirável no momento de 
atribuir um significado, possivelmente religioso, à morte. 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: https://br.pinterest.com/pin/289215607293473132/ 
 
22 
 
Com a história das artes, podemos notar os inícios e motivos de cada 
época que ilustram o desenvolvimento temporal dos modos de fazer arte. A arte 
pode apresentar diferentes funções em cada sociedade. Ela pode contar histórias, 
educar, provocar reflexão; representar a realidade ou criticá-la; ser manifestação 
dos sentimentos do artista, do sonho, imaginação ou fervor religioso; e também 
não ter função alguma, bastando-se por si mesma. Quando entra em contato com 
o público, pode também gerar interpretações muito diferentes das pretendidas pelo 
artista. 
 
Podemos afirmar de uma forma mais geral que, as manifestações de arte possuem 
em comum seu caráter estético. Mas você sabe o que é estética? Compreende 
essa palavra? O que ela significa? Vamos aprender agora! 
 
O termo origina do grego [aisthésis], que significa “percepção”. Essa 
expressão equivale àquilo que nos chega pelos olhos, boca, tato, olfato e paladar, 
mas alcançar algo pelos sentidos gera reações além de sensações físicas, o que faz 
com que a experiência estética envolva também a explicação feita pela mente, a 
memória, imaginação e as associações com que se conhece. Uma obra pode 
despertar experiências muito adversas nas pessoas. 
 
A estética é uma área de estudo também da Filosofia, que busca refletir 
sobre experiências relacionadas à arte e ao belo. Para várias culturas e épocas, a 
arte é entendida como uma representação da beleza, por isso a associação é 
comum até hoje. Mas não é só beleza que interessa à arte. O feio, o grotesco, o 
brusco também provocam experiências estéticas. Entre as obras que você viu nesta 
unidade, por exemplo, há uma do artista espanhol Francisco de Goya (1746 – 1828) 
que é parte de uma série que ficou conhecida “Os desastres da guerra”. Note o 
destaque da imagem, em nada bonita ou agradável, mas perturbadora. Isso não 
subtrai seu caráter artístico ou estético. 
 
 
 
 
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Los_Desastres_de_la_Guerra 
 
 
Atualmente, a palavra estética é muito associada a salões de beleza, 
tratamentos corporais, cirurgias etc. Seu uso não está errado, porque a palavra tem 
realmente relação com a ideia de beleza, mas para arte, a estética assume um 
significado muito mais abrangente. Aquele que entra em contato com uma obra de 
arte, por exemplo, costuma-se dizer que passa por uma experiência estética. 
Também pode ser usada para se referir às características de uma obra ou 
movimento artístico, ou seja, os elementos que a definem. 
 
 Mas de onde vem a necessidade e vontade de criar, de se manifestar 
artisticamente? Como surgiram as formas de arte? Como já comentamos 
anteriormente, existem muitas conceptualizações para se explicar o que é arte, ou 
mesmo diferentes motivações que levam os artistas a fazerem o que fazem, mas 
não é possível saber com precisão quando o ser humano começou a fazer o que 
hoje entendemos por arte. Esse é um dos muitos segredos do passado da 
humanidade. No entanto, alguns vestígios arqueológicos, nos dão pistas de como 
nossos ancestrais viviam e quais eram suas motivações para criar. 
 
Arte das cavernas 
 
Na pré-história, acredita-se que, tentar entender a morte, a vida, o mundo e 
os fenômenos naturais, o ser humano tenha criado mitos e rituais para simbolizar 
sua existência e conexão com tudo o que estava em sua volta, que se possa ou não 
ver. Esses manifestos aconteceram entre vários povos do mundo, durante os 
 
24 
 
milhares de anos desse período, acompanhando os processosde povoamento dos 
continentes. As primeiras manifestações de arte teriam suas origens a partir desses 
rituais. 
 
As manifestações de arte mais remotas que temos conhecimento hoje tratam 
de aproximadamente 40 mil anos atrás, do período da Pré-história conhecido como 
Paleolítico Superior. Conhecidas como arte “rupestre”, termo este que faz menção 
às rochas, paredes das cavernas onde se encontram grande parte desses registros. 
De acordo com a figura abaixo é representado o uso de materiais da natureza, 
presentes no ambiente, como: carvão, pedras, sangue de animais e pós-minerais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://vovomoina.blogspot.com.br/2012_05_01_archive.html 
Essas imagens ao contrário do que poderíamos supor, nos mostram que o ser 
humano, nesse período, havia desenvolvido um avançado domínio técnico, criando 
imagens que imitavam a realidade e algumas representações, que transmitem a 
impressão de movimento. Estudos de investigação também indicam que, ás vezes, 
numa mesma caverna, grupos humanos separados por muitos séculos deixaram 
seus registros. 
 
 As pinturas rupestres preservaram-se ao longo de milhares de anos e se 
caracterizam, por serem materiais, ou seja, concretas. Isso permite que imaginemos 
como surgiu a arte e como era a vida desses nossos ancestrais, o mundo que os 
rodeava, seus mitos e crenças. 
 
 
 
25 
 
Na Antiguidade 
 
No ocidente, em Atenas aparece a música como definição de educação, 
um artifício de busca do incremento tranquilo das pessoas, em seus apegos 
físicos, intelectuais, estéticos e morais. A música tinha uma seriedade superior às 
outras artes, por ser uma declaração independente como linguagem e não uma 
simples cópia do mundo visível. 
 
Contudo, o primeiro método artístico a ser ensinado, ainda no século IV a.C., 
foi o desenho, com a finalidade de permitir uma melhor arbitragem da beleza. 
Observe-se que o desenho é um método muito ativo de leitura do mundo. Você só 
desenha o que reconhece e compreende. Depois, percebeu-se que para a 
concepção de líderes era admirável o domínio da retórica, e que, nesse campo, 
era importante distinguir e estudar os poetas antigos. Aristóteles considerava que 
a música e a poesia eram educacionais no sentido moral e anunciava a 
capacidade cognitiva do teatro e outras artes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: http://cienciaestelar.blogspot.com.br 
 
Observemos na imagem acima: representação de um ritual sagrado, 
praticado na Grécia antiga, em homenagem ao deus Dionísio, deus do vinho e da 
fertilidade. Com a valorização e absorção da cultura e da arte dos gregos, levadas 
a efeito pela elite romana, surgem ateliês de reprodução de objetos artísticos 
gregos, principalmente de esculturas. Durante o império romano, pouca coisa 
mudou na concepção dos valores artísticos e nos processos de ensino das artes. 
 
26 
 
Pode-se imaginar que esse processo de reprodução, foi promovido pelo 
surgimento do colecionismo entre os romanos, torna-se um importante meio de 
transmissão de técnicas e modos de execução artística. Entretanto, como é 
admissível supor que o uso abusivo de reproduções se tenha tornado um inibidor 
dos procedimentos artísticos criativos propriamente ditos, é cabível considerar o 
executor das cópias escultóricas apenas como um artesão. 
 
Na Idade Média 
 
Se levarmos em consideração o insignificante nível de alfabetização da 
população, vamos entender a necessidade da utilização de imagens e pinturas 
nos processos de catequese e comunicação das ideias e valores da religião. Era 
impossível a cada povoado não dispor de um ateliê para a fabricação de utensílios 
de uso cotidiano, inclusive religioso. 
 
Outro importante fator na manutenção das atividades artísticas na Idade 
Média foi a Regra Beneditina, que declarava, em sua norma 47, que “a ociosidade 
era o pior inimigo da alma” e especificava que os monges deveriam dedicar sete 
horas diárias às atividades manuais, e duas horas à leitura das Sagradas 
Escrituras. Esse costume fazia com que os religiosos se dedicassem as várias 
atividades criativas, como: vidraçaria, caligrafia, miniaturismo, bordados, 
marcenaria, ourivesaria, marroquineria, etc. Vale advertir a visão de Santo 
Agostinho, que percebia a dificuldade de se alcançar o conhecimento apenas 
pelos caminhos da razão, sem as boas obras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Observe a imagem abaixo S. Bento entregando a Regra aos monges. 
 
, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.snpcultura.org/pedras_angulares_vida_monastica_4.html 
 
Com o passar do tempo, com o objetivo de controlar a demanda de 
aprendizes que podiam se dedicar ao ofício, surgem os grêmios artesanais, que 
unem trabalhadores da mesma profissão. O objetivo dos grêmios na verdade, era 
a distribuição do trabalho e controlar o fluxo de produtos no mercado. Depois de 
cinco ou seis anos de trabalho duro, pagando ou recebendo soldo, aprovados num 
teste da agremiação, alguns poucos aprendizes recebiam o certificado de mestre e 
podiam abrir o seu próprio ateliê. Ter aprendizes era privilégio exclusivo dos 
mestres. O processo de ensino se baseava no preparo de materiais, trabalhos 
iniciais, execução de pequenos serviços e, finalmente, na imitação do trabalho do 
mestre. Esse tipo de ensino não buscava o desenvolvimento da originalidade, mas 
apenas o desenvolvimento das habilidades técnicas de realização artesanal. 
 
No Renascimento 
 
No período Renascentista surgem as preocupações humanistas, as obras 
de arte adquirem uma posição mais respeitável e a educação passa a ser 
compreendida como um direito de todos, e não apenas de religiosos e 
governantes. 
 
28 
 
Leonardo da Vinci foi uma das pessoas que mais contribuíram para o 
desenvolvimento das artes e das ciências no Renascimento (1452-1519). 
Acreditava que a sabedoria era obra da observação do mundo verdadeiro e 
experiências. Observe a famosa imagem da pintura Monalisa: 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/artes/monalisa.htm 
Com as artes plásticas já separadas do artesanato, os processos de ensino 
sofreram profunda mudança. Com a ampliação do contingente de pessoas que 
frequentavam as escolas, o debate e a disputa oral – característicos do ensino 
medieval, vão paulatinamente sendo substituídos pela leitura silenciosa e pela 
escrita. E, através da ampliação do uso dos livros, os estudantes são levados a 
admirar a beleza da literatura, da poesia, do teatro e das artes. Os artistas passam 
a ser reverenciados como possuidores de qualidades especiais e são admitidos 
como membros da elite intelectual. 
 
Na área do ensino das artes, constituem-se as bases dos sistemas de 
formação acadêmica: somente após se obter um completo domínio da execução 
de detalhes, inicia-se o estudante pela reprodução de obras realizadas por 
mestres e continuamente em papéis auxiliares na execução de obras completas, 
até obter condições de realizar obras com autonomia. 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
No Tempo do Absolutismo 
 
A proibição do ensino fora das academias foi um dos 
modos de estabelecer o domínio sobre os valores 
estéticos. Os artistas analisaram parte das 
organizações de Estado e a orientação da produção e 
do consumo era supervisionada pelo governo, 
privilegiando os artistas que utilizavam ao “estilo 
oficial”. Era assim que se impunham os estilos hoje denominados Luís XIV, Luís 
XV, Dom José, Maria Primeira, Filipino, Império, etc. Observe na imagem acima 
mesa de escrever, de transição para o Estilo Luís XVI. 
 
Fonte: http://www.wikiwand.com/pt/Estilo_Lu%C3%ADs_XV 
 
As porcelanas, tapeçarias e tecidos recebiam orientações de 
governo na elaboração dos objetos que seriam adquiridos 
para uso das cortes. Naquela época, as artes, os ofícios e 
artesanatos eram subjugados aos interesses dos 
governantes. Veja a figura ao lado Cadeiraem estilo Luís 
XV, Fauteuil à la reine com braços, estofos em tapeçaria de 
Beauvais com cenas inspiradas nas fábulas de La Fontaine. 
 
 Fonte: http://www.wikiwand.com/pt/Estilo_Lu%C3%ADs_XV 
 
A estrutura do processo de ensino estabelecido no Renascimento, com 
pequenas variações e modificações, persistirá no ensino tradicional até o século 
XVII, quando tem início o domínio do pensamento político absolutista. Nesse 
século, os temas de caráter religioso são substituídos por valores e interesses das 
elites que ocupam os governos. A organização das academias é dominada pelos 
eventos esportivos e pela censura política. 
 
 
 
30 
 
 No século XIX o alcance do Romantismo 
 
A originalidade se converteu no principal valor da arte. Tem iniciado a 
separação educacional de artistas e artesãos. Os artistas passam a estudar em 
universidades. O sistema de mecenato, controlado pelo governo, rejeitou lugar ao 
sistema dominado pelo mercado. 
Em oposição direta ao ensino acadêmico, é nesse século, que surge a ideia 
de permitir ao estudante o máximo de liberdade possível para que ele 
desenvolvesse o seu talento, enquanto o professor apenas supervisionaria seu 
trabalho. 
 
Os estudantes no ensino de artes nas universidades americanas iniciavam 
por adquirir conhecimentos teóricos, sem orientação ou ligação com as aplicações 
práticas desses conhecimentos, só depois disso é que se iniciavam os estudos 
ligados à prática e em seguida à efetiva elaboração para as atividades 
profissionais. 
 
 
Fonte: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/autores-do-romantismo.html 
 
Não podemos deixar de citar a revalorização dos artistas e das artes do 
passado, já na segunda metade do século XIX, provavelmente por influência dos 
valores românticos, a arte é identificada como um processo de elevação moral, em 
antagonismo à visão do artista apenas como criador de novidades. 
 
 
 
31 
 
O Século XX 
 
No inicio do século XX, uma característica comum às propostas e métodos de 
ensino das artes foi a influência da psicologia orientando a busca de uma expressão 
libertadora através dos fazeres artísticos. Nesse pressuposto, teve inicio a 
assimilação dos valores artísticos experimentados nas propostas de vanguarda, e 
ganhou importância a prática da livre expressão. Propunha-se a abolição de todas 
as regras que impediam a expressão pessoal no modo de se fazer arte. Abaixo Les 
Demoiselles d'Avignon, uma das principais obras de Picasso, um dos maiores 
pintores do século XX. 
 
 
 
Fonte: http://www.guiadasemana.com.br/arte/noticia/principais-obras-de-pablo-picasso 
 
 
A livre expressão começa a perder força depois dos anos 1930, e inicia-se o 
desenvolvimento das propostas que buscam o entendimento da arte como um modo 
de transformar a vida das pessoas. A arte é vista além de um modo de expressão, 
como um meio de transformação dos indivíduos e da sociedade 
 
A educação artística nesse sentido incorpora objetivos vinculados à vida 
social e a comunidade. A arte somente atingiria maior relevância caso estivesse 
relacionada com o cotidiano das pessoas, era o que se imaginava: ajudando, entre 
outras coisas, a desenvolver personalidades equilibradas e integradas, o aumento 
a sensibilidade e a criatividade, o desenvolver a capacidade de resolver problemas 
 
32 
 
cotidianos relacionados aos valores estéticos eram alguns exemplos de como 
funcionava este modelo de ensino. 
 
A Bauhaus 
 
Escola de design, artes plásticas situada na Alemanha, fundada em 1919 e 
fechada por pressão do partido nazista em 1932. Um processo educativo de 
enorme importância para o desenvolvimento das artes foi o aplicado em Bauhaus, 
o seu currículo despertou grande interesse internacional e influiu de modo 
marcante em todos os programas de ensino artístico, principalmente para a 
formação de artistas plásticos, arquitetos e designers. 
 
 
Fonte: Fotografia - Bauhaus 1930. 
 
A influência da Bauhaus ainda hoje pode ser percebida na arquitetura, no 
mobiliário e no design brasileiro. Sua proposta de ensino era dividida em duas 
etapas: a primeira, quando o estudante frequentava vários ateliês de técnicas 
artesanais e artísticas: serralheria, vidraçaria, pintura mural, escultura, carpintaria, 
cerâmica, tecelagem, etc. Já na segunda etapa, o estudante estudava análise dos 
materiais, observação da natureza, técnicas de representação, problemas formais, 
teoria do espaço, da cor e do desenho e construção de modelos. 
 
 
 
33 
 
Arte Contemporânea 
 
 Você conhece a arte contemporânea? Já estudou ou ouviu falar? Artistas 
se manifestaram em várias circunstâncias da história, subvertendo a ordem do que 
era entendido como arte no momento em que viviam. Esse processo de propor 
novas ideias e ações, questionar a tradição é inclusive um dos fatores que 
impedem a definição de um único conceito para o que é arte. 
 
A partir da década de 1950, algumas mudanças mais significativas no campo 
da produção artística ocidental, questionaram séculos de tradição, e ocorreram, 
com mais intensidade, no período de 1960. Elas deram origem ao que titulamos de 
arte contemporânea. A palavra “contemporaneidade” além de classificar o que é 
atual, refere-se também as manifestações artísticas cujas propostas romperam com 
as características comuns às artes até essa época. Muitos artistas não queriam 
mais a arte restrita ao espaço dos teatros, 
salas de concerto e museus. Como algo 
integrado à vida, a arte passou a ser 
pensada como própria da vida, do 
planeta, acontecendo em lugares não 
tradicionais, comuns e convidando o 
público a fazer parte da obra. 
 
 Fonte: https://br.pinterest.com/pin/289215607293473132/ 
 
Da atualidade este é um dos grandes desafios: a busca do 
desenvolvimento humano, tendo o crescimento pessoal como principal objetivo de 
todas as ações que alargue as chances reais de obtenção de um padrão de vida 
digno. Isso somente se adquire através de uma educação de qualidade, porém a 
educação formal se tem voltado prioritariamente para a qualificação laboral, 
adequada ao sistema produtivo. Nessa situação, nós, artistas, arte-educadores, 
não podemos ficar indiferentes à necessidade de engenhar um projeto de interesse 
educativo através da arte, com sustentabilidade, contudo tendo o seu principal alvo 
no desenvolvimento do ser humano. 
 
 
34 
 
LDB e PCN: uma visão legal sobre arte e educação 
 
 
A aprendizagem da arte é obrigatória no Brasil pela Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (LDBN) no ensino fundamental (da educação infantil ao 9º 
ano) e no ensino médio. De acordo com Penteado (2009), a partir da LDB de 96, 
“[...] introduz-se o novo conceito que compreende Arte como linguagem, cuja 
dimensão é social e a função é de comunicação sensível e estética dos seres 
humanos” (p.48). 
 Contudo, segundo a professora Ana Mae Barbosa, algumas escolas estão 
incluindo a arte apenas em uma das séries de cada um desses níveis, porque a 
LDBN não explicitou que seu ensino é obrigatório em todas as séries e 
principalmente, porque não temos professores capacitados para suprir todas as 
turmas. Algumas séries, no caso do ensino médio, usam a interdisciplinaridade 
como subterfúgio e confiam todas as artes a um único professor, o de língua e 
literatura. (BARBOSA, 2007a) 
De acordo com a opinião de Ana Mae, essa é uma forma de eliminar as 
outras linguagens de arte, fazendo prevalecer o espírito educacional hierárquico 
da importância suprema da linguagem verbal e, consequente, o desapreço pelas 
outras linguagens. A arte está tão presente na vida cotidiana que, por vezes, não 
temos consciência de sua real significação e importância para as nossas vidas. 
(BARBOSA, 2007b). 
 
Seguindo as concepções apresentadas na Lei 9.394/96, o Governo Federal 
criou os PCN’s, lançados nos anos de 1997,1998 e 2000 pelo MEC com o objetivo 
de trazer as orientações e os referenciais curriculares comuns para a Educação no 
país. 
Embora os PCN’s tenham reconhecido seu lugar de destaque no currículo, 
ao dar à arte a mesma importância que deu às outras disciplinas, mesmo assim 
parece que as escolas e principalmente, os pais, ainda não foram tocados pela 
significação e importância de sua efetiva e qualificada inclusão no currículo para a 
 
35 
 
formação do estudante, tornando-os aptos para o entendimento da arte na 
condição contemporânea. 
 
Segundo os objetivos descritos nos PCN’s de Arte: 
 
O aluno poderá desenvolver seu conhecimento estético e 
competência artística nas diversas linguagens da área de Arte 
(Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), tanto para produzir 
trabalhos pessoais e grupais como para que possa, 
progressivamente, apreciar, desfrutar, valorizar e emitir sobre os 
bens artísticos de distintos povos e culturas produzidas ao longo da 
história e na contemporaneidade. (1998, p. 47). 
 
 
Para Barbosa (1995), uma vantagem trazida pelos PCNs - arte é a 
flexibilidade. Ao apresentar a organização dos conteúdos por modalidades ou 
linguagens artísticas e não por ciclo como nos documentos das demais áreas, 
delega às escolas a indicação das linguagens artísticas e “[...] da sua sequência no 
andamento Curricular [...]” (BRASIL, 1998, p. 54). 
 
Contudo, para a autora, o texto dos PCN’s, especialmente o trecho que trata 
de “Arte na atualidade” é uma simplificação “medíocre e paternalista”. A autora 
defende que os parâmetros deviam ser avaliados periodicamente e que essa 
reestruturação das propostas curriculares é fundamental, especialmente, em artes, 
pois “[...] as mudanças de conceitos, valores e paradigmas são mais acelerados 
nessa área”. (p. 13). De fato a crítica é indispensável tendo em vista o contexto da 
atual sociedade no desenvolvimento das novas tecnologias que promovem 
mudanças o tempo inteiro. 
As artes ainda estão sendo ensinadas em modos arcaicos em muitas 
escolas, confundindo improvisação com criatividade. Continuam recorrendo a seus 
empregos apenas nas comemorações de datas festivas e na produção de 
presentes, muitas vezes estereotipados, para o Dia das Mães ou dos Pais etc. 
Daí a necessidade de esclarecimento, qualificação de professores e, até 
mesmo, de campanha em favor da arte na escola, porque somente com a ação 
inteligente e empática do professor podemos qualificar a arte como ingrediente 
 
36 
 
essencial para formar o indivíduo fruidor de cultura e conhecedor da construção de 
sua própria nação. 
 
Portanto, se pretendemos gerações futuras com um desenvolvimento humano 
mais significativo e um melhor exercício da cidadania, além de reservarmos um lugar 
para a arte no currículo de nossas escolas, de nos preocuparmos como ela é 
ensinada, precisamos propiciar meios para que os professores desenvolvam a 
capacidade de compreender, conceber e fruir arte. Nenhuma hipótese de arte-
educação será reconstrutora sem a prova do conhecimento artístico, que amplia a 
capacidade reflexiva, a imaginação criadora, a sensibilidade, a percepção, além de 
favorecer o relacionamento do estudante com as outras disciplinas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
39 
 
DESENVOLVENDO 
ARTE E EDUCAÇÃO 
2 
Conhecimentos 
 
Conhecer as habilidades artísticas do professor de Arte possibilitando ao estudante 
novas formas de pensar o mundo, de se tornar crítico e observador. 
 
Habilidades 
 
Identificar os fundamentos das quatro linguagens artísticas: dança, teatro, música e 
artes visuais. 
 
Atitudes 
 
Analisar criticamente como acontece a relação professor aluno dentro da sala de 
aula, promovendo o ensino aprendizagem no cotidiano escolar dos estudantes na 
disciplina de Artes. 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
O Compromisso em saber e ser Professor de Arte 
 
É necessário o empenho do professor em poder oferecer uma disciplina 
envolvente para que se tenha um ensino de Artes com qualidade e com estudantes 
participativos, desenvolvendo e se apropriando do conteúdo que irá transmitir, com 
segurança e confiança, mostrando domínio e habilidade. 
 
 O professor de arte necessita ser conhecedor das vertentes da arte, não 
necessariamente ser um artista, podendo resultar em uma contribuição positiva na 
atuação do educador. Apropriar-se do conhecimento para transmitir da melhor 
forma aos seus estudantes, consciente da importância profissional ao preparar 
formadores de opiniões e cidadãos futuros. Deve posicionar-se com clareza nas 
dimensões estéticas e artística que devem ser integradas na educação escolar. 
Respeitar à bagagem cultural dos educandos, incentivando-os a estreitar e ampliar 
seu repertório cognitivo e sensitivo, com intuito de melhorar seu próprio mundo 
social. 
 
 No entanto, é percebido que o sucesso do processo transformador no 
ensino da arte depende de um professor cuja teoria prática do saber e do fazer 
artístico deve estar conectada a uma concepção de arte e propostas metodológicas 
que sejam consistentes e coerentes com o que se pretende formar. Precisa saber 
arte ao mesmo tempo em que necessita saber ser professor. Deve aprofundar seu 
conhecimento estético, que envolve a compreensão e conhecimento através das 
heranças culturais e artísticas da humanidade, unindo o fazer e o refletir, o pensar o 
que faz e, conhecimentos artísticos, as vivências das linguagens específicas das 
artes, desenvolvendo uma prática pedagógica que aproxime o estudante do 
conhecimento cultural e artístico da sua e das demais culturas existentes. 
 
 A arte estabelece uma relação de autoconfiança com os outros, trabalhando 
a percepção, a criatividade, a imaginação e o envolvimento com o grupo. Os 
professores que educam através da arte permitem ao estudante uma educação 
integral, que consiste na educação da mente e também do corpo. Esse formato de 
ensino mostrando ao mesmo tempo uma visão utilitarista e idealista da arte valoriza 
 
42 
 
principalmente as habilidades manuais, os hábitos de organização e precisão e o 
dom artístico. 
 
A Arte se faz presente na sala de aula, visando possibilitar ao estudante 
novas experiências, novas vivências, novas formas de pensar o mundo, de se tornar 
crítico e observador. Devemos estar aptos a pensar, a sentir, a agir. Por 
conseguinte, somos homens do século XXI e, portanto, a Arte, cumpre com 
excelência essa função. Necessitamos viver e fazer valer a existência, não apenas 
existir e aceitar as imposições externas. Se iniciarmos a nossa reeducação, 
aprendendo a explorar o interno e as situações caóticas, construiremos, passo a 
passo, a ordem intrínseca à perfeição de nossa constituição como Ser Humano. 
 
Necessitamos reavivar em nós, e em nossos grupos de trabalho, aspectos 
adormecidos da constituição individual da personalidade. Sabemos que, ao longo da 
caminhada, na condição de professores, arte-educadores, experienciamos 
momentos fascinantes, que poderão ser aplicados, retomados e direcionados 
conforme as novas perspectivas de trabalho. Estamos certos de que Arte implica em 
agir. E, como toda criação, sempre representará pensamentos, sentimentos e visões 
de mundo de quem a criou. Em seu fazer, Arte é a materialização da unidade 
pensamento/sentimento, significando a própria integração do ser. Nesse contexto, 
desejamos trabalhar essa mesma arte de modo a proporcionar momentos de total 
significância para os estudantes. 
 
 Pretendemos solidificar a compreensão da Arte como procedimento de 
extrema cultura. Explorar os múltiplos benefícios por ela oferecidos, como modo de 
expressão da vida, associada ao processo de criação e transformação do ser. Deste 
modo, desempenharemos, plenamente, a condição de ser humano, de ser total. 
Estandocônscios do que somos e da nossa dimensão no mundo, poderemos agir 
de forma criativa, e não destrutiva, em relação aos outros e ao planeta. 
 
 
 
 
43 
 
O Ensino da Arte na educação Infantil e Séries Iniciais 
 
 
Nas escolas brasileiras, o ensino de artes é um tema muito complexo, pois 
embora haja no currículo um significativo reconhecimento de sua importância no 
processo ensino e aprendizagem, há inúmeras questões impeditivas para sua 
efetivação de maneira ampla e contextualizada em sala de aula. 
 
A insegurança de alguns professores é notória, em trabalhar conforme as 
orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Artes, em sua amplitude, 
englobando Artes Visuais, Teatro, Música e Dança. Entre os fatores, são 
questionadas lacunas na formação acadêmica e falta de especialização em áreas 
tão distintas. 
 
Devido a essa problemática, geralmente, ainda hoje as aulas de Arte não 
ultrapassam os cadernos e, consequentemente, são reproduzidos modelos 
tradicionais, onde é deixada de lado a experimentação de diferentes modalidades de 
conteúdos de Arte, tão relevantes para a formação humana. 
 
Conforme o exposto acima de que maneira estes profissionais estão 
trabalhando a Dança, Teatro, Música e Artes Visuais em sala de aula? Quais os 
métodos que estão sendo utilizados para solucionar as dificuldades em se trabalhar 
as quatro áreas de Arte? É possível que sem uma especialização em Artes o 
professor desenvolva no estudante a competência estética e artística em suas 
diversas modalidades? De que forma o Educador pode tornar as aulas de Arte 
prazerosa e significativa na formação do estudante? Há possibilidades criativas de 
garantir a experimentação da Arte acessível a todos, superando a falta de recursos 
matérias ou infraestrutura adequada? 
 
 
 
 
 
44 
 
A partir de agora você irá compreender como os professores estão 
trabalhando o ensino de Arte nas escolas, principalmente com a questão da 
influência das Artes que acontece no cotidiano fora da escola, na vida dos 
estudantes que fazem parte de uma educação de massa e como estes estão sendo 
abordados nas salas de aula. 
 
O Professor de Arte X o Ensinar X aprender Arte 
 
É necessária a sensibilidade por parte do educador sobre o que vem a ser 
Arte, e consciência sobre a importância do ensino no desenvolvimento pessoal e 
social do estudante, tendo como finalidade, além do conhecimento metodológico, 
garantir uma aula consistente e prazerosa. 
 
Recentemente, mudou-se a ideia de que a criatividade é importante somente 
no campo da Arte, pois muitas vezes é no momento das aulas de Arte que o 
estudante terá a única oportunidade de desenvolvê-la primeiramente. “Desenvolver 
o pensamento criativo passou a ser uma meta prioritária na preparação para o 
futuro, visto que os conhecimentos adquiridos hoje podem não valer nada amanhã.” 
(CUNHA, 2010, p.91). 
 
 
Mas, afinal, será que todos têm a mesma concepção sobre Arte? 
 
 
 
Zagonel (2008) diz que a tarefa de tentar definir a arte gera discussões 
problemáticas intermináveis, motivo este de não haver uma definição precisa, 
abrangente o suficiente. Esta palavra costuma ser usada com diferentes 
significados: a arte de preparar algo ou de dominar alguma técnica, a arte de 
executar bem alguma tarefa ou pode ser usada corriqueiramente e popularmente 
para definir quando a criança está inventando algo diferente: “Essa criança está 
fazendo arte”. 
 
 
45 
 
Segundo a autora é a partir de códigos particulares que a arte é estruturada 
e sua compreensão vem do hábito das pessoas em apreciá-la e dos conhecimentos 
adquiridos sobre ela, e as pessoas não familiarizadas com a arte têm uma 
propensão à surdez estética ou à cegueira. 
 
A Arte é definida no contexto escolar, como uma forma de promover o 
desenvolvimento cultural dos estudantes. É certo que todo cidadão culturalmente 
produz ou convive com manifestações artísticas inseridas em seu meio, e, no 
entanto nem sempre tais obras são valorizadas, caracterizadas ou apreciadas como 
arte, mesmo fazendo parte de sua identidade. 
 
Vygotsky explicitava sobre o assunto, conforme menciona Japiassu em 
artigo: 
A representação cotidiana e habitual da criatividade não enquadra 
suficientemente o seu sentido científico. Quase sempre, a 
criatividade é concebida como propriedade privada de uns poucos 
eleitos (gênios, talentosos, artistas, inventores e cientistas). 
(VYGOTSKY apud JAPIASSU). 
 
 
A falta de um estímulo ou despertar artístico se deve principalmente a falta 
dessa leitura artística presente no cotidiano. Nesse aspecto, a função da escola é 
primordial, que por meio da análise, do conhecimento, da apreciação e do fazer arte, 
promover essa alfabetização estética, possibilitará a leitura dos estudantes a 
diferentes códigos culturais. 
 
Ana Mae Barbosa (2003) menciona que é por meio da Arte que a pessoa 
desenvolve a imaginação, a percepção, desenvolve a capacidade crítica, aprende a 
realidade do meio ambiente, permitindo ao indivíduo analisar a realidade percebida e 
desenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade, que foi analisada. 
 
A área de Arte de acordo com os PCNs de Artes tem uma função importante 
a cumprir. Ela situa o fazer artístico como fato e necessidade de humanizar o 
homem histórico, brasileiro, que conhece suas características tanto particulares, tal 
como se mostram na criação de uma arte brasileira, quanto universais, tal como se 
revelam no ponto de encontro entre o fazer artístico dos estudantes e o fazer dos 
 
46 
 
artistas de todos os tempos, que sempre inauguram formas de tornar presente o 
inexplicável. 
 
Diante dos conceitos e das diversas definições existentes, todas acordam 
basicamente que todo cidadão que desenvolve sua sensibilidade artística e estética 
lida melhor com suas expressões e emoções, é autoconfiante e cada vez mais 
preparado para fazer parte de uma sociedade que necessita de pessoas, criativas, 
críticas e inovadoras. 
 
Alguns professores, atualmente, sentem-se inseguros ao planejar suas aulas 
de Artes, dentre os motivos estão: as lacunas no aprendizado de Artes durante o 
curso de graduação e a falta de especialização e resquícios de uma formação 
escolar tradicionalista. A falta de experiência teórico-prática e a tal insegurança 
refletem na postura dos mesmos, o que acarreta em aulas que não ultrapassam os 
cadernos, e pouco motivadoras. 
 
O professor que atua de maneira tradicional acaba se limitando a avaliar se 
o estudante atingiu o máximo possível do modelo original acreditando que a cópia e 
a repetição são as únicas formas de fixar um modelo estabelecido. Até há pouco 
tempo atrás, era comum alguns professores se acostumarem com um meio mais 
fácil de lecionar, fazendo uso de materiais pedagógicos compostos por atividades 
prontas, desenhos, prática comum nas formações em magistério. 
 
No entanto, encarar um modo diferente do aprendido para trabalhar, gera 
um pouco de insegurança, principalmente por exigir um pouco mais de reflexão do 
professor sobre a prática pedagógica. Para trabalhar as diferentes modalidades 
artísticas, a falta de definições também está presente na queixa de muitos 
profissionais da área, que acabam deixando de lado as modalidades: teatro, música 
e dança. Explorando mais o campo das artes visuais. Nesse contexto, as artes 
muitas vezes acabam sendo trabalhadas de forma exaustiva e repetidas com o único 
objetivo da criança se apresentar em datas festivas. 
 
 
 
47 
 
Sobre o assunto Lis (2009, p. 47) conclui que: 
 
Hoje é grande a preocupação dos professores de Arte em fazer a 
integração das quatro áreas artísticas. De modo que, não se deve 
colocar os conteúdos no currículo de forma isolada e esperar que o 
aluno possa integrá-los na sua cabeça. Há grandes dificuldades em 
estabelecer uma relação mais aprofundada entre as linguagens 
artísticas,mas mesmo assim, o professor pode compreender os 
elementos básicos de cada área da Arte e a partir de seu 
conhecimento e experiência, proporcionar aos alunos o contato com 
outras linguagens, que não a de sua formação. Os alunos em suas 
vidas entram em contato com estas artes e tem suas preferências. 
 
 
Também há outra problemática que é a visão equivocada de irrelevância do 
referido ensino dentre as demais disciplinas que compõem o currículo escolar, 
disciplina esta não exigida em processos seletivos e vestibulares. 
 
Para que a Arte faça parte de todas as disciplinas, os PCNs orientam 
reconhecendo sua importância como qualquer outra matéria, pois ela traz grandes 
benefícios aos estudantes, por exemplo, a compreensão em outras áreas do 
conhecimento humano. 
 
A solução para a problemática dos professores de Artes está no próprio 
profissional e sua postura. Primeiramente, sua formação não acaba quando conclui 
a faculdade devendo romper com esta falsa ideia. A formação do educador ocorre 
por meio de incessantes pesquisas e em suas experiências diárias, refletindo, 
construindo e reconstruindo sua prática, buscando para sua atuação profissional 
suporte pedagógico necessário. 
 
No contexto da educação escolar, a disciplina Arte compõe o 
currículo compartilhado com as demais disciplinas num projeto de 
envolvimento individual e coletivo. O professor de Arte, junto com os 
demais docentes e através de um trabalho formativo e informativo, 
tem a possibilidade de contribuir para a preparação de indivíduos que 
percebam melhor o mundo em que vivem, saibam compreendê-lo e 
nele possam atuar. (FERRAZ, 2001, p.24). 
 
 
 
Os PCN’s de Arte fornecem subsídios importantes em suas orientações 
didáticas, mas não dão fórmulas prontas. Cabe ao professor desenvolver reflexão 
 
48 
 
pedagógica específica para o ensino das diferentes modalidades artísticas. É 
essencial essa busca de aperfeiçoamento para garantir o direito dos estudantes de 
experimentar tais modalidades de forma coerente e democrática. 
 
A internet atualmente é uma ótima ferramenta para troca de informações e 
experiências entre educadores e um suporte para que estudantes e professores 
superem a falta de acesso as obras artísticas. 
 
De acordo com os PCN’s Artes (1997 p.72), “a prática de aula é resultante 
da combinação de papéis que o professor pode desempenhar antes, durante e 
depois de cada aula”. O professor, antes da aula, desempenha os papéis de: 
pesquisador de materiais e técnicas; fontes de informação; apreciador de arte, 
escolhendo artistas a serem estudados; estudioso da arte; criador na preparação e 
na organização da aula e seu espaço, desenvolvendo seu conhecimento artístico e 
um profissional que trabalha junto com a equipe escolar. 
 
Durante a aula, o professor é estimulador de um olhar crítico; incentivador da 
produção individual ou grupal; propiciador de um clima que tenha curiosidade, 
constante desafio perceptivo; inventor de formas de apreciação da arte; qualidade 
lúdica e alegria; acolhedor de materiais, ideias e sugestões trazidas pelos 
estudantes; descobridor de propostas de trabalho para desenvolver o processo de 
criação, reflexão e apreciação de obras de arte; formulador de destino para os 
trabalhos dos estudantes; reconhecedor do ritmo pessoal dos estudantes e analista 
dos trabalhos junto com os estudantes. 
 
E depois da aula ele assume os respectivos papéis: avaliador de cada aula 
particular; articulador das aulas, uma em relação com as outras; e imaginador do 
que está por acontecer na continuidade do trabalho com base no conjunto de dados 
adquiridos na experiência das aulas anteriores. 
 
Para superar os desafios deste ensino, a motivação do educador é o eixo 
norteador. É a motivação e o compromisso com a educação que servirão de alicerce 
 
49 
 
para que este profissional desempenhe significativamente tantos papéis em sua 
atuação, assim, ele poderá romper os mitos que cercam o ensino de Artes. 
 
Existem três mitos pedagógicos no ensino de Arte, segundo reportagem de 
Santomauro à revista Nova Escola. O primeiro mito é sobre “reprodução e releitura”. 
De acordo com a autora, mostrar uma obra de arte, discutir suas características e 
pedir ao estudante que faça o mesmo desenho no caderno não é propor releitura, e 
sim reprodução ou cópia. Quando o estudante, partindo de uma obra, interpretando, 
transformando e criando uma nova obra é o que chamamos de releitura do 
estudante. 
 
O segundo mito que ronda o ensino de Arte é o descrito: “Sem material, não 
dá”. De acordo com a autora, quantidade não é qualidade, pois um trabalho que 
garanta uma aprendizagem significativa para os estudantes não depende da riqueza 
de material, mas estratégia de conteúdo e propostas que ofereçam oportunidades de 
participação. 
 
 “A Arte estimula a criatividade” é o último mito. Na verdade, a arte 
desenvolve a criatividade e outras habilidades, se os conteúdos são aprendidos. O 
educador deve encarar como um desafio e não como um problema, as aulas de 
Arte. Ele deve romper mitos e paradigmas, assim podendo superar os obstáculos 
provenientes do ensino. 
 
Se faltar recursos materiais? Pensando dessa maneira, o educador irá 
pesquisar alternativas de promover a arte com reciclagem ou outros materiais 
diferentes, é possível explorar locais alternativos no entorno da escola ou promover 
visitas a espaços disponíveis, como uma brinquedoteca, por exemplo, caso falte 
espaço físico dentro da escola. 
 
Música e Dança na escola 
A música sempre esteve presente nas aulas de Arte, já a dança era 
contemplada nas aulas de Educação Física. Só a partir de 1997 com os PCN’s é que 
passou a fazer parte da disciplina de Arte. 
 
50 
 
 
Os professores com menos dificuldades em trabalhar os fundamentos das 
quatro linguagens artísticas: dança, teatro, música e artes visuais, tiveram menos 
dificuldades em trabalhar na escola, pois sua formação fora feita em instituições 
onde trabalhavam com estas quatro linguagens. Entretanto, os que tiveram formação 
somente em uma especialidade da Arte durante todo o curso, logo terão dificuldades 
em desenvolver as outras modalidades na escola. 
 
Apesar da dança ter surgido nos currículos do ensino de Arte há mais de dez 
anos, ainda para os professores de Arte é uma disciplina nova, pois não acontece de 
um dia para outro. A busca de conhecimentos e informações sobre esta linguagem, 
portanto, com leituras, formação continuada, assistir apresentações de danças, 
comentários de coreógrafos e até na própria televisão temos apresentações e 
concursos de danças. 
 
A dança sempre esteve presente na escola, produzida pelos professores de 
Educação Física ou professores do Ensino Fundamental das séries iniciais, para 
apresentações de festividades e datas comemorativas, sem, muitas vezes, envolver 
toda a turma ou passar o conhecimento básico de dança. Jorge Sergio Pérez 
Gallardo diz: 
 
Conhecimento das atividades da cultura corporal (local e regional ) e 
participação nelas: identificação das formas das atividades mais 
comumente usadas; criação de variações técnicas e estéticas; 
combinação de coreografias envolvendo a presença de meninos e 
meninas; análise e discussão (beleza, estética, aproveitamento do 
espaço e do tempo representação do corpo em movimento, etc.), de 
um show ou de uma festa realizados na escola por alunos maiores, 
de uma propaganda de tevê ou manifestação folclórica ao ar 
livre(carnaval, Folia de Reis, Festa do Divino, Cavalhadas, Rodeio, 
entre outros exemplos) .(GALLARDO, 1998,p.101). 
 
 
 
 
Assim como as outras artes, a dança tem sua linguagem de comunicação e 
expressão que lhes são próprias. Portanto, devem ser trabalhados esses códigos da 
dança na escola, de forma que os estudantes entendam e incorporem em seu dia a 
 
51 
 
dia. Todo conhecimento em arte precisa de fundamentação teórica e nãosomente a 
prática, pois ambos devem andar juntos. Para Débora Sucupira ArzuaTadra: 
 
Não bastam termos em mãos conteúdos desconectados e 
aprisionados a currículos e visões de arte das instituições 
educacionais. É necessário, como professores, revermos as 
atuações que implicam uma ruptura com as práticas que não 
dialogam com a realidade social do educando, por que é por meio de 
uma profunda compreensão das relações sociais que poderemos nos 
aproximar do valor articulador da dança no contexto educacional. 
(TADRA, 2009, p.53). 
 
 
Atualmente, fazer a integração das quatro áreas artísticas é a grande 
preocupação dos professores de Arte. De modo que, não se pode esperar que o 
estudante possa integrá-los na sua cabeça, deve-se colocar os conteúdos no 
currículo de forma contextualizada e não de forma isolada. Mesmo encontrando 
grandes dificuldades em estabelecer uma relação mais aprofundada entre as 
linguagens artísticas, o professor pode compreender os elementos básicos de cada 
área da Arte e a partir de seu conhecimento e experiência proporcionar aos 
estudantes o contato com outras linguagens, que vão além de sua formação. 
 
Em suas vidas, os estudantes entram em contato com estas artes e tem 
suas preferências. Os professores de arte devem passar os conhecimentos básicos 
e experiências artísticas dessas linguagens, pois os estudantes têm o direito de 
conhecer mais profundamente todo o tipo de arte e seus códigos e com estes serem 
autônomos, sensíveis e criativos. De acordo com a Bernadete Zagonel (2008, p.115) 
“que o gosto se constrói. O contato frequente é necessário e a familiarização com o 
produto artístico para que isso aconteça." 
 
Nas Diretrizes Curriculares, o estudante da educação básica terá acesso ao 
conhecimento presente nessas diferentes formas de relação da arte com a 
sociedade, conforme a proximidade com o seu universo. 
 
Também nas DC (2006, p.43), recomenda-se ao professor que no seu 
processo pedagógico aborde as seguintes linguagens em música: 
 
 
52 
 
*Organização dos sons no espaço e no tempo; 
*Percepção musical; 
*Produção musical; 
*Registro de sons; 
*Reconhecimento e significação; 
*Interpretação dos sons memorizados, organizados e registrados. 
 
Com a interação da música e da dança para o desenvolvimento das aulas, a 
Arte será mais fácil para a compreensão do estudante, pois o próprio corpo produz 
som, a cada pausa ou movimento muitas vezes bem acentuado ou não. O som faz 
parte do corpo, seja no ritmo da respiração, da batida do coração, na própria voz, 
tomar banho, no andar, vestir-se, comer, sentar, trabalhar, entre outros. 
 
Portanto, é na escola que o estudante toma consciência desse corpo, 
através das várias atividades de integração, entre som, o corpo e artes visuais. 
Segundo Mirim Celeste Martins (1998, p.95), "cada movimento tem beleza e uma 
significação própria, sendo necessário à compreensão de tudo o que ele envolve". 
 
O corpo é um instrumento, que tem várias posturas nas artes, seja 
desenvolvendo, uma escultura, uma pintura, encenando, dançando ou produzindo 
música. O estudante também precisa ter essa noção desse processo de 
comunicação. 
 
Ele deve “observar e apreciar atividades de dança realizadas por outros 
(colegas e adultos), para desenvolver sua fruição, seu olhar, a capacidade analítica, 
sensibilidade, estabelecendo opiniões próprias”. Essa é também uma maneira de o 
estudante compreender e incorporar a diversidade de expressões, de reconhecer 
qualidades estéticas e individualidades. (PCNs, 1997, volume 6, p.69). 
 
A música, ao ser analisada sua composição e seus signos na escola, o 
professor de acordo com Isis Moura Tavares (2008, p. 73): "não pode perder de vista 
o fato de que os estudantes têm suas vivências e experiências musicais e que estas 
devem ser sempre levadas em consideração". 
 
 
53 
 
Na dança a música integra os dançarinos, e quando estes estão em grupo 
devem estar sincronizados, pois o som determina o ritmo e os movimentos. Dessa 
forma devemos sempre utilizar os sons e a música em consonância com o 
movimento de dança na escola. 
 
 
A Representação Teatral e a Arte 
 
Ao pesquisar alguns escritores sobre teatro na educação ou mesmo 
algumas metodologias desenvolvidas por estudiosos do assunto, o professor, nunca 
deverá aplicar os exercícios e as atividades sem antes ter embasamento teórico ou 
analisar o pensamento de todo o processo que este desenvolve na vida dos 
estudantes. Sem conhecer o todo, se apropriar de ideias soltas, resultará em uma 
aula sem o compromisso de realmente ensinar os conteúdos propostos para o 
ensino do teatro na escola. 
 
Portanto nas D.C. de Arte: 
 
É fundamental que os conhecimentos específicos do teatro estejam 
presentes nos conteúdos específicos da disciplina a fim de contribuir 
para a formação da consciência humana e da compreensão do 
mundo. Esses elementos permitem que o Ensino de Arte, por meio 
do teatro extrapole as práticas que restringem o teatro a apenas uma 
oportunidade de produção de espetáculos ou mero entretenimento. 
(DC de ARTE, 1998, p. 78) 
 
 
A revista Nova Escola (março, 2004 p.38) diz: "O contato com a linguagem 
teatral ajuda as crianças e adolescentes a perder continuamente a timidez, a 
desenvolver e priorizar a noção de trabalho em grupo, a se sair bem de situações 
onde é exigido o improviso e a se interessar mais por textos e autores variados". 
Ensinar teatro não é apenas representar uma história para festividade como o "Dia 
das Mães". 
 
 
 
 
 
54 
 
Nos PCNs Arte: 
 
O professor deve organizar as aulas numa sequência, oferecendo 
estímulos por meio de jogos preparatórios, com o intuito de 
desenvolver habilidades necessárias para o teatro, como atenção, 
observação, concentração e preparar temas que instiguem a criação 
do aluno em vista de processo na aquisição e domínio da linguagem 
teatral. (PCNs,1997 ,volume 6, p.86). 
 
 
Com jogos dramáticos e de improvisação aplicados na sala de aula, o 
professor desenvolve as expressões faciais, vocais e corporais onde mais tarde o 
estudante trabalha nas apresentações teatrais. 
 
Artes Visuais e o Professor de Arte 
 
O professor, com relação às Artes Visuais, tem um papel fundamental de 
ampliar esteticamente o olhar dos estudantes em relação à produção cultural e este 
compreender que a expressão artística faz parte do processo da humanização do 
homem. 
 
Na prática, educar esteticamente é ensinar a ver, tomando como 
ponto de partida o estudo dos diferentes modos de compor com os 
elementos formais, não esquecendo que este conteúdo foi construído 
ao longo do tempo e sistematizado na forma de História da Arte. 
(SEED, 1998, p.9). 
 
 
 
O papel do professor quanto ao ensino de Arte é precisamente trabalhar 
com a apropriação dos conhecimentos através dos conteúdos estruturantes das 
Artes Visuais, para que os estudantes tenham possibilidades de compreensão e 
fruição dos saberes artísticos. 
 
Quais são os conteúdos relevantes que o professor precisa saber, para 
desenvolver a alfabetização estética dos seus estudantes? 
 
 
 
55 
 
Para Luciana Estevam Barone Bueno (2008, p.106) "Os professores tem um 
compromisso muito sério no que diz respeito à educação do olhar dos alunos, pois 
estes estão constantemente em relação direta com um mundo cheio de imagens que 
muitas vezes não são percebidas". 
 
O professor precisa se preocupar com vários caminhos, para escolher uma 
metodologia de leitura de imagens, pois não existe uma única forma de apreciar e 
interpretar uma obra de arte ou imagem. Será mais fácil a educação do olhar dos 
estudantes com conhecimentos básicos das Artes visuais. 
 
A DC (1998, p.72 e 73) além de estabelecer relações das Artes Visuais com 
outras áreas artísticas, o professor ao: "Trabalhar com Artes Visuais sob perspectiva 
histórica e crítica, reafirma a discussão sobre esta área como processointelectual e 
sensível que permite um olhar sobre a realidade humano social, e as possibilidades 
de transformação desta realidade". 
 
É percebido que, a leitura de imagens é muito importante na vida dos 
estudantes, mas precisa desenvolver e oportunizar-lhes as próprias produções 
artísticas, expressando, vivenciando suas ideias e construindo novo saberes para 
transformar o seu mundo, respeitando o seu trabalho e de seus colegas e 
valorizando os acervos artísticos, produzidos ao longo da história da humanidade. 
 
O Professor de Arte no Século XXI 
 
O professor precisa estar bem motivado e preparado para dar boas aulas. 
Não é tão simples, dar aulas. Por isso ele deve ter conteúdo, se preparar. Quem 
estuda, aprende a superar os desafios do dia a dia com mais segurança. 
 
Na revista Nova Escola (maio, 2002, p. 44) menciona: "Ensinar é uma tarefa 
mágica, capaz de mudar a cabeça das pessoas, bem diferente de apenas dar aulas" 
RUBENS ALVES. É de grande importância a reflexão na construção do processo 
pedagógico. Uma metodologia não deve impor limites ao professor, não é algo 
fechado. Muitas vezes é necessário refazer, recuar, rever e retomar o processo. 
 
56 
 
 
Precisa construir um planejamento com abordagens integradas em todas as 
áreas da Arte com conteúdos significativos porque muitos planejamentos são feitos 
de forma fragmentada. O professor precisa ter clareza sobre o quê e como ensinar e 
estar bem seguro. O objetivo de se planejar é ter um ensino de Arte bem orientado. 
Quando sai das universidades, a formação é insuficiente para saber como trabalhar 
com tanta diversidade. Ao planejar as aulas de Arte, pensar se o que está sendo 
proposto em arte é relevante para o estudante, para sua vida e para o futuro. O 
professor precisa ter o cuidado de não utilizar métodos ultrapassados. 
 
Há professores dando aula de arte, que nunca leram um livro de arte-
educação ou, pior, que não possuem nenhuma habilidade artística. Como alguém 
que nunca fez arte pode se preparar para ser professor na área de Arte? 
 
Consta na revista Nova Escola (Edição Especial PCN’s de 1ª a 4ª série, 
1998, p.64) em resposta a esta pergunta: 
 
[...] é importante o professor através de bons cursos tenham 
experimentação e criação artística, além de conhecer a história da 
arte, da dança, da música e do teatro. E obter atuais informações 
sobre a produção artística, participando da sociedade como cidadão 
cultivando, ampliando o próprio horizonte e os dos alunos [...] 
 
Saber fazer arte para poder ensinar os conteúdos do ensino de arte, é o que 
o professor precisa entender, escolhendo metodologias que correspondam à 
realidade escolar de seus estudantes. 
 
Na Proposta Curricular para o ensino de Educação Artística (1998, p.41): "O 
professor precisa desenvolver um processo expressivo próprio, o que não implica 
em ser artista no sentido corrente do termo, mas sim apoderar-se de sua própria 
expressão, exercitar sua possibilidade criadora". 
 
Proporcionar experiências artísticas é o papel fundamental do professor de 
arte na escola, fazendo com que o estudante tenha contato com a dança, artes 
visuais, teatro e a música, envolvendo-as de maneira integrada, associando, tanto os 
 
57 
 
aspectos formais, quanto aqueles relativos aos conteúdos e, assim, estarão 
desenvolvendo uma aula de arte significativa. 
 
Segundo a DC de Arte (1998, p.45), o professor de Arte: "é um sujeito 
epistêmico (aquele que tem conhecimento e divide este conhecimento), pesquisa 
sua disciplina, reflete sobre sua prática e registrar sua práxis". 
 
Quando se planeja as aulas, deve-se levar em conta o conhecimento trazido 
pelo estudante, a faixa etária, local a ser aplicada, disposição de tempo, recursos 
tecnológicos e materiais. Escolher uma metodologia condizente a experiência 
artística, a ser trabalhada de forma dinâmica, criativa, incentivadora e envolvente, 
onde todos os estudantes com suas capacidades individuais possam participar. 
 
A todo instante nas escolas, as mudanças ocorridas apresentam novos 
desafios aos professores, exigindo cada vez mais novas habilidades e recursos. 
Portanto, na sua formação acadêmica, o conhecimento não adquirido, deverá ser 
buscado através de participação em eventos artísticos, leituras, pesquisas, cursos 
de formação continuada, trazendo conhecimento profissional e a mudança da prática 
docente, pois os estudantes têm o direito de ter conhecimento básico das áreas 
artísticas de teatro, dança, música e artes visuais. 
 
O que faltou de informações na sua formação para ser um bom professor de 
Arte, não deve ser usado como desculpa para não fazer nada em suas aulas. 
Sempre precisamos ser um professor atualizado. Não desistir nas dificuldades, fazer 
reformulações necessárias e reconstruir uma nova metodologia para a compreensão 
do Ensino de Arte. 
 
O professor pode aproveitar suas habilidades artísticas para contribuir com a 
escola, não desviando sua atenção dedicada as aulas de Arte. Na escola, os 
professores têm poucos espaços para refletir, discutir e debater a própria prática, 
com o objetivo de aperfeiçoá-la. No âmbito escolar se ele não é o único professor de 
Arte, eles são em número bastante reduzidos. 
 
 
58 
 
Na atualidade o professor de Arte tem que ter domínio de conteúdo, 
habilidade artística, usar métodos variados e propostas desafiadoras e instigantes, 
buscando a cada aula refletir sobre suas propostas de ensino-aprendizagem onde 
contribuem para o crescimento individual de seus estudantes, onde possibilite novas 
formas de olhar e pensar o mundo. 
 
Planejando as aulas de arte 
 
Refletindo sobre o papel da arte como uma prática humana, na construção 
histórica, e no modo como vivemos e pensamos, é preciso estabelecer diferentes 
procedimentos e estratégias para a organização do Ensino da Arte, buscando os 
conhecimentos necessários, tomando como referências alguns aspectos, abaixo 
relacionados. Criar suas próprias estratégias e procedimentos a partir de suas 
interpretações na elaboração do planejamento de suas aulas de Arte na Educação 
Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental. 
 
No Boletim do Programa Especial de “Um Salto para o Futuro” comenta-se 
que: A escola não pode ignorar as funções vitais que as artes desempenham em 
nossa sociedade. Elas possibilitam a constituição do pensamento e da consciência; 
o autoconhecimento e o desenvolvimento da expressão e criação. Assim, levam-nos 
a conhecer mais nosso povo e nossa história, concepções de mundo e suas ideias. 
Ao planejarmos o cronograma de conteúdos das aulas de Arte deve-se ter em 
mente: 
 
1. O que em arte deve ser ensinado (conteúdos); 
2. Os documentos oficiais, que direcionam o Ensino na Educação Básica no 
Brasil; 
3. A série que os alunos estão; 
4. Quais as estratégias que serão utilizadas (metodologias); 
5. Qual a finalidade destes conteúdos que serão desenvolvidos na série 
(objetivos gerais e específicos) 
6. Quais os recursos necessários para o desenvolvimento desses saberes em 
arte (tecnologias, espaço, materiais); 
 
59 
 
7. Número de aulas disponíveis para a aplicação das experiências artísticas 
(tempo); 
8. Critérios para averiguar a aprendizagem dos alunos (formas de avaliação); 
9. Referências, pesquisadas e utilizadas. 
 
Quando abordamos os códigos expressivos das linguagens artísticas, 
teremos que usar uma maneira simples, de acordo com a faixa etária dos estudantes 
e as experiências já adquiridas por eles, para melhor apropriação destes códigos e 
como serão absorvidos pelos educandos ao longo do processo de ensino-
aprendizagem. 
 
 
Nessa perspectiva, Celdon (2008, p.35) indaga que: 
 
[...] ao conhecer as linguagens artístico-culturais em suas 
especificidades favorece a articulação do velho em novo, base do 
processo criador... os processos de apropriação quanto os de 
produção devem ser interligados,

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