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Violência/Maus Tratos Contra Crianças e Adolescentes

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Violência/Maus Tratos na Infância 
 
 
É definido por violência ou maus tratos na infância ou adolescência toda ação ou omissão dos 
pais, parentes, responsáveis, instituições e, em última instância, da sociedade em geral, que 
prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno 
desenvolvimento, que causem ou tenham o potencial de causar dano físico, emocional, sexual 
e moral às vítimas. 
Pode ser cometida dentro ou fora de casa, incluindo pessoas que assumem função parental, 
ainda que sem laços de consanguinidade, mas com relação de poder em relação à vítima, que 
convivem no espaço doméstico ou dentro da comunidade 
 
 
 
Uso de força física ou atos de omissão intencionais, com objetivo de ferir ou provocar dor na 
criança ou adolescente, deixando ou não marcas evidentes. 
 
Formas de apresentação clínica 
Lesão de pele e mucosas 
Lesões ósseas (Síndrome da criança espancada) 
Traumatismo cranioencefálico (TCE) 
Lesão externa 
Síndrome do bebê sacudido (“Shaken Baby Syndrome”): Caracteriza-se por lesões do sistema 
nervoso central em crianças abaixo de 3 anos de idade, provocadas por chacoalhamento, que 
não precisa ser prolongado. 
- Hematomas subdural, edema cerebral, rompimento de fibras nervosas e hemorragias 
retiniana e subaracnóidea, sem que haja necessariamente fratura de crânio. 
- Sintomas: alteração de nível de consciência, déficits motores, sonolência e coma, 
podendo evoluir para óbito. 
- Mais comum no sexo masculino e em menores de 1 ano. 
 
 
 
Violência física 
 
Síndrome de Münchausen: o paciente é levado para cuidados médicos, mas os sintomas e sinais 
que apresentam são inventados, simulados ou provocados por cuidadores. Submetido a 
procedimentos dolorosos e desnecessários. 
 
 
 
 
Ocorre quando há exposição da criança ou do adolescente à estímulos impróprios para a idade, 
e o agressor está em estágio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado. 
 Uso da criança ou adolescente para qualquer tipo de gratificação sexual. 
 
Tipos de violência sexual 
Violência doméstica, manifestada com raras evidências clínicas ou ausência de lesões 
(manipulações, carícias, exposição à pornografia). 
Ato que não produz contato sexual (“voyeurismo”, pornografia, exibicionismo e produção de 
fotos). 
Ato sexual completo com penetração anal ou vaginal. 
Exploração sexual visando lucros. 
Estupro causado por pessoa conhecida ou desconhecida da vítima. 
 
Formas de apresentação clínica 
Alterações comportamentais e emocionais  é relevante comportamentos sexualizados 
inadequados para a idade. 
Sinais físicos nas mamas, genitália, no ânus, na boca ou na região perianal  fissura, 
escoriações, rupturas, sangramentos, marcas de mordida, relaxamento do esfíncter anal. 
Lesões genitais ou anais compatíveis com ISTs 
 
 
 
É caracterizada por toda ação que coloque em risco ou cause dano à autoestima, à identidade 
ou ao desenvolvimento da criança ou adolescente. 
* A alienação parental (quando um dos pais, tutores ou avós influencia a criança ou adolescente 
a repudiar o outro genitor, gera interferência na formação psicológica) é uma forma de violência 
psicológica. 
 
Violência Sexual 
 
 
Violência Psicológica 
 
Tipos de Violência psicológica 
Rejeição 
Depreciação 
Discriminação 
Culpabilização 
Cobranças exageradas 
Punições humilhantes 
Desrespeito 
Ameaças 
Isolamento 
Bullying: praticada entre iguais 
Utilização da criança para atender as necessidades psicológicas de adultos 
Falta de receptividade emocional (ignorar) 
Violência psicológica geralmente está associado a outros tipos de abuso. 
 
Formas de apresentação clínica 
Instabilidade afetiva e transtorno de comportamento 
Doenças psicossomáticas de repetição 
Atraso e dificuldade em qualquer área do desenvolvimento psicomotor, intelectual, social e 
emocional 
Atraso do crescimento 
 
 
 
Omissão do adulto em prover as necessidades básicas para o desenvolvimento de crianças e 
adolescentes. 
É necessário CRONICIDADE e OMISSÃO 
Sua forma extrema caracteriza o abandono. 
 
Formas de apresentação 
Distúrbio do crescimento e desenvolvimento sem causa orgânica 
Privação de medicamentos 
Cuidados inadequados de higiene corporal e do vestuário 
Acompanhamento médico inadequado 
Lesões de pele e acidentes frequentes por falta de supervisão 
Alterações do comportamento: hipoatividade, hiperatividade, comportamentos infantis ou 
depressivos, demonstração de vínculo afetivo fraco ou ausente 
Negligência 
 
Crianças ou adolescentes assumindo responsabilidades para as quais não estão preparados ou 
autorizados 
Frequência irregular ou ausência à escola 
 
Formas peculiares de violência 
• Violência química: administração de substâncias psicoativas, com objetivo de conter, 
controlar, inibir, dominar, subjugar, menosprezar ou culpabilizar a vítima pelos seus próprios 
atos contra ela. 
• Intoxicações e envenenamentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACOLHIMENTO 
 - Privacidade 
 - Empatia 
 - Atenção a detalhes 
 - Respeitar o tempo e o ritmo em que as informações são fornecidas 
 
ATENDIMENTO 
 - Anamnese detalhada  ATENÇÃO PARA DISCREPÂNCIAS 
* Conversar separadamente com cada responsável para que cada um dê sua versão. 
Crianças que já se comunicam verbalmente devem ser entrevistadas separadamente 
 
- Exame físico sistematizado 
A internação pode ser 
uma forma de afastar 
a criança do agressor e 
permitir ao médico 
tempo e segurança 
para avaliar a situação 
 Abordagem 
 
Atenção ao comportamento: apatia, tristeza, indefesa, extremamente 
temerosa, postura defensiva (encolhendo-se, fechando os olhos e protegendo o 
rosto – provável atitude adotada durante agressões sofridas) 
 Higiene 
Vestuário e adequação 
Peso e altura (desnutrição, obesidade - ansiedade) 
Comparar o aspecto da criança com os irmãos 
Presença de lesões de pele e mucosas, estágios da lesão, marcas com formatos 
de objetos 
Presença de calos ósseos 
Alterações no exame físico da genitália ou região perianal 
Descontrole emocional – choro frequente agressividade extrema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estágio de evolução de fraturas 
• Dor e edema: por até 10 dias 
• Formação periostal: entre 1 e 
2 semanas 
• Formação de calo mole: em 2 
a 3 semanas 
• Formação do calo duro: 3 a 6 
semanas 
 
 
 
- Avaliação interdisciplinar 
 
- Exames complementares 
 Hemograma completo com plaquetas, coagulograma. 
Bioquímicos: CPK (trauma), amilase (trauma abdominal), TGO, TGP, Gama-GT 
(trauma abdominal). 
EAS 
Sangue e urina para intoxicações exógenas 
Radiografia: 
 
 
 
Ultrassom: transfontanelar e/ou abdome se houver suspeita de agravo. 
Tomografia computadorizada: crânio, tórax e/ou abdome se houver suspeita de 
agravo. 
Ressonância nuclear magnética de crânio 
 
NOTIFICAÇÃO E OUTRAS MEDIDAS LEGAIS 
A notificação de caso suspeitos ou confirmados de maus tratos contra a criança e 
adolescente é obrigatório e compulsório. 
“Ficha de Notificação/Investigação de Violência Doméstica, Sexual e/ou outras 
violências Interpessoais” – SINAN em 3 VIAS. 
O original deve ser encaminhado para secretaria municipal de saúde, uma cópia deve 
ficar no prontuário do paciente e a terceira via encaminhada ao Conselho Tutelar da 
região de moradia da família. 
 
CONDUTA TERAPÊUTICA 
Em caso de violência sexual  medicações preventivas para ISTs 
 
 
 < 2 anos e crianças que não comunicam: se suspeita, realizar 
todas radiografias, mesmo sem evidência de trauma 
esquelético ao exame físico 
 > 2 anos e se comunicam: radiografar as áreas suspeitas, 
doloridas ou com limitação de movimentos 
 
 A prevenção da transmissão do HIV deve ser feita com uso de antirretrovirais por 4 semanas 
em todas as crianças e adolescentes atendidos até 72h seguintes à agressão em que há suspeita 
intercurso sexual ou sexooral com ejaculação na cavidade oral. 
 
 
 Acompanhamento no seguimento de ISTs (pesquisa ou confirmação): consulta com 6 
semanas, 3 meses e 6 meses. 
 
Para adolescentes em idade fértil  anticoncepção de emergência 
Realizar sorologias de sífilis, HIV, hepatites B e C. 
 
 
 
 
Gravidade Características Conduta 
 
 
 
 
 
 
Lesões leves e sem risco de 
revitimização 
 
- Suposta vítima de 
violência apresenta lesões 
leves 
- Agressão não necessita de 
tratamento ambulatorial ou 
hospitalar 
- Sem risco de revitimização 
- Agressor sem 
antecedentes de violência 
(e aceita rever sua postura 
frente à criança) 
- Família com condições de 
proteger a criança. 
• Orientação sobre as 
consequências da violência 
 
• Retorno para moradia 
com os responsáveis legais 
 
• Notificação ao CT da 
região de moradia do 
paciente. Essas notificações 
podem ser encaminhadas a 
partir do primeiro dia útil 
após o primeiro 
atendimento. 
Níveis de Gravidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lesões graves ou com risco de 
revitimização 
 
- Vítima em estado geral 
regular 
- Presença de sintomas 
físicos e psíquicos; 
autoagressão ou agressão 
por outro que necessita 
tratamento 
- Agressor com 
antecedentes de violência 
- Família que resiste ao 
acompanhamento ou 
omissa, incapaz de proteger 
a vítima. 
 
• Priorização de 
atendimento 
 
• Internação hospitalar 
(afastamento do agressor 
ou necessidade de mais 
tempo para avaliação do 
quadro) 
 
• Avaliação geral da vítima 
 
• Levantamento de 
ocorrências anteriores, 
histórico familiar de 
violência, possibilidades de 
tratamento do agressor e 
das consequências da 
violência para a vítima 
 
• Notificação 
 
• Além do CT e/ou 
Ministério Público (MP), 
deve ser notificada a Vara 
da Infância e Juventude (VIJ) 
da região de moradia da 
suposta vítima, mediante 
ofício contendo relatório da 
equipe multiprofissional. A 
alta hospitalar dependerá 
da decisão do Juiz da VIJ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Violência Gravíssima e Risco 
de Morte 
 
- Mau estado geral ou 
apresenta sequelas 
consequentes à violência 
crônica e grave 
- Agressor com transtorno 
de comportamento, 
perverso, pedófilo, 
sociopata, psicopata 
- Agressão que necessita 
tratamento hospitalar ou 
acompanhamento 
psicológico 
- Família conivente ou 
agressora, incapaz de 
proteger a vítima 
 
• Atendimento imediato 
 
• Internação hospitalar com 
afastamento do agressor 
 
• Notificação ao SINAN, ao 
CT ou ao MP e à VIJ 
 
• Solicitar presença de 
membro do CT

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