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FBDG - AULA 15 - PSICOLOGIA GERAL/ VINÍCIUS FARANI

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AULA NÚMERO 15 – POLÍTICAS PÚBLICAS DAS NECESSIDADES ESPECIAIS 
 De acordo com o IBGE, no ano de 2000, o Brasil tem 24,5 milhões de pessoas com deficiência, o 
que equivale a 14,5% da população do país. Esse dado leva em consideração pessoas com 
deficiência visual (48,1%), motora (22,9%), auditiva (16,7%), mental (8,3%) e física (4,1%); 
 A partir da promulgação do decreto n°6571/2008 prevê-se que todas as escolas devem 
matricular a totalidade dos alunos com NEE em classe comum do ensino regular. Os sistemas 
de ensino brasileiro viram-se inflacionados a responder a demanda; 
 As políticas públicas em nosso país desfavorecem a entrada de pessoas com deficiência nas 
universidades – carecendo de maior eficácia no que diz respeito à acessibilidade, ao 
acolhimento e ao respeito às diferenças; 
 Vale ressaltar que esses empecilhos para as pessoas com deficiência não se delimitam somente 
no âmbito escolar e/ou universitário, mas abrange os diversos espaços de uma determinada 
localidade. Por exemplo, na cidade de Salvador (BA) é nítido o avanço significativo com a 
implantação de pisos táteis para as pessoas com deficiência visual, entretanto, a grande 
quantidade de buracos e de desníveis em diversas regiões pode contribuir para a ocorrência de 
acidentes; 
 Outro ponto importante de se ressaltar trata-se da necessidade de um maior respeito às 
diferenças em prol de uma equidade, isto é, tratar os desiguais de forma desigual tendo em 
vista o alcance de uma igualdade. Desse modo, práticas de bullying no ambiente escolar e o 
desrespeito à existência das vagas preferenciais são apenas dois exemplos de como a sociedade 
brasileira carece de transformação; 
 Em 1973, foi criada a primeira secretaria para gerir exclusivamente a educação especial no 
Brasil com o nome de Centro Nacional de Educação Especial (CENESP); 
 CF/1988 – volta à tona o discurso da educação inclusiva. Seus artigos 205, 206 e 207, 
estabelecem a igualdade das condições de acesso – apontando como obrigação do Estado 
brasileiro atender os alunos NEE preferencialmente na rede regular de ensino. Observa-se, 
porém, que o termo preferencialmente abre margem para que as escolas venham a negar a 
matrícula de pessoas com deficiência, alegando despreparo profissional ou qualquer outra 
condição; 
 Os principais obstáculos para a existência de uma educação inclusiva eficaz tratam-se do 
despreparo profissional para conviver com portadores de necessidades especiais, do 
despreparo dos demais estudantes para convivência e a precariedade de meios que promovam 
uma melhor acessibilidade. Nesse sentido, vários profissionais de educação entrevistados pelo 
IBGE, relataram ter conhecimento precário no que diz respeito a questões envolvendo a 
transferência de um cadeirante para outro assento ou no auxílio a pessoas com a convulsão. 
Ademais, a grande quantidade de escadas em determinadas instituições e, muitas vezes, 
desacompanhada de soluções alternativas, proporciona obstáculos para pessoas com 
dificuldades de locomoção; 
 Dessa forma, percebe-se um paradoxo: é desejável que a educação ocorra cada vez mais cedo, 
para possibilitar uma sociedade mais igualitária, mas o cuidado necessário com essas crianças 
pode estar em risco, bem como a oferta de vivências que lhes possibilitem atingir seu potencial 
de desenvolvimento; 
 Em 1990, é ratificada a Declaração Mundial de Educação para Todos e, no mesmo, ano, a Lei 
n°8069/90, no artigo 55, determina que os pais matriculem seus filhos com NEE no ensino 
regular; 
 O Plano Nacional de Educação (PNE) é lançado também em 2001. Com ele, a educação especial 
reposicionou-se definitivamente através da ótica de Educação Inclusiva, assumindo ser a escola 
regular a responsável por atender os alunos com NEE e por matricular a totalidade dos 
estudantes de acordo com o lema “educação de qualidade para todos”; 
 A educação brasileira necessita de reformulação. A atual é muito baseada na competitividade, 
estimulando a crença de que os mais aptos tendem a sobreviver, o que alimenta, também, o 
discurso da meritocracia. Ademais, um ponto curioso consiste no grande ênfase dada à 
educação técnica em detrimento da humanitária – gasta-se muito tempo com conteúdos 
similares ao Teorema de Pitágoras voltado para a prestação de vestibulares, negligenciando 
outros aspectos tão importantes quanto ou até mais, como o auxílio a uma pessoa que se 
encontra em um momento de convulsão; 
 Essa competitividade pode ser evidenciada nas mais sutis circunstâncias, sobretudo, no âmbito 
da educação infantil, como a valorização de jogos recreativos competitivos (o que interessa é 
quem irá vencer) em detrimento de jogos cooperativos; 
 Em síntese, a educação brasileira é excludente, técnica e competitiva, necessitando de 
mudanças em prol do bem da sociedade coletivamente;

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