Do litisconsórcio

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Do litisconsórcio 1
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Do litisconsórcio
Revisado
O litisconsórcio é a pluralidade de partes no polo passivo, ativo ou em ambos.
Há um único processo, com mais de um autor ou réu.
Da limitação de autores e réus nos polos
Dispõe o § 1º do art. 113 que:
“O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao 
número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação 
de sentença ou na execução, quando este comprometer a 
rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o 
cumprimento de sentença”
Esse dispositivo limita o número de litisconsortes, mas não impõe um número-
limite. O juiz deverá analisar se o número é ou não razoável no caso concreto.
Se o número de litisconsortes não for razoável, poderá ocorrer uma limitação 
por meio do desmembramento do processo. Surgirão novos processos 
menores, sem a exclusão de ninguém no polo passivo ou ativo.
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O desmembramento pode ser requerido pelo réu ou determinado de ofício pelo 
juízo. Só não pode ser requerido pelo próprio autor, uma vez que foi ele quem 
propôs a ação e formou o litisconsórcio.
Contra a decisão judicial que aprecia o pedido de desmembramento, o recurso 
cabível é o agravo de instrumento (art. 1.015, VII e VIII.
Requisitos para o desmembramento
São dois: que o litisconsórcio seja facultativo e não necessário. Além disso, 
deve haver uma das seguintes circunstâncias: 
 que o número seja tal que comprometa a rápida solução do litígio; 
 que dificulte a defesa 
 ou que dificulte o cumprimento de sentença
O desmembramento requerido pelo réu
Qualquer dos réus pode postular o desmembramento do processo. O prazo 
para tal requerimento é o da resposta.
Conforme o § 2º do art. 113, o prazo para a resposta é iniciado novamente com 
o requerimento, independentemente da resposta ser de deferimento ou 
indeferimento.
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para 
manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da 
decisão que o solucionar.
Assim, o prazo para resposta passará a correr a partir da publicação da 
decisão judicial a respeito do desmembramento. Contudo, se for deferido o 
desmembramento, o prazo passará a correr a partir da intimação do réu para o 
processo resultante.
Classificação do litisconsórcio
Pode ser facultativo ou necessário, a depender da obrigatoriedade da sua 
formação, e simples ou unitário, a depender da decisão ser comum a todos ou 
especifica para cada um.
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Litisconsórcio necessário
É aquele cuja formação é obrigatória. Quando existir, o processo não poderá 
prosseguir sem sua formação.
Ele decorre da lei ou de relação jurídica de direito material que seja unitária 
(única e incindível) que tenha mais de um titular.
Quando a imposição for por lei, não há muito o que se discutir, basta aplicar o 
que ela diz.
Quando for por lide unitária, refere-se a relações incindíveis, aquelas nas quais 
necessariamente há mais de uma pessoa para a existência, a exemplo do 
contrato e do matrimônio, que nunca podem existir com apenas uma pessoa, 
mas apenas quando houver duas ou mais. Quando a lide for relacionada a 
relações desse tipo, trata-se de um litisconsórcio necessário.
Litisconsórcio necessário simples e unitário
No litisconsórcio necessário simples, os litisconsortes podem receber 
sentenças diversas. No litisconsórcio necessário, existe quando a sua 
exigência decorre exclusivamente da lei; no litisconsórcio facultativo, existe 
nas hipóteses do art. 113.
No litisconsórcio necessário unitário, os litisconsortes apenas podem receber 
a mesma sentença. Quando não pode a relação jurídica desconstituir-se para 
um dos participantes, e não para outro. Existe quando a sua exigência decorre 
da lei e da lide unitária, ou apenas da lide unitária. 
Litisconsórcio facultativo
É aquele cuja formação é opcional, no momento da propositura da demanda, o 
autor tinha a opção entre formá-lo ou não.
Litisconsórcio facultativo unitário
Há apenas uma hipótese na qual o litisconsórcio facultativo unitário poderá 
ocorrer: quando houver legitimidade extraordinária em que se possa pleitear 
uma só pessoa, algumas pessoas ou todas as pessoas legitimadas. Se for 
defendida por mais de uma pessoa, haverá litisconsórcio facultativo unitário, já 
que a sentença alcançará todos, embora nem todos estivessem obrigados a 
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estar em juízo. É o exemplo de pluralidade de condôminos, onde qualquer um 
pode postular só ou com outros condôminos em defesa do direito.
Litisconsórcio facultativo simples
Suas hipóteses de ocorrência estão nos incisos do art. 113 do CPC
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo 
processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações 
relativamente à lide; 
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela 
causa de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato 
ou de direito.
Comunhão de direitos e obrigações relativamente à lide
O inciso I do 113 refere-se a uma obrigação cindível. Não se confunde com uma 
obrigação incindível, quando haverá litisconsórcio necessário.
Por exemplo, se um devedor tem 2 financiadores, eles responderão por 
obrigação solidária, podendo a cobrança, no caso de inadimplemento do 
devedor, ser estendida a apenas um ou aos dois, em valores iguais ou 
diferentes. Assim, há aqui uma obrigação cindível, já que a relação pode 
ocorrer com apenas um dos financiadores.
Conexão
Duas ou mais pessoas podem litigar em conjunto quando estiverem em 
situações conexas: houver identidade de pedido ou de causa de pedir.
Afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de 
direito (litisconsórcio impróprio)
É um vínculo mais tênue que o da conexão. Pressupõe que os litigantes, sejam 
ativos ou passivos, estejam em situações parecidas, próximas, que guardam 
alguma similitude.
Cabe ao juiz analisar se essa similitude é suficiente ou não.
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Momento de formação do litisconsórcio
Pode o litisconsórcio ser inicial ou ulterior. No Brasil, a regra é o litisconsórcio 
inicial, admitindo-se excepcionalmente o ulterior.
Pode ser pedido pelo autor.
Litisconsórcio inicial
É formado junto com o processo. Ele já é requerido desde a petição inicial. É a 
regra absoluta.
Litisconsórcio ulterior
É o litisconsórcio formado no curso do processo. É a exceção, só se admitindo 
quando houver autorização da lei.
Sucessão processual (art. 110)
Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-
á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, 
observado o disposto no art. 313, §§ 1º e 2º .
Se houver pluralidade de sucessores em ação pessoal ou de caráter não 
patrimonial, todos os sucessores se tornarão litisconsortes ulteriormente.
Conexão (arts. 55 e 58)
Quando o processo começa de forma separada, mas ocorre a reunião das 
ações ulteriormente para o julgamento conjunto.
Intervenção de terceiros
Quando alguém ingressa como parte ou auxiliar em processo pendente entre 
outras partes.
Problemas relacionados ao litisconsórcio 
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Das consequências da ausência, no processo, de um 
litisconsorte 
necessário
Quando houver ausência de um dos litisconsortes necessários no processo, é 
necessário que se avalie primeiro o momento do processo. Se ele estiver em 
curso, mas não em fase avançada, deve o juiz mandar incluí-lo. Se estiver em 
fase avançada, todos os atos processuais já praticados são nulos.
Se a sentença já houver sido proferida, vale o 115
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a 
integração do contraditório, será: 
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a 
todos que deveriam ter integrado o processo; 
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram 
citados.
Assim, é necessário que se avalie se o litisconsórcio necessário é unitário ou 
simples. Em sendo unitário, será nula; sendo simples, será ineficaz quanto aos 
não citados.
A formação do litisconsórcio necessário
O autorda demanda é quem deve mandar incluir, já na inicial, os litisconsortes 
ativo e passivo.
Se o autor deixar de incluir um litisconsorte passivo, basta que o juiz 
determine a emenda da inicial para a inclusão do faltante, sob pena de 
indeferimento da inicial. Se o autor deixa de incluir um litisconsorte ativo 
devido a ele não querer participar na demanda, é uma situação mais 
complicada.
A principal corrente acerca do que se fazer nessa última hipótese diz que o 
litisconsorte deverá ser citado a integrar a ação no polo ativo, podendo aditar 
a inicial, ou no polo passivo, podendo apresentar a contestação. Basicamente, 
o litisconsorte ativo poderá figurar no polo ativo ou no polo passivo.
Se houver a citação, ele poderá comparecer ou não à demanda. No caso do 
não comparecimento, ele sofrerá os efeitos da sentença, mas não responderá 
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pelas verbas de sucumbência, já que não participou do processo.
O regime do litisconsórcio
O regime se refere aos efeitos das ações dos litisconsortes sobre os outros. 
Estuda se as ações deles terão efeitos sobre os outros litisconsortes ou 
apenas sobre si.
Primeiro passo: litisconsórcio unitário ou simples
No caso de litisconsórcio unitário, as ações, em regra, afetarão os demais 
litisconsortes.
No caso de litisconsórcio simples, as ações, em regra, afetarão apenas o 
litisconsortes que as praticaram.
Litisconsórcio simples
No litisconsórcio simples, é necessário que se avalie se o que um dos 
litisconsortes afirma também pode ser afirmado pelos outros.
Se pode ser afirmado apenas por outros, é tema comum, e pode deverá 
alcançar também os outros litisconsortes. Se puder ser afirmado apenas por 
aquele litisconsorte, é tema específico, alcançando apenas aquele que o 
praticou.
Litisconsórcio unitário
Se o ato praticado por um litisconsorte unitário é vantajoso, todos os 
litisconsortes serão beneficiados. Se o ato praticado pelo litisconsorte for 
desfavorável aos seus interesses, não é possível que os demais sejam 
prejudicados.
O ato desvantajoso que não seja praticado por todos será absolutamente 
ineficaz e deverá ser desconsiderado na decisão.
Litisconsortes com procuradores 
diferentes
Caso sejam constituídos advogados diferentes de escritórios distintos, os 
prazos processuais para se manifestar nos autos serão em dobro, dado o art. 
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Pelo art. 118, cada um terá o direito de promover o andamento do processo, 
sendo necessária a intimação de todos os procuradores, a respeito dos atos 
processuais.