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Osteomielite | RESUMO

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Osteomielite 
 
 
 
É um processo inflamatório progressivo, agudo, 
subagudo ou crônico que envolve o osso. Inicia-se 
pela medula óssea, dissemina-se e se estende até os 
tecidos moles adjacentes. Já foi considerada uma 
doença frequente e grave, entretanto, hoje é menos 
comum, graças aos cuidados higiênicos da 
população e ao uso corrente de antibióticos. 
Pode ser o resultado de infecções locais (periapicais, 
pericoronais, alveolites, fraturas) ou sistêmicas 
(hematogênica). Uma grande variedade de 
microrganismos pode ser responsável pelo 
processo: estafilococos, algumas cepas 
de estreptococos, actinomicetos e outras bactérias 
anaeróbias (bactérias que não precisam de 
oxigênio). 
 
Os desencadeantes locais mais frequentes são: má-
circulação, fibrose de radiação, vasculopatias de 
pequenos vasos e displasias cemento-ósseas. 
As condições que alteram a vascularização óssea e 
afetam a extensão e a rapidez da disseminação da 
doença por via sistêmica são: diabetes, má-nutrição, 
anemia, imunopatias, neoplasias malignas, 
osteopetrose, osteoporose, doença de Paget, 
displasias ósseas, alcoolismo crônico e artrite 
reumatoide, entre outras. 
Características radiográficas 
As doenças ósseas inflamatórias, agudas ou 
subagudas, caracterizam-se por produzir imagens 
radiográficas de aspecto difuso e infiltrativo, fazendo 
diagnóstico diferencial com neoplasias ósseas 
malignas e outros processos mais agressivos. 
 
Diagnóstico 
O quadro clínico envolvido, a identificação da porta 
de entrada da infecção, a presença de supuração, 
febre e dor são aspectos importantes na indicação 
do diagnóstico. As formas crônicas, que exibem focos 
radiopacos de tamanho e formas variáveis. indolores 
e circunscritos sugerem processos benignos, fazendo 
diagnóstico diferencial com lesões fibro-ósseas e 
neoplasias benignas calcificantes. 
Osteomielite Aguda 
Deve-se principalmente à disseminação do processo 
infeccioso através dos espaço medulares, com 
consequente necrose de quantidade variável de 
osso. Observa-se aumento de temperatura local e 
sistêmica, dor intensa e profunda, mobilidade e 
sensibilidade dos dentes envolvidos, parestesia ou 
linfadenopatia regional 
O diagnóstico é clínico e, eventualmente, 
histopatológico. Radiograficamente verifica-se, após 
2 ou 3 semanas, a formação de sequestros, 
reabsorção e neoformação óssea. 
Já o tratamento se faz através de antibioticoterapia 
(penicilina, clindamicina, cefalexina, gentamicina e 
outros). Drenagem da coleção purulenta, irrigação cm 
anti-sépticos ou antibióticos tópicos controle 
sintomático da dor e febre. 
Osteomielite Crônica Supurativa 
Pode ser resultante de uma infecção de baixa 
virulência ou cronificação da forma aguda. De outro 
lado, podem ocorrer exacerbações agudas de um 
processo crônico. Tumefação pode estar presente ou 
não. Há formação de fístulas que podem se estender 
por muitos meses ou anos. Pode haver reabsorção 
óssea, perda de dente e até fraturas patológicas. 
Radiolucências com limites irregulares apresentando 
um ou mais focos de radiopacidade densa, é o 
quadro radiográfico mais frequente. 
O diagnóstico pode ser clínico e histopatológico. Já 
o tratamento é feito com antibioticoterapia, 
associada a intervencao cirurgica para a remocao 
de eventuais sequestros osseos e dentes com 
mobilidade severa. 
Osteomielite Cronica Esclerosante (Osteíte 
Condensante) 
Ocorre em casos de resistência tecidual elevadas e 
nas infecções causadas com microrganismos de baixa 
virulência. Afeta jovens menores de 20 anos, com 
maior frequência em região apical de pre-molares 
inferiores com caries profundas ou comprometimento 
periodontal. Raramente tem dor associada. 
Radiograficamente se apresenta como lesao 
circunscrita, de osso esclerótico, que pode envolver o 
apice de uma ou mais raizes. A lesao focal é 
geralmente delimitada, de formato irregular, aspecto 
radiografico misto ou radiopaco homogeneo, com 
halo ou borda perilesional 
O diagnóstico é normalmente firmado em bases 
clínicas e radiográficas. Podem compor o diagnóstico 
diferencial osteoma, o cementoblastoma, o odontoma 
e a hipercementose. Removido o agente causal, por 
tratamento endodôntico ou exodontia, a lesão 
regride, mas, às vezes, deixa área residual persistente, 
que é normalmente conhecida como osteoesclerose. 
Osteomielite de Garré (Periostite Proliferativa 
Crônica) 
É uma reação periostal em presença de inflamação. A 
estimulação do periósteo acontece quando a 
virulência do microrganismo é baixa e a resistência 
do hospedeiro é alta. O uso do antibiótico em doses 
baixa e/ou inadequada atenua a virulência e pode 
propiciar a formação desse processo. 
O periósteo afetado multiplica-se, depositando 
lamelas paralelas e expandindo o osso afetado. 
Acomete indivíduos jovens com idade inferior a 20 
anos (alta atividade osteoblástica), especialmente 
aqueles na fase da dentição mista. Observa-se 
tumefação local, frequentemente com presença de 
eritema na pele. Dor pode estar presente e 
desencadeia-se no início do processo inflamatório 
devido a cárie, periodontite ou exodontia prévia. Os 
gânglios linfáticos satélites geralmente estão 
aumentados com características inflamatórias. 
O aspecto radiográfico clássico dessa periostite é 
denominado de “casca de cebola”, observado em 
tomadas oclusais, determinado pela deposiçao de 
novas camadas osseas pela hiperplasia do periósteo. 
Em radiografias periapicais, a imagem é normalmente 
mista, com margens difusas e graus variados de 
condensação óssea, compatível com quadros de 
osteomielites crônicas. 
O tratamento visa à eliminação do estímulo 
infeccioso, obtendo-se recuperação lenta da 
normalidade estrutural local, após tratamento 
endodôntico, exodontia ou tratamento cirúrgico da 
área afetada. 
Osteorradionecrose (Osteorradiomielite) 
É uma forma de osteomielite que pode ocorrer após 
radiação terapêutica de neoplasias malignas na 
região de cabeça e pescoço. 
Manifesta-se por dor intensa, exposição óssea e febre 
alta. A irradiação em altas doses causa redução do 
conteúdo celular e vascular do tecido ósseo, 
proporcionando necrose tecidual e baixa resistência 
infecção. A mandíbula é mais acometida do que a 
maxila. 
O tecido ósseo se expõe muitas vezes em grande 
extensão, havendo supuração. sequestros e necrose. 
O tecido assume coloração cinza-amarelado, 
desenvolvendo-se fístulas extrabucais e até fraturas 
patológicas. 
Radiograficamente observam-se zonas radiolúcidas 
de dimensões variáveis entremeadas por zonas 
radiopacas e contorno irregular. 
O tratamento é conservador sintomático, e medidas 
preventivas são altamente recomendáveis. Indicam-se 
extrações de dentes comprometidos antes da 
irradiação e cuidado redobrados com a higiene 
bucal e proteção aos dentes remanescentes. Uma vez 
instalada a osteorradionecrose, pode-se recomendar 
bochechos com anti-sépticos, anestésicos tópicos e 
antibioticoterapia. A penicilina é a droga de eleição, 
indicando-se exames de cultura e antibiograma para 
serem ministrados os antibióticos mais eficazes. Em 
casos avançados, há necessidade de remoção de 
sequestros. Terapia com oxigênio hiperbárico, 
conjuntamente com a sequestrectomia e a irrigação 
semanal com anti-sépticos locais, parece ser bastante 
efetiva. Dieta líquida e pastosa rica em proteínas e 
vitaminas, faz parte da terapia de suporte. A dor 
deve ser controlada por analgésicos e narcóticos.

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