Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESUMO DO MÓDULO PERDA DE SANGUE 1 ANA CAROLINA DE MELO - XXXI HEMOSTASIA A hemostasia é um processo fisiológico que tem como objetivo manter o sangue fluido, sem que ocorram hemorragias ou trombose. Este processo depende do bom funcionamento dos vasos sanguíneos, plaquetas, proteínas de coagulação, fibrinólise e anticoagulantes naturais. Quando ocorre um dano vascular, diversos eventos são desencadeados, com o objetivo de interromper o sangramento e reparar o dano tecidual, sendo que o principal evento consiste na formação do tampão plaquetário. Todos estes processos são conhecidos como hemostasia primária. Para que este tampão plaquetário não se rompa, devido a pressão sanguínea; surge a fibrina, dando origem ao coágulo verdadeiro, este mecanismo ocorre devido aos fatores de coagulação e é conhecido como hemostasia secundária. Na maioria das vezes o vaso é reconstruído, o coágulo é retirado, a fibrina é de degradada, por meio de fatores fibrinolíticos, dando origem a um processo conhecido como hemostasia terciária ou fibrinólise. HEMOSTASIA Eventos que tem como objetivo estancar o sangramento, ocorre a adesão e agregação plaquetária, levando a formação de um tampão plaquetário instável. Para que a hemostasia primária ocorra é de suma importância a ativação plaquetária, que é desencadeada pelos seguintes processos: • Lesão vascular (com exposição do colágeno); •Contato com a superfície eletronegativa do colágeno; • Aderência ao colágeno e ao Fator de Von Willebrand; • Aumento do volume e emissão de pseudópodes; • Adesão e interação com outras plaquetas. Nos distúrbios da hemostasia primária as principais manifestações clínicas, são as petéquias, epistaxe e gengivorragia. Fases ➽ Fases da hemostasia: • Vascular: vasoconstrição, início imediato. • Plaquetária: adesão e agregação, após 1-3 minutos. • Coagulante: vias intrínseca e extrínseca, 5-10 minutos. • Fibrinólise: dissolução do coágulo 2-3 dias. ➽ Fases da hemostasia primária: ♦ Espasmo vascular: quando as artérias ou arteríolas são danificadas, o músculo liso, se contrai, reduzindo a perda de sangue. ♦ Adesão plaquetária: após o rompimento do endotélio as plaquetas se ligam ao colágeno exposto, com o auxílio da proteína GP VI, formando o tampão. PRIMÁRIA RESUMO DO MÓDULO PERDA DE SANGUE 2 ANA CAROLINA DE MELO - XXXI O fator de Von Willebrand liga fortemente as plaquetas ao colágeno, evitando que o tampão se rompa e ocorra um novo sangramento. ♦ Ativação plaquetária: com a adesão, as plaquetas são ativadas e emitem projeções, para se comunicar com novas plaquetas. Então elas passam a liberar difosfato de adenosina e tromboxano (proveniente dos grânulos densos), que recrutam novas plaquetas. Serotonina é liberada e atua como vasoconstritora, ↓ o fluxo sanguíneo, evitando sangramentos novos. ♦ Agregação plaquetária: é mediado pelas glicoproteínas IIb/IIIa, que liga uma plaqueta a outra por meio do fibrinogenio. A liberação de difosfato de adenosina, fortalece a ligação entre as plaquetas, formando o tampão e interrompendo a perda sanguínea. Distúrbios plaquetários Púrpuras Doenças hemorrágicas que caracterizam por sangramentos causados por deficiência das plaquetas (funcional ou numérica) e dos vasos. O sangramento é evidenciado por presença de petéquias, equimoses, epistaxes, gengivorragias. ➽ Púrpuras vasculares: Fragilidade capilar, sangramento cutâneo mucoso, poucas alterações laboratoriais (TS aumentado, PL +), pode ser hereditária ou adquirida. • Adquiridas: escorbuto, distúrbios das imunoglobulinas (mieloma múltiplo, crioglobulinemia, doenças linfoproliferativas), púrpura senil, púrpura infeciosa (bacteriana ou viral). • Hereditárias: telangiectasia hemorrágica hereditária e síndrome de Ehrler-Danlos. ➽ Púrpuras plaquetárias: • Trombocitopenicas: diminuição do número de plaquetas, ocorre uma alteração no tempo de sangramento, PL ou RC. A produção estará diminuída (anemia aplástica, leucemias, carência B12/ folato) ou a destruição estará aumentada (hiperesplenismo, púrpura trombocitopenica imunológica, idiopática, coagulação intravascular disseminada). • Trombocitopáticas (alterações na função das plaquetas): alteração no tempo de sangramento, PL ou RC, agregação plaquetária alterado. Hereditárias (síndrome de Bernard-Soulier (Gp Ib), S. Glazmann (Gp IIb/IIa) DvW. Adquiridas: doença mieloproliferativas das plaquetas e medicamentos (AAS). HEMOSTASIA Conjunto de reações enzimáticas, que resultam na formação do coágulo sanguíneo. Estas reações levam a formação de fibrina, que fortalece o tampão plaquetário (hemostasia primária), evitando novos sangramentos. Nos distúrbios da hemostasia secundária, os sintomas mais comuns são: hematomas e hemartose. Existem alguns mecanismos reguladores que impedem a coagulação descontrolada e oclusão dos vasos sanguíneos (trombose), são eles: SECUNDÁRIA RESUMO DO MÓDULO PERDA DE SANGUE 3 ANA CAROLINA DE MELO - XXXI Proteínas C e S: inibidores dos cofatores da coagulação V e VII, evitando a geração de mais trombina. A proteína C é dependente da vitamina K. Inibidores dos fatores de coagulação: limita o efeito da trombina ao local da lesão, TFPI (inibidor da via do fator tecidual – extrínseca): inibe os fatores Xa, VIIa e fator tecidual. Vias Existem três vias importantes na hemostasia secundária: ➽ Via intrínseca: Todos os fatores que são ativados, estão no interior do vaso sanguíneo. O contato do sangue com o colágeno da parede lesionada, ativa o fator XII. Iniciam diversas reações que levam a ativação do fator X (os fatores XII, XI, IX e VIII são ativados também). Fator Xa se combina com o fator V para formar a protrombina e iniciar a via comum. ➽ Via extrínseca: O fator ativador desta via, estará presente no endotélio vascular. Quando ocorre um dano tecidual, o fator tecidual (fator III) é liberado na corrente sanguínea. Ocorrem diversas reações que levam a ativação do Fator X, que se combina com fator V e forma a enzima protrombinase, até iniciar a via comum. ➽ Via comum: Protrombinase e íons cálcio catalisam a conversão de protrombina em trombina. Trombina na presença de íons cálcio, converte o fibrinogênio em fibrina e ativa o fator XIII que fortalece e estabiliza os filamentos de fibrina no coágulo. FATORES SINONIMOS LOCAL DE PRODUÇÃO I Fibrinogênio Fígado II Protrombina Fígado III Tromboplastina tecidual Células endoteliais IV Cálcio Fígado V Proacelerina Fígado, plaquetas e células endoteliais VII Acelerador da pró- trombina, proconvertina Fígado VIII Fator anti-hemofílico A Fígado IX Fator anti-hemofílico B Fígado X Fator Stuart Fígado XI Precursor da tromboplastina plasmática Fígado XII Fator Hageman Fígado XIII Fator estabilizador da fibrina Fígado e plaquetas Vitamina K Existem alguns fatores que são dependentes de vitamina K, para serem ativados, são eles: II, VII, IX e X; além das proteínas C e S. Suas fontes são: endógena (bactérias intestinais) e exógena (presente em algumas verduras, leite), ela estão é armazenadano fígado. RESUMO DO MÓDULO PERDA DE SANGUE 4 ANA CAROLINA DE MELO - XXXI • A deficiência de vitamina K ocorre devido a má absorção, por icterícia obstrutiva, doença do intestino curto, doença de Cronh, retrocolite ulcerativa, doença celíaca, antibioticoterapia, anticoagulantes e alcoolismo. • Os achados incluem um aumento no tempo de protrombina, quadros hemorrágicos (nos casos graves), equimose, epistaxe, hematúria e hemorragias. Distúrbios • Alterações adquiridas: Deficiências em vários fatores da coagulação. Exemplos: Coagulação intravascular disseminada, hepatopatias, deficiência de vitamina K. • Alterações hereditárias: A deficiência é em apenas um dos fatores da coagulação. Exemplo: hemofilia.
Compartilhar