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A AÇÃO FARMACOLÓGICA DOS ANTIÁCIDOS


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1) A AÇÃO FARMACOLÓGICA DOS ANTIÁCIDOS (BICARBONATO, HIDRÓXIDO DE 
MAGNÉSIO, E DE ALUMÍNIO), RANITIDINA E OMEPRAZOL; 
 
Mecanismo de ação de antiácidos: aumento da secreção de bicarbonato e muco, aumento 
da produção e liberação de prostaglandinas e manutenção da microcirculação. Quando 
pH é maior que 4 (neutralidade) a liberação de gastrina e pepsina é reduzida. Os 
mecanismos de autorregulação vinculados a gastrina são acionados para aumentar o tônus 
do esfíncter inferior do esôfago, explicando a eficácia dos antiácidos no controle dos 
sintomas em pacientes com refluxo gastro-esofágico. 
A classe terapêutica dos antiácidos é composta fundamentalmente por bicarbonato de 
sódio, carbonato de cálcio, compostos básicos de alumínio e de magnésio. Estes diferem 
significativamente entre si quanto à potência, taxa de absorção, tempo de ação, efeitos 
secundários, complicações sistêmicas e interações medicamentosas. Os antiácidos atuam 
neutralizando o ácido produzido pelas células parietais do estômago. 
Hidróxido de alumínio administrado oralmente, reage com HCl, formando cloreto e 
magnésio e água. Reduz a carga ácida pea reação de neutralização do ácido clorídrico, 
diminuindo hidrogênio para difusão através da mucosa gastrointestinal. 
A classificação dos antiácidos depende se forem absorvidos de forma sistêmica ou não-
absorvidos. Os absorvidos podem produzir alcalose metabólica por absorção de cátions. 
No caso dos não-absorvidos, suas partes catiônicas, no intestino forma compostos básicos 
insolúveis. 
-BICARBONATO DE SÓDIO (NaHCO3) é um sal muito solúvel, dissociando-se 
facilmente. NaHCO3 → Na+ + HCO3 −. Trata-se de um composto afrotérico que em 
ambiente ácido reage com prótons para formar H2CO3 (reação de neutralização): HCO3 
− + Na+ + HCl ↔ H2CO3 + NaCl. O acúmulo de ácido carbônico (H2CO3) favorece 
sua conversão em água e dióxido de carbono, justificando a formação de gás na utilização 
deste medicamento. O pH gástrico aumenta entre 4 e 8. 
-CARBONATO DE CÁLCIO (CaCO3) sofre reações parecidas com o bicarbonato, mas, 
liberando por dissociação íon de base fraca e pode receber dois prótons. 
CaCO3 → Ca2+ + CO3 2− 
Ca2+ + CO3 2− + 2 HCl → H2CO3 + CaCl2 
Apresenta início de ação rápida e efeito potente e prolongado na neutralização. 
-ALUMÍNIO: também é utilizado sob a forma de hidróxido, carbonato, fosfato e 
aminoacetato, sendo a primeira a forma mais utilizada como antiácido. Não obstante o 
fato destes compostos serem constituídos por ânions capazes de reagirem como bases na 
neutralização do ácido gástrico, na realidade o cátion alumínio forma facilmente 
complexos hexadentados com grupos hidroxilo e moléculas de água, complexos estes que 
participam em equilíbrios tampão. 
[Al(H2O)3 (OH−)3 ] + HCl ↔ [Al(H2O)4 (OH−)2 ] + + Cl− 
[Al(H2O)4 (OH−)2 ] + + HCl ↔ [Al(H2O)5(OH−)] 2+ + Cl− 
[Al(H2O)5(OH−)] 2+ + HCl ↔ [Al(H2O)6 ] 3+ + Cl− 
Trata-se de um antiácido fraco e de ação lenta. 
 
-SAIS DE MAGNÉSIO: Os sais de magnésio com propriedades antiácidas são óxido, 
carbonato, hidróxido e trissilicato. O hidróxido de magnésio, mais conhecido por leite de 
magnésia, é um potente neutralizador de ácido gástrico com produção de cloreto de 
magnésio e água. 
 
RANITIDINA 
Os bloqueadores dos receptores 
H2 da histamina em uso clínico 
são a cimetidina, a ranitidina, a 
famotidina e a nizatidina. 
Eles inibem de forma seletiva e 
competitiva a ligação da 
histamina aos receptores H2 
gástricos, reduzindo assim a 
secreção ácida pelas células 
parietais. Após ligar-se com o 
receptor H2 na célula parietal, 
promove produção de AMPc, que 
por ativação da proteína cinase A 
(PKA), fosorila as proteínas 
envolvidas com o transporte de 
bomba de prótons do citoplasma para a membrana plasmática da célula parietal. 
Famotidina tem maior potência relativa para inibição da secreção ácida, já a Cimetidina 
é menos potente. Ranitidina e Nizatidina possuem potencias parecidas. Após bloqueio 
da secreção e aumento do pH do estômago, bloqueadores H2 aumentam a concentração 
sérica de gastrina, e reduzem atividade péptica por uma redução na secreção de 
pepsinogênio. O auge do bloqueio de receptores H2 ocorre cerca de 1 a 3h após o uso 
oral. Com meia-vida de 1,5 a 4h. Excretado por metabolismo hepático, filtração 
glomerular e secreção tubular renal. A liberação renal acontece de 2 a 3 vezes maior que 
de creatinina. 
Nizatidina apresenta quase 100% de aproveitamento por apresentar pouco metabolismo. 
A distribuição da cimetidina leva à extensa captação pelos rins, pulmões e tecido 
muscular. 
 
Sua distribuição no líquido cefalorraquidiano é aumentada na doença hepática severa, 
devendo a dose ser reduzida nesses pacientes para evitar a confusão mental, enquanto o 
volume de distribuição é diminuído em aproximadamente 40% no idoso. Portadores de 
ulceras, apresentam 40% do medicamento administrado por via oral, inalterado na 
excreção renal. Por isso, idade e função renal são principais relacionados a 
farmacocinética dos antagonistas de receptor H2. Neonatos e crianças precisam de doses 
menores (posologia) para não prejudicar função renal e idosos por possuírem menor 
liberação renal do medicamento por apresentarem alteração renal pelo processo de 
senescência. Diarreia, cefaleia, sonolência, fadiga, dor muscular e constipação, são efeitos 
adversos mais comuns, além de, ginecomastia, neutropnia, trombocitopenia, 
agranulocitose, elevação de enzimas hepáticas, febre, alergias, taquicardia, hipotensão e 
arritmias. Essas classe medicamentosa possui ainda capacidade de diminuir absorção de 
outros fármacos por elevação de pH gástrico. Ainda, metoclopramida pode reduzir a 
absorção dos bloqueadores H2. 
A cimetidina, e a ranitidina, em menor extensão, aumentam as concentrações séricas de 
prolactina, especialmente em altas doses, o que contribui para os sintomas de galactorréia 
na mulher e de ginecomastia no homem. A cimetidina inibe a ligação da 
dihidrotestosterona aos receptores androgênicos, um efeito não observado com os demais 
bloqueadores H2, e inibe o metabolismo do estradiol no homem. Cimetidina reduz ainda 
enzimas do citocromo P450. 
A Ranitidina, mais potente que a Cimetidina, porém, possui menor avidez ao citocromo 
P450, alterando pouco farmacocinética de outros fármacos. 
Cimetidina e ranitina competem com a creatinina pela secreção tubular renal, o que eleva 
em 15% os níveis séricos da creatinina, com redução na sua liberação. As principais 
indicações terapêuticas dos bloqueadores H2 referem-se à doença ulcerosa péptica e à 
doença do refluxo gastroesofágico e à dispepsia. 
 
OMEPRAZOL 
Administrado como pró-fármaco inativo. É administrado sob forma de microgranulos 
gastrorresistentes, para resistir ao pH ácido. A proteção do medicamento é dissolvida com 
o pH ácido do estômago, assim ele chega ao duodeno, meio menos ácido, e é absorvido 
sem danos na estrutura do medicamento, caindo na circulação e chegando nas células 
parietais nos canalículos do estômago. Nos canalículos, ele é liberado no ambiente 
extracelular, o pró-fármaco é ativado por processo catalisado por prótons, rapidamente 
sofrendo conversão à molécula ativa, sulfenamida tiofílica (ácido sulfênico). Nessa forma 
ativada ele reage com a enzima H+ /K+ ATPase, inativando-a irreversivelmente. Inibe 
ainda de forma seletiva a enzima anidrase carbônica da mucosa gástrica, contribuindo 
para diminuição de secreção gástrica. 
A inativação da enzima H+ /K+ ATPase , responsável pela captura de H+ do ambiente 
ácido estomacal, ocorre por um processo na Bomba de Prótons, onde há 10 segmentos 
transmembranares e contêm 28 resíduos de cisteínas (CYS), sendo que o resíduo CYS813 
(localizada no vestíbulo luminal da enzima) é o necessário para ocorrer a função do IBP. 
Há interação com este resíduo, por meio do grupo –SH, que também está presente nas 
laterais dos resíduos da cisteína por meio de ligaçõesdissulfeto ou persulfureto, sendo 
ligação covalente, irreversível. Após a ligação, a taxa de bombeamento de prótons para o 
lúmem estomacal necessita de formação de nova proteína, necessitando de um certo 
tempo, na qual há interrupção de secreção acida. Um GLU820 e um outro resíduo 
aniônico na posição 824 (de glutamato ou aspartato) promovem ligação para interação 
dos IBP. 
O grupo sulfonilo presente nas bases dos IBP não promove ligação dissulfureto com 
resíduos da cisteína da bomba de prótons, necessitando sua conversão em sulfonamida ou 
derivado sulfonado. 
Para alcançar CYS813 e CYS822 a estrutura do IBP deve interagir com a bomba de 
protões na área do vestíbulo luminal. 
Após alcançarem o lúmem intestinal, menos ácido ou neutro, são absorvidos, os IBP 
ligam-se fortemente a proteínas plasmáticas e são amplamente metabolizados pela família 
de enzimas CYP 450. A isoforma 2C19 é particularmente importante na conversão da 
estrutura base em metabolitos inativos, embora a CYP 3A4 também desempenhe um 
papel importante na biotransformação dos IBP. 
O omeprazol pode inibir a metabolização hepática de fármacos, como diazepam, fenitoína 
e varfarina, pela inibição competitiva do CYP2C19. 
Em geral, pode-se esperar que o potencial de interações medicamentosas do esomeprazol 
seja similar ao do omeprazol. Os IBPs podem alterar a farmacocinética de inibidores de 
proteases, como atazanavir, endinavir, nelfinavir, raltegravir e ritonavir. Na terapia com 
omeprazol/claritromicina/amoxicilina usada na erradicação do H. pylori, o sinergismo 
farmacodinâmico desses fármacos deve-se, em parte, a interações farmacocinéticas, uma 
vez que a área sob a curva (AUC) do omeprazol aumenta quase duas vezes após a 
administração concomitante com claritromicina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os IBP são liberadas dos grânulos no duodeno, onde são rapidamente absorvidas e 
ganham a circulação sanguínea. Do sangue, atingem as células parietais e difundem-se 
para os canalículos secretores, onde são retiradas após ionizarem-se. Uma vez ionizadas 
em meio ácido, formam-se um ácido sulfênico e uma sulfenamida, que se ligam 
covalentemente a grupamentos sulfidrílicos localizados em pontos críticos do mínio 
extracelular (luminal) da bomba de prótons. Como, para se tornarem efetivas, necessitam 
ser ativadas através da ionização, os inibidores da bomba de prótons são considerados 
pró-drogas. A ligação de duas moléculas de sulfenamida a uma bomba de prótons inibe 
totalmente a atividade da enzima. A secreção ácida só retorna ao normal após síntese e 
inserção de novas moléculas da bomba de prótons na membrana apical das células 
parietais. 
Uma vez no intestino delgado, os inibidores da bomba de prótons sofrem rápida absorção, 
ligam-se altamente às proteínas e são extensamente metabolizados por CYP hepáticas, 
principalmente CYP2C19 e CYP3A4.