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Hemostáticos HEMOSTASIA ❖ Hemostasia: é o efeito combinado de vários mecanismos que evitam ou limitam o sangramento, após a lesão de um vaso sanguíneo. ❖ É um fenômeno de defesa do organismo que ocorre em resposta a agressão vascular com extravasamento sanguíneo. ❖ Hemostasia primária: conta com a vasoconstrição e a ação das plaquetas (importante papel). ❖ Hemostasia secundária: realizada pelos fatores de coagulação. ❖ Vasos e hemostasia: - Vasos pequenos: apenas a vasoconstricção nos capilares, ajudam no processo de hemostasia. - Vasos médios: necessitam do mecanismo hemostático para controle da lesão de um vaso. - Vasos grandes: para ocorrer a hemostasia, necessitam do auxílio da compressão mecânica e sutura. COMPONENTES DA HEMOSTASIA ❖ Vasos sanguíneos, plaquetas, mecanismos de coagulação e sistema fibrinolítico (papel importante após a estabilização do coágulo). ❖ Processo de hemostasia (resumo) : 1 - O traumatismo do vaso sanguíneo faz com que a sua parede se contraia. A constrição é resultado de reflexos nervosos, espasmo miogênico local e a liberação de fatores humorais locais do tecido traumatizado e das plaquetas sanguíneas, como a substância vasoconstritora tromboxano A2. 2- Um tampão plaquetário pode preencher um pequeno orifício no vaso sanguíneo. Quando as plaquetas entram em contato com uma superfície vascular danificada, elas (1) incham e assumem formas irregulares; (2) liberam grânulos contendo vários fatores que aumentam a aderência plaquetária (p. ex., adenosina difosfato, Fator de von Willebrand, Glicoproteína Ib); e (3) formam tromboxano A2. A adenosina difosfato e o tromboxano agem nas plaquetas vizinhas para ativá-las, de modo que elas aderem às plaquetas originalmente ativadas, formando o tampão plaquetário. 3-A formação do coágulo sanguíneo é o terceiro mecanismo da hemostasia. Quando o coágulo sanguíneo estiver formado, ocorrerá a invasão por fibroblastos, que, subsequentemente, formarão tecido conjuntivo ao longo do coágulo. Formando uma rede de fibrina e depois formando o coágulo ( tampão hemostático definitivo), não deixando que haja extravasamento de sangue. PLAQUETAS ❖ Vida média: 8 a 10 dias. Quantidade em um indivíduo saudável entre 150.000 a 450.000 mm³. ❖ Tromboxano A2: produzidos pela ação da Ciclooxigenase no Ácido Araquidônico, atuam influenciando a adesão plaquetária. ❖ Fatores de adesão plaquetária (ADP) e Serotonina (plasma) também auxiliam para adesão dessas células. AGRESSÃO VASCULAR ❖ Inicialmente há uma vasoconstricção reflexa que nem sempre é suficiente para cessar o sangramento geralmente cessa em vasos pequenos. ❖ Liberação de fatores de adesão plaquetária, Tromboxano A2. ❖ Liberação de fatores de coagulação que ativarão a via Fibrinolítica, para formação do coágulo. ❖ Coagulação: formação de um coágulo (emaranhado difuso de fibrina no qual são sequestradas todas as células sanguíneas). 1- Um complexo de substâncias ativadas chamadas de ativador da protrombina é formado em resposta à ruptura ou danos no vaso sanguíneo. 2- O ativador da protrombina catalisa a conversão da protrombina em trombina. 3- A trombina atua como uma enzima convertendo o fibrinogênio em fibras de fibrina que enredam as plaquetas em agregação, células sanguíneas e plasma para formar o coágulo. 4- O plasminogênio é uma proteína plasmática que, quando ativada, se torna uma substância chamada plasmina, uma enzima proteolítica que se assemelha à tripsina. A plasmina digere as fibras de fibrina e outros fatores de coagulação. CO- FATORES DE COAGULAÇÃO ❖ Esses fatores participam e auxiliam o processo de coagulação. ❖ Cálcio: age mediando a ligação dos fatores IXa e Xa junto as plaquetas. Com exceção dos dois primeiros passos da via intrínseca, os íons cálcio são necessários para promover todas as reações; na ausência de íons cálcio, a coagulação do sangue não ocorre. ❖ Vitamina K: adiciona um carboxil ao ácido glutâmico residual dos fatores II, VII, IX e X, contribuindo para a ativação desses fatores. O fígado necessita de vitamina K para a ativação normal da protrombina; portanto, tanto a falta de vitamina K como a presença de doenças hepáticas impedem a formação normal de protrombina, resultando em tendências hemorrágicas. *Paciente com hemorragia aguda, não dá Vitamina K, coloca o ácido Tranexâmico. Já pacientes com problemas nos fatores II, VII, IX e X, dá previamente Vitamina K para produzir esses fatores antes dos procedimentos. CONTROLE DA HEMOSTASIA ❖ Virtualmente, todos os distúrbios hemorrágicos podem ser diagnosticados com a triagem pela contagem de plaquetas (analisar a agregação plaquetária), TS (tempo de sangramento, analisa a qualidade das plaquetas, se ele tem capacidade de boa adesão), TP (tempo de pró-trombina) e TTP (tempo de tromboplastina). Essas duas últimas, auxiliam na formação da fibrina. ❖ Problemas hemostáticos: podem estar ligados aos vasos (microvasculatura), plaquetas e aos fatores de coagulação. PROBLEMAS HEMOSTÁTICOS ❖ Associados aos vasos: 1- Púrpuras vasculares: extravasamento sanguíneo. ❖ Associados as Plaquetas: 1- Transtornos na quantidade: podem ser decorrentes pela produção diminuída pela medula como em: Síndrome de Fanconi, hereditária ligada ao sexo, autossômica dominante, anemia aplástica, leucemias, linfomas, fármacos mielossupressores, deficiência nutricional, infecções virais (EPSTEIN-Barr, rubéola, dengue, citomegalovírus e varicela). 2- Transtornos em quantidade: podem estar relacionados com a destruição aumentada das plaquetas como apresentada no Lúpus, artrite reumatóide, HIV, linfoma e hiperesplenismo. 3- Transtornos na qualidade de adesão plaquetária: envolve os fatores plaquetários ou os Tromboxanos. Encontrado em: Trombastenia de Glanzman, Doença de Von Willebrand e Síndrome de Bernard Soulier (ligados aos fatores plaquetários). Enquanto os fármacos tipo AAS (anti-inflamatório que reduz a produção de tromboxanos) e os pacientes com Insuficiência Renal Crônica, apresentam uma redução na produção dos tromboxanos. CONDUTA CLÍNICA X MEDICAMENTOS ❖ Conduta clínica: limpeza da área, identificação do vaso hemorrágico, compressão e sutura. Não seria necessário utilizar medicamentos, apenas a sutura seria suficiente para facilitar o processo de hemostasia, em pacientes que não possui nenhum problema hemostático. AGENTES HEMOSTÁTICOS ❖ Derivados do sangue humano: utilizados geralmente em pacientes hemofílicos que já sabem da sua deficiência de determinado fator de coagulação de acordo com o tipo da sua síndrome. ❖ Preparações de Vitamina K: - A vitamina K é um co-fator de coagulação, é absorvida no TGI somente na presença de quantidades adequadas de sais biliares e lipase pancreática. Presente nos vegetais,ovo,carnes e leites. *pacientes com deficiência em sais biliares/problemas no fígado, podem desenvolver uma deficiência de vitamina K, gerando uma deficiência de fatores de coagulação que dependem dessa vitamina para serem produzidos. - No fígado, a síntese dos fatores VII, IX, X e da protrombina (II) são altamente dependentes da vitamina K. - Uma deficiência de vitamina K pode gerar uma deficiência de fatores de coagulação. http://bioalegria.blogspot.com/2009/04/coagulacao-sanguinea.html - Deficiência de Vitamina K: pode estar presente da Doença hemorrágica do recém-nascido, em pacientes que fazem o uso de Antibióticos de Amplo Espectro por muito tempo, nas Hepatopatias e nas Obstruções biliares. Pode resultar em: + grandes equimoses cutâneas; + hemorragias de mucosas; + sangramento gastrointestinal. - Indicações da Vitamina K: 1– Pacientes com hemorragia ou com probabilidade de hemorragia por hipoprotrombinemia grave (insuficiência dos fatores de coagulação II, VII, IX, X) 2- Profilaxia e tratamento de doença hemorrágica no neonato. - Farmácia: Vitamina K (Fitomenadiona – ampola de 1ml com 10 mg) ❖ Agente antifibrinolíticos: - A fibrina resultante da coagulação do sangue é degradada pelo sistema fibrinolítico e subsequentemente removido pelo sistema reticuloendotelial. -Ácido épsilon-amino-capróico (Ipsilon). - Ácido Tranexâmico (Transamin). - Na odontologia, geralmente em casos agudos, uma só dose já é suficiente para controlar a hemorragia. - Mecanismo de ação: inibem por competição tanto a ativação quanto a ação da Plasmina (degrada a fibrina), isso é, esses fármacos aumentam o tempo de dissolução da rede de fibrina. Sua ação se faz na fase posterior à formação do coágulo. Permite que a rede de fibrina fique por mais tempo, resultando no processo de hemostasia. - Contraindicações: + Portadores de coagulação intravascular ativa; + Vasculopatia oclusiva aguda; + Pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula. ❖ Hemostáticos locais: - Podem ser utilizados em casos de alergia; 1- Espuma de Fibrina: + Composição: consiste em fibirina puríssima, em forma de cubos de espuma. + Posologia e Administração: introduzir um cubo na cavidade alveolar hemorrágica e suturar ; aplicar um ou mais cubos sobre a região sangrante. Estabiliza a coagulação local. 2- Esponja de Gelatina: Gelfoam: é uma esponja cirúrgica, dobrável e esterilizada. É completamente absorvida dentro de 4 a 6 semanas sem acarretar formação excessiva de tecido cicatricial. Spongostan: sua atuação é mecânica, provendo absorção, barrando o fluxo sanguíneo e formando uma matriz para a formação do coágulo. http://bioalegria.blogspot.com/2009/04/coagulacao-sanguinea.html ❖ Selante de Fibrina: composto por fibrinogênio • Olhar caso clínico! • Tempo de Sangramento: fornece a verificação da suficiência do número de plaquetas e da função plaquetária e do vaso. O exame mede o tempo que leva para estancar o sangramento, por um estilete nos vasos de pequeno calibre, no lobo da orelha ou na polpa digital. Normal (Duke): até 3 minutos. • Estudar coagulação (FISIOLOGIA) Referências: Hall, John E. Guyton e Hall fundamentos da fisiologia / John E. Hall, Arthur C. Guyton ; tradução Mariana Villanova Vieira, Eduardo Kenji Nunes Arashiro, Alcir Costa Fernandes Filho. - 13. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2017. Whalen, Karen. Farmacologia ilustrada [recurso eletrônico] / Karen Whalen, Richard Finkel, Thomas A. Panavelil ; tradução e revisão técnica: Augusto Langeloh. – 6. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2016 • Avaliação Laboratorial da Hemostasia • Contagem de plaquetas: fornece uma avaliação quantitativa da função plaquetária. Normal: 150.000 a 350.000/mm3. • Tempo de Protrombina: Mede o tempo que o plasma leva para formar o coágulo, quando adicionados a ele o cálcio e o fator tecidual. Normal: 12-14s. • Tempo de Tromboplastina Parcial: Mede-se o tempo que o coágulo leva para se formar, após a adição de caulim, um fator ativante de superfície, e de cefalina, um substituto do fator plaquetário, ao plasma do paciente. Normal: 25- 40s.
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