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Fisiopato: Cardiopatias e valvopatias: Valvopatias: Doenças que acometem primariamente as valvas cardíacas: -> Insuficiência (regurgitação) valvar: - Incapacidade de uma valva em fechar-se completamente-> permitindo um fluxo invertido. - Causas: Lesão secundaria: Endocardite ou ruptura das estruturas de sustentação (aorta, anel mitral, cordas tendineas, músculos papilares), sem uma lesão primarias nas válvulas. Ou surgir abruptamente (Traumas) ou de forma lenta e silenciosa decorrente da cicatrização ou retração valvar. -> Estenose: Incapacidade valvar de abrir-se completamente-> impedindo o fluxo total adiante. - Diâmetro menor-> Aumento da pós-carga (ejeção de sangue). - Causas: Anomalias primarias das válvulas (cúspides) e quase sempre um processo crônico (calcificação ou cicatrização). Podem ocorrer isoladamente ou juntas na mesma valva. A doença valvar pode acometer apenas uma valva (valva atrioventricular esquerda é a mais comum) ou mais de uma valva. ➢ Estenose aórtica: Em doença grave o comprometimento das valvas pode ser de 70-80% de uma área valvar normal. - O debito cardíaco é mantido por conta da hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo. - Miocárdio hipertrofiado está sujeito a isquemia e pode ocorrer angina. - Disfunções sistólicas e diastólicas agem juntas causando ICC, e com o tempo, ocorre a descompensacão cardíaca. - Surgimento de angina, ICC ou sincope na estenose aórtica indica hiperfunção cardíaca compensatória e um mau prognostico. Necessitando de intervenção cirúrgica, sem ela 50-80% dos pacientes evoluem para óbito em 2-3 anos. - Etiologias: Calcificação, congênita (síndrome de down) ou febre reumática. - Fisiopatologia: Sobrecarga de pressão no VE (obstrução do fluxo de saída) -> hipertrofia concêntrica do VE (mecanismo compensatório para manter o DC)-> Pós carga elevada. - Tratamento cirúrgico. ➢ Estenose aórtica calcificada: Causa mais comum da estenose aortica! - Maioria assintomática. - Relacionada com a idade (fator de risco) - Calcificação da valva aórtica provavelmente acontece por uma lesão crônica recorrente devido a: Hiperlipidemia, hipertensão ou inflamação (etiologias). Por ser crônica promove a deposição de hidroxiapatita (sal de cálcio encontrado nos ossos). - Morfologia: Presença de massas calcificadas amontoadas sobre o lado das válvulas voltado para o fluxo de saída-> se projetam para dentro dos seis de Valsalva, impedindo mecanicamente a abertura da valva. O estagio inicial e sem importância hemodinâmica do processo de calcificação é denominado de esclerose da valva aórtica. ➢ Estenose mitral: Rara - Etiologia: Febre reumática, congênita, síndromes carcinoides, endocardite infecciosa, calcificacao. - Fisiopatologia: Sobrecarga de pressão no AE-> dificulta a passagem de sangue do AE->VE-> Por consequência diminuí a pré- carga e aumenta-se a pós carga do VE-> Remodelamento dos Vasos Sanguíneos. ➢ Calcificação mitral: Geralmente não afeta a função valvar em casos raros leva a: . Regurgitação-> por interferir na contração fisiológica do anel valvar. . Estenose-> por prejudicar a abertura dos folhetos mitrais. - Os nódulos calcificado podem fornecer um local ideal para a formação de trombos-> pacientes apresentam risco aumentado de AVC embólico e também podem-se tornar um nicho para endocardite infecciosa. ➢ Prolapso de mitral: Na degeneração mixomatosa da valva atrioventricular esquerda, uma ou ambas as válvulas estão “frouxas” e sofrem prolapso-> se projetam para dentro do AE durante a sístole. - A degeneração mixomatosa primaria (prolapso primário) desta valva afeta cerca de 0-2,4% dos adultos, é uma das formas mais comum das doenças cardíacas valvares, afetando 7x mais mulheres do que homens. Entretanto, a degeneração secundaria afeta igualmente homens e mulheres, ocorre de qualquer condição na qual a regurgitação mitral resulte de outra etiologia. - Patogenia: . A base da degeneração mixomatosa primaria é desconhecida. Entretanto é provável que haja um defeito intrínseco subjacente na síntese ou remodelamento do tecido conjunto (que compõe a valva)-> assim, é uma característica comum da Síndrome de Marfan (Mutações no gene que codifica fibrilina 1), defeitos sutis em proteínas estruturais podem fazer com que tecidos conjuntivos (das valvas cardíacas) sob estresse hemodinâmico elaborem MEC anormal. . Já na alteração mixomatosa secundaria, resulta de lesões nos miofibroblastos valvares, por forças hemodinâmicas anormais (ex: disfunções isquêmicas). - Morfologia: . Abaulamento valvar. . Aumento do tamanho, excesso de tecido redundante, são espessas e elásticas-> Cordas tendineas podem estar alongadas, adelgaçadas e as vezes rompidas. . Histologia: Adelgaçamento de uma camada valvar (camada fibrosa-> integridade valvar) e aumento da camada esponjosa media (por aumento da deposição de material mixomatoso/mucoide) - Características clinicas: . Maioria assintomática, uma pequena parte pode se queixar de palpitações, dispneia ou dor torácica atípica. . Ausculta revela um ruido mesossitolico, pode haver sopro regurgitante associado. . Pacientes com prolapso primaria podem estar suscetíveis ao desenvolvimento de endocardite. . Em casos raros pode ocasionar embolia. . Síndrome de Marfan, Lúpus eritematoso sistêmico, espondilite anquilosante e anomalias congênitas podem causar essas disfunções. ➢ Cardiopatia reumática: . Febre reumática: Afecção inflamatória sistêmica de natureza imunitária, secundaria a uma faringite estreptocócica mal tratada, que desencadeia uma síndrome de doenças, dentro delas a cardiopatia reumática (manifestação da febre reumática-> associada a inflamações no coração-> inflamação + cicatrização= características clinicas importantes) . É a única causa da ESTENOSE adquirida da valva atrioventricular esquerda (mitral) - Etiopatogênese: . Reação imunitária cruzada com moléculas de partes do próprio organismo, como o coração e as articulações, por conta do mimetismo molecular entre proteínas bacterianas (proteína M) e do hospedeiro (miosina), por possuírem sequencias polipeptídicas semelhantes-> Linfócitos T CD4 reagem tanto com essa proteína bacteriana quanto com células existentes no coração. A ligação de anticorpos no local acometido, pode ativar os complementos e recrutar células portadoras de receptores FC (neutrófilos e macrófagos)-> produção de citocinas estimuladas pelas células T leva a ativação dos macrófagos (constituindo nódulos de aschoff)-> Dano cardíaco mediado por reações por anticorpos e células T (Hipersensibilidade)-> inflamação aguda->lesão tecidual-> inflamação crônica-> Inflamação miocárdica-> disfunção valvar. - Morfologia: * FR aguda-> lesões inflamatórias focais sistêmica. . Lesões cardíacas no coração com Nódulos de Aschoff (multinucleados)-> Foco de linfócitos T, macrófagos grandes ativados (chamados de células de Anitschkow)-> Macrófagos com citoplasma abundante, cromatina se condensa em uma fita ondulada central e delgada-> Célula em forma de lagarta/taturana. Nódulo de aschoff-> Patognomonica da FR. . Durante a FR aguda inflamação difusa e nódulos de Aschoff podem ser encontrados em qualquer camada do coração: . Pericardite-> pericárdio por apresentar exsudato fibrinoso que geralmente se resolve sem sequelas. . Miocardite. . Endocardite-> envolvimento valvar resulta em necrose fibrinoide e deposição de fibrina ao longo das linhas de fechamento-> formando vegetações-> perturbam o funcionamento do coração. - Características clinicas: . FR aguda: - Sinais e sintomas: 1. Poliartrite migratória das grandes articulações. 2. Pancardite (inflamação das 3 camadas do coração) 3. Nodulos subcutâneos. 3. Eritema delimitado na pele. 4. Coreia (distúrbio neurológico de mov. Rápidos,descontrolados e involuntários). - Diagnostico: Critérios de Jones: Evidencia da infecção por estreptococos grupo A + 2 duas manifestações listadas acimas ou 1 + 2 manifestações menores (febre, artralgia). * FR Crônica: - Espessamento valvar, fusão e retração ou destruição das cúspides-> Causando estenose ou insuficiência. - Cordas tendineas -> podem encurtar, se fusionar ou espessa-> piorando a insuficiência da valva acometida ou levando a insuficiência de uma não afetada. - Corpos de Aschoff substituídos por cicatrizes fibrosas-> lesões são raramente vistas nessa fase-> exame microscópico revela neovascularização e fibrose difusa que destrói a arquitetura normal das válvulas.
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