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INTRODUÇÃO: A brucelose equina é uma doença infectocontagiosa de caráter zoonótico que acomete além de equinos, outras espécies, como por exemplo os bovinos (Acomete todos os mamíferos domésticos e alguns silvestres, com baixa prevalência em equinos, causada principalmente pela Brucella abortus). O agente causador dessa patologia é a bactéria aeróbia gram negativa Brucella sp. EPIDEMIOLOGIA: A brucelose tem distribuição mundial, sendo uma doença endêmica no Brasil, e zoonose de notificação obrigatória. Os seres humanos são hospedeiros acidentais da bactéria, sendo os trabalhadores que realizam suas funções diretamente com os animais ou com seus produtos derivados mais suscetíveis ao contágio (pela manipulação das secreções do animal infectado). ETIOLOGIA E CARACTERÍSTICAS: Os equinos são infectados principalmente pela Brucella abortus, e eventualmente pela Brucella suis e mellitensis. São bactérias resistentes ao ambiente. A transmissão ocorre pela ingestão de água e alimentos contaminados, contato direto com bovinos infectados, fetos abortados, placentas, secreções vaginais, fezes e urina de fêmeas infectadas, utilização de agulhas, seringas e materiais cirúrgicos sem esterilização. As bactérias penetram no organismo do animal através da mucosas nasal/oral. Após a infecção, as bactérias chegam aos linfonodos regionais, onde se multiplicam e permanecem de semanas a meses em latência. (O período de incubação é variável, perdurando de uma semana até quatro meses) Após a multiplicação, se disseminam através de via hematógena e as bactérias permanecem livres ou invadem os macrófagos. Nos equinos, a Brucella sp. tem predileção pelas bursas, tendões, ligamentos e articulações, podendo causar inflamações neste local. A enfermidade pode-se apresentar inicialmente com uma fase de bacteremia e hipertermia. Após essa fase, os animais se tornam assintomáticos por meses. Quando a infecção se manifesta, esta se dá por meio de bursites cervical, nucal e intraescapular. A região da bursite apresenta aumento de volume, hipertermia, dor á palpação e fistulação com saída de material purulento. Muitas vezes a infecção se agrava acometendo as apófises espinhosas das primeiras vértebras torácicas. Também pode se apresentar de forma generalizada, apresentando febre intermitente, letargia, rigidez e dificuldade de locomoção devido ao comprometimento das articulações e tendões. Contudo, na espécie equina os abortos são raros. A doença é caracterizada por lesões em região cervical, com lesões de cernelha, bursas, tendões e articulações, sendo as principais manifestações clínicas nos equídeos. O principal quadro em equinos, causado por B. abortus e alguns casos por B. suis, é chamada popularmente de fistula de cernelha, ou mal da nuca e ainda mal da cruz, se caracterizando por bursite piogranulomatosa da bursa supraespinhal Em equinos a doença pode apresentar-se sob a forma de infecções generalizadas, osteoartrites, tenosinovites, infertilidade em machos e abortamentos em éguas DIAGNÓSTICO: Sinais clínicos de bursite e histórico de criação com bovinos. Os testes sorológicos mais utilizados no Brasil são: soroaglutinação lenta em tubo, antígeno acidificado tamponado, fixação de complemento e ELISA. A coleta dos materiais para isolamento da bactéria são: abscessos da cernelha, nuca, ligamentos e abortos (caso haja). O diagnóstico é realizado através de prova sorológica como triagem, sendo realizado inicialmente o Teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT). Quando positivo, os animais são submetidos a testes confirmatórios, sendo o 2- mercaptoetanol e a reação de fixação de complemento. TRATAMENTO: Na maioria dos casos é indicada a eutanásia dos equinos, devido ao risco de contaminação dos seres humanos com o patógeno. Caso o tratamento possa ser instituído, este deve consistir em isolamento do animal, antibioticoterapia combinada e drenagem e antissepsia dos abscessos de cernelha. CONTROLE: Isolamento de animais recém-chegados e suspeitos. Eutanásia dos animais positivos. Vacinação, adquirir animais de propriedades livre de brucelose bovina, não deixar que o animal tenha a acesso a pastos em que as fêmeas bovinas tenham abortado. FRASER, C. M. et al (eds.). Manual Merck de Veterinária. 7ª ed. São Paulo: Roca Multimídia, 1991. RIBEIRO, M. G; MOTTA, R. G; ALMEIDA, C. A. S. Brucelose Equina: Aspectos da Doença no Brasil. Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, vol. 32, n. 2, 2008, p. 83- 92. RIET-CORREA, F. et al. Doenças de Ruminantes e Equinos. São Paulo: Varela, 2001, p.426. SANTOS, W. R. R. Investigação Soroepidemiológica para Brucelose e Leptospirose em Equídeos de Tração e seus Tratadores nos Municípios de Belém e Ananindeua – Pará. 2007. 67f. Dissertação (mestrado em Ciência Animal) – Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém. THOMASSIAN, A. Enfermidades dos Cavalos. São Paulo: Varela, 2005.
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