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O atual mundo neoliberal participa de um engendramento monstruoso marcado
pelo lucro de quem possui capital através de exploração e também pelo alto
consumismo influenciado principalmente pelas redes midiáticas com seus
algoritmos cada mais refinados.
Seria possível nesse mundo vivermos a vida proposta por Nietzsche onde ele
justamente fala que a vida é antes de tudo uma atividade criadora? 
No dia-a-dia as pessoas saem de suas casas muito cedo, pegam ônibus e se
deslocam para o trabalho e só retornam durante a noite, quando não precisam
estudar. Como Nietzsche diria e o que diria para essas pessoas? As mesmas
palavras que foram ditas em sua época, “torna-se o que é”? No mundo do trabalho
poderíamos até mesmo afirmar – no mais alto pessimismo - que nem ousam em
questionar essa monotonia diária e exaustiva, se ao menos podem beber uma
cervejinha e ver futebol aos finais de semana. Seria mesmo que devido a preguiça e
temor do próximo que as pessoas comportam-se de acordo com as convenções e
seguem a moda do rebanho? Viver em uma sociedade onde você “precisa” se
submeter a humilhação para poder ter dinheiro para se alimentar não é nada
animador e ao mesmo tempo revoltante, mas será que as pessoas estão prontas para
sair dessa rede que parece não ter fim? E o que dizer então do alto poder de
persuasão das mídias? Somos bombardeados de propagandas a todo momento que
temos contato com a internet, ao ligar televisores, rádios e através de outdoors.
Sempre há “compre isso! Seja bela e magra! – saudável -; Por que ter um velho se
pode comprar agora mesmo um novo e mais tecnológico?”. 
Com algumas indagações levantadas chegamos a seguinte questão ousada:
“conseguiremos por conta própria trazer a consciência de que, apesar de sermos
trabalhadores, estudantes e até mesmo consumidores, somos responsáveis por nós
mesmo e a pensar que nossas vidas têm como propósito a arte, um fenômeno
estético? Ou, seremos, como já tem acontecido, parte do rebanho, onde não há
nada novo, nada único, apesar da singularidade de cada um? 
 
UMA VIDA BELA E NÃO MASSIFICADA
Por Jéssica Ferreira e Letícia Santana
Sabemos que temos impulsos onde existe a vontade de potência e que luta com a
adaptação do que já está estabelecido, mas essa ideia de “tornar-se o que é” não
parece que irá brotar simplesmente na consciência sem uma estimulação para isso.
A vida poderia se justificar realmente como um fenômeno estético, onde cada
pessoa seria responsável por si mesmo, com suas vontades... Mas ser o autor da
própria existência, sem considerações metafísicas, para alguém que não é
acostumado a isso, pode vir a ser de recusa devido ao medo e acomodação com o
que já é conhecido, mesmo que não seja confortável.
As pessoas então deveriam assim, o autor da própria existência, o artista da própria
vida e que a ressignifica a cada instante que se sucede, pois, o homem criador é
antes de tudo vontade de potência pura e a genuína criação cósmica que transcende
para fora de sua própria casca de noz em constante expansão dos valores ditos
individuais, navegando intrepidamente contra a árdua correnteza da sobrevivência
e adaptabilidade. 
O artista é o manifesto mais incomum das verdades não concebidas pelo mundo,
do real negado, aquele que é capaz de transitar entre os portões da fantasia e da
realidade sem preocupar-se que no decorrer do percurso possa perder a si mesmo
em meio a obscuridade de sua própria essência, é “ousar ser ele mesmo” sem
receio de não ser reconhecido pela massa, ou sequer ansiar fazer parte dela. 
O homem artista é criador e a transvaloração de todos os valores, sobretudo, contra
as massas ao negar submeter-se ao rebanho de mentes e corações vazios e opacos,
repletos de símbolos e ideais supérfluos e triviais, pois, o assim sobrevive o
rebanho: na negação da vida e na repulsa do desejo criador e expansivo, a todo
momento concebendo vida a uma nova espécime de escravos de ídolos egoístas e
maliciosos, aprisionando-os a discursos sediciosos ornamentados em falácias
convidativas e acalentadoras. 
Reitera-se que Nietzsche nos traz o homem moderno que é, por excelência, aquele
que busca do mundo os suplementos necessários para uma vida significativamente
bem vivida, amando-a como esta se manifesta, de fato. Amor-fati! É dizer sim à
vida tal como esta se apresenta, é amar o mundo com todas as suas dores e
mazelas, é sustentar o mártir de eternos sofrimentos que sempre retornam de novo,
de novo e de novo; mas sem renega-los ou negligenciá-los. É aceitar e transformar-
se, viver e reviver, conhecer a si mesmo em primeira e última instância. 
O homem nietzschiano, artista, criador, espírito livre é, como Ernest Becker dizia
“O artista incorpora o mundo, mas em vez de ser oprimido por ele, ele o esculpe
em sua própria personalidade e recria o mundo no trabalho de arte”, é aquele que
supera a si mesmo continuamente, à margem do rebanho tem de ser o senhor de si
mesmo, o capitão de seu próprio destino como bradava o poeta Henley, “Eu sou o
mestre de meu destino; Eu sou o capitão de minha alma”. 
É vontade de potência que transgrede os limites de si mesmo e do mundo sem
temer o “sim” para a vida e para o que mais ela ofertar. 
ENSAIO SOBRE O TEMA 'UMA
VIDA BELA E NÃO
MASSIFICADA'. A REFERÊNCIA
DO PENSAMENTO DE
FRIEDRICH NIETZSCHE.
DIAS, Rosa. Nietzsche – a vida como obra de arte. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2011.
L. Ricardo. O artista angustiado - O sofrimento pode nos inspirar?. 2015. (2m04s). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=s4bnJXq7JzE&feature=youtu.be. Acesso em: 31 outubro, 2019.
@HEDYGRUSELIG
 
@SANTANALETICIAAA
 
https://www.youtube.com/watch?v=s4bnJXq7JzE&feature=youtu.be

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