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A VIABILIDADE DA CULTURA DO MORANGO RETORNO E RISCO

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A VIABILIDADE DA CULTURA DO MORANGO: UMA ANÁLISE DO RISCO E RETORNO DO INVESTIMENTO
RESUMO: A cultura do morango no Estado de Santa Catarina está distribuído em 29 municípios e é caracterizado principalmente pela agricultura familiar. No Planalto Norte, o município de Mafra apresenta um crescimento de 20% ao ano no cultivo de morangos melhorando a renda dos agricultores e representando uma atividade econômica na região. Este artigo tem por objetivo analisar a viabilidade do cultivo do morango em uma propriedade familiar no município de Mafra/SC, com ênfase no retorno e risco financeiro da cultura. A metodologia utilizada considerou a relação retorno e risco do plantio, sendo caracterizada pela coleta de dados junto a uma propriedade de cultivo de morangos no interior do município e com auxílio do BNAF (Banco Nacional da Agricultura Familiar), cooperativa a qual o agricultor é associado. Os dados observados no investimento, custos de produção e comercialização foram coletados junto ao produtor. Para a análise da viabilidade financeira utilizou-se indicadores de rentabilidade objetivando melhorar a percepção do retorno (VPL, VPLa, Índice Benefício/Custo e Retorno Adicional do Investimento) e risco (Índice TMA/TIR, Índice Pay-back, Índice Pay-back/N, Risco de Gestão e Risco do Negócio). O ciclo da cultura do se renova a cada três anos, devido a necessidade da troca de muda no quarto. a propriedade consegue retorno já no primeiro ciclo de produção. No estudo, os indicadores apresentam resultados positivos, sendo o investimento recuperado no segundo ciclo de produção. 
Palavras-chave: Viabilidade; Cultivo de morangos; Custos; Lucratividade.
ABSTRACT: The strawberry crop in the State of Santa Catarina is distributed in 29 municipalities and is mainly characterized by family farms. In the Northern Plateau, the municipality of Mafra grew by 20 % year on growing strawberries improving the income of farmers and representing an economic activity in the region. This article aims to analyze the feasibility of cultivation of strawberries in a family property in the municipality of Mafra / SC, with an emphasis on financial return and risk culture. The methodology considered the relative return and risk of planting, characterized by the collection of data from a growing strawberries property within the municipality and with the aid of BNAF (National Bank for Agriculture Family), the farmer cooperative which is associated . The observed data on investment, production and marketing costs were collected from the producer. For the analysis of financial viability was used profitability indicators aiming to improve the perception of return (VPL,VPLa, Index Benefit / Cost and Additional Return on Investment) and risk index (TMA/TIR, back Pay Index, Index Pay -back / N, Risk Management and Business Risk) . The crop cycle is renewed every three years, due to the need for changes in the exchange room. Property can return in the first production cycle. In the study, the indicators are positive, the investment being recovered in the second production cycle.
Key Words: Sustainability; Growing strawberries; Costs; Profitability.
INTRODUÇÃO
A cultura do morango é um segmento da produção agrícola que está ganhando espaço na economia nacional, principalmente com o desenvolvimento de novas técnicas de cultivo. 
Os maiores produtores de morango no Brasil concentram-se nas regiões sul e sudeste, pois são regiões que apresentam temperaturas altas durante o dia e baixa a noite, clima ideal para o cultivo do morango.
Na região Sul o cultivo de morangos está expandindo a cada ano, o interesse pela agricultura vem aumentando devido a rentabilidade que a cultura proporciona e as diversas técnicas de produção, que são utilizadas as quais proporcionam ao produtor a escolha do cultivo, e ao consumidor que terá como opção em adquirir um produto produzido no sistema convencional, com o uso de agrotóxicos, ou natural, sem uso de agrotóxicos.
O estado de Santa Catarina tem potencial para atender a esse crescente mercado, destacando-se pelas pequenas propriedades, geralmente da agricultura familiar, além do apoio de cooperativas e agroindústrias.
No planalto norte de Santa Catarina, o município de Mafra se destaca na agricultura por ser o 4ª (quarto) município em extensão territorial do estado, favorecendo o cultivo e fertilização do solo com a cultura de morango. A produção de morangos pode ser explorada junto com outras culturas proporcionando ao agricultor renda o ano todo. Os pequenos produtores de Mafra e região contam com o apoio do BNAF (Banco Nacional da Agricultura familiar) que tem por objetivo facilitar ao acesso do pequeno produtor rural à tecnologia no uso de sementes e mudas, além do repasse de informações para o gerenciamento da cultura.
Os pequenos produtores são orientados quanto aos custos de implantação, manejo da cultura, cuidados no cultivo e na comercialização. Os profissionais agrônomos também visitam as propriedades para analisar o desempenho do cultivo e repassar as devidas orientações.
O cultivo de morangos na região de Mafra/SC além de ser uma fonte de renda para os produtores é um segmento da agricultura que tem grande aceitação no mercado, motivo que desperta interesse em ampliar áreas de cultivo a cada ano. Desta forma, o objetivo deste trabalho se dá em avaliar a viabilidade do cultivo de morango no município, por meio de levantamento de dados e informações que serão processados com a utilização de ferramentas contábeis.
REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico pretende apresentar os aspectos teóricos associados aos componentes de análise para o estudo da viabilidade econômica e financeira da produção de morango no município de Mafra/SC.
PRODUÇÃO DE MORANGOS NO BRASIL
No Brasil, os principais produtores de morangos concentram-se nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, Distrito Federal e Goiás. Segundo dados do Censo Agropecuário de 2006/2007, o Brasil produziu aproximadamente 100.000 toneladas, especialmente nos estados de Minas Gerais (33%), São Paulo (31%) e Rio Grande do Sul (16%), como demonstra tabela a seguir:
Tabela 1 – Produção de Morangos no Brasil, principais produtores em 2006/2007
	Estado
	Produção(Toneladas)
	Participação(%)
	Minas Gerais
	33.000
	33,00%
	São Paulo
	31.000
	31,00%
	Rio Grande do Sul
	16.000
	16,00%
	Paraná
	9.000
	9,00%
	Espírito Santo
	7.000
	7,00%
	Santa Catarina
	1.370
	1,37%
	Goiás
	950
	0,95%
	Rio de Janeiro
	800
	0,80%
	Outros
	880
	0,88%
	Brasil
	100.000
	100,00%
Fonte: Censo Agropecuário 2006-2007 (apud SPECHT; BLUME, 2009)
Estes percentuais confirmam a liderança destes estados que juntos são responsáveis por 80% da produção nacional de morangos.
A PRODUÇÃO DE MORANGOS EM SANTA CATARINA
Em Santa Catarina, a cultura do morango está distribuída em 29 (vinte e nove) municípios, com uma representatividade tímida de 1,37% da produção nacional. A produtividade varia em função do clima das regiões e do sistema de cultivo adotado. As principais cultivares exploradas no estado são a Camarosa, Diamante, Oso Grande, Aromas, Caminho Real, Tudla, Seascape e Ventana (NESI; VERONA; GROSSI, 2008 apud COPETTI, 2010).
No município de Mafra/SC as variedades cultivadas dependem do clima da região, sendo ideal a produção de Camarosa e Caminho Real no período de agosto à janeiro, também chamado de dias curtos e Aromas, Albion e San Adreas para dias neutros variedade que produzem o ano todo. No ano de 2008 o município de Mafra produziu em média 82 toneladas , representando 5,99% da produção do fruto no estado de Santa Catarina. Já em 2012, a produção foi em média 170 toneladas, representando 12,41% da produção no estado, sendo possível evidenciar um crescimento na produção de 20% ao ano, representando um crescimento de 6,42% na produção no estado. A tabela abaixo demonstra o crescimento da produção de morangos no município nos últimos 05(cinco) anos:
Tabela 2 – Produção de Morangos no município de Mafra/SC nosúltimos 5(cinco) anos
	Ano
	Produtividade(toneladas)
	Participação (%)
	2008
	82
	5,99%
	2009
	100
	7,30%
	2010
	120
	8,76%
	2011
	142
	10,36%
	2012
	170
	12,41%
Fonte: BNAF (2008-2012)
O CULTIVO DE MORANGOS
O morangueiro (Fragaria X Ananassa Duch) é classificado botanicamente como uma hortaliça da família das rosáceas, sendo uma cultura típica de clima mais ameno e pouco tolerante a temperaturas elevadas. O morango pode ser produzido no sistema convencional, orgânico e semi-hidropônico, podendo também ser cultivado em canteiros a céu aberto, em estufas de túnel alto ou túnel baixo. O quadro a seguir demonstra as técnicas de cultivo de cada sistema de produção.
Quadro 1 – Técnicas de Cultivo dos Sistemas de Produção de Morangos 
	Sistema de Produção
	Técnicas de Cultivo
	Sistema Convencional
	No sistema convencional são utilizados insumos químicos (agrotóxicos) para controle de doenças, nos tratamentos preventivos e para aceleramento da produção.
	Sistema Orgânico
	O sistema orgânico visa uma produção mais saudável; utilizando-se de recursos naturais para controle e bom desempenho da produção.
	Sistema Semi-hidropônico
	Sistema semi-hidropônico é uma técnica de cultivo, onde os frutos recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta, fazendo com que o fruto possa crescer e se desenvolver na água, devendo a mesma mesma estar viva em movimento e renovada
Fonte: As Autoras (2013).
Para a produção de morangos, como em qualquer outro tipo de cultivo, alguns fatores devem ser analisados antes de iniciar o plantio:
Escolha do Local: O morango produz melhor em solos areno-argilosos e bem drenados, principalmente com áreas de fácil acesso, além de bom suprimento de água para irrigação.
Clima: as regiões com temperatura alta durante o dia e baixa à noite são considerados bons para o cultivo do morangueiro, sendo o calor importante para o crescimento vegetativo das plantas, enquanto o frio é imprescindível à frutificação.
Preparo e Conservação do Solo: O solo deve ser arado a uma profundidade de 20 a 25 cm e depois gradeado de forma que a terra fique bem destorroada, para facilitar o levantamento dos canteiros. Nos terrenos de meia-encosta, adotar práticas de conservação do solo.
Mudas: o produtor pode optar pela produção de mudas ou adquirir mudas prontas como é o caso das mudas chilenas, não apresentando pragas e doenças devido sua produção ser em um país isolado pelas cordilheiras, caso do Chile.
Época de Plantio: O plantio é feito manualmente e a época de plantio varia de acordo com a região e a variedade cultivada, de um modo geral, planta-se de janeiro a maio. Em regiões mais quentes, a época recomendada é de abril a maio.
CUSTOS AGRÍCOLAS
No entender de Marion (1994), custo rural agrícola é o relativo às atividades das lavouras, que compreende todos os gastos feitos desde a preparação da terra até o ponto da colheita. A classificação dos custos depende de fatores tais como identificação com a produção ou relação com o volume dessa produção e classificam-se em: custo variável e custo fixo. O custo variável é aquele que varia na proporção da quantidade produzida e os custos fixos são aqueles que ocorrem independente se houve produção ou não, não sofrem alteração de valor em caso de diminuição, aumento na produção. 
Ao dar inicio a implantação da cultura é essencial ver o campo de abrangência, em relação a oferta e procura pois o investimento é uma aplicação de algum tipo de recurso com a intenção de receber algum tipo de retorno futuro superior ao aplicado. Segundo Leone George Sebastião Guerra (2004, p. 176) “investimento é o gasto que a empresa realiza na compra de um bem ou na obtenção e posse de um direito que vai gerar benefícios no futuro e que não vai ser totalmente consumido ou utilizado num só período, um só exercício”. O investimento realizado no cultivo do morango se caracteriza pela infraestrutura dos abrigos e as próprias mudas. 
Estes abrigos são investimentos que os produtores realizam com o intuído de adquirir uma fonte a de mais de renda, assim como as máquinas na indústria, sofrem o desgaste pelo tempo e utilização, portanto, também sofre depreciação a estrutura dos abrigos de morango. A depreciação pode ser definida como o desgaste ou obsolescência dos ativos imobilizados da empresa, podendo ser realizada pelo método linear, pelo método da soma dos algarismos dos anos, pelo método das horas de trabalho ou pelo método das unidades produzidas. Segundo Franco (1981) “as máquinas e seus acessórios desvalorizam-se em virtude de desgaste com o funcionamento, decrepitude, acidentes, insuficiência e desuso”. Além da depreciação tem o método da amortização e exaustão, os quais também tratam do desgaste e/ou diminuição do valor dos direitos, valor decorrente da exploração de recursos minerais ou florestais. 
As receitas se demonstram com a venda de produtos, mercadorias, ou serviços que geram para a empresa uma espécie de ganho. Para Franco (1981, p. 47) “O conceito de receita é pois, bastante amplo, compreendendo todos os recebimentos feitos pela entidade, qualquer que seja sua origem ou destino”. Pode-se assim expressar, de maneira resumida que receita é o ingresso de ativos normalmente de venda de mercadorias, ou também de prestação de serviços.
FLUXO DE CAIXA
O fluxo de caixa é um instrumento que permite à empresa planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros, sendo o seu uso essencial tanto por pessoa jurídica como também por pessoa física, pois esta ferramenta permite o controle das entradas e as saídas de recursos realizadas. 
Leone George Sebastião Guerra (2004, p. 153) define fluxo de caixa:
É um relatório preparado pela contabilidade que mostra as entradas e saídas de numerários dentro de determinado período as saídas e as entradas podem ser históricas ou podem ser previstas ou orçadas. O fluxo de caixa esta baseado no regime de caixa e não no regime de competência.
Este instrumento auxilia a empresa, ou a própria pessoa física na visualização do fluxo dos recursos, possibilitando a análise pontual e a tomada de decisão dentro das perspectivas de crescimento idealizadas pelo empreendedor. Para o produtor rural se apresenta como uma ferramenta prática e útil para a compreensão e acompanhamento das receitas geradas e das despesas e custos despendidas para a produção. 
INDICADORES DE ANÁLISE DE INVESTIMENTO 
Os indicadores são instrumentos básicos para a verificação e análise da situação patrimonial e financeira da empresa. Segundo Matarazzo (1992, p. 96) “Índice é a relação entre contas ou grupo de Contas das Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa”.
Os indicadores são importantes ferramentas para a análise do negócio, pois através deles e possível verificar o risco do empreendimento e o retorno econômico financeiro do investimento. No estudo em questão os indicadores podem auxiliar o produtor na visualização do tempo que o seu projeto dará retorno, bem como se o mesmo dará resultados positivos ou negativos, o que caracterizaria a viabilidade ou não do negócio. 
Para se obter bons índices nesta analise é necessário que o produtor tenha o máximo de cuidado em relação aos dados e ao planejamento financeiro da sua propriedade. Para o estudo serão abordados os seguintes indicadores de retorno (VPL, VPLa, IBC e ROIA) e risco (TMA/TIR, Pay-back e Pay-back/N).
A Taxa Mínima de Atratividade (TMA) deve ser alcançada em determinado projeto, caso contrário o mesmo deve ser reavaliado. Segundo Souza e Clemente (1995, p. 26) “a taxa mínima de atratividade é a taxa de desvalorização imposta a qualquer ganho futuro por não estar disponível imediatamente [...]”.
Para se concretizar um projeto de investimentos, é necessário levar em conta o custo do projeto investido, a viabilidade e a rentabilidade do dinheiro aplicado no mercado financeiro. Com tudo para Valor presente líquido (VPL)é utilizado para calcular atratividade de investimentos
Para Souza e Clemente (1995, p. 64-65), 
O (VPL) valor presente líquido é a concentração de todos os valores esperados de um fluxo de caixa na data zero. O autor afirma ainda que o VPL, com certeza, é a técnica robusta de análise de investimento mais conhecida e mais utilizada.
Para a tomada de decisão através deste indicador deve ser observado que se o VPL for positivo, então o projeto é viável; se for negativo a taxa é menor que a esperada e é melhor não correr o risco de investir.
Outro indicado utilizado para ver a viabilidade do negocio dar lucro é o valor presente anualizado (VPLA), este indicador é mais utilizado quando se trata de projetos de longa duração ou comparação de projetos com horizontes de planejamento diferentes. 
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é outra medida de investimento, porém, diferentemente do VPL, a TIR não retorna um valor monetário e sim um percentual. Souza e Clemente (1995, p. 66) definem a Taxa Interna de Retorno como “uma taxa que torna o Valor Presente Líquido (VPL) de um fluxo de caixa igual a zero”. É um importante indicador para tomada de decisões em casos de investimentos, onde o projeto se apresenta viável quando a TIR for maior que a taxa mínima de atratividade.
Já o Payback, mede o prazo de recuperação do capital investido, assim calcula-se o tempo decorrido entre o investimento inicial e o momento no qual o lucro líquido acumulado se iguala ao valor desse investimento.
Na abordagem de Souza e Clemente (1995, p. 62):
Período de Recuperação do Investimento ou Pay-back é outro indicador bastante usado na seleção de projetos é o Período de Recuperação do Investimento ou Pay-back., isto é, o número de períodos necessários (tempo) para se recuperar o investimento realizado [..] as incertezas associadas a um projeto tendem a aumentar à medida que as previsões das receitas e dos custos de afastam da data focal zero.
A análise deste indicador aumenta a segurança nos negócios da empresa, fornecendo o grau de liquidez e o risco do mesmo. 
Outro indicador que faz parte dos índices avaliados é o índice de beneficio/ custo (IBC) é um indicador relativo e demonstra a expectativa de retorno para cada unidade de capital.
Segundo Souza e Clemente (1995, p. 63):
o Índice Benefício/Custo (IBC) é uma medida de quanto se ganha por unidade de capital investido. É na verdade, um aprimoramento da taxa média de remuneração do capital investido no projeto e uma variante do Método do Valor Presente Líquido.
O critério de avaliação para se considerar se o projeto é viável ou não é determinado da seguinte forma: Se IBC for maior que 1 (um) o projeto é viável; se IBC for menor que 1(um) o projeto é inviável.
Os indicadores levam a observar a viabilidade do negócio, sendo que somente um indicador não é o suficiente para apresentar o resultado, ambos se entrelaçam depende do outro para formar assim um resultado mais preciso, sendo que cada indicador demonstra um ponto a ser observado e para que se possa ter segurança e confiabilidade deve se observar ambos. Porque todos os indicadores levam para a viabilidade do negócio. Segue abaixo o quadro com os indicadores risco e retorno.
Quadro 2 – Indicadores de Risco e Retorno
	VPL
	FLUXO LIQUIDO CAIXA
RESULTADO+DESP
	VLPa
	VPL x i x (1 ⁺1)꜠꜠
(1 ⁺1)꜠꜠ - 1
	TIR
	CF
VPL = = zero
(1 + i)
	PAYBACK
	VALOR IVESTIDO
FLUXO LIQUIDO DE CAIXA
	IBC
	SOMA DO VP
INVESTIMENTO
	ROI
	Investimento
Lucro Líquido
Fonte: As Autoras (2013)
MÉTODOS
A pesquisa quanto ao seu grau de aplicação revela-se como pesquisa aplicada, apresentando um carácter descritivo, pois tem como finalidade demonstrar através de indicadores contábeis a viabilidade do cultivo de morangos em uma propriedade no município de Mafra. Ainda segundo Andrade (2002 apud BEUREN, 2008, p. 81) “a pesquisa descritiva preocupa-se em observar os fatos, registrá-los, analisa-los, classifica-los e interpretá-los, e o pesquisador não interfere neles”. A propriedade analisada é de cultura familiar, além da estufa de morangos com área 408 m², objeto deste estudo, há o cultivo de pepino, com 200 m², soja com 4 hectares milho com 1 hectare e consta com 11,27 hectares de área reflorestada.
Quanto à classificação da abordagem do problema, caracterizou-se como quantitativa, pois o uso de instrumentos estatísticos está presentes na pesquisa. Conforme afirma Richardson apud Beuren (2008, p. 92) “[...] a abordagem quantitativa é frequentemente aplicada nos estudos descritivos, que procuram descobrir e classificar a relação entre variáveis e a relação de casualidade entre fenômenos [...]”.
Caracteriza-se como estudo de caso em uma pequena propriedade rural familiar no município de Mafra/SC, tendo como objetivo demonstrar através de indicadores contábeis a viabilidade do cultivo de morangos, sendo quanto a sua temporalidade de natureza transversal, pois as informações consideram um período de tempo, o ciclo do cultivo de morangos.
De acordo com Gil (2008),
a pesquisa documental guarda estreitas semelhanças com a pesquisa bibliográfica. A principal diferença entre as duas é a natureza das fontes: na pesquisa bibliográfica os assuntos abordados recebem contribuições de diversos autores; na pesquisa documental, os materiais utilizados geralmente não receberam ainda um tratamento analítico.
Foram utilizadas planilhas em Excel para calcular os indicadores TMA VPL, TIR, IBC e Payback. Foi identificado também o Ponto de Equilíbrio na produção de morangos, considerando custos de implantação, produção e comercialização.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No município de Mafra, SC, predominam agricultores familiares, em pequenas e médias propriedades, totalizando 42 produtores de morangos, com área de 2,6 hectares, com uma produtividade anual de 65 toneladas, representando 4,74% da produção de morangos do estado.
O presente estudo foi desenvolvido em uma propriedade de cultura familiar no município de Mafra, SC, com área total de 16,32 hectares, a principal característica da propriedade é a diversidade de culturas, sendo; uma estufa de 408m² destinados a cultura do morango; 200m² para o cultivo pepinos; 4 hectares para o cultivo de soja; 1 hectare para o cultivo de milho e 11,27 hectares é área reflorestada.
A propriedade rural adota o sistema convencional de produção, o qual requer a realização de determinados investimentos. Na Tabela 3, são listados os itens de investimento. Observa-se que, para produzir morango em uma estufa de 408 m², o montante de capital dimensionado foi de R$ 13.360,08. Os valores mais expressivos foram associados à instalação e à estrutura da estufa, que representam 48,81% e 41,49% do total, respectivamente. O poço artesiano é destinado ao uso da cultura do morango e do pepino, sendo que o valor de R$ 6.520,45, correspondente a 50% do valor total do poço. O preparo do solo antes do plantio representa 1,12% com operações mecanizadas (aluguel de trator/hora, para escarificar e nivelar o solo) e 2,41% com operações manuais (aplicação de insumos, cuidados com o solo). Os insumos utilizados no preparo do solo correspondem a 4,10%, sendo utilizado com maior intensidade no preparo inicial do solo, após o plantio das mudas este valor tende a baixar devido a utilização de produtos naturais de combate as doenças e pragas. Os equipamentos (enxadas, pulverizador e utensílios) são adquiridos inicialmente e também para o auxílio das atividades de manejo da cultura, representam 2,07% do total. 
Tabela 3 – Investimento produção de morango no sistema convencional 
	Itens de investimento
	Investimento - Estufa 408 m²
	
	(R$)
	(%)
	Operações Mecanizadas
	150,00
	1,12%
	Operações Manuais
	321,85
	2,41%
	Insumos(preparo do solo)
	548,20
	4,10%
	Poço Artesiano
	6.520,45
	48,81%
	Estrutura da Estufa (408 m²)
	5.542,59
	41,49%
	Equipamentos
	276,99
	2,07%
	Total
	13360,08
	100,00%
Fonte: As Autoras (2013).
A Tabela 4, apresenta a estrutura dos custos de produção do morango no sistema convencional. È importante notar que, para se formar o totaldos custos (R$ 27.852,91) de uma estufa de 408 m², foram considerados os gastos relativos a 3 anos, tempo em que se completou o ciclo de produção do sistema estudado, ou seja, desde o plantio da muda até a necessidade de novo replantio no quarto ano. Observa-se na tabela que os custos do primeiro ano são maiores que os custos do segundo e terceiro ano. Isso ocorre devido ao fato que, no primeiro ano, é necessária a realização do plantio. Os custos do segundo para o terceiro ano apresentam uma oscilação devido aos custos variáveis, uma vez que, a produção tende a crescer 20% ao ano, aumentando consequentemente gastos com embalagens. Os insumos apresentados são uma média anual, sendo que a propriedade usa apenas quando necessário, e ainda faz o uso de produtos naturais contra pragas e doenças.
Na composição dos custos verifica-se que os gastos com insumos representam 7,39% do custo total, isto significa que mesmo com produtos naturais o sistema convencional requer o uso de agrotóxicos, os quais são utilizados no combate à pragas e doenças, motivo pelo qual o proprietário está adquirindo mudas Chilenas que são mais resistentes, com a finalidade de reduzir ainda mais os custos com agrotóxicos. Os custos de mão-de-obra representam 47,87% do total, o que evidencia que o sistema é altamente intensivo na utilização de mão-de-obra, pois todos os processos de plantio, colheita, embalagem e cuidados diários são feitos manualmente. O Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural) é um imposto que, com alíquota de 2,3% incide sobre o valor da produção comercializada (receita bruta) e o mesmo representa 3,43% do custo total.
As embalagens representam 31,19% do custo total, é um custo variável que representa um crescimento de 20% ao ano na produção. O combustível representa 10,12% do custo total, uma vez que o veículo utilizado já está totalmente depreciado e o mesmo não é destinado exclusivamente para o transporte dos morangos.
Tabela 4 – Estrutura do Custo de produção do morango no sistema convencional
Fonte: As Autoras (2013).
O Quadro 3, a seguir, apresenta os fluxos de caixa anuais da produção do morango convencional. Esses fluxos são de grande importância para análise de viabilidade financeira, pois o produtor poderá avaliar o volume de recursos próprios e/ou de terceiros, de maneira a não comprometer futuramente o empreendimento. Os resultados mostram que, aos serem desconsideradas as depreciações, o ciclo produtivo os fluxos de caixa esperados foram positivos. É relevante verificar que, o primeiro ano, em função do plantio das mudas o valor líquido de caixa tende a ser inferior ao segundo. O crescimento na produção de 20% ao ano é evidenciado na receita bruta de R$ 12.480,00 no primeiro ano, R$ 14.976,00 no segundo ano e R$ 17.971,20 no terceiro ano. O preço de venda do morango é em média R$ 6,00/kg, podendo produzir em média 0,800/kg por muda ao ano. A propriedade estudada produz duas variedades; Albion e Sandrea, são variedades de dias curtos, produzem o ano todo com maior intensidade no período de maio a janeiro, podendo chegar o preço de venda a R$ 9,00/ Kg e produzir 1kg/ano por muda.
Quadro 3 – Fluxo de caixa para produção de morango sistema convencional 
 Continua...
	ANO
	ITENS
	0
	1
	2
	3
	
	(R$)
	(R$)
	(R$)
	(R$)
	ENTRADAS
	-
	12.480,00
	14.976,00
	17.971,20
	VENDAS A VISTA
	-
	12.480,00
	14.976,00
	17.971,20
	
	
	
	
	
	SAÍDAS
	13.360,08
	9.708,32
	8.743,45
	9.401,15
	FUNRURAL 2,3%
	-
	262,08
	314,50
	377,40
	
	
	
	
	
	OPERAÇÕES MECANIZADAS
	
	
	
	
	PREPARO DO SOLO
	
	
	
	
	Trator 100 cv + Escarificador
	80,00
	-
	-
	-
	Trator 100 cv + Grade Niveladora
	70,00
	-
	-
	-
	OPERAÇÕES MANUAIS
	
	
	
	
	PREPARO DO SOLO
	
	
	
	
	Aplicação de Insumos
	45,98
	-
	-
	-
	loc. Camaleões
	45,98
	-
	-
	-
	Adubação dos sulcos
	45,98
	-
	-
	-
	Adubação de cobertua
	45,98
	-
	-
	-
	Construção da Estufa
	137,93
	-
	-
	-
	SERVIÇOS MANUAIS
	-
	4.505,87
	4.413,91
	4.413,91
	INSUMOS
	
	
	
	
	CALCARIO CALCITICO
	24,00
	
	-
	-
	FOSFATO YOORIN
	2,00
	-
	-
	-
	ADUBO 4-14-8
	80,00
	-
	-
	-
	BORAX
	5,00
	-
	-
	-
	CALCIUN 27
	35,00
	35,00
	35,00
	35,00
	MAP
	12,00
	12,00
	12,00
	12,00
	NITRATO CALCIO
	3,00
	3,00
	3,00
	3,00
	BIOSSIX
	18,00
	-
	-
	-
	NATIVE
	5,20
	5,20
	5,20
	5,20
	SUPRA FERT NK
	129,00
	129,00
	129,00
	129,00
	MULTANIO
	25,00
	25,00
	25,00
	25,00
	ESTERCO CURTIDO
	210,00
	-
	-
	-
	BENFEITORIAS
	
	
	
	
	POÇO ARTESIANO 
	6.520,45
	-
	-
	-
	MONTAGEM DA ESTUFA 408 M²
	
	
	
	
	MATERIAIS
	
	
	
	
	MADEIRA
	300,00
	-
	-
	-
	CANOS de PVC 
	1.460,00
	-
	-
	-
	Arco de Ferro
	368,00
	-
	-
	-
	Canos de PVC/Estacas
	304,00
	-
	-
	-
	Gotejadores/Irrigação
	312,00
	-
	-
	-
	Conectores
	52,00
	-
	-
	-
	Filme Transp. 150mc 8mtx35mt
	1.163,50
	-
	
	-
	Fitas Plásticas
	158,40
	-
	-
	-
	Borrachas p/Fixação
	60,00
	-
	-
	-
	Pregos
	20,00
	-
	-
	-
	Mulching 1,40X 500
	320,00
	-
	-
	-
	Caixa de Água/500L
	250,00
	-
	-
	-
	Caixa de Água/1000L
	600,00
	-
	-
	-
	Embraçadeira
	35,57
	-
	-
	-
	Filtro de Água
	38,00
	-
	-
	-
	Joelho
	56,32
	-
	-
	-
	TE Interno
	44,80
	-
	-
	
	
	
	
	
	
Conclusão...
	ANO
	ITENS
	0
	1
	2
	3
	
	(R$)
	(R$)
	(R$)
	(R$)
	MUDAS
	
	
	
	
	Sandrea
	-
	715,00
	-
	-
	Albion
	-
	715,00
	-
	-
	EQUIPAMNETOS 
	
	
	
	
	Pulverizador costal 20l 
	150,00
	-
	-
	-
	Conjunto p/ aplicação de defensivos
	55,00
	-
	-
	-
	Enxada
	30,00
	-
	-
	-
	Espanador
	6,00
	-
	-
	-
	Panos
	16,00
	-
	-
	-
	Tesoura para poda
	19,99
	-
	-
	-
	EMBALAGEM
	
	
	
	
	Caixa(Cambuca)
	-
	1.213,33
	1.456,00
	1.747,20
	Bandejas
	-
	346,67
	416,00
	499,20
	Isufilme
	-
	108,00
	162,00
	216,00
	Etiquetas
	-
	693,33
	832,00
	998,40
	COMBUSTÍVEL
	
	
	
	
	COMBUSTÍVEL
	-
	939,84
	939,84
	,84
	Saldo Final
	- 13.360,08
	2.771,68
	6.232,55
	8.570,05
Fonte: As Autoras (2013).
O Quadro 4 e 5, a seguir, apresentam os resultados dos indicadores de retorno (Valor Presente, Valor Presente Líquido, Valor Presente Líquido Anualizado, Índice Benefício/Custo e Retorno Adicional do Investimento-ROIA) e de risco (TIR, Relação TMA/TIR, Pay-back e Pay-back/N) para uma produtividade média de 2.523,73kg/ano. A Taxa de Mínima de Atratividade considerada foi de 6% ao ano, estimada no juro da poupança atualmente. Esta escolha segue a proposição de Souza e Clemente (1995). Estes autores propõem que se use como TMA (Taxa Mínima de Atratividade) a melhor taxa, com baixo/médio grau de risco, sendo esta escolha compatível com o estudo analisado.
Quadro 4 – Indicadores de Retorno produção morangos - estufa 408 m²
	
	Viabilidade financeira
	Indicadores de Retorno
	Valor
	Valor Presente (3 anos)
	15.357,32
	Valor Presente Líquido (3anos)
	1.997,24
	Valor Presente Anualizado ( por ano)
	576,39
	Índice Benefício/Custo
	1,15
	Retorno Adicional do Investimento (ROIA/ano)
	 3,54%
Fonte: As Autoras (2013).
Ao optar pelo investimento no plantio de morangos, as expectativas são de que o produtor recupere os investimentos efetuados (R$ 13.360,08); recupere também o que teria sido auferido se esse capital tivesse sido depositado em uma conta poupança a taxa de 6% ao ano e, ainda lhe sobre em valores monetários de hoje R$ 1.997,24 e mais a disponibilidade da terra para iniciar o novo ciclo de cultivo no quarto ano. Diante desta análise pode-se dizer que entre realizar o empreendimento de cultivar morangos depositá-lo na conta poupança à taxa de 6% ao ano (TMA) a decisão de empreender apresenta ganho maior. O Valor Presente Líquido Anualizado representa o ganho do agronegócio distribuído em valores equivalentes anuais. O VPL anual do cultivo do morango está estimado em R$ 576,39.
O IBC (Índice de benefício/Custo) mede a expectativa de retorno para cada unidade de capital investido. Para a exploração da cultura do morango, com média de produtividade de 2.523,73kg/ano, a expectativa é obter R$ 1,15 para cada R$ 1,00 investido.
O ROIA Anual (Retorno adicional decorrente do investimento) representa as expectativas quanto à rentabilidade anual do cultivo do morango. O ROIA está estimadoem 3,54%.
Quadro 5 – Indicadores de Risco produção morangos – estufa 408 m²
	
	Viabilidade financeira
	Indicadores de Risco
	Valor
	TIR
	12,68%
	Índice TMA / TIR
	1,42
	Índice Pay-back /
	5,86
	Índice Pay-back / N
	0,49
	Risco de Negócio
	baixo/médio
	Risco de Gestão
	baixo/médio
Fonte: As Autoras (2013).
A TIR é a taxa que anula o VPL e, por consequência o VPL Anual também de um fluxo de caixa. Enquanto a TMA (atualmente estimada em 6% ao ano) permanecer inferior a TIR (12,68% ao ano), as expectativas são de que haja mais ganho em se empreender do que deixar o dinheiro aplicado à TMA. Assim, a proximidade (ou distância) entre a TIR e a TMA pode representar o risco (ou segurança) do projeto. 
O Índice TMA/TIR de 1,42% sinaliza para um risco financeiro baixo/médio para esse agronegócio. 
O Índice Pay-back representa o tempo necessário para recuperação do investimento, podendo ser interpretado como uma medida de risco. Quanto maior o período de tempo para se recuperar o capital investido, maior o risco. Para o investimento no cultivo de morangos em análise, a expectativa é de recuperação do investimento em 5,8 anos. Utilizando o índice Pay-back/N, medido numa escala de 0 a 1, o cultivo do morango analisado apresenta valor de 0,49, sinaliza para um risco baixo/médio de não recuperação do capital investido.
O Risco de Gestão está associado as experiências de sucesso e ao conhecimento do processo de produção e de comercialização que o empreendedor tem sobre o assunto. O produtor de morangos tem experiência na atividade. Além disso, conta com o apoio de técnicos agrônomos que auxiliam nas técnicas de cultivo e fazem o repasse do produto para comercialização. O risco de gestão é considerado baixo/médio, devido a experiência do produtor neste segmento.
O Risco do Negócio está associado a acontecimentos adversos, sendo o clima considerado um fator de risco para a cultura do morango. Embora, o cultivo do morango seja realizado em estufas, as quais proporcionam aos frutos temperaturas ideais, o clima interfere quando há chuva de granizo ou até mesmo ventos fortes, podendo comprometer a estrutura da estufa. Em 2013, a neve que caiu na região afetou muitos produtores, pois a mesma acumulou-se em cima dos plásticos fazendo com que a estrutura cedesse, atingindo os frutos. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização desse estudo objetivou evidenciar a viabilidade existente na atividade agrícola, voltada ao cultivo do morango no sistema convencional, no município de Mafra/SC. Foi evidenciado que o cultivo do morango é considerado um complemento na renda do agricultor, o qual produz outras culturas agrícolas. Diante disso houve um levantamento de dados e informações junto ao produtor e ao BNAF(Banco Nacional da agricultura Familiar), cooperativa de comercialização  ao qual o produtor é associado, dentre as informações foram levantados os custos de produção de três anos, período que completa um ciclo de produção, pois o mesmo se renova com a troca de mudas a cada quatro anos , ou seja, no quarto ano.
A principal característica da empresa analisada é a diversidade de culturas, pois além do cultivo do morango, são cultivados milho, soja e pepinos, sendo que estes cultivos formam a renda do produtor na atividade agrícola. 
Os resultados apontam que a cultura do morango no sistema convencional é viável, sendo possível constatar que o produtor consegue cobrir seu investimento inicial em 5,8 anos, ou seja, no segundo ciclo de produção. Os custos de produção ainda são valores expressivos, mas com a utilização de produtos naturais de combate às pragas e doenças os gastos com insumos tendem a diminuir, tornando o produto mais natural e a atividade ainda mais rentável. Esta é uma intenção do produtor que está organizando suas atividades neste sentido. O cultivo do morango no sistema convencional, orgânico ou semi-hidropônico é realizado de forma manual, uma vez que o produto é muito sensível e requer cuidados diários, pois a falta de cuidados e técnicas de cultivo podem comprometer os resultados. Ainda não há produtor no município que adota o sistema orgânico ou semi-hidropônico, mesmo com as afirmações de que apesar dos cuidados serem superiores ao sistema convencional, o retorno é também superior. Neste caso, isso se dá porque o produtor atua com o cultivo em uma pequena área de sua propriedade, sendo, portanto, apenas incremento da renda, não optando pelo risco de investimento. 
Entretanto, o crescimento da produção em função da demanda do mercado, está despertando o interesse do agricultor em expandir a área de cultivo, pois são estas diferentes técnicas de cultivo que dão alternativa ao agricultor em optar por um investimento mais baixo ou mais moderno, sendo fatores que o incentivam a produzir. 
O objetivo foi alcançado, pois com a elaboração do estudo da viabilidade constatou que o cultivo de morango no município é viável, considerando uma produtividade de morangos em uma estufa de 408 m². Uma vez contabilizados os custos e investimentos, foi possível verificar um risco baixo/médio do agronegócio, juntamente com os resultados anteriormente mencionados.
Este estudo se constitui de importante relevância ao produtor interessado em cultivar morangos, uma vez que é possível evidenciar os processos de investimento e produção, e principalmente se o investimento é viável, considerando fatores teóricos e práticos no desenvolvimento da atividade por meio de ferramentas contábeis.
REFERÊNCIAS
AMBIENTE BRASIL. Principais produtos orgânicos produzidos no Brasil. Disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agropecuario/ produto_organico/principais_produtos_organicos_produzidos_no_brasil>. Acesso em: 18 ago. 2013.
BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 3. ed. São Paulo, SP: Atlas, 2008.
COPETTI, C.L. Atividade antioxidante in vitro e compostos fenólicos em morangos (Fragaria X Ananassa Duch): Influência da cultivar, sistema de cultivo e período de colheita. 88 p. Dissertação (Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos) – Centro de Ciências Agrárias. Universidade Federal de Santa Catarina, 2010. 
FRANCO, Hilário. Contabilidade geral. 20. ed. São Paulo: Atlas, 1981.
GELINSKI NETO, Francisco. A agricultura alternativa em Santa Catarina. Florianópolis: Coordenadoria de Mestrado em Economia/UFSC, 2002. (Texto para discussão; 10). Disponível em: <http://www.cse.ufsc.br/~fgelneto/Agricultura_ alternativa_em_Santa_Catarina.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2013.
IUDICIBUS, Sergio de (Coord.). Contabilidade introdutória. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1986.
LEONE, George Sebastião Guerra; LEONE, Rodrigo José Guerra. Dicionário de custos. São Paulo: Atlas, 2004.
MARION, José Carlos. Contabilidade rural. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1994.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
SOUZA, Alceu; CLEMENTE, Ademir. Decisões financeiras e análise de investimentos: fundamentos, técnicas e aplicações. São Paulo: Atlas, 1995.
SPECHT, Suzimary; BLUME, Roni. Competitividade e segmento de mercado à cadeia do morango: algumas evidências sobre o panorama mundial e brasileiro.: estrutura, evolução e dinâmica dos sistemas agroalimentares e cadeias agroindustriais. In: 47° congresso sociedade brasileira de economia, administração e sociologia rural, 47., 2009, Porto Alegre. Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Porto Alegre: Sober, 2009. p. 1-17. Disponível em: <http://www.sober.org.br/palestra/13/1245.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2013. 
Estufa 408 m²
Valor Unit.
ITENSUnidadeR$Quant.R$Quant.R$Quant.R$R$(%)
INSUMOS
MudasUnidade0,552.6001430,0--1430,05,13%
Calciun 27KG35,00135,00135,00135,00105,000,38%
MAP KG2,40512,00512,00512,0036,000,13%
Nitrato de Cálcio KG1,0033,0033,0033,009,000,03%
NativeKG2,6025,2025,2025,2015,600,06%
Supra Fert NKKG43,003129,003129,003129,00387,001,39%
MultanioKG25,00125,00125,00125,0075,000,27%
Subtotal (A)1639,20209,20209,202057,607,39%
OPERACÇÕES MANUAIS
PlantioD/H45,98291,96-0,000,0091,960,33%
Irrigaçãodas MudasD/H45,9812551,7412551,7412551,741655,225,94%
PulverizaçãoD/H45,9812551,7412551,7412551,741655,225,94%
Capina ManualD/H45,9812551,7412551,7412551,741655,225,94%
DesbrotaD/H45,9812551,7412551,7412551,741655,225,94%
PodaD/H45,9812551,7412551,7412551,741655,225,94%
Colheita D/H45,9812551,7412551,7412551,741655,225,94%
EmabalgemD/H45,9812551,7412551,7412551,741655,225,94%
TransporteD/H45,9812551,7412551,7412551,741655,225,94%
Subtotal (B)4505,874413,914413,9113333,6947,87%
FUNRURAL ---262,08-314,50-377,40953,973,43%
Subtotal (C)262,08314,50377,40953,973,43%
EMBALAGENS
Caixa (Cambuca)Unidade0,7017331213,3320801456,0024961747,204416,5315,86%
BandejasUnidade0,056933346,678320416,009984499,201261,874,53%
Isufilme (Rolo)Unidade9,0012108,0018162,0024216,00486,001,74%
EtiquetaUnidade0,1069336938320832,009984998,402523,739,06%
Subtotal (D)2361,332866,003460,808688,1331,19%
COMBUSTÍVEL---939,84-939,84-939,842819,5210,12%
Subtotal (E)939,84939,84939,842819,5210,12%
Custo Total de Produção (A+B+C+D+E)9708,328743,459401,1527852,91100,00%
Total (3 anos)Primeiro AnoSegundo AnoTerceiro Ano

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