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Crise tireotóxica “tempestade tiroidiana” Patogênese Exacerbação súbita das manifestações clínicas do hipertireoidismo; Diagnóstico “Tireotoxicose + Disfunção orgânica + Febre + Delirium/agitação + diarreia/icterícia + Taquicardia/FA” Clínico 1. Histórico de diagnóstico prévio de hipertiroidismo / Sintomas de hipertireoidismo leve a moderado dias a semanas antes da crise; 2. Hiperpirexia. 3. Aumento da frequência cardíaca (FC) (usualmente superior a 140 bpm). 4. Alteração do estado mental. Escala de Burch-Wartofsky – critérios diagnósticos: Síndrome de hipermetabolismo: Febre; Sintomas car diovasculares: taquicardia sinusal e arritmias cardíacas; do trato gastrointestinal: náuseas, vômitos, dor abdominal e diarreia. A icterícia é sinal de mau prognóstico; Sistema nervoso central: agitação, labilidade emociona l, confusão mental e delirium (encefalopatia tireotóxica). Tratamento “Monitorização UTI + PTU (DAT) +Iodo/Carbonato de lítio +Corticoide + B- bloqueador” 1. Controle da produção de hormônios pela glândula tireoide. - Propiltiouracil (PTU): dose de ataque de 600 a 1.000 mg, posteriormente dose de 200-300 mg a cada 4 a 6 horas (1.200 a 1.500 mg ao dia). - Metimazol: dose inicial de 20 mg a cada 4 a 6 horas (80 a 120 mg ao dia). - Lugol ou iodeto de potássio: dose de .4-8 gotas em período de 6-8 horas. - Ácido iopanoico (Telepaque): agente de contraste iodado de escolha (dose usual para o tratamento é de 1 g a cada 8/8 horas no primeiro dia de tratamento, posteriormente usando dose de 500 mg a cada 12 horas). o Devem ser utilizados apenas de 2-3 horas após o uso de drogas antitireoidianas, pois o excesso de iodo oferecido para a glândula pode ocasionar piora da tireotoxicose. - Carbonato de lítio representa uma alternativa como agente para inibir a liberação hormonal (alergia ao iodo). 2. Bloqueio dos efeitos hormonais periféricos “luta ou fuga”: 2.1 Beta bloqueadores: Via endovenosa: opções incluem propranolol em dose de 0,5-1,0 mg a cada 15 minutos, pode ser usado até conseguir o controle da frequência cardíaca do paciente. Alguns autores preferem o uso de esmolol devido à sua ação mais rápida, sendo usado em bomba de infusão intravenosa contínua em dose de 0,05-1,0 mg/kg/ minuto. O metoprolol, que pode ser usado em dose de 5 mg a cada 10-15 minutos até conseguir o controle da frequência cardíaca. Via oral: o propranolol , que pode inibir a conversão periférica de T4 em T3, acaba sendo a medicação de primeira escolha, com dose de 40-80 mg/ 20-40 mg a cada 6 horas. O metabolismo rápido dessas drogas na tempestade tireoidiana obriga o uso de doses altas como as descritas. Outras opções metoprolol (50 a 100 mg de 12/12 horas); atenolol (50 a 100 mg de 12/12 horas). - Objetivo é manter a frequência cardíaca entre 60 e 80 bpm. - Eventualmente, em pacientes com contraindicações ao uso de betabloqueadores, pode-se considerar o uso de bloqueadores dos canais de cálcio, como verapamil e diltiazem. 2.2 Corticoides: Hidrocortisona: dose de 100 mg endovenosa a cada 8 horas; doses um pouco menores, como 50 mg a cada 6 horas, são provavelmente de eficácia comparável. Dexametasona: dose de 2-4 mg endovenosa a cada 6/6 horas. 3. Suporte clínico: Reposição volêmica agressiva: o Exceto em pacientes com insuficiência cardíaca descompensada com congestão pulmonar. Justificativa: apresentam quadro de hipermetabolismo, podendo ter desidratação significativo. Distúrbios hidroeletrolíticos pr ecisam ser corrigidos, assim como hipoglicemia ou hiperglicemia. Hipertermia: pode ser tratada com medicações como dipirona (1 a 2 g endovenosa) ou paracetamol. Uso de salicilatos nesses pacientes deve ser evitado pela sua propriedade de deslocar os hormônios tireoidianos para forma livre, piorando a tireotoxicose. Disfunção cardíaca: pode ser de difícil controle. O uso de betabloqueadores controla a frequência cardíaca, mas em alguns casos digitais e outros agentes inotrópicos podem ser necessários caso o paciente evolua com insuficiência cardíaca . O uso de diuréticos também deve ser criterioso, pois muitos pacientes estarão com volume plasmático diminuído. 4. Tratamento da causa precipitante (correção do que levou a crise). Infecções; Cirurgia; Radioterapia; Contraste iodado/ aumento da oferta de iodo; Condições clínicas (cetoacidose diabética, embolia pulmonar e AVC; Trauma; Amiodarona; Retirada/uso irregular de medicações ATR; Parto; Observações
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