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RESENHA CRITICA DO LIVRO AVALIAR: RESPEITAR PRIMEIRO, EDUCAR DEPOIS DE JUSSARA HOFFMANN

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HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliar: respeitar primeiro, educar depois. 1ª edição. 
Porto Alegre: Mediação, 2008. 
 
Resenha Crítica 
 
Jussara Maria Lerch Hoffmann é conhecida por ser uma especialista em avaliação da 
aprendizagem no país e por já ter publicado, além de inúmeros artigos, doze livros. Nasceu no 
Rio Grande do Sul e iniciou seus estudos no Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, através 
do curso Normal. Tornou-se professora primária e logo fez a graduação em Letras pela 
UFRGS. Em seguida, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou o Mestrado em 
Educação/Avaliação na UFRJ. No seu regresso a Porto Alegre, atuou na Delegacia de 
Educação/SEC, na PUCRS. E em 1986, por concurso, ingressou como docente na Faculdade 
de Educação da UFRGS. 
 O livro foi elaborado em 23 capítulos e sua abordagem é a avaliação da aprendizagem 
vista de diferentes posicionamentos, apresentando o professor como mediador nesse processo 
educacional. 
A autora começa falando sobre a forma como o Governo intervêm nas escolas e como os 
docentes tendem a permanecer em silêncio, todavia ela justifica que docentes pensam diferente 
em meio ao seu nível de conhecimento e o contexto a que estão inseridos, mas que dificuldades 
podem ser amenizadas com o diálogo entre as partes envolvidas. Fala sobre o papel da escola 
de promover o debate, junto a planejamentos e promover a interação e a socialização durante 
o processo de ensino-aprendizagem. 
Pontua sobre a falta de valorização profissional ser mais um dos grandes problemas que 
o sistema educacional enfrenta, além também da precária estrutura escolar. Mas para que haja 
mudanças nessa realidade se faz necessária a reflexão, o diálogo, o trabalho coletivo, 
reavaliação dos conceitos, acordo entre gestores e professores, aferindo a construção de novos 
saberes e novas conquistas. 
Em seguida, a autora faz a identificação dos fatores que contribuem para a degradação 
escolar: a quantidade de alunos excessiva em sala de aula, o grande número de faltas dos alunos 
à escola, o desinteresse pela qualificação e a formação do corpo docente e a falta de recursos. 
Levando-se em consideração que são pontos que interferem substancialmente na 
aprendizagem. 
O diálogo é um fator importante, para a autora pois não cabe aos pais o papel pedagógico 
da escola, mas os professores e pais precisam conversar e decidirem juntos sobre a formação 
de seus filhos, na construção de novos cidadãos e escolha de suas profissões. Dessa forma, é 
visível que a promoção da qualidade no ensino não dever partir apenas do professor, o aluno e 
a família também tem sua função. Contudo, os professores passam por uma luta, e superam 
grandes obstáculos, perpassando cargas horárias excessivas que acabam limitando e inferindo 
em suas vidas pessoais e, como consequência disso tornam-se professores estressados, 
somando doenças ao longo de suas carreiras, refletindo no seu cotidiano escolar. 
Porém conhecer bem cada aluno, tratá-los referindo-se ao singular, conhecer sua história 
de vida, tentar estabelecer vínculos com os alunos, poderá lhe trazer um suporte maior nesse 
processo de ensino-aprendizagem, que deve ser contínuo; com ajuda para aqueles que sentem 
mais dificuldades e promovendo uma evolução no ensino, partindo do crescimento coletivo e 
individual. Pois há facilidade de acesso, mas a permanência é o grande problema que envolve 
desde o contexto a que o aluno está inserido, sua realidade social, até reprovações e abandonos. 
A escola deve estimular a enturmação, a coletividade e a participação entre alunos, 
novas vivências representam sempre novas aprendizagens. A valorização das diferenças entre 
os estudantes no sentido de provocar a diversidade do agir, do pensar, de formas de se 
expressar. Para avaliar esses alunos é importante essa diferenciação. A autora comenta sobre 
o ensino de 9 anos e o acompanhamento desses alunos por meio de relatórios descritivos, dessa 
maneira elevando-os a condição de pessoas. Fala sobre a avaliação mediadora e levanta a ideia 
da compreensão e compartilhamento de histórias através de questionamentos, para propor-lhes 
novos desafios. 
Posiciona-se também sobre as notas ou conceitos, que classificam e intitulam os alunos, 
inibindo a forma de agir e um trabalho mais individualizado. Com essa forma avaliativa, é 
difícil medir ou mensurar o trabalho docente. A finalidade da avaliação não é de justificar e 
explicar o que o aluno alcançou em termos de aprendizagem, mas a de desafiá-los todo tempo 
a ir adiante, a avançar confiando em suas possibilidades, sobretudo o apoio pedagógico a cada 
um. 
Ela faz uma crítica a iniciação dos alunos à escola, com a aceleração da alfabetização, 
que segundo ela, não significa que melhorará a qualidade da educação no país e nem levará a 
uma escola mais inclusiva. 
Quando o assunto se volta a avaliação, o respeito surge como ponto principal a ser 
debatido, onde ela diz que educar para o não é sempre mais difícil. O processo de avaliar é um 
ato surpreendente e a leitura o torna complexo, pois deve-se sempre gerar uma boa 
interpretação para não cair em contradições e influências externas, gerando incertezas. Cuidar 
para que o aluno aprenda mais e melhor, é o ideal para se chegar ao resultado de uma boa 
avaliação. 
Para uma perspectiva de avaliação mediadora, conforme sugerida pela autora, a 
finalidade das tarefas avaliativas deve ser de refletir sobre o que o aluno aprendeu e qual foi o 
seu progresso, através de uma escolha de instrumento adequada pelo docente. Sendo assim, o 
professor estará sendo convidado a repensar suas práticas e estratégias para a promoção da 
aprendizagem. 
No decorrer dos capítulos do livro, conseguimos encontrar sempre essa relação de 
respeito mencionada pela autora. As escolhas feitas e prioridades dadas pelas escolas e, 
consequentemente pelos professores, fazem com que o processo de aprendizagem não seja uma 
situação confortável para o aluno e muito mesmo para o professor. O cotidiano escolar acaba 
se transformando em um espaço impositivo, na qual o autoritarismo prevalece através de 
medidas quantificativas, como podemos citar as notas. 
É preciso que sejam revistas estas práticas e que haja sempre o diálogo entres os 
indivíduos envolvidos nesse sistema, o respeito às opiniões deve prevalecer. Os resultados não 
devem partir apenas do que os alunos escrevem, mas sim do que produzem e deve-se sempre 
analisar o contexto a que estão inseridos. A sugestão de uma avaliação mediadora serve como 
ferramenta essencial para uma nova visão, pois trará critérios que foram construídos ao longo 
de sondagens e negociações, deixando assim o ato de avaliar mais humanizado.

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