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1 Beatriz Almeida – Medicina UFCG Turma 78 Reações de Hipersensibilidade Introdução: São respostas imunológicas exacerbadas, decorrentes de mecanismos habituais do sistema imunológico, causando lesão tecidual. As reações de hipersensibilidade são as doenças alérgicas ou alergias; Estado de hipersensibilidade: é o período durante o qual o paciente se encontra em reação alérgica; Organismo sensibilizado: apresenta maior susceptibilidade, podendo apresentar alergias concomitantes; Alérgeno: antígeno causador da alergia; Atopia: reação IgE-mediada com predisposição genética; Reações Humorais ou Imediatas: predomínio de linfócitos B, sendo intermediadas por anticorpos – Tipos I, II e III; Reações Celulares ou Tardias: decorrentes de linfócitos T, mediadas por ações resultantes do próprio linfócito – Tipo IV; As alergias vem aumentando em todo o mundo. Resultam de uma combinação entre potencial genético e fatores ambientais, que geram alterações e proporciona a sensibilização. Fatores como o tabagismo e infecções também podem levar a alergias. o Epidemiologia mundial: 45% das crianças, e 30% dos adultos. o Concomitância: Asma + dermatite atópica: 50 a 80%, e Asma + rinite alérgica + dermatite atópica: 45%. o O alérgeno pode ser ingerido, inalado ou injetado. o Células de resposta alérgica: mastócitos CD23+, Basófilos, IL4, IL5 e IL13, Eosinófilo CD34+. o Nascemos Th0, e podemos migrar para o perfil Th1 ou Th2 (T2 inflamatório). o Marcha atópica: progressão para outras alergias Tipo I – IgE mediadas • São estados inflamatórios de pele e mucosas → mediadas por IgE específica ao alérgeno → a qual se une a mastócitos contendo receptores de alta afinidade para IgE → resultando em degranulação de mastócitos → afluxo de eosinófilos; • O contato com o alérgeno resulta na ativação de linfócitos Th2 → os quais liberam citocinas – IL4 e IL13 → que promovem a diferenciação de B em plasmócitos produtores de IgE → a qual se une ao alérgeno e a mastócitos por meio de receptores de alta afinidade para IgE; • A IgE específica sintetizada se une a receptores de alta afinidade para a região Fc da cadeia ԑ de IgE de mastócitos – mastócitos sensibilizados; • Há degranulação de mastócitos e ativação de eosinófilos → processo inflamatório alérgico → lesão tecidual; Sensibilização: primeiro contato • O alérgeno associado ao antígeno leucocitário humano (HLA) classe II de célula apresentadora de antígeno → ativa T auxiliar tipo 2 – Th2 → libera citocinas: IL4, IL5, IL9, IL13, IL25 e IL31 → as citocinas IL4 e IL13 promovem a diferenciação de B em plasmócitos produtor de IgE-específica ao alérgeno; • Ocorre também a ativação de Th3 e Th17; • Th3 libera IL4, IL10 e TGFβ (Fator β transformador de crescimento de colônias); • IL9 e TGFβ estão relacionadas ao remodelamento ou reestruturação das mucosas, com fibrose local e piora do quadro; • A IL12 e o Interferon gama (IFN-γ) deslocam a diferenciação de Th2 para Th1→ diminui a alergia; • As citocinas do perfil Th2 e TH3 aumentam a diferenciação para o próprio Th2 → perpetuação do processo alérgico; • Os mastócitos também sintetizam citocinas que aumentam a resposta inflamatória alérgica, responsáveis pela produção de cerca de 20% da IgE; IL4 e IL13 Produção de IgE IL5 Maturação, proliferação, ativação e sobrevida de eosinófilos IL6 Aumento de eosinófilos e diferenciação de Th2 IL9 Maturação de mastócitos na medula IL9 e IL13 Aumento do muco e hiper-reatividade brônquica IL9 e TGFβ Remodelamento da mucosa IL10 e IL13 Imunossupressão local IL17 Atrai neutrófilos – rinite grave, asma neutrofílica e alergias de pele IL31 Pruridogênica 2 Beatriz Almeida – Medicina UFCG Turma 78 Etapa Efetora Inicial: reexposição • O alérgeno se une ao fragmento Fab da IgE de mastócitos sensibilizados → liberação de mediadores por mastócitos; • Entre os mediadores liberados estão os pré- formados (histamina, triptase e proteoglicanos) e os neoformados (fator ativador de plaquetas –PAF e metabólitos do ácido araquidônico); • A histamina é responsável por parte da manifestação clínica, sendo rapidamente degradada, já a triptase é um marcador de atividade de mastócitos por manter níveis séricos elevados por horas, auxiliando o diagnóstico de anafilaxia; • Ácido Araquidônico: é ingerido na forma de ácido linoleico e torna-se um constituinte da parede celular, através da via Ciclo-Oxigenase COX se converte em prostaglandinas (causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, inibe a agregação plaquetária, diminui o limiar da dor e causa a febre) e tromboxano (causa vasoconstricção, promove a agregação plaquetária), através da via 5- Lipoxigenase dá origem aos leucotrienos B4, C4, D4 e E4 (vasoconstritores, broncoespasmo, aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia dos fagócitos). São conhecidos como eicosanoides. Etapa Efetora Tardia • Após 4 a 10 horas do início da resposta efetora há acentuação ou recidiva das manifestações clínicas; • Os eosinófilos afluem para o local da hipersensibilidade atraídas por CCL5, CCL11, leucotrieno B4 e PAF → sofrem diferenciação e ativação por IL5; • Eosinófilos: liberam proteína catiônica eosinofílica (marcadora da presença de eosinófilos), proteína principal e peroxidase eosinofílica → lesão tecidual; • O Sistema Nervoso Parassimpático torna-se hiper- responsível; Fisiopatologia • Histamina: prurido, espirros, coriza, eritema, vasodilatação periférica que leva edema e broncoconstrição de curta duração; • PAF: agregação de plaquetas, quimiotático para eosinófilos e broncoconstritor; • Metabólitos do Ác. Araquidônico (C4, D4 e E4): broncoconstrição prolongada e vasodilatação periférica; • Leucotrieno B4: fator quimiotático para eosinófilos e neutrófilos; • Prostaglandinas: aumento da permeabilidade vascular e aumento de muco; • Aumento de neuropeptídeos (subs. B) no local da hipersensibilidade → aumento da broncoconstrição, do muco e da permeabilidade vascular → aumento do edema; Aeroalérgenos: alérgeno suspensos no ar, dentre eles mais comumente encontramos os ácaros do pó doméstico, pelos de animais e restos de baratas, mas também podemos ter o pólen, as gramíneas e os fungos. Agravantes que pioram a alergia: fumaça de tabaco, perfumes, odores de produtos de limpeza, fiapos de tecido, poluição e mudanças de temperatura. Tendência Genética: se ambos os pais tiverem atopia a possibilidade de herança é de 50% a 70%, se apenas um for atópico, a possibilidade cai para 25%; Manifestações Clínicas: • Podem ser localizadas ou generalizadas; • Localizadas: Rinite alérgica, Conjuntivite alérgica, Asma alérgica, Dermatite atópica, Urticária, Alergia alimentar e Alergia ao látex; • Generalizada: Anafilaxia; Tipo 4 – Hipersensibilidade Celular São respostas imunológicas que ocorrem de forma exagerada, mediadas por linfócitos T, em especial T citotóxicos e T auxiliares tipo 1, acarretando em lesão tecidual. As doenças autoimunes mediadas por célula T tendem a se limitar a alguns poucos órgãos, geralmente não sistêmicos. Ocorrem de 24 a 48h após o um indivíduo anteriormente exposta a um antígeno proteico ser desafiado com o antígeno → reação tardia. A APC apresentam antígenos celulares ou teciduais às células T CD4+ → secretam citocinas → inflamação local pela liberação de enzimas neutrofílicas, intermediários reativos de oxigênio → lesão tecidual. 3 Beatriz Almeida – Medicina UFCG Turma 78 As células T CD8+ reconhecem as células hospedeiras e às destroem → destruição celular e lesão tecidual. Nos dois mecanismos, ocorre a estimulação da formação de células NK que lesão células-alvo. Pode ocorrer a ativação de células TH1 (fonte de Interferon-γ – citocina ativadora de macrófagos) e de células TH17 (recrutam leucócitos, incluindo neutrófilos). As reações tardias são manifestadaspor infiltrados de células T e monócitos nos tecidos, edema e deposição de fibrina → causada pela permeabilidade vascular aumentada em resposta às citocinas produzidas pelas células T CD4+, e dano tecidual induzido por produtos leucocitários → macrófagos ativados pelas células T. Principais Reações Tipo IV: dermatite de contato alérgica, fotodermatites alérgicas, dermatite ocular de contato, infecções por microorganismos intracelulares, reações de Mantoux e PPD, rejeição crônica a transplantes e reação enxerto versus hospedeiro.
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