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Aula 2021-02-18 Penas Restritivas de Direito em Espécie e Pena de Multa

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Penas Restritivas de Direito em Espécie
As penas restritivas de direito estão previstas no artigo 43, do CP (rol taxativo).
Prestação Pecuniária (CP, artigos 43, I e 45, §1º): Pagamento em dinheiro à vítima, aos seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 salário mínimo nem superior a 360 salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil (antecipação de indenização), se coincidentes os beneficiários. Se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza (ex.: cesta básica; pintura de casa às custas do condenado; doação de sangue, etc.). 
Perda de Bens e Valores (CP, artigos 43, II e 45, §3º): Dar-se-á, salvo legislação específica, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime.
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas (CP, artigos 43, IV e 46; LEP, artigos 149 e 150): aplicável às condenações superiores a seis meses de privação de liberdade. Consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. Ocorrerá em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. Ex.: Se o condenado for contador, e houver possibilidade, ele deverá trabalhar nessa área na instituição/entidade pública, em virtude da função ressocializadora da pena. 
Interdição temporária de direitos (CP, artigos 43, V e 47; LEP, artigos 154 e 155): São a proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como mandato eletivo; proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do Poder Público; Proibição de frequentar determinados lugares (ex.: bar; estádio de futebol, etc.); proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos. 
Limitação de Final de Semana (CP, artigos 43, VI e 48; LEP artigos 151 a 153): Obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em casa do albergado ou outro estabelecimento adequado. Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.
Monitoração Eletrônica: Duas correntes acerca de violação da tornozeleira eletrônico.
 1ª CORRENTE: Configura crime de dano, pois a tornozeleira é um patrimônio público (posição de alguns doutrinadores).
 2ª CORRENTE: Não configura crime, pois é o instinto de liberdade do condenado (posicionamento adotado pelo STJ). Entretanto, isso não quer dizer que não haverá punição, só não haverá a condenação por novo crime, visto que a violação comprovada dos deveres previstos no artigo 146-B, da LEP, poderá acarretar, a critério do juiz da VEC, ouvidos o MP e a defesa: a regressão de regime; a revogação da autorização de saída temporária; a revogação da prisão domiciliar ou advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da VEC decida não aplicar algumas das medidas previstas anteriormente. 
O mesmo ocorre no caso de fuga sem violência, pois é um fato atípico, trata-se do instinto humano à liberdade (falta grave - LEP, art. 50). Entretanto, se houver emprego de violência, caracteriza crime, previsto no artigo 352 do CP.
 Pena de Multa
“A pena de multa consiste na obrigação imposta ao condenado de pagar ao fundo penitenciário do Estado determinada soma em dinheiro.” Flávio A. M. de Barros
Fundamentos:
- Contenção das penas privativas de liberdade de curta duração aos autores de fatos poucos graves, em razão dos efeitos perniciosos e deletérios de um sistema carcerário ineficiente;
- Evitar despesas com a superpopulação carcerária;
- Gerar lucros para serem reinvestidos no sistema penitenciário;
 - Manter os autores de fatos pouco graves no seu círculo social e familiar buscando com isto a ressocialização no âmbito familiar.
Sistema do Dia-Multa (CP, art. 49, caput): Será, no mínimo, de 10 e no máximo 360 dias-multa. O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 vezes esse salário. O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. 
Cálculo da pena de multa: Fixação na sentença condenatória em duas fases: 
 - 1ª fase: fixação da quantidade de dias-multa entre 10 e 360 (CP, art. 49):
 - Para o cálculo de referida etapa 
	- 1º O juiz para calcular a quantidade de dia-multa utiliza o critério trifásico (1ª fase – Construção da Pena Base - Circunstâncias Judiciais; 2ª Fase – Construção da Pena Intermediária - Circunstâncias agravantes e atenuantes; 3ª Fase: Construção da Pena Final - Qualificadora e Privilegiadora).
 - 2ª Fase: O juiz fixa o valor de cada dia-multa (CP, art. 60, caput, e §1º) – baseado na situação econômica do réu, no limite mínimo de 1/30 do salário mínimo e no máximo de 5 salários mínimos. 
Nesta etapa, mesmo que aplicada, no patamar máximo (5x o salário mínimo), o juiz ainda poderá triplicá-la se achar necessário e suficiente para reprovação e prevenção do delito. 
Por fim, o juiz na sentença multiplica o número de dias-multa pelo valor fixado para cada dia-multa.
Cálculo da pena de multa e legislação penal extravagante: o artigo 29, da Lei 11.343/06 (LEI DE DROGAS) – 1ª fase: quantidade de dias-multa: de 40 a 100; 2ª fase: valor de cada dia-multa: 1/30 a 3x o salário mínimo vigente. Destino da multa: Fundo Nacional Antidrogas.
Pagamento da Pena de Multa (CP, artigo 50): Transitada em julgado a sentença que impôs pena de multa, os autos vão para o contador judicial, que efetuará a atualização de seu valor (CP, art. 49, §2º). O juiz, após ouvir o MP, homologa tal valor e determina a intimação do condenado, para que, no prazo de 10 dias, efetue o pagamento. 
 SÚMULA 43, DO STJ: INCIDE CORREÇÃO MONETÁRIA SOBRE DÍVIDA POR ATO ILÍCITO A PARTIR DO EFETIVO PREJUÍZO. 
 PARCELAMENTO DA MULTA (CP, ARTIGO 50, CAPUT): O parcelamento pode ser requerido pelo sentenciado e concedido pelo juiz para ser realizado em prestações iguais e sucessivas, conforme a situação econômica que possua. O pedido de parcelamento deve ser feito pelo condenado no prazo de 10 dias (LEP, artigo169), para que o mesmo efetue o pagamento. O PAGAMENTO DA MULTA NÃO PODE PRIVAR O CONDENADO DO NECESSÁRIO AO SEU SUSTENTO.
Antes de conceder o parcelamento o juízo competente deverá determinar diligências para auferir a situação econômica do réu, bem como abrir vistas para oitiva do MP, após o que e conforme a situação econômica do condenado fixar a quantidade de parcelas iguais e sucessivas (LEP, artigo 69, §1º).
 LEP, artigo 168: O juiz da VEC poderá determinar que a cobrança da multa seja feita mediante desconto no vencimento ou salário do condenado, nas hipóteses: 
I- O limite máximo do desconto mensal será 25% da remuneração e o mínimo de 10%, desde que não prejudique o sustento do condenado e da sua família;
II- O desconto será feito mediante ordem do juiz da VEC;
III- O responsável pelo desconto (ex.:empregador) será intimado a recolher mensalmente, até o dia fixado pelo juiz, a importância determinada. 
Suspensão da pena de multa (LEP, ART. 167): A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier ao condenado doença mental (incidente de execução). 
Não pagamento da pena de multa: o artigo 51, do CP, com base no artigo 5º, LXVII, não permite que o não pagamento da pena de multa converta tal pena a pena privativa de liberdade. 
SÚMULA 693, DO STF: NÃO CABE HC CONTRA DECISÃO CONDENATÓRIA A PENA DE MULTA, OU RELATIVO A PROCESSO EM CURSO POR INFRAÇÃO PENAL A QUE A PENA PECUNIÁRIA SEJA A ÚNICA COMINADA.
Após aSCTJ e correspondente prazo legal de 10 dias para pagamento, a multa será considerada dívida de valor regulamentada pela Lei de Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80) e pelo Código Tributário Nacional (CTN). Desse modo: 
 Medidas de Segurança
	Pena
	Medida de Segurança
	Natureza retributivo-preventiva, ressocializadora;
	Natureza preventiva (tratar o doente mental para que não volte a cometer crime);
	Penas proporcionais à gravidade da infração;
	Fundamenta-se na periculosidade do sujeito;
	Ligam-se ao sujeito pelo juízo de culpabilidade;
	Ligam-se ao sujeito pelo juízo de periculosidade;
	Penas fixas
	Indeterminadas, cessando com o desaparecimento da periculosidade do sujeito, perduram enquanto for necessário;
	Aplicáveis ao Imputável e aos semi-imputáveis;
	Aplicáveis aos inimputáveis.
O ordenamento jurídico brasileiro adota duas formas de sanção penal (espécie): a pena (privativa de liberdade, restritiva de direitos ou multa) e a medida de segurança. 
A medida de segurança possui natureza essencialmente punitiva, busca evitar que um sujeito que praticou um crime e se mostra perigoso venha a cometer novas infrações penais. 
Pressupostos da Medida de Segurança: Prática de um fato típico e antijurídico (em caso de alguma das excludentes de ilicitude, NÃO HÁ CRIME, portanto, não se aplica medida de segurança ao ) + Inimputabilidade / Semi- Imputabilidade por doença mental (ou dependência química) + periculosidade (probabilidade de o doente mental vir a delinquir novamente) + ausência de causa de extinção da punibilidade (CP, artigo 96, § único). 
Em suma, a medida de segurança é a sanção penal aplicável ao inimputável por doença mental e ao semi-imputável. Também é aplicável ao criminoso que pratica o fato por dependência de drogas pericialmente comprovada (Lei n. 11.343/06, artigos 45 e 46).
Sistema Vicariante: Aplicável ao semi-imputável (CP, artigo 26, § única c.c 98). Sentença condenatória = pena reduzida ou medida de segurança.
Espécies de periculosidade:
 - Real: perante o juiz. Exemplo: semi-imputáveis (CP, artigo 26, parágrafo único);
 - Presumida: presumida pela lei. Exemplo: inimputáveis por doença mental (CP, arts. 26 e 97). É inimputável mesmo que não demonstre a periculosidade.
Espécies de medida de segurança: aplicáveis aos inimputáveis e semi-inimputáveis por doença mental: 
 - Detentiva (CP, artigo 96, I): internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou outro estabelecimento adequado; 
 - Restritiva (CP, artigo 96, II): Sujeição a tratamento ambulatorial. Exemplo: acompanhamento clínico.
Em regra, o doente mental é tratado pelo SUS, entretanto se ele ou a família tiver condições, pode ser feito o tratamento pelo sistema particular. 
Aplicação da medida de segurança ao inimputável por doença mental (CP, artigo 26, caput): Sentença absolutória e aplicação da medida de segurança (absolvição imprópria). 
 - Crime apenado com reclusão: Juiz determinará sua internação (medida de segurança detentiva – periculosidade presumida);
 - Crime apenado com detenção: juiz o submeterá a tratamento ambulatorial (medida de segurança preventiva – periculosidade presumida). 
Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos (CP, artigo 97, §4º - cláusula rebus sic stantibus – muda o fato, muda o direito).
Aplicação da medida de segurança ao Semi-imputável por doença mental (CP, artigo 26, § único c.c artigo 98, do CP): Conforme o artigo 98, do CP, é uma sentença condenatória, juiz condena e aplica pena reduzida OU medida de segurança (sistema vicariante). O juiz não pode aplicar as duas sanções.
Prazo mínimo e liberação condicional da medida de segurança (próxima aula).
Competência para cobrar a multa; VEC
Executante: MP (rito processual): previsto na lei 6.830/80 - Dispõe sobre a cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública e CTN
Prazos Prescricionais e respectivas interruptivas ou suspensivas: 5 anos, previsto na Lei de Execução Fiscal

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