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ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL LOPE S, M. C. F. ; MIRANDA, M. G. V. Desenvolvimento psicomotor na infância. Maringá- Pr: Unicesumar ,2018.p 124-127 ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL SEGUNDO JEAN PIAGET : O estudo de Jean Piaget é fundamental para que se possa entender como se constrói a inteligência humana. Sua teoria chamada de Epistemologia Genética explica a construção da inteligência. É dita uma teoria Interacionista, uma vez que relaciona a interação do homem com o objeto. A inteligência se inicia desde o nosso nascimento e seguirá até a vida adulta. Piaget sempre se preocupou em observar a ação da criança sobre o mundo. Seus três filhos lhe serviram para observação criteriosa e detalhada da intervenção humana sobre o meio. Suas principais obras explicam sobre a construção do pensamento, da inteligência, detalhadamente sobre a construção do Real e do Simbólico, aspectos muito importantes na construção da inteligência. Para Piaget, o desenvolvimento se dá por etapas, denominadas de Estágios. Referem-se às construções cognitivas progressivas e seguem um padrão de idades mais ou menos determinadas, mas o que realmente importa é a ordem dos estágios e não a idade que eles se mostram. Todas as pessoas passam por esses estágios sem que haja “saltos”, ou seja, passamos por cada um dos estágios. Piaget explica que a criança, a partir da ação sobre os objetos, poderá construir mentalmente hipóteses sobre o meio e sobre o mundo, mas que no início da vida nossa inteligência seria apenas prática. Isto é, nossa ação sobre os objetos seria apenas uma forma de exploração do meio. Sem raciocínio lógico. Os principais conceitos dessa teoria são: Equilibração, Assimilação, Acomodação, Adaptação e Esquema. A ação humana sobre os objetos provocaria desequilíbrio da estrutura cognitiva e, por meio da “assimilação” e “acomodação” das ações, seria possível construir os “esquemas” mentais (conhecimento). “Esquema” seria uma estrutura cognitiva que o sujeito se utiliza para organizar o meio. Se algo não fosse assimilado pela criança, ela tentaria fazer uma “acomodação” e logo após uma “assimilação”, e o equilíbrio se estabeleceria. “Assimilação”, então, seria um processo cognitivo de colocar as novas informações ou percepções em esquemas já existentes. O mesmo que incorporar os novos elementos do meio a uma estrutura já existente. “Acomodação” seria a modificação de esquema ou estrutura, para que algo pudesse ser assimilado pela criança. Isto se daria quando criamos um novo esquema no qual possa se encaixar algo novo, alguma nova percepção ou quando a criança modifica um esquema ou estrutura já existente, para incluir novos estímulos percebidos. O equilíbrio seria a possibilidade de incluir algo novo em sua estrutura cognitiva. A todo momento estamos em desequilíbrio cognitivo, pois sempre precisamos assimilar e acomodar esquemas para novas aprendizagens (FERRARI, 2008, on-line)3 . OS ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO FORAM NOMEADOS COMO: Sensório Motor (de 0 a 2 anos): nesse período o ser humano é regido fundamentalmente pelos sentidos e pelo motor. Suas ações sobre o mundo acontecem por exploração concreta. Não há representação ou pensamento. É a chamada inteligência prática. Também será nessa fase que a criança perceberá a diferença do seu corpo e do objeto. Iniciará a noção de permanência do objeto, isto é, compreenderá que o objeto existe, mesmo quando fora do seu campo visual. Construirá a noção de espaço e de tempo na ação sobre o meio. A coordenação e as relações de ordem entre as ações se estabelecerá. Ex: pegar algo para levar a boca, ou subir numa cadeira para pegar algo. Agora, a criança já é capaz de unir ações para um fim, mas ainda sem intencionalidade raciocinada. Nessa fase seria experimentação pura (acerto e erro). Pré-Operatório (de 2 a 7 anos): nessa fase o simbólico e a linguagem se organizarão, portanto, a criança começará a fazer representações. O animismo estará presente, isto é, dará vida aos objetos inanimados. Sua visão de mundo é centrada em si mesmo, é o Egocentrismo. Seu pensamento é intuitivo e mágico. Também terá uma percepção global do espaço, mas sem notar os detalhes. As imagens capturam a criança, que ainda não consegue fazer relações entre os fatos. Ex: mostramos duas bolinhas de massa a ela. Logo após, faremos uma salsicha de uma das bolinhas. A criança terá a impressão que não tem a mesma quantidade, mesmo que a ação tenha sido feita sob seus olhos. Operatório Concreto (de 7 a 12 anos). O pensamento da criança evolui, sendo capaz de abstrair, mas ainda apoiada no objeto concreto. Também será capaz de fazer a reversibilidade da ação, isto é, algo que foi construído pode ser desconstruído, ou o mesmo caminho que nos leva a um lugar, nos traz de volta. Adquire a conservação de quantidades e de volume, entendendo que não importa a disposição espacial, as quantidades e volumes poderão permanecer iguais. Ex: não importa se um copo de água for derramado em uma jarra. A quantidade permanece a mesma. Embora a impressão seja que tem pouca água num recipiente maior. Nessa fase o egocentrismo diminui e a criança será capaz de levar em conta o ponto de vista do outro, tornando-se, assim, mais sociável. Operatório Formal (de 12 anos em diante). Raciocínio lógico se estabelece. Há deduções mentais. O social ganha maior importância. Os hábitos e a moral se estabelecem. O pensamento lógico já será o mesmo da fase adulta, enriquecido, é claro, pelas experiências da vida.
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