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1 CENTRO CIRÚRGICO CIRURGIA: É UM MÉTODO DE TRATAMENTO DE DOENÇAS, LESÕES OU DEFORMIDADES INTERNAS E EXTERNAS EXECUTADO ATRAVÉS DE TÉCNICAS GERALMENTE REALIZADAS COM AUXÍLIO DE INSTRUMENTAIS. A partir desse conceito de cirurgia, podemos dizer que enfermagem cirúrgica é aquela que trata dos cuidados globais de enfermagem prestados ao paciente nos períodos pré- operatório, transoperatório e pós operatório. Esses cuidados objetivam minimizar os riscos cirúrgicos, dar maior segurança ao paciente e reabilitá-lo para se reintegrar à família e à sociedade o mais rápido possível. NORMAS E ROTINAS DO CENTRO CIRÚRGICO ÉTICA Ética é o conjunto de normas pelas quais a pessoa deve orientar o seu comportamento. A ética profissional tem como objetivo promover o ajustamento do técnico no ambiente hospitalar, contribuindo para um trabalho racional, agradável e eficiente propenso ao alcance do êxito na profissão. O profissional desta área deve ter consciência profissional, não hesitar no momento de dúvida e aceitar com modéstia o que lhe é ensinado. A Consciência e a responsabilidade constituem a base da consciência profissional, que deve sofrer constante aprimoramento para que suas funções sejam corretas. A discrição é o objetivo exigido para um bom profissional. Guardar para si fatos vistos e/ou ouvidos no exercício da profissão. Discrição significa também reserva nas atitudes nos falatórios desnecessários. Ser leal com o paciente, mesmo nos momentos de angústia e medo. Ser leal com os colegas de profissão, ser cortês e cooperativo. Esta são atitudes necessárias para a boa harmonia. Ser leal com a Instituição em que trabalha, respeitando os regulamentos vigentes. O Centro cirúrgico deve ser dotado de uma infra estrutura tal que garanta plena segurança e conforto ao paciente e à equipe de saúde. A Central de Material (CEMAT) e a recuperação pós anestésica (RPA) são apoios importantes para o centro cirúrgico. Por esta razão geralmente são instalados dentro ou próximo a ele, ou então tem com ele uma ligação direta. Um Centro cirúrgico compõe-se de várias dependências e necessita de pessoal especializado para o seu perfeito funcionamento. 2 CONCEITO CENTRO CIRÚRGICO Definição de Centro Cirúrgico, segundo o LAMB (2000) propõe novo conceito: Definição “Unidade de Centro Cirúrgico é o conjunto de ambientes, devidamente localizados, dimensionados, inter-relacionados e dotados de instalações e equipamentos, com pessoal qualificado e treinado para a realização de procedimentos cirúrgicos, de forma a oferecer o máximo de segurança aos pacientes e às melhores condições de trabalho para a equipe técnica.” Centro Cirúrgico é uma unidade especializada de um hospital, constituída por sala de cirurgia, destinada à realização de procedimentos de qualquer natureza, que venha a requere intervenção cirúrgica, bem como à recuperação pós anestésica e pós operatória imediata. Devido às suas características é considerada uma unidade de alerta máximo, haja vista a necessidade continua de prevenção e controle dos riscos associados à condição que determinou a intervenção cirúrgica, a condição do cliente na internação, a própria tecnologia de intervenção e a capacidade instalada da unidade com destaque especial para as condições de trabalho e o preparo dos recursos humanos. NORMATIZAÇÃO Portaria MS nº 400/77 Portaria MS nº 400/77 - Aprova as normas e padrões sobre construções e instalações de serviços de saúde; 06/12/77. Caráter restritivo e pouco flexível Portaria 1889/94 11/11/1994 Considera: Princípios do SUS; Globalidade do Projeto; Multidisciplinaridade; Orientação sobre Planejamento de redes físicas de saúde; Normatização de projetos arquitetônicos e de engenharia; Necessidade dotar Secretarias de Instrumento Norteador. 3 RDC 50 - Norma para projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde 1. FINALIDADES O Centro Cirúrgico tem como finalidades: - Realizar intervenções cirúrgicase endoscópicas e encaminhar o paciente à unidade de origem, na melhor condição possível de integridade; - Servir de campo de estágio para a formação e aprimoramento de recursos humanos; - Desenvolver programas e projetos de pesquisa, voltados especialmente para o desenvolvimento científico e tecnológico de ponta; - Constituir-se em unidade de referência e contra referência; Realizar o preparo, esterilização, guarda e encaminhamento de material para o hospital, desde que observada a estrutura organizacional e competências. ATIVIDADES BÁSICAS realizar a correta escovação das mãos; executar cirurgias e endoscopias em regime de rotina ou em situações de urgência; realizar relatório médico e de enfermagem e registro das cirurgias e endoscopias realizadas; proporcionar cuidados pós-anestésicos; garantir apoio diagnóstico necessário e retirar órgãos para transplantes. 2. LOCALIZAÇÃO Segundo o Ministério da Saúde deve ser localizada a UNIDADE de Centro Cirúrgico do modo a ficar livre do trânsito de pessoas e materiais estranhos ao trabalho que nele se realiza. Observando que as salas estejam agrupadas e com boa circulação, em local com pouco ruído e estar próxima ou ter fácil acesso às unidades cirúrgicas, bem como as unidades de tratamento intensivo, quando houver. 3. ESTRUTURA FÍSICA 3.1 O Centro Cirúrgico divide-se em três setores: Centro Cirúrgico, propriamente dito. Sala de Recuperação Pós Anestésica (SRPA). Centro de Material e Esterilização. Em hospitais de grande porte (mais de 151 leitos) a Central de Material e Esterilização, fica anexa ao Centro Cirúrgico, mas como uma unidade independente. 4 3.2 O Centro Cirúrgico também pode ser dividido, em três áreas: Área Restrita: área limitada de circulação de pessoal e equipamento, com rotinas próprias para o controle e manutenção da assepsia. Exemplos: Sala de Cirurgia Área Semi Restrita: área que permite a circulação de pessoal e de equipamentos de modo a não interferir nas rotinas da Área Restrita. Exemplos: RPA, Guarda de Materiais e Equipamentos, corredores, Estar Médico,etc. Área Não Restrita: área de circulação livre ao ambiente interno do centro cirúrgico. Exemplos: Vestiários, secretaria, recepção, etc. 3.3 Segundo a Portaria 1884, o Centro Cirúrgico é composto basicamente de: Área de Recuperação do paciente; Sala de guarda e preparo de anestésico: sala de indução anestésica; Sala de escovação (lavabo); Sala de pequena cirurgia (Oftamologia, Endoscopia, Otorrinolaringologia, etc.) Sala de média cirurgia (Ortopedia, Neurologia, Cardiologia, etc.); Sala de apoio às cirurgias especializadas; Área para prescrição médica; Posto de Enfermagem e serviços; Sala de recuperação pós anestésica. O Centro Cirúrgico é composto também, de ambiente de apoio, tais como: Sala de utilidades; Sanitário com vestiários para funcionários (barreira); Sala de espera para acompanhantes (anexa à unidade); Sala de equipamentos e materiais; Sala de administração; Copa; Depósito de material de limpeza (DML); Depósito de equipamento; Sala Administrativa / área de registro; Área para guarda de macas e cadeira de roda; Sanitários com vestiário para pacientes (barreira); Expurgo. Área física: - Sala de cirurgia geral – 2,5m²; - sala de neurocirugia – 36m²; - sala de cirurgia ortopédica – 20m². - forma: as salas podem ser: retangulares, quadradas ou circulares; 5 - Características das paredes: o revestimento das paredes tem que ser de material resistente, lavável e de cor neutra. Os cantos da parede com o piso, do teto com a parede e da parede com a parede dever ser arredondados; - Características do piso: o piso deve ser de material de fácil limpeza; - Características das portas: as portas devem ser amplas com os cantos protegidos por aço inoxidável; - características das janelas: as janelas devem estar localizadasde modo a espalhar luminosidade em todo o ambiente e deverão estar fechadas por vidros / telas externas; 3.4 EQUIPAMENTOS – Itens de uma sala de operação: Equipamentos, instalações, aparelhos e mobiliário podem ser classificados em fixos (não podem ser deslocados da sala) ou móveis (podem ser deslocados). 3.4.1 Sala de Operações (SO) Sistemas de abastecimento e instalações SALA CIRÚRGICA Oxigênio – 2 Oxido Nitroso – 1 Ar comprimido - 2 Vácuo clínico -1 Tomadas 110 e 220w - 2 conjuntos c/ 4 tomadas (paredes distintas) Tomada para aparelho RX portátil Foco 6 Ar condicionado O ar é uma via de transmissão de bactérias e fonte de contaminação; Cada sala de operação (SO) deve possuir controle individual de temperatura; devem ser utilizados filtros de ar específicos de alta eficiência, os high efficiency particulate air (HEPA); É recomendável que haja pressão positiva dentro de cada SO para prevenir a entrada de ar potencialmente contaminado por meio de áreas adjacentes; Para as salas específicas de transplante e para as ortopédicas, recomenda-se o uso de fluxo laminar; Pessoas na SO são fonte de microorganismos: o Gotículas de ar expirado; o Descamação de células da pele; o Partículas transportadas nos sapatos; 3.4.1.1 Equipamentos fixos: Armário embutido, balcão, negatoscópio, canalização para gazes (vácuo, oxigênio. Óxido nitroso e ar comprimido centralizados – O vácuo é utilizado para fazer a aspiração de secreções, e os gases são usados nas anestesias), foco cirúrgico central, ar condicionado, interruptores e tomadas elétricas de 110 e 220V eletrocautério, quando este é suspenso numa coluna retrátil, como encontramos em alguns hospitais. O eletrocautério ou bisturi elétrico é um aparelho usado com a finalidade de corte e coagulação dos tecidos, os quais podem ocorrer simultaneamente. Essa ação simultâneas e chamadas de mistura de blender, cujo percentual é programado no próprio aparelho, de acordo com a orientação do cirurgião. Os bisturis elétricos mais comuns são os monopolar e o bipolar. O bisturi monopolar é composto por uma unidade geradora onde são conectados a caneta do bisturi e uma placa neutralizadora da corrente. A caneta é a parte estéril do bisturi que entra em contato com o campo operatório e passa a corrente elétrica para a placa. Este tipo de bisturi é utilizado quando há necessidade de corte ou de coagulação, ou de ambos. No corte, a caneta entra em contato com o tecido, provocando o seu aquecimento até as células se desintegrarem. Na coagulação, o tecido recebe uma quantidade de calor apenas suficiente para secar as células. O bisturi bipolar também é composto de uma unidade geradora, mas de menor potência que a do bisturi monopolar, e de uma caneta ou pinça bipolar. Esse tipo de aparelho é indicado apenas para a coagulação, e tem a vantagem de dispensar o uso da placa neutralizadora, pois a corrente só passa entre as duas pontas da pinça. O uso do bisturi bipolar é indicado para tecidos sensíveis, em áreas pequenas e localizadas, preservando os tecidos vizinhos no local da coagulação. 7 Bisturi Bipolar 3.4.1.2 Equipamentos Móveis: Mesas cirúrgicas e acessórios como braçadeiras, perneiras ombreiras e arco de narcose usado para formação da barraca do anestesista, ainda estão incluídos, as manivelas e os pedais que possibilitam colocar a mesa em diversas posições segundo a exigência de cada operação, mesa para instrumental (Mayo e auxiliar), suporte de bacia, suporte de soro, banco giratório, balde de lixo, foco auxiliar, escadinha de dois degraus, aspirador portátil, bisturi elétrico com rodas que é o tipo usado mais frequentemente, efigmomanômetro, carro ou mesa para soluções antissépticas e material esterilizado. Outros equipamentos podem ser acrescentados à sala de operação. Deve-se, porém, estar atento para não acumular itens desnecessários que venham dificultar a limpeza e favorecer a contaminação. Existem outros equipamentos que são de uso comum do setor, como por exemplo, os cilindros de gases utilizados na neurocirurgia, ortopedia; o Intensificador de Imagem, para acompanhamento das cirurgias com imagem radiológica; e o Desfibrilador; este 8 usado em casos de intercorrência cirúrgica. O mesmo deve ser diariamente testado, para que esteja operante no momento necessário. APARELHO DE CARDIOVERSÃO – DESFIBRILADOR 9 MONITOR DO INSTENSIFICADOR DE IMAGEM INTENSIFICADOR DE IMAGEM – ARCO EM C 10 Material utilizado na SO: Pacotes de avental, campo simples ou duplo, oleado (impermeável), compressas, cuba rim, bacias, sondas e drenos, luvas, caixa de instrumental, anestésicos, cabos de bisturi elétrico, equipos de soro, seringas, agulhas e materiais específicos para cada cirurgia, impressos, medicamentos. MEMBROS DA EQUIPE CIRÚRGICA O pessoal que circula dentro do Centro Cirúrgico deve apresentar boas condições de saúde, não podendo ser portador de infecções agudas ou crônicas, principalmente de orofaringe e de pele. É obrigatório o uso de uniforme privativo, composto de calça comprida e blusa (pijama cirúrgica), gorro para proteger os cabelos, e sapatilhas descartáveis por cima do calçado. A máscara para cumprir seu papel, precisa proteger o nariz e a boca, sendo necessário trocá-la sempre que estiver úmida. Normalmente as pessoas que atuam no Centro Cirúrgico pertencem à equipes diferentes. Essas pessoas, cada uma com atribuição definida, atuam em sintonia em seu trabalho de conjunto, a fim de que o procedimento cirúrgico possa ocorrer com tranqüilidade e segurança para o paciente, evitando atropelos de última hora. Quatro equipes prestam assistência direta no Centro Cirúrgico. É muito importante os seus membros atuarem de forma integrada e harmônica, visando à segurança do paciente e a eficiência do ato cirúrgico. É importante, ainda, que as relações humanas e profissionalismo sempre prevaleçam sobre as tensões inevitáveis nesse tipo e trabalho. A equipe cirúrgica é constituída pelo cirurgião, assistentes (ou auxiliares), anestesista e instrumentador cirúrgico. As equipes existentes no Centro Cirúrgico podem ser classificadas em quatro diferentes categorias: Equipe de Anestesia, Equipe de Cirurgia, Equipe de Enfermagem e Equipe de Limpeza. 1. EQUIPE DE ANESTESIA A Equipe de Anestesia é formada por médicos anestesiologistas, responsáveis por todo ato anestésico, com as atribuições iniciais de fazer a avaliação pré anestésica do paciente, ainda em sua unidade de internação, e a prescrição da medicação pré anestésica. È também responsabilidade dessa equipe planejar e executar a anestesia, prevendo com antecedência todos os materiais, equipamentos e medicamentos necessários, bem como preparar e administrar drogas e controlar as medicações do paciente durante a cirurgia. Ao término da cirurgia é responsabilidade dessa equipe o envio do paciente à unidade de Recuperação pós anestésica e seu controle até o restabelecimento das condições do paciente para que este possa retomar à unidade de origem em total segurança. 11 APARELHO DE ANESTESIA 2. EQUIPE DE CIRURGIA A equipe de cirurgia é a responsável direta pelo procedimento cirúrgico e compõe-se dos seguintes elementos: Médico Cirurgião: é o responsável pelo ato cirúrgico a ser desenvolvido. Cabe a ele, portanto, planejar e executar, comandando e mantendo a ordem no campo operatório. Médico Assistente/ Auxiliar: é o que auxilia na cirurgia. Dependendo do porte desta, pode ser necessário mais de um. Ao primeiro assistente compete auxiliar diretamente o médico cirurgião (dar campo) e substituí-lo caso haja necessidade. Instrumentador Cirúrgico: parte integrante da equipe médico cirúrgica, profissional de nível médio com Habilitação Profissional de Técnico em Enfermagem e Especialização em Instrumentação Cirúrgica. Em acordo com o Parecer Normativo do ConselhoEstadual de Educação CEE nº 159/98, este é responsável pelo preparo da mesa de instrumental, devendo prever e solicitar com antecedência todo material que julgar necessário. É ainda, quem fornece os instrumentais ao cirurgião e seus assistentes, durante o ato cirúrgico, mantendo a mesa de instrumental em ordem, devendo estar sempre atento para que nada falte. 12 O Instrumentador Cirúrgico é o integrante da equipe que se responsabiliza pelo preparo da mesa de instrumental, fornece instrumentais ao cirurgião e ao(s) assistente(s); mantém o campo cirúrgico em ordem e deve estar atento para que não falte nenhum material. É sua competência prover o material necessário à cirurgia e encaminhá-lo à central de Material devidamente conferido, e acondicionado após o seu uso. Este profissional deverá estar sempre atento para que nada falte no momento cirúrgico. 3. EQUIPE DE ENFERMAGEM: A equipe de Enfermagem que atua no Centro Cirúrgico é composta por pessoas de vários setores com responsabilidade diferentes. A quantidade desse pessoal varia conforme a complexidade e o volume de trabalho existente na Unidade mas, em geral, a equipe é composta de: Enfermeiro: Responsável pelo planejamento das ações de enfermagem que serão desenvolvidas no decorrer do ato cirúrgico, bem como pelo gerenciamento relativo aos materiais e equipamentos necessário. Determina normas e rotinas da Unidade de Centro Cirúrgico. Técnico de Enfermagem: Auxiliar direto da enfermeira, a este profissional são delegadas também tarefas especiais, como: verificar o funcionamento, a conservação e manutenção dos equipamentos necessários ao funcionamento do Centro Cirúrgico: responsabilizar-se pelo encaminhamento das peças cirúrgicas ao laboratórios especializados de Patologia e controlar o material esterilizado, verificando seus prazos de validade. Pode também exercer as atividades de circulante de sala, responsabilizando-se pelo cumprimento das rotinas de controle de material da Unidade e de cada Sala de Operação. Circulante de sala: papel normalmente exercido pelo auxiliar de enfermagem (rever porque não formamos mais Auxiliar de Enfermagem. Sugestão: incluir nas atividades do Técnico de Enfermagem), embora as unidades fechadas como UTI e Centro Cirúrgico, por Legislação, que a equipe de saúde tenha nível médio com Habilitação Profissional Técnica. Atribuições: atendimento direto das solicitações da equipe médica no decorrer do ato cirúrgico; posicionamento adequado do paciente e sua assistência o pré operatório e controle de todos os equipamentos exigidos pela cirurgia. É frequente encontrar também, nesta equipe, um escriturário / Auxiliar Administrativo diretamente subordinado ao enfermeiro-chefe, responsável pelo trabalho burocrático, como, por exemplo, a datilografia e a distribuição dos programas cirúrgicos. A assistência de enfermagem ao paciente é muito importante no decorrer de todo o procedimento cirúrgico, cujas etapas são denominadas: - Pré operatório: Procedimentos anteriores ao ato cirúrgico; - Trans operatório: Procedimentos durante o ato cirúrgico; - Pós Operatório: Procedimentos desenvolvidos imediatamente após o ato cirúrgico. 13 Para realizar uma adequada assistência de enfermagem, devemos levar em conta a segurança do paciente, a conscientização dos cuidados de enfermagem prestados, bem como o funcionamento das necessidades físicas, biológicas e sociais do paciente. Como a cirurgia é uma alteração anatômica do organismo humano, previamente planejada, com a finalidade de aliviar ou retirar algum processo patológico, devemos sempre lembrar que, durante seu decurso, o paciente está totalmente entregue à equipe cirúrgica, sentindo se temeroso e inseguro. Por isso, é necessário respeitá-lo, evitando comentários e considerações desnecessárias, ainda que ele esteja anestesiado. ATRIBUIÇÕS DO CIRCULANTE EM UMA SALA DE OPERAÇÕES: 1. Montagem de uma sala de cirurgia A) Saber quais são as operações marcadas para a sala sob sua responsabilidade, os respectivos horários e a existência ou não de solicitação de equipamento ou material especifico; B) Verificar a limpeza os pisos e paredes da sala; C) Equipar a sala com aparelhos solicitados; D) Remover o pó dos equipamentos com tecido embebido em álcool etílico a 70%; E) Testar o funcionamento dos aparelhos elétricos, inclusive os focos, pontos de gás, luz e aspirador, regular temperatura da sala; F) Verificar se o lavabo está equipado para lavagem e antissepsia das mãos e antebraços; G) Revisar os materiais existentes na sala, tais como: Medicações, antisépticos e impressos, complementando o que falta e providenciar o material específico de cada operação. H) Verificar as medicações e os impressos; I) Equipar o carro de anestesia e colocá-lo à cabeceira da mesa cirúrgica; J) Colocar o pacote de campos e o de aventais, as luvas e a caixa de instrumental em local acessível para sua utilização; K) Preparar soro morno, se necessário. 2. Cuidados após Cirurgia Simples: A) Desligar o foco e aparelhos elétricos; B) Remover os campos e pinças que estão sobre o paciente; C) Transferir o paciente para maca; D) Providenciar o transporte do paciente, encaminhando com o prontuário completo; E) Separar a roupa utilizada na cirurgia e encaminhar; F) Separar o material de vidro, cortante, borracha e instrumentais, as pinças dever ser abertas e colocadas em uma bacia com solução desencrostante; G) Encaminhar a peça anatômica identificada. 3. Montagem de uma sala de Operações Contaminada: 14 (considera-se contaminada as salas onde serão realizadas cirurgias que contenham pus, queimados, eliminação de escarros contaminados, fezes e pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas, gangrenas e outros) Antes do início da cirurgia contaminada: Embeber o pano úmido de chão em solução anti-séptica e colocar na porta da SO (sala de operação); Deixar na sala somente o material a ser utilizado para aquele tipo de cirurgia; Lavar as mãos antes de montar a sala; Rotular a sala contaminada. Depois da cirurgia contaminada: Pedir aos membros da equipe cirúrgica para retirarem o pro pé, aventais, gorros, máscaras deixando-os na sala; Pedir a equipe cirúrgica para lavar as luvas na solução da bacia antes de retirá-las; Oferecer gorros e botas limpas antes da equipe sair da sala; Se o paciente estiver sujo de sangue ou secreções, limpa-lo com compressas embebidas em álcool; Transferir o paciente para a maca; Conduzir junto com o paciente a papeleta e radiografias; Verificar se os tubos de drenagem estão fechados; Calçar as luvas; Puxar o carro que foi preparado antes e pegar os materiais com soluções; Imergir os instrumentais na solução; Separar o material de borracha; Colocar as roupas no saco; Se a cirurgia for altamente contaminada, deixar tudo dentro da sala e pulverizar o ambiente com solução bactericida. Deixar a sala fechada por 3 horas. 3.1 Sala de Recuperação Pós Anestésica (RPA): Destina-se a receber e prestar assistência à pacientes sob ação anestésica. É a unidade onde o paciente é observado intensivamente até que as possibilidades de desenvolvimento de asfixia, choque ou outras complicações, requerendo ressucitação ventilatória ou circulatória já não existam. Deve localizar-se o mais próximo das salas cirúrgicas, permitindo o fácil acesso ao atendimento dos cirurgiões, dos anestesistas e da equipe de enfermagem. É composta basicamente de: 15 Macas com grades laterais de proteção com suporte de soro e movimento(s); Esfigmomanômetro e estetoscópio individual por leito; Aspiração de secreção de parede / Vácuo (1 por leito); Aspirador de secreção móvel; Dispositivo de oxigênio com fluxômetro em cada leito; Ar Comprimido; Mesa de cabeceira com suporte; Carro para parada cardio-respiratória (desfibrilador, material para entubação); Armário(s); Monitor Cardíaco; Oxímetro de pulso; Outros. 3.2 Central de Material e Esterilização: Destina-se ao processo de esterilização do material e equipamentos usados no centro cirúrgico e nas demais unidades de hospital. Divide-se em: Expurgo (Descontaminação e Pré –Lavagem, Lavagem), Secagem, Área de Preparo, Área de Esterilização/Autoclavação e Arsenal de Material Limpo e Estéril. Autoclave; Carro inox imóvel com prateleira; Mesa(s) para preparo de material e roupas; Armário(s); Banco giratório; Outros. 16 CONCEITOS IMPORTANTES: Assepsia: Ausência de infecção. Ausência de microorganismos que causam doenças. Normas e condutas para manutenção do ambiente estéril. Desinfecção: É a destruição de todos os microorganismos patogênicos exceto esporulados e vírus (diminuição de carga microbiológica em tecido inanimado) Esterilização: Destruição total de toda e qualquer carga microbiológica. Antissepsia: Diminuição de carga microbiológica em tecido vivo. Degermação: É a remoção ou redução das bactérias de flora normal alojadas na pele através de meios mecânicos e químicos. Sanificação: É a redução do número de bactérias a um nível julgado isento de perigo de contaminação. Desinfestação: É a destruição de insetos, roedores ou outros animais que possam causar doenças ao homem. Sepsia: Reação geral, usualmente febril, como resultado da ação das bactérias ou de seus produtos ou ambos. As cirurgias podem ser classificadas desde a sua indicação até a execução e, ainda, em função e finalidade. 17 CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS PELO TEMPO TRASCORRIDO: ELETIVA: Aquela que, embora necessária, pode ser programada com antecedência para uma determinada data de conveniência do paciente do cirurgião. Exemplo deste tipo de cirurgia é a hernioplastia (correção cirúrgica da hérnia). DE URGÊNCIA: Cirurgia que precisa ser realizada o mais rápido possível, embora permita um preparo pré operatório, capaz de melhorar as condições gerais do paciente. Nessa categoria se encontra, por exemplo, a cirurgia realizada nos casos de obstrução intestinal. DE EMERGÊNCIA: Que precisa ser realizada imediatamente, não possibilitando, muitas vezes, nenhum preparo do paciente. Aplica-se a situações muito graves, quando há risco de vida iminente. Um exemplo de cirurgia de emergência é quando ocorre uma hemorragia interna por ruptura de artéria.
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