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Antibioticoterapia no tratamento da mastite

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Contagiosa:
Streptococcus galactiae;
Streptococcus dysgalactiae;
Staphylococcus aureus;
Mycoplasma sp.;
Corynebacterium bovis.
A mastite é uma enfermidade complexa e de etiologia múltipla que consiste na
inflamação da glândula mamária que pode ser de ordem fisiológica, traumática,
alérgica, metabólica, hormonal e principalmente infecciosa.
Classificação - etiológica:
Ambiental:
Streptococcus uberis;
Enterococcus sp.;
Enterobacteriaceae (Escherichia coli,
Klebsiella sp.);
Truperella Pyogenes;
Pseudomonas sp.;
Fungos, leveduras e algas acolorofiladas
(Prototheca sp.).
Os agentes são transmitidos para o interior da
glândula mamária, no momento da ordenha. 
Causada por microorganismos que estão presentes no
ambiente, muitas vezes por falha na higiene - acabam
adentrando na glândula mamária, causando infecção.
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Classificação - clínica:
Mastite clínica:
Alteração na glândula mamária;
Alteração no leite - presença de
grumos.
Difícil de diagnosticar.
Características:
O animal apresenta sinais clínicos: edema,
inflamação, dor e vermelhidão de úbere.
Mastite subclínica:
Não tem alteração no leite e nem na
glândula;
Observa-se mudanças nas
características fisicoquímicas do
leite.
O animal não apresenta sinais de alterações
na glândula.
Características:
Diagnóstico: California Mastitis Test
(dificilmente essa alteração é muito visível)
Alterações nas células somáticas, quando há
inflamação, a tendência é aumentar o número
dessas células.
Era pré-
antibiótica
 
 
Pouco poderia
ser feito e
pouco se sabia
como limitar a
transmissão da
infecção
intramamária.
 
1938
 
 
O tratamento
com as Sulfas
foi bem
sucedido em
restaurar o
fluxo normal,
voltando a
produção do
leite. Mas não
eliminava os
estreptococos
do úbere e nem
evitava
ataques aguso
posteriores.
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1936
 
 
Fazia-se
exames
periódicos do
leite, seguido
pela
segregação e
abate seletivo
das vacas
afetadas.
Não tem boa
penetração
na glândula
mamária.
Sulfas
 
 
Começaram a
ser
administradas
em altas doses
(tóxico) e por
via oral.
 
1940
 
 
Experimentos
com penicilinas
com uso
intramamário.
1945
 
 
Constatou-se
eficácia in vitro
da penicilina
contra
organismos
Gram-positivos
causadores de
mastites.
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A partir 
de 1945
 
 
Hoje
Surgiram avanços a cerca da utilização de antibióticos na
mastite.
Tem-se uma variedade muito grande de apresentações
comerciais e de comprovações científicas sobre variadas
classes de antibióticos para tratar a mastite.
Na medicina veterinária de grandes animais, a maior demanda de
utilização de antimicrobianos é para o tratamento de mastites.
 
 
A resistência bacteriana surge da utilização exagerada e por uso
errôneo.
O tratamento é bastante desafiador e
geralmente tem resposta pouco positiva.
MASTITE EM OVELHAS:
Por ter característica glandular diferente
das demais fêmeas ruminantes, o
tratamento ainda é pior. Os antibióticos
tem maior dificuldade em penetrar no
parênquima glandular.
MASTITE EM CABRAS:
Mastectomia:
Quando não há mais tecido
glandular no teto e a infecção não
consegue ser controlada.
Cirurgia bastante invasiva e com o
pós-op muito dolorido para o
animal.
Secagem da glândula:
Faz-se cauterização, na tentativa
de evitar a mastectomia e
controlar a infecção.
O QUE FAZER?
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 A terapia antimicrobiana é indicada?
Conhecer o tipo de patógeno
envolvido;
Gravidade da resposta
inflamatória;
Duração da infecção;
Estágio da lactação;
Idade e estado de gestação da vaca.
1. É todo caso que eu vou ter que
tratar com antibiótico?
É de fato uma mastite?
Trato agora ou futuramente?
A gravidade
normalmente está
relacionada com o
tipo de patógeno.
Buscar na anamnese quanto tempo
aquela vaca tem de infecção. É
infecção aguda ou crônica?
Vacas velhas são mais susceptíveis
a desenvolver casos de mastites
graves e ter insucesso na
recuperação.
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Intramamária;
Parenteral;
ou ambos?
 2. Qual a via de administração?
Cultura e susceptibilidade do
agente;
Custo e atraso;
Aplicação não rotineira;
Validade dos pontos de corte de
susceptibilidade;
Dados de rebanho e experiência
pessoal.
 3. Qual agente antimicrobiano deve ser
administrado?
Uma das maiores dificuldades
Ductos glandulares e leite;
Alterações na secreção
láctea.
Parênquima glandular;
Glândula fibrosada.
Sistêmico;
Febre;
Apatia.
Compartimentos farmacológicos:
A cultura
direciona para um
tratamento 
 correto, evitando
resistências
futuras.
Quando se tem
registros antigos
do rebanho.
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Parenteral - inerente ao fármaco.
 4. Qual deve ser a frequência do
tratamento?
Depende da farmacocinética e
farmacodinâmica do fármaco escolha.
Intramamária - inerente ao animal
 
Relacionada com o cronograma de
ordenha - IMPORTANTE! Evita sub ou
super dose do fármaco. A frequência de
administração vai depender da
quantidade de ordenha.
A terapia estendida ou agressiva tem
duração de 5 a 8 dias (+eficaz). Ou pelo
menos, quando não tiver mais sinais
clínicos, continuar com o antibiótico por
mais 2 dias.
Amplamente utilizados na clínica de grandes animais.
São antibióticos beta-lactâmicos;
Bactericida;
Age através de degradação na parede
celular;
Tem distribuição moderada na
glândula mamária;
Maior eficácia contra agentes G+.
Penicilina G (naturais);
Benzatina: longa duração;
Procaína: longa duração;
Cristalina: curta duração.
Não são usadas rotineiramente para o
tratamento da mastite.
FÁRMACOS:
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Cloxacilina:
São resistentes a betalactamases;
Tem boa utilização, pois tem
especificidade contra agentes G+;
São os mais utilizados.
FÁRMACOS:
Ampicilina;
Amoxicilina;
São penicilinas de amplo espectro, porém,
são sensíveis as bactérias produtoras de
betalactamases.
ASSOCIAÇÕES:
Ampicilina + Cloxacilina;
Amoxicilina + Cloxacilina.
Agem em dois grupos de agentes que
podem estar envolvidos.
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Pode ser utilizado as Penicilinas Naturais
no tratamento.
MASTITE GANGRENOSA:
MASTITE POR CLOSTRIDIUM (G+):
Geralmente é feito associações de
Penicilinas G com Gentamicina (fármaco
com ação em G-).
PENICILINA + GENTAMICINA
G+ G-
Bons resultados.
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PARENTERAL
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Muito utilizado na rotina de grandes animais. 
Em pequenos animais: causam nefrotoxicidade e ototoxidade.
Estreptomicina;
Neomicina;
Gentamicina.
Geralmente são utilizadas em
associações (+Penicilinas).
FÁRMACOS:Bactericida;
Importantes para o tratamento de
infecções por bactérias G-;
Age na síntese proteica: há inversão
da sub-unidade 30s do ribossomo,
levando a formação de proteínas
alteradas - que vai comprometer o
funcionamento bacteriano.
Um dos principais fármacos
utilizados. Uso por via
parenteral e intramamário.
Sob condições fisiológicas do úbere, esses fármacos 
não atingem concentrações ideais.
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FÁRMACOS:Age na parede celular;
Tem moderada penetração na glândula
mamária;
Boa atividade contra bactérias G+ e G-;
Estafilococos, produtores de
betalactamases.
Ceftiofur:
Mais rotineiramente usado tanto
em mastites, quanto nas demais
enfermidades patológicas;
Esse fármaco é resguardado para casos
mais graves.
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Amplo espectro;
Bacteriostático;
Atuam na síntese proteica, alterando
o ribossomo 30s;
Tem boa distribuição na glândula
mamária;
Principalmente quando é feito de
forma parenteral.
Distribui-se por uma grande variedade
de tecidos e órgãos.
FÁRMACOS:
Terramicina.
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Amploespectro;
Bactericida;
Uso crescente no tratamento de
mastite;
Pode ser usado durante a lactação
ou no período de secagem (em
mastites subclínicas).
Tem boa atividade contra a maioria
das bactérias G-;
Enterobacteriacea - agente
ambiental.
FÁRMACOS:
Enrofloxacina.
Administração parenteral
(intramamária).
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Bacteriostáticos;
Comprometem a síntese proteica.
FÁRMACOS:
Tilosina.
É efetiva para o controle de
Mycoplasma sp.
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Meloxicam;
Cetoprofeno;
Fenilbutazona;
Flunixin meglumine;
Mastite endotóxica.
Corticoides;
Dexametasona.
Tem efeito benéfico na redução da
gravidade dos sinais clínicos.
FÁRMACOS:
Em casos de edemas muito intensos.
Uso:
Muitos anti-inflamatórios auxiliam a
penetração do antibiótico
(potencializam).
Mastites causadas por E. aureus ou por
agentes ambientais, causam endotoxemia
(presença de edema, dor, inflamação - de
forma intensa). Para retirar o animal
dessa crise inicial, pode-se utilizar o AIE
por 1 ou no máximo 2 doses.
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Citações na literatura demonstram que
em casos leves de mastites por agentes
não muito agressivos, devem ser tratados
inicialmente só com anti-inflamatórios.
Muitos animais conseguem se recuperar
somente com o uso desses fámacos por 2
ou 3 dias.
Esses fármacos são AINES não seletivos,
seu uso prolongado pode trazer sérias
complicações - abomaso, rim.
O uso deve ser feito por no máximo 3 dias
e no caso de uso do Meloxicam, esse
período pode se estender por até 5 dias.
CUIDADO!
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Fluidoterapia;
É essencial manter o animal
hidratado.
Borogliconato de cálcio;
Auxilia na contração da glândula
- eliminar a secreção.
Ocitocina;
Hormônio que auxilia na descida
do leite - auxilia na ordenha.
Vitaminas do complexo B;
Uso de antioxidantes;
Selênio;
Vitamina E.
Ozonioterapia;
Vacinas.
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Procedimentos de ordenha
adequados;
Terapia da vaca seca;
Manejo da mastite clínica na
lactação;
Manutenção dos equipamentos de
ordenha;
Biossegurança e descarte de vacas
com infecção crônica;
1.
2.
3.
4.
5.
6. Definição de metas;
7. Manutenção de um ambiente 
 confortável e limpo;
8. Plano de registros de mastites;
9. Monitoramento dos índices de saúde da 
 glândula mamária;
10. Revisão periódica do plano de
 controle.
Plano de 10 pontos: abrange agentes infecciosos e ambientais.

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