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Atlas Hist do Brasil Scipione

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1492 1521
ililtffit il I I I I I I I I I I I I Ilt I lillrrü ffi ffi r r I r
[41] Alhambra, Espanha
A conquista colonial
No final do século XIV, o conhecimento geográfico dos,eu-
ropeus limitava-se, aÌém de suas próprias terras, ao norte da Afri-
ca e a uma pequena parte da Asia. Algumas rotas mercantis li-
gavam as mais distantes rcgiões asiáticas aos extremos ociden-
tais da Europa r'r . As cidades italianas de Gênova e Veneza
haviam se destacado como os principais centros do comércio me-
dieval, mas foram os reinos ibéricos de Espanha e Portugal qr:e
primeiramente se dirigiram ao Atlântico, logo após a reconquista
oe seus terrltortos aos araDes I á I
Depois de quase um século de expedições à costa africana,
os portugueses conseguiram ultrapassar o cabo da Boa Esperança
(antigo cabo das Tormentas), com Bartolomeu Dias. Essa bem-
sucedida empreitada abriu-lhes um novo caminho para as índias.
Alguns anos antes, Cristóvão Colombo, a serviço dos reis es-
panhóis e também procurando chegar ao Oriente, atingira as
ilhas do Caribe, iniciando a conquista da América. A partir de
então, muitos navegadores cruzaram o Atlântico, que foi dei-
xando de ser um mar desconhecido, sobre o qual tinham sido
criadás as mais fantásticas e assustadoras lendas tE , para ser
a principal via de integração entre o Velho e o Novo Mundo.
Numa dessas via{ens, Pedro Álrru.., Cabral, que se dirigia
para o Oriente, afastou-se de sua rota e desembarcou numa área
rica em pau-brasiÌ, inicialryente denominada Terra de Santa
Cruzt-=-t. Começava então a conquist.a portugue"sa em terras
que. por seus habitantes c por suas paisagens. pareciam ser o
paraíso terrestre descrito na BíbÌia.
Portugal e Espanha, pioneiros na expansão ultramarina, lo-
go procuraram Cividir entre si os novos domínios. Por interven-
ção do papal em 1493, tentou-se traçar uma linha divisória que,
além de favorecer o reino castelhano, não determinava com pre-
cisão o local'de onde deveriam ser contadas as cem léguas de-
marcatórias r=r . Permitindo interpretações conflitantes, foi ne-
cessário proceder a uma nova divisão das terras descobertas, um
ano depois, peÌo Tratado de Tordesilhas. Esse acordo, por sua
vez, foi contestado imediatamente por outros Estados europeus,
que passaram a promover várias expedições militares e comer-
ciais ao continente americano.
f3ln partilha do Novo Mundo
[5 CartograÍia do século XVI
n\ 
o**^,rìl/.
/ n0 N}RIE -f./,^ -/*
OCEANA PA,CIF!CA
O 370 léguas a partir
das Ilhas de Cabo Verde
lB 100 léguas a partir do extremo
oeste das llhas dos Açores
O 100 léguas a partir do extreno
este dâs lhâs de Cabo Verde
-+ lngleses
+ FrancesesPossêssões
destinadas
aos es0anhóisP0ssessôes deslinadas a0s espanhóis
llllllilillrrffiffi
fíl 0 mundo conhecido pelos europeus
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Ci,culo Polat An!ánico
ÀIITÁÊÌIDA
f2l Principais viagens marítimas dos reinos ibéricos (séculos XV e XVI)
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1 500 1 580
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[2]Feitoriaseescambo
A colonização do hlovo Mundo
Os primeiros habitantes das Américas, divididos em diversos
grupos e distribuídos pelo extenso território, possuíam organi-
zações sociais que variavam de tribos seminômades até verda-
deiros impérios ccntralizados rr-r . Nas terras que hoje consti-
tuem o Brasil, destacavam-se as tribos Tupi, Gê e Aruaque, que,
aÌém da cìaça c da pcsca, se dedicavam à agricultura. CaìcuÌa-
se que em 1500 havia 2 miihões de nativos t ó iem nosso tcrri-
tório. Dcstes rt:stam nlerìos de 200 miì, que ainda lutam pela
demarcação de suas terras.
No início do século XVI, araídos pelos lucros do comércio: ,.com as lndias l-s-l , os portugueses limitaram-se ao reconheci-
menlo das regiões litorâncas, quase excÌusivamente para inten-
sificarem a expioração do pau-brasil através do escambo com
os nativos. Em pequeno número, esses lusitanos estabeleciam-
se em Íèitorias ro: e acabavam por se integrar ao cotidiano in-
dígena, dependendo das alianças com as tribos 1o.uis 1=r A
presença de rivais europeus, bem como a tentativa de criar uma
alternativa econômica para o comércio oriental - que em tor-no de 1530 já mostrava os primeiros sinais de crise -, Ìevoua Coroa portuguesa a iniciar a colonização da América.
A partir de então, a relação com os indígenas se modificou.
A civiÌização ïlazrda pelos europeus passou a significar a sub-
missão dos nativos, a tomada de suas terras e a subordinação
de suas culturas originais. Tornaram-se freqüentes os conflitos
entre portugueses e índios.
A primeira experiência colonizadora, feita com as capitanias
hereditárias, não garaniiu a defesa nem a ocupação desses no-
vos domínios. Desde cedo, algumas delas, chamadas Capitanias
Reais, passaram ao controle direto de Lisboa, ao contrário das
demais, controladas a partir da colônia. Anos depois, com a cria-
ção do Governo-Geral, a Coroa reassumia o comando da colo-
nizaçáo, por meio de um poder centralizado, ao qual foram
subordinadas'.odas as ('apitanias.
Posteriormente haveria uma nova divisão do território bra-
sileiro, estabeÌecendo-se dois governos, um sediado na Bahia e
outro no F-io de Janeiro r = . O Governo-GeraÌ deveria ser a
expressão de um poder central forte que dirigisse a colônia. Na
prática, porém, os grandes proprietários de terras (chamados
homens bons) acabaÌ'am por controlar a vida colonial, exercen-
do seu poder político através das Câmaras Municipais r-t
fí l Povos pré-colombianos
ãtntntãffi ilffi t I truilraffi ffi aHilt
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llllllllllllffiWffi'
f5- 0s reinos das especiarias f2tl Administração colonial
xívers ol ADMTNTSTRAçÃo
E Metrópole n Governo-geral ffi Capitanias E Municípios
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f 3 l Divisão político-administrativa da América Portuguesa
CAPITANIA DA
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{Fernando de toronha)
OCEANO
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V7V capiranias reaìs
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fTl n economia colonial no século XVI
A civilização do açúcar
A colonização das terras portuguesas na América exigia a or-
ganizaçáo de uma economia lucrativa e duradoura. A simples
exploração do pau-brasil, apesar de ter se estendido por sécu-
los, não garantia a estabilidade necessáriapara isso. Assim, o
açú,car acabou por se tornar o principal produto da economia
colonial até o século XIX, devido inicialmente a diversas con-
dições favoráveis, principalmente no Nordeste, e a uma grande
aceitação do produto nos mercados europeus.
Em torno da atividade canavieira desenvolveram-se também
apecuáriae o fumo I . . O gado era fundamental paraotrans-
porte e servia como força motriz das máquinas dos engenhos.
O tabaco tornara-se um produto importante, já que , na Africa,
era trocado por e scravos (escambo) r -- .
A África, o continente negro, fornecia um tipo de mercado-
ria especial. Por séculos, inúmeras embarcações cruzaram o ocea-
no para abastecer o Novo Mundo com africanos, que, com suas
vidas e seu trabalho, garantiram acolonização fs- t - t . Aplan-
tation, uma estrutura de produção original, lançava suas bases:
grandes propriedades com mão-de-obra escrava dedicadas à cul-
tura de um único produto voltado ao mercado externo.
A colonização gerou uma verdadeira cívilízação do açúcar.
AÍinal, com o plantio da cana e a proliferação de engenhos, não
foram só as paisagens das áreas Ìitorâneas, onde se dava o culti-
vo, que mudaram. Toda a antiga visão idflica, que apontava
semelhanças entre o Novo Mundo e o Paraíso bíblico, foi subs-
tituída pelas reflexões e impressões causadas pela escravidão.
Os engenhos não eram apenas fábricas incríveis, mas verda-
deiros infernos, com caldeiras que pareciam lagos ferventes, tra-
balho noturno e gritos desesperados de escravos. Numa melhor
posição social, trabalhadores livres desempenhavam funções es-
pecializadas E l . O Brasil preparava-se paraser, segundo a vi-
são de um cronista do período colonial, o inferno dos negros,
o purgatório dos branco e o paraíso dos mulatos.
Grande parte da América estava integrada ao intenso comér-
cio do Atlântico t € , que envolvia gêneros tropicais, manufa-
turas e escravos numa extensa rede mercantil, montada pelas
metrópoles européias, denominada antigo sistema coÌonial r - I .
f^4-l Entrada de escravos aÍricanos no Brasil colonial
[2-] Organograma de um engenho
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Sebastião do Rio de Janeiro
nilhares de escravos
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f-5-lComércio atlântico e sistema colonial
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,*,hgÈj,tÊ Produlos tropicab
(açúcar, pau-brasil, etc.)
+> Produlos mandaturados
(armas, tecidos, azeite, etc.
*--+ Escravosafticanos
****#âF Produtos para escambo
(aguardenle, tabaco)
[-3-ì Principais rotas do tráÍico de escravos
AHÉBrcA
DO NOBTE
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i-, tu'ìií /Q Cà'bo^Verde Sl,rn,.
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Escravos
llha de São
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as Américas
-DTr't de esoavos para
o oriente e Mediterrâneo
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1 580
llllllill I I I tffit il I I ilil1ril wffi r I I I I I
A União lbérica
O jovem rei de PortugaÌ, D. Sebastião, morreu combatendo
os árabes no norte da África. Sua cierrota em AÌcácer-euibir,
em 1578, levou ao trono português o velho Cardeal D. F{enri-
que, que faleceu dois anos depois, também sem deixar descen-
dentes. Abriu-se então uma intensa disputa pela Coroa lusita-
na, vencida afinal por Filipe II, rei da Espanha, da família
Habsburgo.
A nobreza e a burguesia portuguesas, atraídas pelas rique-
zas espanholas, aooiaram a nasceilte União Ibérica. A partir de
1580, toda a península estava ligada a uma só Coroa. lJm imenso
império, que envolvia todos os cinco continentes, passou a tra-
duzir a nova dimensão do poderio ibérico r-r .
No entanto, um ano após a união dinástica, já ocorria a pri-
meira perda do império filipino. Parte dos Países Baixos, sob
a liderança da Flolanda, desligou-se de Madri, capital do impé-
rio, proclamando a República das Províncias Unidas, uma perda
que os espanhóis tentariam reverter, inutilmente, dur:ante
anos Í-2-l . Parceiros comerciais de Portugal, os hoiandeses fi-
nanciavam e distribuíam grande parte do açúcar brasileiro. Mas
a nova situação política em que ambos se encontravam trouxe
mudanças nas relações entre esses dois Estados. A partir de 1G24,
ataques a possessões de Portugal, sobretudo em áreas canaviei-
ras do Brasil e de obtenção de escravos .ru Áf.i.u, puseram frente
a frente holandeses e portugueses. Por trinta anos, Iuso-brasileiros
envoÌveram-se em lutas pela retomada de áreas ocupadas no Bra-
silenaÁfri.ul-srrsr.
Por volta de 1620, a situação dos domínios fiÌipinos começou
efetivamente a se alterar: a prata.am erícana já não era mais tão
abundante; Estados europeus rivais continuavam a fustigar im-
portantes possessões imperiais; e as sucessivas guerras enfraque-
ciam as finanças reais, gerando descontentamentos e revoÌtas
internas. Para as classes dominantes portuguesas jâ não era tão
atraente a integração com a Espanha, pois sua riqueza dimi-
nuía e as rer,oltas das camadas populares aumentavam.
Os problemas econômicos tornaram-se, assim, a principal
causa da Restauração, que iria desvincular novamente Portu-
gal dos domínios espanhóis. Em 1640 era afinal aclamado um
novo rei português, dando início a lutas que só terminariarn
em 1668r-r .
@ A guerra da Restauração
f2lProvíncias Unidas
[5] Brasil Holandês
I Revoltasnoimpérioespanhol
[-l Possessoes espanholas
X PrincipaiscombatesentÍe
ponuguesese espanh0F
Países Eaixos
[] Domínios espanhóis
ffi Províncias Unidas (1581-1609)
: Provinc as lJnidasem 1648
rs $$
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f5l n guerra pelo açúcar (1624'54)
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OCFÁNO
ertevrrca
oçEANo pncirtco
-+Ataques holandeses
+ C0ntra'ataques lus0-brasileiros
f--l Estado do Maranhão (1621)
f__l Estado do Brasil (1621 )
f_--.l Domínios espanhóis
ACEAN) i1
IND!CO :
POSSESSÕES HOLANDESAS
f..:.1 Área produtora de açúcar
ffil Área de apresamento de escravos
ffil Áiea de ref no e distr butçáo do açúcar
$ nçu,.r,
e3 Esc.auo,
fíl0 império de FiliPe ll
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llhas Acorcs #- 
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SocotoÍá
ATLANTICA
Lima
ACEANO
PACIFICO
Salvador
OCEANO
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Rio de Jaoeiro
Santiago de Chile Cabo da Boa ÉspeÍança
ffi Possessõe, do lmpério Habsburgo {1580)
/pìffiìuxos 
A s lA
EUROPA
AFRICA
Cabo veÍde
Jorge da Mioa
AMERICA
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AMÉRIEA
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ltillilrffiffif;tillt
A economia na época
da Restauração
A segunda metade do século XVII assiste ao fim da heeemo-
nia ibérica. Franceses, ingÌeses e holandeses) com o estabeleci-
mento de seus próprios impérios coloniais, tornam-se as princi-
pais potências de um jogo internacional do qual os ibéricos pas-
sam a ser peças secundárias I ' . O poderio português estava
abalado pelas invasões holandesas e pela guerra da Restaura-
ção e o comércio com o Oriente declinara drasticamente. Lu-
tando em várias frentes, e diplomaticamente isolado, Portugal
recorre à Inglaterra, que dá seu apoio militar e político ao aba-
tido reino lusitano em troca de alguns domínios e de acordos
comerciais vantajosos. Começava assim uma subordinação que
avançaria pelos séculos seguintes.
Os holandeses, expulsos do Nordeste brasileiro em 1654, ex-
pandiram a produção de açúcar nas Antilhas t - , em suas pró-
prias possessões ou em consórcios corn ingleses e franceses. A pro-
dução holandesa, que contava com diversas refinarias, capitais
e uma grande rede de distribuição, acabou por afetar diretamente
os negócios Ìuso-brasileiros.
No entanto, ainda que o preço do açúcar não tenha acompa-
nhado as altas de outros produtos, sobretudo dos escravos, em
vários momentos do século XVII r - não houve uma queda
generalizada da atividade açucareira. Ocorreu mesmo um au-
mento das áreas produtoras. que continuavam a ser essenciais
para as finanças imperiais. Assim, e apesar das dificuldades, a
economia colonial tornava-se cada vez mais complexa. A pe-
cuária estendia-se para o intelior, o tabaco mantinha-se entre
as principais exportações e o algodão, usado internamente para
a fabricação de tecidos grosseiros, começava a ganhar ulgr-
destaque.
Para continuar suprindo suas necessidades, o império portu-
guês passou, então, a exercer um controle maior sobre a colô-
nia f.- l . São então criadas Companhias de Comércio, nas quais
grandes comerciantes detinham o monopólio dos negócios das
principais regiões exportadoras da América portuguesa r 4 . As
tensões internas, alimentadas por oposições às medidas metro-
politanas, não tardariam a se manifestar.
f3l Preço do açúcar X preço de escravos
f5'l Estado do Brasil
fril A economia colonial no século XVll
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Possessões inglesas
Possessões holandesas
Possessões porluguesas
Possessões francesas
Possessões espanholas
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fZl As Antilhas no século XVll
I Possessóesinglesas
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GOIËO DO MEXICA
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Grandes Antilhas
Buaieffi
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A economia colonial no século f5l 
Mineração
do ouro
O século XVIII é conhecido como a idade do ouro do Brasil.
A descoberta de jazidas desse metal, principalmente na região
de Minas Gerais, tìrouxe grandes alterações para a economia e
sociedade coloniais. Ainda assim, o açúcar manteve sua posi-
ção de destaque entre as exportações. Ao lado desses dois pro-
dutos,também o algodão recebeu um grande impulso externo,
graças à nascente indústria têxtil inglesa, enquanto a pecuária
e o fumo permaneciam coÌno importantes gêneros auxiliares das
atividades canavieira e mineradora.
A produção de ouro t s r , gue atingiu o auge em torno de
1750, permitiu à metrópole portuguesa viver um período de ri-
qlJeza e opulência; período, no entanto, bem curto. Com a queda
da produção registrada na segunda metade do século XVIII,
novas dihculdades surgiram para a economia lusitana l 2l . Fo-
ram então adotadas medida-s para dar inaior lucratividade aos
negócios imperiais, aumentando ainda mais o controle sobre a
economia colonial. Para isso, criaram-se novas companhias co-
merciais, à semelhança de suas antecessoras do sécuÌo XVII.
Através da Companhia do Grão-Pará e Maranhão e da Conr-
panhia de Pernambuco e Paraíba E , procurava-se monopo-
lizar determinadas atividades econômicas nas mãos de alguns
poucos e grandes negociantes.
Nesse tempq, a cidade do Rio deJaneiro, transformada em
capital do Brasil pela proximidade com as áreas mineradoras,
era o principal porto exportador da América portuguesa. O res-
tante das exportações praticamente se restringia ao Norte e ao
Nordeste. No Sul, o contrabando, iniciado no final do século
XVl, coòtinuava a escapar do controle metropoÌitano l- = Ì .
Jâ aCapitania de São Paulo, desde os primeiros tempos da
colonização, voltara-se para o interior, visando o apresamento
de índios, a procura de metais e a circulação do gado, e tam-
bénr devido ao incipiente comércio de alimentos. Seguindo os
cursos dos rios, os paulistas abriram uma série de caminhos que
permitiram a comunicação e o comércio com as áreas minera-
doras,. ampliando os domínios da Coroa portuguesa t-o"l .
[ãl Produção de ouro no século XVlll
f4l Rotas de abastecimento do Centro-Sul
llllll
170
tlrillilil1ilIIillilllill
I coias ! Minas Gerais f] Mato crosso
65 65
1794 1799
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lllllllilllnËffiffi
f3] Exportação e contrabando na região do Prata
fT-l A economia brasileira no século XVlll
ât:?'Ítr
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A alqodão
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1;i ijilÌir
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'1808
ffiil1 ll
f3l América Portuguesa
A expansão da colonização
A conquista do território hoje pertencente ao Brasil esteve in-
timamente ligada às atividades econômicas coloniais. Assim, a
pecuária, a exploração das "drogas do sertão" na floresta Ama-
zõrÀca, a procura de indígenas e de metais preciosos levaram
os luso-brasileiros para alérn dos limites determinados pelo Tra-
tado de Tordesilhas. Entre os séculos XVI e XIX, a partir das
províncias litorâneas, formaram-se diversos focos de expansão
coÌonizadora f;t , de onde partiram os conquistadores que es-
tabeÌeceram os primeiros caminhos, povoados e fortificações do
interior rr-r . Devido a isso, ainda no século XVIII Portugal
e Espanha firmaram vários tratados, procurando novamente de-
limitar seus respectivos domínios coloniais no Novo Mundo.
Internamente, a própria América portuguesa chegou a ser di-
vidida em três Estados: vice-reino do Brasil, Estado do Mara-
nhão e Piauí e Estado do Grão-Pará e Rio Negro r=l . Novas
capitanias também foram criadas, sempre na tentativa de ga-
rantir o controle e a posse dos territórios portugueses no conti-
nente. A partir da metade do século XVIII, a Coroa portuguesa
readquiriu as poucas capitanias ainda em mãos de particulares,
assumindo sua administração através de funcionários reais. Algu-
mas dessas capitanias estavam subordinadas às chamadas Ca-
pitanias Gerais, instâncias político-administrativas submetidas
aos seus respectivos Governos-Gerais r- ì .
Ao lado dessas medidas econômicas, políticas e diplomáticas,
a participação da Igreja também foi decisiva para a conquista
colonial. Diversas ordens religiosas, entre elas a importante Com-
panhia de Jesus, estabeleceram missões tanto nas regiões lito-
râneas quanto no interior, onde os indígenas eram sistematica-
mente "domesticados" e cristianizados [€-ì , integrando-se à es-
trutura de exploração colonial montada pela Coroa portuguesa
no Brasil.
f2l Crescimento populacional
nilhates de habilanles
:+{.tii:t!:+iìi:Ï.iiiiij:n:.r:1i11:iiiiiiiiiiiliiiiiiiiiiiiii:'iiiii:i1'i1:i1i:'1'r'j
1550 1583 1600 1660 1700 1776 1798 1800
ffiwi
I
lnnrnunmnffi-
f5] Missões e divisão eclesiástica f ^41 Vice-reino do Brasil (1774.1S15)
[íl Expansão da conquista colonial
fJ Áreas povoadas e conhecidas
Rotas da expanúocolonial
t Principaisfortiíicaçoes
ffiffi
#iltffiiltHil
fí-l Classes sociais
Sociedade e tensões coloniais
O açúcar e a mineração influenciararrr a constituição de toda
a sociedade colonial. Por um lado, a atividade canavieira, mes-
mo baseada no litoral, desenvolveu-se num ambiente ntraliza-
do dirigido pelos senhores de engenho; por outro, a sociedade
das minas, estabelecida no interior e dirigida por grandes mi-
neradores, possuía uma camada social média urbana e mais com-
plexa do que a encontrada no meio açucareiro, embora se nutrisse
do mesmo componente básico: o escravismo t-ïl .
A escravidão criava uma série de tensões na vida colonial.
Entre elas, as que resultaram na expulsão definitiva da Com-
panhia deJesus, em 1760. Os jesuítas r-t , contrários à escra-
vização dos índios, mas favoráveis à escravidão dos africanos,
foram expulsos diversas vezes de muitas regiões da colônia e so-
freram a pressão direta dos bandeirantes, que tinham grande
experiência no apresamento de indígenas e na destruição de qui-
lombos. Vários conflitos revelaram a oposição dos interesses co-
lonizadores à atuação da Companhia deJesus, como a Revolta
de Beckman E-j, cujo elemento desencadeador foi a questão
da escravízação indígena, agravada pelas reações à atuação da
Companhia de Comércio do Maranhão r=l .
Outros conflitos, envolvendo inteïesses diversos, também sa-
cudiram a sociedade colonial. No Nordeste, a lutâ pelo poder
político levou comerciantes e senhores de engenho a se enfren-
tarem na Guerra dos Mascates. Demonstrando não haver uni-
dade nos domínios portugueses, e sim uma série de regiões mais
ou menos autônomas, a Guerra dos Emboabas, em Minas Ge-
rãis, representou uma tentativa dos paulistas de impedir o acesso
de concorrentes aos seus negócios. Mesmo depois de separado
de São Paulo, o atual estado de Minas Gerais ainda se manteve
extremamente explosivo. Estourou ali a revolta de Filipe dos San-
tos, voltada contra o controle da metrópole r=l .
Os conflitos assumiram um cunho separatista já no final do sé-
culo XVIII. A economia portuguesa, cada vez mais subordina-
da aos interesses ingleses, estava enfraquecida. O declínio da
mineração fez com que aumentasse ainda mais o controle me-
tropolitano, através de medidas que Íizeram crescer as tensões co-
loniais. A Inconfidência Mineira, um movimento de elite, foi o
primeiro a pretender a independência política, mas, como outras
conspirações posteriores, não resultou numa verdadeira revolta.
O primeiro grande movimento separatista foi na realidade
a Inconfidência Baiana r-r , gug, embora inicialmente dirigi-
da pelas elites, foi depois conduzìda pelas camadas populares.
As classes dominantes na colônia começaram então a perceber
a extensão das reivindicações das camadas médias da socieda-
de. Queriam fazer a independência, mas à sua maneira, sem
a participação popular, que não se levantava apenas contra o
domínio português, mas também contra a miséria, a escravi-
dão e a falta de participação política.
Homens livres pobres, tnabalhadores
ocasiomb, milicianos, muhtos e lbeÍtos
f 6;l Beckman
Grandes minemdores, auloÍilades
cobniais e eclesiástìcas
Ftffìcbnários coloniâis, prolissionais
lberais, baixo clero, anesâ)s,
comêrcìântes, pêquenos mheradores
Senhores d€ engenho, auloridades
mlonhis ê êclêsiáslims
Socbdade Açucareha
Mercadores, aÌlesãos, pequenos hvÍadoÍes,
assahriados, homens livres póres,muhlos e libeÍlos
Sociêdade MineradoÍa
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3
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E
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fsl Missoes
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illllilHllK$ffift
fã-l Escravidão e conÍlitos coloniais
f2fl Movimentos anti-coloniais
[3] ConÍlitos coloniais
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'' r' ---::-:^---- - Olinda/ ltnconÌtoenctal ,/ lBaianal798 | \
'.- ^/íõ
l lnconÍidência l Y
" .,lrvrineirarzág \ Jalvadti-o I.t vihnià-17sg /'. ^/
fï,j Máxima expansão da capihnia paulista 1709
- 
Guena dos Emboabas 1707
- 
Revolta de Filipe dos Santos 1720
* 'Guena dos Mascetes 1710
p Ál.r. de apresamento de indígenas
-.1 
Bandeiras de caça aos indígenas
-> 
Bandeiras contra quilombos e índios
rebelados (sertanismo de conÍato)
S uisso.s portuguesas
fr uissoes espanholas
'iti!oriloroo,
Revolta de Beckman
}( Expulsáo de jesuítas
ffiffi
11) Engenho com capela
Gultura colonial
A cultura colonial brasileira foi fortemente marcada pela re-
ligiosidade católica. Na antiga Terra de Santa Cruz, inteerante
do chamado Império de Deus por Portugal, a difusão dos valo-
res cristãos foi sempre um referencial fundamental tanto do pen-
samento quanto das expressões artísticas. Numa época em que
o acesso à leitura era extremamente limitado, e normalmente
restrito aos membros do clero, apalavra evangelizadora e as men-
sagens visuais constituíam os principais meios de difusão cultu-
ral. Assim, ao lado da catequese de indígenas e africanos e da
pregação nas cerimônias religiosas, a arquitetura das igrejas r=-r
e mosteiros e as pinturas e esculturas sacras I-zt 13t forma-
vam o núcleo da cultura européia que tentava se estabelecer no
Novo Mundo e que ia sofrendo as influências do novo meio.
Ao Ìado disso, e durante muitos séculos, viajantes e cronistas
europeus retratariam em pinturas e textos suas impressões so-
bre o peculiar mundo colonial, seus povos, seus costumes e seus
conflitos. Durante o período da dominação holandesa no Nor-
deste, o príncipe Maurício de Nassau estimularia a presença na
t^colonra de varros prntores e artrstas t_'l f ól E , numa ou-
tra e distinta tentativa de implantar a cultura européia no mun-
clo coloniaì.
Internamente, os colégios jesuítas monopolizaram o ensino
atê 17 60, condicionando também a Íbrmação dos escritores lai-
cos. O surgimento de um público leitor significativo só se daria
em meados do século XVIII, com a formação de pequenos cír-
culos literários urbanos, denominados academias.
Dois estilos principais nortearam a cultura colonial na Amé-
rica portuguesa: o Barroco e o Arcadismo. O primeiro expres-
sava a crise espiritual do período posterior ao Renascimento,
sobrepondo duas formas de sensibilidade: a fé e a racionaÌida-
de. Entre seus principais representantes estão o pregador Antô-
nio Vieira E , o poeta Gregório de Matos, o músico Lôbo de
Mesquita e o escultor Antônio Francisco Lisboa (o Alei-
.jadinho) r=-r .
Já durante o Arcadismo, característièo do século XVIII,
sobressaiu-se uma tendência que aliava simplicidade, raciona-
lidade e clareza, expressando as críticas iluministas ao clero, à
nobreza e ao sistema colonial. Seus representantes mais signifi-
cativos na colônia foram os escritores Cláudio Manuel da Cos-
ta, Basílio da Gama, Tomás Antônio Gctnzaga e Alvarenga
Peixoto.
f 6) Mulato do Brasil
ffiffi
f7) Dança dos tapuias
ff*:1rr,ttiryrrr,rq
illilllllllllffim
Flavio de Campos
,Vestre em História - 
(Jnittersidade de São Paulo
Miriam Dolhnikoff
,Vestre em Hìstória - Unìaersidade de'Sao Paulo
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HISTORIA DO BRASIL
Este Atlas de História do Brasil é destinado a estu-
dantes, professores e demais interessados em conhecer as
transformações e permanências da história brasileira. Nesse
sentido, procura contemplar seus principais aspectos polí-
ticos, sociais, econômicos, demográficos e culturais. Atra-
vés de mapas e gráficos, pretende apresentar os elementos
mais signihcativos das formações sociais brasileiras desde
os primeiros momentos da conquista colonial.
Este Atlas, ao selecionar e apresentar informações e
breves análises, confere uma interpretação da história do
Brasil, dentre várias possíveis, influenciada pelas circuns-
tâncias e problemas de nossa época. Esperamos, assim, for-
necer um material útil para a compreensão de nossa histó-
ria passada e presente.
Os Autores.
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lllllllll lll I lllll I I I lt lillililillxilillt
DIRETORIA
Luiz Esteves Sallum
Vicenïe Paz Fernandez
Jose GallaÍassi Filho
AnÌonio Carlos Fiore
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editora scipione
GERÊNCIA EDITORIAL
Aurelio Gonçalves Filho
RESPONSABILIDADE EDITORIAL
Maria Teresa Buco Porto
ASSISTÊNCIA EDITORIAL
Mauro Tadeu Aristides
REVISÃO
cheÍia - Sâmia Rios
assistència - Miriam'de Carvalho AbÕes
preparação - Sandra Cristina Fernandez
revisão - Foberto Belli, Luciana Campos de
Carvalho e lrene Hikichi
ARTE
coordenação geral - Sérgio Yutaka Suwaki
edição de arte - Didier D. C. Dias de Moraes
coordenação - Edson Haruo Toyota
assistência - Douglas do Carmo
capa - SylvÌo Ulhôa Cintra Filho
miolo e rlustraÇÕes - Cassiano Roda
cartograÍia - Cassiano Roda e
Arsênio dos Santos Andrade
pesquisa iconográfica - Alice Reiko Haga
COORDENAÇÁO DE PRODUÇÃO
José Antonio Ferraz
coMPosrÇAo E ARTE-FTNAL
Diarte Editora e Comercial de Livros
coordenação geral - Nelson S. Urata
coordenação de arteJinal - Silvio Vivian
composição - Shigrera Hayashi
arte:trnal - Rejane Motta
IMPRESSÃO E ACABAMENTO
Prol - Editora Gráflca Ltda.
Ed tora Sciplone Ltda.
MATR Z
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01501 040 São Paulo SP
eiìail: sc p one@sc p one.com br
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VENDAS
ïel. (oXX1l) 3277 1788
2000
tsBN 85-262-1975-8
3" EDrÇÃO
(3a impressão)
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Agradecimentos
Agradecemos a Francisco C. Alambert Jr., pela
elaboração dos capítulos referentes à cultura
republicana. A Luis Dolhnikoff, pelo copidesque dos
textos e pelas sugestões literárias. A Joaci P. Furtado,
peÌas inúmeras sugestões e informações. A Herom
Vargas Silva, pelo empenho com que nos auxiliou nas
pesquisas realizadas no banco de dados da Folha de
S. Paulo. A Andréa R. D. MonteÌlato e Paulo S. Rota,
pelas valiosas sugestões. A Rita de Cássia D'Angelo,
pela presteza com que nos permitiu pesquisar na
Biblioteca Municipal Mário de Andrade (São PauÌo).
Dedicatória
Para
Sarinha e Cóti,
Dirce e Zé Flâvio
i
I
II
lllllillilillrffi;
Colônia
lmpério
República
ffirore:ffiwr*ry*
A conquista coloniaÌ
A colonização do Novo
A civrlizaçáo do açúcar
A União Ibérica
A economia na época da Restauração
A economia colonial no século do ouro
A expansão da colonização
Sociedade e tensões coloniais
Cultura colonial
O processo de independência
A economia do século XIX
A construção do Estado nacional
Tensões sociais no período monárquico
Relações internacionais
Mundo
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Da escravidão para o trabalho
A crise do regime monárquico
Cultura no Império
Iivre
[ïepúh']ica Ye]ha
Repúbiica Populista
Repúï:ïica &{i}itar
O Estado republicano ffiffi. ffi#
Cafeicultura e industri alização
A organização política na República Velha
Tensões sociais: reações à modernização
A crise da Repúbiica Velha
Cultura republicana I
A Segunda República
Expansão e diversificação da economia
O Estado Novo
O fim do Estado Novo
A democracia popuÌista
A industrialização
O fim da República Populista
A consoÌidação da República Militar
Oposição política e luta armada
Cultura republicana II
O milagre econômico
A oposição consentida
A abertura política
A transição democrática
Indice remissivo
Bibliografiâ urilizada
ffiffi
ilffi ffi trffi ilt t ilt [ilt n I tlatil I Imtilffi
fT-l lnsurreição de 18170 processo deindependência
Em 1807, para se proteger das tropas francesas que invadi-
ram Portugal durante as guerras napoÌeônicas, a Corte fugiu
para sua colônia na América. Instalada no Rio de.|aneiro f-l ,
transformou essa cidade no centro do Império português, sub-
metendo ao seu controle todas as demais colônias ultramarinas
e regiões brasileiras, principalmente o Nordeste.
A distância entre a capital e as outras áreas do continente,
as profundas diferenças e a precariedade das relações econômi-
cas impediram que surgissem laços que as ligassem efetivamen-
te para além das imposições da dominação colonial. Assim, as
revoltas separatistas e republicanas não demoraram a aconte-
cer, obrigando o governo português a impor-se miÌitarmente,
como em 1817 em Pernambuco I r l .Paraisso, teve como aliada
a oligarquia agrâria do Centro-Sul, com quem o governo com-
partilhava interesses econômicos, surgidos da rede de abasteci-
mento montada para atender às necessidades da Corte. O Rio
de Janeiro tornou-se, então, o principal mercado consumidor
dos produtos paulistas e mineiros, transportados por tropas que
'cortavam o vale do Paraíba r =__ .
Todo esse arranjo foi, no entanto, ameaçado em 1820, quando
' as Cortes portuguesas aprovaram medidas para criar uma mo-
narquia constitucional e fazer as colônias voltarem ao estatuto
anterior a 1808. A independência tornou-se então inevitável, co-
mo uma forma de manter os privilégios conquistados pela elite
luso-brasileira dominante e garantir a continuidade da ordem
escravista. Proclamada a independência, era preciso criar um
Estado forte, capaz de enfrentar as constantes revoltas de escra-
vos, a profunda insatisfação da maior parte da população, com-
posta de mestiços e libertos pobres, além das pressões inglesas
para acabar com o tráfico negreiro.
A construção desse novo Estado nacional dependia da capaci-
dade de o governo sediado no Rio deJaneiro submeter as oligar-
quias regionais que resistiram desde a independência r =tt t o- .
Desse modo, iniciou-se um conflito que acabaria por forçar a
abdicação de D. Pedro em 1831. Além disso, o processo de inde-
pendência esteve ìigado às transformações das relações internacio-
nais, marcadas principalmente pelo surgimento da Inglaterra
como nova potência hegemônica, impondo às demais potências
européias o fim do pacto colonial em toda a América r- t .
f2-lCaminho das tropas pelo Vale do Paraíba (século XIX)
f3 I Províncias rebeldes
fE l Bua Direita (Rio de Janeiro)
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1822 Ano de independència
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[6] ConÍederação do Equador
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1822
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ARGEI{TINA
1 810
ffiffiilillillllll il nil il il l ill l lilill lx1 808
f6-l Ferrovias no século XIXA economia do século XIX
No início do século XIX, a economia brasiÌeira mantinha um
carâter predominantemente agrícola. Em torno de cada uma de
suas principais atividades, foram surgindo, pouco a pouco, as
diversas regiões em que o país está hoje dividido r-r . O café
assumiu, então, o papel que tivera o açúcar no período ante-
rior, tornando-se o principal produto de exportação r=1 . A ex-
pansão cafeeira teve início na província do Rio de Janeiro, na
década de 1820, ocupando gradualmente o vaÌe do Paraíba e,
em seguida, outras áreas de São Paulo, Minas Gerais e Espíri-
to Santo Í-ã-l , o que transformou essa região no principal pólo
econômico do país.
A lavoura do vale do Paraíba não inovou a organização da
produção, mas trouxe transformações sociais e políticas funda-
mentais, como o surgimento de uma nova aristocracia - os ba-
rões do café -, empenhada na construção do Estado nacional.A partir da década de 1840, a agricultura do café se expandiu
pelo Oeste paulista, encontrando, entretanto, um sério obstá-
culo: devido as más condições das estradas, havia grande diÍi-
culdade para levar a produção até o porto de Santos.
Além disso, em 1850, a cultura cafeeira teve de enfrentar o
fim do trâfi,ca negreiro. Esses fatos obrigaram os fazendeiros pau-
listas, em associação com o capitaÌ inglês Í--=1 , a adotarem mu-
danças no cultivo e no beneficiamento do café, modernizando
a tecnologia empregada e investindo na construção de estradas
de ferro. que baratearam e agilizaram o transporte r-ã-Ì r-ã-l .
aumentando a lucratividade.
f3l Expansão cafeeira (século XIX)
E-ì Capital britânico no Brasil
nìlhões
300
dè hbtâs
1825 1840 1905 í913
anos
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lÍicio do sÉcülo XIX
oécada de 30
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Década de 80
ffiffi
fãl Principais produtos de exportação fí-l I economia no século XIX
f 4 I Ferrovias em São Paulo
0102030
ffiC.tO f__lAçúcar
40 50 60 70
Percentagen
Wllgoaao I rumo
Expansão dasÍeÍrovias
- 
Existentes em 1870
- 
Construção na década de 70
* Construção na década de 80
-*"** Construção na década de 90
ffiffi
llllllllllll Il I lll I I I lt lil I rruilrrffi ffi ilffi1824
A construção do Estado nacional
A tarefa de estruturar uma nova nação a partir da constru-
ção de um Estado forte só era possível se o vasto território com-
posto por dezoito províncias fosse unihcado sob a direção da ca-
pital do Império, o Rio deJaneiro F-. r. Além disso, era preci-
so otrter legitimidade para um Estado que a princípio excluía
dos centros de decisão todos os que não fossem burocratas, gran-
des proprietários ou comerciantes. Tentou-se inicialmente uma
centralizaçáo rigorosa, deixando todos os níveis de governo de-
pendentes da burocracia ligada ao imperador. Esse foi o mode-
lo adotado na Constituição outorgada em 1824 rE: , que, no
entanto, não conseguiu o apoio das oÌigarquias regionais nem
qualquer tipo de legitimidade.
Com a abdicação de D. Pedro I, em 183 1, e a expulsão da
burocracia reinol, setores oligárquicos do Centro-Sul puderam
implementar um novo projeto de Estado. Trataram de forjar,
em primeiro lugar, um novo setor social, transformando em fun-
cionários públicos ampÌos segmentos da população rã"t . Criava-
se assim uma imensa burocracia e uma representatividade apa-
rente, pois deputados e senadores, eleitos pela prática de elei-
ções fraudulentas, eram, na maioria, detentores de um elnpre:
go público remunerado. Foram também criadas Assembléias Le-
gislativas Provinciais, através do Ato Adicional de 1834 r=r,
que permitiram a participação das aristocracias regionais no novo
arranjo político, atenuando sua resistência r---r.
Porém, as constantes revoltas que abalaram o Império, a partir
de 1835, evidenciaram a necessidade de adoção de novas medi-
das para submeter os setores insatisfeitos. Já sob o governo de
D. Pedro II, foram feitas reformas na Constituição que conferi-
ram estabilidade ao sistema até em torno de 1870, mediante
maior centraltzação do regime político r:r .
Por f,rm, por volta de 1837, os vários setores das oligarquias
regionais e a burocracia estatal organizaram-se em partidos r -r ,
que se aÌternavam no poder através de cada ministério nomea-
do pelo imperador.
f4l Organograma do Estado segundo o Ato Adicional de 1834
@l Partidos políticos
SegundoReinado
(1831 -1889)
t P"rí"d"8-r"""hl---le I G"*t*d"Df"dr"fl -l
1831-34 1837
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0" rywryffi1ffi1+:rrir:ir'1823 1830 1850 í854 I1889
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Assembléia Geral
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f5lOrganograma do Estado a partir de 1841
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/GCffiãã-ì /Crerioãd" ì
Bde 2s Grau ou | " " " $de 1e Grau oul
âde Província J S de Paróquia J
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l3] O Estado pela Constituição de 1824 f í lDivisão política e povoamento (século XIX)
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GRAQ.PÀRA
f Z.l Juramento da Regência Trina
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182
f2- Revoltas urbanas
Tensões sociais no periodo
monárquico
A imposição de um Estado nacional a um conjunto muito he-
terogêneo de grupos sociais originou uma série de revoltas na
primeira metade do século XIX. Além do problema represen-
tado pela unidade artificial de regiões distintas, tais grupos ti-
nham seus interesses negligenciados ou diretamente combati-
dos pelo governo central. As reivindicações e os resultados ob-
tidos variavam conforme os agentes de cada uma dessas revoltas.
Algumas foram realizadas exclusivamente por grandes pro-
prietários e comerciantes, descontentes com sua reduzida parti-
cipação nas decisões políticas de caráter nacional r - I . Em ou-
tras, essencialmente urbanas, a população e as tropas do Exér-
cito regular, pressionadas pela miséria, rebelaram-se em torno
de bandeiras republicanas [ ãf . Mas foi a maioria da popula-
ção livre, constituída de camponeses pobres, índios aldeados,
trabalhadores mal pagos e mestiços desempregados, a respon-
sável por grande parte dos movimentos ocorridos no'perío-
do r = I . Alguns deles foram iniciados por setores da aristocra-
cia regional, que no decorrer dos acontecimentos muitas vezes
perdiam o controle do movimento. IJm exemplo foi a Balaia-
da t o r , da qual escravos e trabalhadores livres pobres assumi-
ram a liderança. Violentamente reprimidas por tropas do go-
verno central, essas revoltas acabavam servindo como um ar-
gumento para fortalecê-lo ainda mais.
As rebeliões realizadas exclusivamente por grandes proprie-
tários, como a Praieira Lsl e a FarroupilhaI--- , obtiveram
importantes concessões do governo, enquanto, de um modo ge-
ral, os movimentos de caráter popular não conseguiam superar
sua fragmentaçáo, permanecendo isolados em suas províncias.
fÊ.l Batana dos Farrapos
São Luís
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f3- Bevoltas de outros setores sociais
Í-t- l Revoltas de proprietários rurais e comerciantes
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f5] Rua da Praia
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f4l Embarque de tropas
Relações internacionais
A política internacional brasileira no século XIX foi marca-
da por dois pontos fundamentais: a estreita relação econômica
com a Inglaterra e a afirmação militar e política na América do
Sul. Nesse sentido, os esforços do governo brasileiro se dirigi-
ram para a garantia de livre navegação pelos rios da bacia do
Prata, fundamental para seus interesses comerciais, bem como
para os britânicos r ' I . Assim, pâra impedir que Buenos Aires
controlasse as duas margens do rio daPrata, Brasil e Inglaterra
envolveram-se em vários conflitos com a Argentina.
O primeiro foi a luta pela independência da Cisplatina, pro-
víncia anexada ao Brasil por D. João VI, em 1817. Os uruguaios
haviam proclamado, ern 1825, sua anexação às Províncias Uni-
das do Rio da Prata (futura Argentina), seguindo-se então uma
guerra entre elas e o BrasiÌ. O resultado foi um acordo, em 1828,
orientado pela Inglaterra, pelo qual se criava o lJruguai.
Devido a isso, as disputas políticas internas no novo país fre -
qüentemente oscilavam entre seus dois vizinhos. Os blancos
(compostos por pecuaristas do interior) tradicionalmente aliavam-
se à Argentina, enquanto os colorados (compostos por comer-
ciantes de Montevidéu) aliavam-se ao governo brasileiro. Foi
em torno do apoio a essas duas facções que Brasil e Argentina
enfrentaram-se novamente numa guerra, em 1851t =
A política interàa uruguaia foi usada ainda, pela Inglaterra,
Argentina e Brasil, para atrair, em 1864, o presidente paraguaio,
Solano Lopez, a uma guerra com o objetivo de destruir a eco-
nomia independente do Paraguai. Para isso, tropas brasileiras
invadiram o Uruguai com a intenção de depor o líder blanco
Aguirre, aliado de Solano Lopez. A reação do presidente para-
guaio foi investir contra o território brasileiro, dando início à
guerra.
Urnavez deposto Aguirre e instalado em seu lugar o colora-
do Venâncio Flores, Brasil, Argentina e Uruguai uniram-se na
chamada Tríplice Aliança contra o Paraguai Fg l Lo t. No fi-
nal da guerra, em 1870, o Paraguai estava derrotado, com suas
terras cultiváveis abandonadas, seu rebanho desaparecido, as
poucas manufaturas, estradas de ferro, etc. destruídas e 957o
de sua população masculina ìnorta.
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f3l Guerra do Paraguai (1S65.70)
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fí-l Região do Prata
fZ.l Guerra contra Oribe e Rosas
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Aliança Urquiza- Partìdo
Colorado - Governo brasileiro
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Da escravidão para o trabalho
livre
Desde o início do século XIX, a Inglaterra, na condição de
potência hegemônica da nova ordem econômica internacional,
pressionava o Brasil para que acabasse com o tráfico negreiro.
Durante quase cinqüenta anos, o Bstado brasileiro resistiu a to-
mar essa medida r= , que atingiria diretamente sua principal
fonte de receita, a cafeicultura. Embora não fosse a única for-
ma de exploração da mão-de-obra nopaís, a escravidão era re-
lação de trabalho quase exclusiva nas fazendas de café rt .
Havia, porém, interesse em procurar alter4ativas, não só pela
incapacidade brasileira de resistir indefinidamente às pressões
britânicas, mas também porque a'elite dirigente desejava im-
pedir o aumento da população negra, pois para ela era funda-
mental "embranquecer" o país.
Em 1850, com a pacificação de todas as regiões do país e a
consolidação do Estado nacional, foi afinal possível impor o hm
do tráfico negreiro, a despeito da insatisfação de traficantes e
cafeicultores. Resistindo às mudanças, os fazendeiros de café pau-
listas recorreram aos estoques de escravos de fazendas decadentes
do Nordeste, onde havia mão-de-obra ociosa, alterando assim
a distribuição geográfica da população escrava t -I . Intensificou-
se então o que já era o principal fluxo migratório do período,
somando-se ainda a migração que se formou em direção ao Nor-
te, €raças ao aumento da produção de borracha r o l . Com a
escravidão tornando-se cadavez mais um anacronismo na no-
va ordem internacional e o fim do tráfico negreiro, cafeiculto-
res e governo acabaram por encontrar nas camadas mais po-
bres da população européia uma nova fonte de mão-de-obrapara
o mercado interno de trabalho. A partir da década de 1870, foi
possível ttazer grandes levas de imigrantes pára as fazendas de
café (principalmente italianos para São Paulo), graças ao sub-
sídio governamental r - Ì . Estavam dadas as eondições neces-
sárias para o frm da escravidão; mas o governo defendia a abo-
lição gradual, implementada a partir da aprovação da Lei do
Ventre Livre t-_ . Ainda maioria entre os trabalhadores nas
vésperas da abolição â , e atê.hâ pouco "mãos e pés do se-
nhortt, os escravos passaram, entretanto, a ser um entrave pa-
ra o aumento da imigração. Dificultanilo a reorganização das
fazendas de acordo com o novo tipo de mão-de-obra, o ltm da
escravidão tornava-se ahnal desejável para os anteriormente re-
lutantes cafeicultores do Oeste paulista.
l-5] Fluxo de imigração (século XIX)
f7l Escravos e imigrantes em São Paulo
f2l TráÍico de esqavos (séc. XVI-XlX)
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frf] Migrações internas [íl Mão-de-obra no século XIX
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f 3l Contingente de escravos
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I Províncias com maior
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@l Províncias com maior
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CaÍé no Vale do Paraha (1810 - 1860)
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---.'. Café em São Pâulo (1850 - 1940)
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do Nordêstê
MIT.IAS GÊRAIS
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f4l Agremiações republicanas (1 889)
A crise do regime monárquico
Uma série de fatores contribuiu, a partir da 1870, para a crr-
se do regime moúárquico. O mais importante foi o desconten-
tamento causado pela disparidade entre a riqueza das provín-
cias e sua participação política. Na Câmara dos Deputados pre-
dominava a região Nordeste, enquanto Búia, Minas Gerais,
Rio deJaneiro e Pernambuco lideravam a composição dos mi-
nistérios e a escolha do presidente do Conselho. Herança datra-
dição política que emergiu da construção do Estado nacional,
esse privilégio contrastava, no ftm do século XIX, com a impor-
tância econômica de São Paulo, centro mais dinâmico e rico da
economia nacional, e do Rio Grande do Sul, com seu papel des-
tacado no comércio interprovincial r'l r=r.
A disparidade gerou nas duas províncias um forte ressenti-
mento coÍrtra o regime monárquico, amplificando o movimen-
to republicano surgido na década de 70, com a proliferação de
clubes e partidos republicanos t =l . O movimento em favor da
instituição da República, basicamente urbano, teve um eco sig-
nifrcativo nas províncias com alto grau de urbanização, como
Minas Gerais e Rio de Janeiro r-t .
A insatisfação crescente da população livre e pobre, que via
sua miséria aumentar dia a dia com os altos impostos, também
contribuiu para o desgaste do regime. Assim, diante de novas
taxações, explodiram revoltas como a do Vintém e a do Quebra-
Quilos r ot , além de surgirem movimentos messiânicos como
o dos Muckers r=r . Nesse momento, depois da Guerra do Pa-
raguai, o Exército surgia como uma nova força no cenário polí-
tico. Respaldado por suas vitórias, sentia-se insatisfeito com a
negligência por parte da monarquia em relação a seus interes-
ses corporativos I -
Por fim, a abolição da escravidão, em 1BBB, tirou da mo-
narquia o apoio dos barões do caÍé do Rio de Janeiro, sua últi-
ma base de sustentação econômica e política. Vítima de suas
próprias contradições, o regime monárquico não foi capaz de
oferecer resistência ao golpe desfechado em 1889, que instalou
a República no paísr-r .
fãl Pafiicipação política e importância econômica
Centro-Oeste
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Nordesle
[5l Revoltas na crise da Monarquia
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40 r- I Presidentes do Conselho de Eslado oriundos da província entre 1847 e 1889
l---l Minislros provenientes da província entre 1 840 e 1889
Fiffi Participação da província na renda global do ano íinanceiro de 1 888-89
Rio de Janeho Pernambuco São Paulo Rio Grande do Sullllnas Gereis
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F6l Revslta do Quebra-Ouilos [3] Clubes e partidos republicanos na década.de 1880
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fíl Representação política e participação na renda nacional
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f€l Picando fumo
Gultura no lmpério
A transferência da Corte para o Brasil e a posterior indepen-
dência do país inauguraram um novo período na cultura nacio-
nal. Com o impulso dado à infra-estrutura de produção e dis-
tribuição, a publicação de livros e jornais, proibida no período
colonial, tornou-se prâtica comum. Fundou-se a Imprensa Ré-
gia, criaram-se as primeiras bibliotecas púbìicas, construíram-
se novos teatros.
O ensino superior era de competência do governo central, en-
quanto o ensino básico era encargo dos governos provinciais.
Na década de 1820, surgiram os primeiros estabeÌecimentos de
ensino superior: as faculdades de Direito de Olinda e São Pau-
lo, seguidas logo pela Faculdade de Medicina no Rio deJanei-
ro e a Academia Militar, entre outras. As faculdades de Direito
logo se tornaram estágio obrigatório para aqueles que preten-
dessem ingressar na vida pública.
O século XiX foi marcado também por um novo tipo de preo-
cupação intelectual: a necessidade de moÌdar uma naçãoa par-
tir dos pressupostos considerados adequados pela elite dominante'
Escritores, dramaturgos, pintores e intelectuais transformaram
a realidade brasileira em objeto primordial de suas obras e es-
tudos. Na literatura, o Romantismo foi o exemplo mais claro
desse compromisso. Muitos autores, comoJosé de Alencar, eram
também políticos, e em ambas as atividades tinham como obje-
tivo, nessa fase de construção do Estado nacional, elabbrar uma
identidade nacional.
A referência européia continuava sendo obrigatíria, e nesse
sentido teve enorme influência a Missão Francesa que veio ao
BrasiÌ em 1816 trazendo artistas europeus, como os pintores De-
bret l---Ì Fl e Taunay r=1 . O Brasil foi então redescoberto
pela Europa, através dos inúmeros viajantes que o percorreram
durante todo o século XIX, rçtratando o país em textos e
gravuras f - I T5-l f;l f=.l l- B l
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f 1-l Figurinos de brancos e negros
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l2l Morro de Santo Antônio
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0 Estado republicano
A população da cidade do Rio deJaneiro assistiu em novem-
bro de 1BB9 a uma série de movimentações r ì l empreendidas
por representantes das oligarquias cafeicultoras (principalmen-
te de São Paulo) e do Exército corn o objetivo de instaurar a
República no Brasil E:.
Estruturado sobre uma coalizáo pouco estável, o primeiro go-
verno republicano, encabeçado pelo Marechal Deodoro da Fon-
seca f z r, promulgou, em 1891, uma nova Constituição. Nela
foi consagrada a fórmula então vigente na maioria dos países
ocidentais: três poderes independentes (Legislativo, Executivo
e Judiciário) e eleições para o preenchimento dos cargos legisla .
tivos e da presidência r = .
O jogo político, entretanto, realizou-se na prática de uma ma-
neira bastante diferente, transformando a Constituição em le-
tra morta. Logo foi estabelecido um acordo entre o governo fe-
deral e as oligarquias estaduais (a chamada política dos gover-
nadores): o governo dava apoio às frações oligárquicas domi-
nantes e em troca tinha garantido um Congresso totalmente sub-
misso rg I . Cada estado tinha um número de parlamentares pro-
porcional à sua importância econômica e ao seu poder de bar-
ganha política.
A permanência da fraude como mecanismo de controle das
eleições pelos coronéis (líderes das oligarquias) e o direito ao voto
exclusivamente para os indivíduos maiores e alfabetízados (tor-
nandooCentro-Sul aregiãocom o maioreleitorado r +_ ) com-
pletaram o arranjo. Conseguiu-se , assim, vincular diretamente
as oligarquias regionais ao governo federal, sem ferir sua au-
tonomia t ãl .
Quanto à política externa, em 1BB9 iniciou-se um período no
qual foram traçadas as fronteiras definitivas do Brasil, depois
de resolvidas antigas pendências com os países vizinhos. Em
1903, foi comprado o território do Acre, que se incorporou ao
país na qualidade de território federal r s t .
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3.1,?;4iiÍ$;:{,f!
f 6l Proclarnação da República
L2l 0 Estado
Segundo a Constituição de 1Bg1
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ãcomf*";l ,lvice-presioen".l q Ìï,t,1,#? IH II Ministério ÌI t-ederat I;-ffi;'ffi_:T \:==:::::g==:::_
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f4l Crescimento relativo do eleitorado (1870 a 19A3)
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f3l Política dos governadores f5l Disputas f ronteiriças
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por a Dr'Ídrenlo rre'1dcional
- - - Região dispuÌada enÍ€ 
BÍasil PeÍu e golivia
I t- Movimentação no Rio de Janeiro em 15/11/1889
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vÉitEzuFrA / ^ auunaHouÍtotsaGeoroelownu / ^Paramaribo' /1.)/ O Caitra
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t- Em sua casa, pouco antes da meia-noiÌe do dia
14, o Visconde de 0uro Preto é ìnformado pelo
teleÍone da sublevação n0 0uartel de Sã0 CÍÌstó-
vão.Vai para 0 Ouartel da Cavalaria Policial, onde
permanece até as 2 da manhã, e segue para a
Secretaria de Polícia. Entre as3h40 e 6 da manhã
fica no Arsenal da l\4arinha e decide reunir o
mrnistéri0 n0 0uârlel-General do Exército.
2- Chega no início da manhã ao OG, no Campo de
SanÌana.
3- Na madrugada, DeodoroÍica sabendo em sua
casa, no Campo de Santana. da sublevaçã0.Ïoma
um carro em direção a São Cristóvã0.
4- tncontra.se com os revoltosos. que ja mar'
chavam para o QG, na frente do Gasômetro.
5- Pára nas imediações da Praça 1 1 de Junho e
manda um piquete ver o que acontece no 0G.
Segue para o Campo de Santana, cerca o OG e,
por volta das I da manhã, denuba 0 ministério.
6- Vìndo de Petrópolis, D. Pedro ll chega detrem
à Estação São Francisco Xavìer às 2 da tarde.
Para evitar o Campo de Santana. segue pela Rua
do Riachuelo rumo ao Palácio lmperial.
7- No palácio, D. Pedro ll é inÍormado da Procla
mação da República. Nã0 res ste. Recebe a or
dem oe bd.inenlo no sallado diô 16.
8- No doiningo, a famí1ia rmperial embarca no
Cais Pharoux para o exillo.
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GaÍeicultura e industrialização f3l Encilhamento
O caráter predominantemente agrícoÌa da economia brasi-
leira ainda se mantinha no início do século XX ril . Numa pau-
ta de exportação diversificada, o café consolidou-se como o prin-
cipal produto, responsável por aproximadamente 60To da ren-
da nacional r=r . Seus principais produtores, São Paulo e Mi-
nas Gerais, tornaram-se os estados com maior influência no go-
verno, o que garantia uma política econômica extremamente
favoráveÌ para os exportadores.
Apesar disso, os interesses próprios do Estado impediram su-
cessivos presidentes de realízar uma política voltada cxclusiva-
mente para os cafeicultores. No governo Campos Sales, por
exemplo, na renrativa de equilibrar as finanças públicas, deu-
se fim à desvalorização cambial, utilizada até então para socia-
Iizar as eventuais perdas na exportação. Assim, transferiram-se
para os governos de São PauÌo, Minas Gerais e Rio deJaneiro
os custos de uma política voltada exclusivamente para a valori-
zação do caÍé (o que fizeram através do Convênio de Taubaté.
assinado em 1906).
O governo preocupava-se também em incentivar a industria-
lização. A primeira tentativa feita nesse sentido foi a do Minis-
tério da Fazenda do governo Deodoro da Fonseca. para garantir
capitaÌ para as indústrias, o ministro Rui Barbosa providen-
ciou o aumento do meio circulante através da emissão de di-
nheiro (1890). Dividindo o país em quatro zoÍras, cada uma
com seu próprio banco emissor T=t , essa política, conhecida
como Encilhamento, fracassou, acarretando uma grande crise
econômica.
Mesmo assim, a industrializaçáo deu seus primeiros passos
decisivos nos anos seguintes r-ãt rzt . O Brasil conheceu, en-
tão, seu primeiro surto industrial significativo, acompanhando
as transformações da economia internacional. para isso, con-
tou com o excedente de capital acumulado pela cafeicultura e
com o financiamento estrangeiro, que assumiu tanto a forma
de empresas r s Ì como a de serviços urbanos e ferroviários t-=-Ì .
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E IA economia brasileira em 1g2B
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f7l Ramos industriais
ffi Metaturgia
ffi Fumo
f-.] Madeira liïilf'o
m Bebidas
ffi Quimise
lamacéutim 27,O
ffi Roupase
câlçados
f] outros
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& Alimfftação
o Prncipâis cidadesna décâda de 1920
tstadâs de feío em 1927
(extensão lotal:31 880 km)
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Número de estabelecimentos
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Producão indüstrial poÍ
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A organização polÍtica na
República Uel.ha
O aumento da população fíl fz- e o novo sistema político
permitiram que as oligarquias do Centro-Sul, especialmente de
São Paulo e Minas Gerais, que se revezavaÍn na indicação do
presidente da Repúblicá através da política do café com leite,
dominassem o governo federal. Paralelamente, em cada esta-
do, algumas poucas famflias, respaldadas no coronelismo her-
dado do período anterior, passaram a exercer domínio absoluto
sobre a regiãol<
Aos integrantes marginalizados das oligarquias regionais não
restou outra saída senão a rebeldia armada. O exemplo mais sig-
nificativo foi o da Revolta Federalista 13 I r4'r , derrotada pelas
tropas centrais depois de se unir a outio setor insatisfeito, a Ma-
rinha, então sublevada t -r . (A derrota de ambas na cidade de
Desterro ocasionou a mudança de seu nome para Florianópo-
lis, em homenagem ao presidente vitorioso.)
Ainda nesse quadro, a desestruturação inevitável da cliente-
la dos coronéis subjugados por outros mais poderosos, agï'ava-
da pela modernização da economia, refletiu-se em movimen-
tos de resistência da população empobrecida t z t, cujo ápice foi
o episódio de Canudos t -r . Outro efeito do novo regime foi a
estruturação de partidos estaduais' A organização de partidos
de âmbito nacional restringiu-se à criação de efêmeros instru-
mentos eleitorais (PRF e PRC) ou a tentativas fracassadas de
agrupar setores marginalizados do poder, especialmente o ope-
rariado (em partidos como o PSB e o PCB) r =r.
O sistema, com pequenos abalos, funcionou até 1930. Os pre-
sidentes eram eleitos pela quase unanimidade dos votos e as ex-
ceções restringiam-se aos momentos de crises sérias no interior
das oligarquias dominantes rgl .
[4] Revolta Federalista
f5l Organograma dos principais partidos
1893
PatllhConeenador
PaditoLberal
ParridôieprÈlicano + Hffi -trPatlído
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fÍ--l Crescimento populacional
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f6l Eleiçoes presidenciais
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[ 5l Coronelismo e revoltas
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(1 893 -97)
Movimento Federalisla
(18s3-94)
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(1 893 - e4)
i: Unidaoes oa iederação
mlocadas em estado de sítio
pelo governo Íedera
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Brasileiro Conseruador(pBC)
(PSB) (alé1915)
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Comunista Parlido
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[7] Revolta da Vacina
:.tr.l Tenìtórios povoados
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[Z-]Contestado
Tensões sociais: reações à
modernização
As transformações políticas e econômicas que marcaram as
primeiras décadas do século XX foram acompanhadas por uma
série de conflitos de vários tipos. De um lado, a urbanização
crescente gerou o aumento das camadas pobres nas cidades, as-
sim como o confronto de seus interesses com os dos novos habi-
tantes, latifundiários, comerciantes e industriais. A preocupação
em modernizar os centros urbanos e torná-los mais adequadoso
a seu usufruto levou-os a expulsar pouco a pouco, para a peri-
feria, a população pobre. A tensão assim gerada propiciou re-
voltas, como a do Rio de Janeiro Í'r'l, effi 1904, contra a
obrigatoriedade da vacina contra a varíola, aplicada truculen-
tamente por agentes do governo.
No campo, a modernizaçáo da economia abalou as antigas
relações sociais, marginalizando uma parte significativa da po-
pulação. O resultado foi o surgimento de grupos como os dos
cangaceiros, que agiam no sertão nordestino, e de líderes mes-
siânicos como o padre Cícero, no Nordeste rr-i , eJosé Maria,
na região do Contestado - onde eclodiu uma revolta que du-rou de 1912 a 1915 r-=r .
Ocorreram ainda manifestações de insatisfação em outros se-
tores, como o dos marinheiros, que se rebelaram em 1910 -na chamada Revolta da Chibata - contra os castigos físicos co-muns na Marinha daquele tempo r '-r .
A substituição dos escravos por imigrantes, principalmente
em São Paulo, onde a imigração era subvencionada pelo gover-
no estadual, levou à entrada no país de um grande número de
trabalhadores europeus I-3r rã] . Embora a maioria dos imi-
grantes tenha permanecido na agricultura, muitos mudaram-
se para as cidades, onde se empregaram na indústria nascente.
Trazendo consigo uma experiência de relações de trabalho di-
ferente daquela conhecida até então no Brasil, logo trataram de
se organizar em torno dejornais e sindicatos operários. Busca-
vam lutar por melÊorias nas suas condições de vida, extrema-
mente precárias devido aos baixos salários rãr e à falta de
direitos básicos, como a definição de uma jornada diária com-
patível e de normas de segurança no trabalho. O resultado foi
a crescente eclosão de greves I ór , especialmente nas regiões de
maior concentração industrial rot, paralelamente aos confli-
tos no campo.
fïl Movimentos de contestação
O Cidade
o Povoado
# Estrada de íero
- 
Estrada de rodagem
ít local de combate
OCEATJC ATLÁAíTtCú
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Região do Contestado
Revoha daVacìna e da Chibata
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fSlSalários e custo de vida
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fG l Csluna PrestesA crise da República Uelha
A República Velha, minada por uma série de fatores, entrou
em crise. A antiga rixa entre governo e Exército, nos anos 20,
assumiu um novo conteúdo: a baixa oficialidade , especialmen-
te os tenentes, revoltou-se contra um regime que os mantinha
fora das principais esferas do poder. Depois de uma revolta fra-
cassada no Forte de Copacabana, em 1922, o movimento te-
nentista eclodiu ern 7924, jâ agora em caráter nacional. Os
revoltosos chegaram a manter a cidade de São Paulo ocupada
por vinte dias, mas tiveram de abandonâ-la, forrnando a cha-
mada Coluna Paulista. Deslocando-se para o Oeste do Paraná,
em abril de 1925, encontrou-se com outro movimento vindo do
Rio Grande do Sul, liderado pelo capitão Luís Carlos Prestes.
Embrenhando-se pelo interior do Brasil, a agora chamada Co-
luna Prestes percorreu milhares de quilômetros em dois anos,
até retirar-se para a Bolívia ern 1827 rï_t ré'r.
Outro fator de desgaste do regime foi a divisão interna das
oligarquias estaduais, em que um pequeno grupo submetia os
demais. No plano federal, a terceira potência eleitoral e econô-
mica do país, o Rio Grande do Sul, estava marginalizado do
governo central. Aproveitando-se do desentendimento entre pau-
listas e mineiros sobre a sucessão de Washington Luís, em 1930,
a oligarquia gaúcha lançou a candidatura à presidência do go-
vernador do Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas.
O apoio da oligarquia mineira e da paraibana - em trocada vice-presidência - permitiu a constituição da Aliança Libe-
ral r=t , que se contrapunha aos interesses da oligarquia cafeeira,
atraindo as camadas urbanas e os remanescentes do movimento.
tenentista. Os integrantes marginalizados das oligarquias esta-
duais participaram das eleições apoiando o candidato rivaÌ ao
do grupo dominante no estado. O resultado foi o surgimento de
conflitos locais, como na Paraíba, que culminou com uma re-
volta em Princesa Isabel e o assassinato deJoão Pessoa
didato a vice-presidente pela Aliança Liberal r-=r.
A derrota eleitoral r= r Ìevou aliancistas e tenentistàs a uma
revolta armada, pela qual impuseram uma derrota militar ao
regime já enfraquecido 14t . Calcada numa produção cafeeira
superior ao consumo mundial r=;''t Tzt, e sustentando artifi-
cialmente os preços altos do café, a República Velha enfraque-
ceu-se também por suas dificuldades econômicas, e extiguiu-se.
Em seu lugar surgiu um novo regime.
tslA superprodução de caÍé
f7-t café
tÉ,#,w
f_3_l E leições presidenc iai s (1 930) ffi Movimento tenentista
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Belóm São Luís
MÂÍ0 c80ss0 I .Êüi
1924 r,riquainea.-.
lrttrllo 
'qo% %*o %o" %oo'%oo'vou
f--l Júlio presres ffil cetúrio vargas 
votos
(') Náo {orcm epurcdos os rcsulted8 & tdos os municípios
f2l 0ligarquias regionais
soLivn ,-'b.
s.n N"nin a" "u'ït j
[4] Revolução de 1930
l=] Estados que se IebelaÍam
I I na década de 20
[ :uuao. em estado de sítio
o-- Coluna Paülista (19241
- 
coluna caúcha {1924.25}
Colüna PÍeSes
- 
Do Paranà a Minas GeÍais
(dezembÍo de í924 a abril de 1925)
--- 
De Minas GeÌais à 8olívia
{ahÍil de 1926 a teveÍeiro de 19271
aPoÍlo AlegÌê
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f 4-l Mulheres
Gultura republicana I
A preocupação dos intclcctuais brasileiros com a Íbrmulação
de uma identidade nacional Í'oi a característica das primeiras dé-
cadas do período republicano. Suas visões acompanharam, de
certo modo, as próprias mudanças sociais do país. Ao final do
século XIX, a perspectiva romantizada dos costumes e da na-
Íureza cedeu lugar a uma noção mais realista e naturalista, que
buscava maior objetividade .
Se a perspectiva anterior estivera diretamente ligada à ação
política, nesse período grande parte da produção inteìectual
aproximava-se mais das regras do pensamento científico. As bases
da cultura republicana fortaÌeceram-se com Os sertões de Eucli-
des da Cunha, ambientado no Nordeste , com as crônicas de Lima
Barreto eJoão do Rio e coÌn os romances de Aluízio de Azeve-
do, que tratavam da vida urbana do Rio de Janeiro e de São
Paulo.
No início do sécuÌo XX, São Paulo emergia como metrópole,
vivenciando uma rápida industrialização, financiada pelo capi-
tal acumulado com as atividades cafeeiras. A modernização in-
dustrial, e com cla a valorização da técnica e da mecanização
das atividades produtivas, convivia com elementos arcaicos ainda
presentes cm st:u cotidiano. Os ares de metrópole fundiam-se
com os vestígios de província El .
Nas artes, as permanências simbolistas, românticas e parna-
sianas pareciam representar características estéticas e sociais mais
inertcs c rcpetitivas. Nesse contexto, buscando, antes de tudo,
a inovação artística e social, ocorreu uma das maiores expres-
sões culturais do Brasil, a Semana de Arte Moderna r = r .
No início de 1922, reuniram-se em São Paulo intelectuais e
artistas que procurariam elaborar obras e atitudes de acordo com
os saberes mais "adiantados" desenvolvidos no resto do mun-
do, ao mesmo tempo que ansiavam por interÍèrir criticamente
no país, modernizando-o trl . Entre os maiores represcntan-
tes do Modernismo destacam-se os escritores Mário de Andra-
de e Oswald de Andrade, Sérgio Milliet, Guilherme de Almei-
da, Ribeiro Couto, Manuel Bandeira e Ronald de Carvalho;
os pintores Di Cavalcanti I - I , Lasar Segall r-- t , Cândido Por-
tinari, Tarsila do Amaralf3 l e Anita Malfatti t -r ; e o com-
positor Heitor Villa-Lobos.
Ao Ìongo dos anos 20 o movimento se estendeu para outras
regiões do país, sendo divulgado, principalmente, por revistas
e periódicos de pouca duração, porém de srande importância.
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oA'ixPo5llAì':'': " ' :'t9ZZ
AméticaLatina- 1919
Árvore Nova-1922
Teftade 5a1.1924
Estélica- 1924-25
Festa- 1927-28
Movinenla BrcsÌlera - 1929 -30
Bolelìm de Ariel - 1931 -39
Revìsta da Brasil - 1916-25
1926-27
Klaxan- 1922"23
Te rr a R o xa e 0 ulr as Te r ns
- 1926-27
Revi sta de Anlropol agia - 1 928-29 I 1929
Êeylsta Noya. 1 931
Novissma- 1923
f2l Semana de 22
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fãl Crescimento populacionalA Segunda República
A Revolução de 1930 foi levada a cabo por grupos heterogê-
neos e com perspectivas diversas. Enquanto as oligarquias re-
gionais visavam apenas ampliar seu poder político, o Exército
e os setores urbanos desejavam reformas modernizadoras, so-
bretudo o fortalecimento do governo central. Getúlio Vargas sig-
nificou uma solução de compromisso entre esses vários grupos:
as oligarquias antes marginalizadas

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