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Livro Eletrônico Aula 00 BioquÃ-mica p/ EMSERH (BioquÃ-mico) Professor: Denise Rodrigues Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 54 AULA 00: Controle de Qualidade SUMÁRIO PÁGINA 1. Apresentação 01 2. Estrutura do Curso 02 3. Controle de qualidade 03 4. Controle interno da qualidade 13 5. Controle externo da qualidade 17 6. Padrões, Calibradores e Amostras Controle 19 7. Fases do controle de qualidade: Pré analítico, analítico e pós analítico 21 8. Lista de Questões 41 9. Gabarito 52 10. Referências Bibliográficas 53 Apresentação Olá, pessoal! Sejam bem-vindos ao nosso curso de Bioquímica! Sou a professora Denise Rodrigues e meu objetivo com esse curso é auxiliá-los na assimilação dos principais tópicos de Bioquímica exigidos para o cargo de bioquímico no último edital de concurso da EMSERH. Irei apresentar a vocês o conteúdo e vamos consolidar o que for aprendido através da resolução de questões de provas anteriores, principalmente da organizadora AOCP, sempre que questões dessa banca estiverem disponíveis. Preparados?! Vamos começar! 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 54 Estrutura do Curso Nosso curso abordará os conteúdos de Bioquímica previstos para bioquímico no último edital da EMSERH, focando no essencial quando pensamos no estudo de bioquímica clínica para concursos públicos. Em nossos exercícios procurarei apresentar questões de provas da banca AOCP para bioquímico e cargos afins. Mas, para oferecer mais oportunidades de praticar determinados tópicos, iremos também trabalhar com questões de concursos para cargos afins como farmacêutico, biomédico, médico, biólogo e técnico de laboratório. Os assuntos que vamos estudar serão vistos conforme plano de curso a seguir: Aula 00 Controle de Qualidade Conteúdo previsto: controle de qualidade. Aula 01 Introdução à Bioquímica Clínica e Dosagens Bioquímicas no Sangue Conteúdo previsto: noções de Bioquímica clínica, coleta de materiais e anticoagulantes in vitro, dosagens bioquímicas no sangue, dosagens cinéticas e colorimétricas. Aula 02 Enzimologia clínica I Aula 03 Enzimologia clínica II Aula 04 Hormônios I Aula05 Hormônios II Vamos então à nossa primeira aula?! 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 54 Controle de Qualidade Antes de conhecer o que é controle de qualidade, devemos ter clareza sobre o conceito de qualidade. Podemos definir qualidade como um conjunto de atributos que se deseja para um determinado produto. A satisfação das expectativas do cliente e o cumprimento de aspectos técnicos e de desempenho legalmente exigidos são dois fatores determinantes para o conceito. A qualidade pode ser sinônimo de excelência absoluta, com alto nível de realização e universalmente reconhecida, havendo certa eternização nas obras de alta qualidade. Já o conceito de controle de qualidade pode ser definido, tradicionalmente, como um “sistema dinâmico e complexo, que envolve – direta ou indiretamente – todos os setores da empresa, com o intuito de melhorar e assegurar economicamente a qualidade do produto final” (Paladini, 1995). O sistema de controle da qualidade pode ser organizado em um departamento específico, subdividindo-se ou não de acordo com suas funções: controle de matérias-primas, controle físico-químico, controle de processos, controle biológico, controle microbiológico, dentre outros. A função básica do controle de qualidade é analisar, pesquisar e prevenir a ocorrência de defeitos. A análise e a pesquisa são atividades- meio; enquanto a prevenção é a atividade fim do controle de qualidade. Ao prevenir, o controle passa a atuar com a visão do futuro, própria da definição básica da qualidade. O controle envolve todos os produtos do laboratório, tanto aqueles que se destinam ao consumo interno (como um memorando, por exemplo) quanto os que serão colocados no mercado (incluindo serviços ou informações). O enfoque básico é controlar a qualidade em todas suas manifestações. Associada ao controle de qualidade está a garantia da qualidade, que podemos definir como um conjunto de ações sistematizadas, necessárias e suficientes para prover a confiança em que os 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 54 requisitos da qualidade de um produto ou serviço sejam atendidos. Vamos diferenciar bem os conceitos de controle de qualidade e a garantia da qualidade? Controle de qualidade é feito quando se testa/inspeciona determinadas entregas do projeto. É responsável por checar se as entregas produzidas ao longo do projeto estão atendendo os padrões de qualidade previamente estabelecidos. Já a garantia da qualidade se ocupa dos processos definidos dentro do projeto. Os dois juntos formam o sistema de qualidade. O sistema de qualidade envolve a participação efetiva de todos os envolvidos na cadeia produtiva. Entre os processos que estão presentes, devemos destacar o planejamento da qualidade, a manutenção da qualidade e a melhoria contínua da qualidade. No planejamento da qualidade são estabelecidos metas e objetivos, desenvolvidos os processos, providos os meios e recursos, determinados os padrões de qualidade e estabelecidas as estratégias, ações e responsabilidades; A manutenção da qualidade traduz-se pela garantia da qualidade. Nessa função são realizados o acompanhamento, a supervisão e o controle para atingir os padrões de qualidade pré-estabelecidos, bem como a auto avaliação do sistema de qualidade em exercício, com revisão/atualização dos processos quando necessária; 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 54 Na melhoria da qualidade busca-se o aperfeiçoamento e a resolução contínua de problemas e melhoria dos processos. Entre os programas de qualidade utilizados na implantação de um sistema de qualidade podemos destacar o Ciclo PDCA e o sistema OPT. A sigla que dá nome ao Ciclo PDCA vem dos termos em inglês para os verbos planejar (to plan), fazer/executar (to do), checar/analisar/verificar (to check) e agir (to act). No ato de planejar é feito o planejamento das atividades, o estabelecimento das metas e elaborado um plano de ação para atingir os objetivos. No ato de desempenhar é realizada a coleta de dados e a execução dos processos. No ato de analisar/checar os resultados obtidos são conferidos e é feita a avaliação da necessidade de ajuste de rota e de redefinição das ações. Já o ato de agir é voltado para manutenção e melhoria da qualidade, através de padronização e ações corretivas. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 54 O sistema OPT é uma técnica baseada em software que utiliza o princípio do fluxo de materiais que maximizam a produção,enquanto as despesas operacionais, incluindo despesas com estoque, devem ser minimizadas. Para alcançarmos as metas traçadas na busca da qualidade total, precisamos de um domínio amplo de cada fase do processo produtivo. Nesse caso, utilizamos uma ação conhecida como validação de processos. Validar significa provar e documentar resultados que indiquem que o método é seguro dentro dos limites estabelecidos, e que com sua aplicação se conseguem os resultados desejados. Mas Como Validar Um Processo? Alguns processos são validados simplesmente pela eficiência da forma pela qual eles são controlados e documentados. Já processos como controle de umidade e temperatura dos ambientes devem ser associados a programas de calibração dos equipamentos de medição. Ou seja, a validação requer além da documentação detalhada de todas as etapas (incluindo os mecanismos de controle), a qualificação dos equipamentos e estudos comprobatórios de desempenho. Por Onde Começar a Validação? É recomendável começar a validação pelos processos mais problemáticos (falhos) ou novos (desconhecidos). A função de validar pode ser atribuída a um departamento interno especifico ou distribuída entre os diversos setores da empresa. No setor farmacêutico a validação é exigida pelas BPF (boas práticas de fabricação). 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 54 Para a validação de métodos analíticos, eles devem ser analisados e validados em relação aos seguintes critérios/parâmetros: 1-De confiabilidade: precisão, exatidão, sensibilidade, especificidade, linearidade. 2-De praticidade: volume e tipo de amostra, duração do ensaio, complexidade metodológica, estabilidade dos reagentes, robustez, necessidade de equipamentos, custo, segurança pessoal. Exatidão (ou acuidade): diz respeito ao grau de concordância entre os resultados encontrados pelo método e o valor aceito como referência (valor esperado/valor alvo). É a capacidade do método em apresentar resultados próximos do valor verdadeiro (podemos chamar “valor alvo”). Ou seja, é a capacidade que o instrumento de medição tem de fornecer um resultado correto. Segundo a International Federation of Clinical Chemistry (IFCC) a exatidão é a concordância entre o valor medido de um analito e seu valor real. Para utilizar esse parâmetro, deve-se utilizar concentrações conhecidas de um padrão de referência certificado específico e comparar valores medidos (observados) com valores esperados (verdadeiros). Exatidão = Concentração média experimental/Concentração teórica x 100 A inexatidão é caracterizada pela diferença entre o valor encontrado e o valor verdadeiro ou real. Este tipo de erro é denominado Erro Sistemático da medição. O erro sistemático pode ser praticamente eliminado através da utilização de métodos otimizados para se tornarem insensíveis ao efeito da matriz, com a associação ao uso de calibradores aferidos por métodos definitivos ou de referência. Ou seja, a exatidão pode ser avaliada e mantida através da calibração do instrumento. Finalmente, uma vez calibrados, devem ser feitos controles diários para monitorar a precisão dos equipamentos. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 54 Precisão (ou reprodutibilidade): é o grau de repetitividade e reprodutibilidade entre valores obtidos em analises individuais. CV% = Desvio Padrão/Média x 100 Revela a capacidade do método de, em determinações repetidas nas mesmas condições, fornecer resultados próximos entre si. Em outras palavras, o grau de precisão tem a ver com a dispersão entre medidas repetidas sob as mesmas condições. Medidas precisas são menos dispersas, ou seja, quando repetidas, elas tendem a fornecer os mesmos resultados/resultados muito próximos. A precisão pode ser verificada após uma série de medições de uma mesma amostra e cálculo do desvio padrão. Quanto maior o desvio padrão, menor é a precisão. A precisão está relacionada com as incertezas aleatórias da medição e tem relação com a qualidade do instrumento. Atenção! É comum que questões de prova tragam afirmações no sentido de “amarrar” exatidão e precisão, como se um estivesse relacionado ao outro de forma direta ou inversamente proporcional, dentre outras correlações errôneas. Mas saiba: exatidão e precisão são atributos independentes e é possível que o resultado de uma medição seja exato e preciso, exato e impreciso, inexato e preciso ou inexato e impreciso. Para entender melhor os conceitos de exatidão e precisão, podemos fazer uma analogia entre o processo de medição e um exercício de tiro ao alvo. Na base dessa analogia está a ideia de que, assim como o objetivo de um atirador é atingir o centro do alvo, o objetivo da medição é determinar o valor verdadeiro do analito. Observem a figura abaixo. Ela ilustra quatro resultados possíveis em um teste de tiro. A zona amarela é o alvo, o valor verdadeiro. Quanto 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 54 mais próximo dela, mais corresponde ao resultado correto na medição do analito. E cada ponto corresponde a uma medição realizada: Vejamos os possíveis perfis de resultado: a: Grande dispersão de resultados. Erros fortuitos elevados. Existência de erros sistemáticos: resultado não preciso e não exato. b: Baixa dispersão de resultados. Erros fortuitos pequenos. Existência de erros sistemáticos: resultado preciso, mas não exato. c: Grande dispersão de resultados. Erros fortuitos elevados. Não existência de erros sistemáticos: resultado não preciso, mas exato. d: Baixa dispersão de resultados. Erros fortuitos pequenos. Não existência de erros sistemáticos: resultado preciso e exato. Além da exatidão e precisão, outras características de desempenho dos métodos de medição são: sensibilidade, especificidade, linearidade. Vejamos cada um desses parâmetros: Sensibilidade Sensibilidade diagnóstica: avaliação da frequência de testes positivos na presença de uma doença. É geralmente expressa como a percentagem de indivíduos com uma doença que apresentam testes positivos. De modo ideal, a sensibilidade deveria ser igual a 100%, com todos os indivíduos com uma doença em particular apresentando testes positivos. Muito alta sensibilidade: provoca aumento de resultados falso positivos. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 54 Sensibilidade muito baixa: propicia a ocorrência de resultados falso negativos. Sensibilidade química: é a capacidade de um determinado método analítico distinguir, com determinado nível de confiança, duas concentrações próximas. Essa característica depende, na pratica, do coeficiente angular da curva de calibração (inclinação da reta), ou seja, quanto maior este coeficiente, maior será a sensibilidade. Em um método dito sensível, uma pequena diferença na concentração do analito causa grande variação no valor do sinal analítico medido. Esse critério expressa a capacidade de o procedimento analítico gerar variação no valor da propriedade monitorada ou medida, causada por pequeno incremento na concentração ou quantidade do analito. Entretanto, o termosensibilidade também é usualmente aplicado com outro sentido, como sendo a capacidade de um sistema de medição em detectar a menor quantidade possível de um analito. Ou seja, um método sensível seria todo aquele com baixo limite de detecção. A sensibilidade não tem valor numérico definido, sendo substituída pelo limite de detecção. Limite de detecção: menor quantidade do analito que pode ser pode ser detectada, porém não necessariamente quantificada, sob as condições experimentais estabelecidas. É dependente da imprecisão inerente do processo analítico. Especificidade Especificidade diagnóstica: frequência de testes negativos na ausência de doença. Geralmente expresso como a percentagem de indivíduos sadios (sem a condição em questão no teste) que apresentam testes com resultados negativos. De modo ideal um teste deve ter 100% de especificidade, sendo sempre negativo nos indivíduos que não tem a doença/condição em avaliação. Baixa especificidade aumenta a ocorrência de resultados falso positivos. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 54 Especificidade metodológica: é a capacidade que um método tem de avaliar de forma inequívoca uma determinada substância em uma mistura complexa. Ou seja, é a propriedade do método analítico de medir somente o analito que se propõe a medir. É sinônimo de seletividade, e é, geralmente, o primeiro atributo avaliado no desenvolvimento e validação de um método analítico. Expressa concordância entre resultados obtidos para a solução-padrão e amostra, ou entre solução-padrão com e sem interferentes. %Concordância (C%) = teor solução-padrão/ teor solução- amostra x 100 A especificidade não tem valor numérico, sendo avaliada através de testes onde se conhece a qualidade e a quantidade dos interferentes presentes. Linearidade: é a capacidade do método de fornecer resultados (sinal obtido) diretamente proporcionais à concentração do analito na amostra, dentro de um intervalo especificado (definem a faixa de aplicação ou intervalo de atuação do método). Recomenda-se que a linearidade seja determinada pela análise de, no mínimo, 5 concentrações diferentes. Intervalo de Trabalho: o intervalo do método analítico corresponde à faixa do maior ao menor nível que possa ser determinado com precisão e exatidão, usando a linearidade do método. Geralmente, os analistas seguem o caminho inverso. Primeiro, selecionam o intervalo de trabalho (baseado no nível de concentração do analito que desejam estudar) e depois determinam se a relação sinal versus concentração é linear. Robustez: a robustez de um método é a medida da sua capacidade de permanecer inalterado sob pequenas variações nas condições de ensaio. A avaliação da robustez pode ser considerada durante a fase de desenvolvimento do método. Nos testes de robustez são aplicados 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 54 experimentos estatísticos que examinam, simultaneamente, os efeitos de alterações em diferentes variáveis do método. Os testes de robustez, em geral, servem para indicar os fatores que podem influenciar, significantemente, a resposta do método estudado. Tal fato fornece a dimensão do problema que ocorre quando o método é repetido em diferentes condições ou é transferido, por exemplo, para outro laboratório. Controle de Qualidade em Laboratórios Analíticos Em um laboratório analítico devemos seguir as regras normativas estabelecidas pela ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005, que trata dos requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração. Essa norma trata de diversos aspectos que o laboratório deve seguir, como: Ter pessoal gerencial e técnico que tenha autoridade e recursos necessários para desempenhar suas tarefas, incluindo implementação, manutenção e melhoria do sistema de gestão. Ter políticas e procedimentos para assegurar a proteção das informações. Nomear um gerente de qualidade, que dever ter responsabilidade definida para assegurar o sistema de gestão de qualidade. Aprimorar continuamente a eficácia do seu sistema de gestão. Além disso, o laboratório deve ter um programa e procedimento para calibração de seus padrões de referência. Especificações e Padrões de Referência Como intuito de garantir o atendimento a requisitos qualitativos e quantitativos de qualidade, deverão utilizar especificações e padrões de referências para matérias-primas, ensaios de identificação, reagentes, e todos os produtos que serão 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 54 utilizados na produção. Essas especificações são encontradas em legislações especificas como a Farmacopeia e RDC nº 79 da ANVISA. Os equipamentos, vidrarias, reagentes que serão utilizados em laboratórios de controle de qualidade devem ser adequados aos procedimentos de análises previstos. Os equipamentos devem ser periodicamente verificados e calibrados, conforme os procedimentos e especificações escritas. Os sistemas de controle das variáveis analíticas fornecem, tanto ao analista como aos clientes, critérios objetivos para avaliar o desempenho laboratorial. Com a finalidade de atingir esses objetivos, estabeleceu-se a implantação de um Sistema da Qualidade que prevê estrutura organizacional, procedimentos, processos e recursos necessários para implementar a gestão da qualidade. Os pré-requisitos da qualidade são cumpridos através de técnicas e atividades operacionais que compõem o Controle da Qualidade. Dois métodos de Controle são essenciais aos laboratórios clínicos: Controle Interno da Qualidade (CIQ) e Controle Externo da Qualidade (CEQ). Controle Interno da Qualidade O controle interno da qualidade é o controle intralaboratorial, aplicado aos processos internos para verificação de operação dentro dos parâmetros pré-estabelecidos para obtenção do padrão de qualidade desejado. Consiste na análise de amostras controle com valores conhecidos para avaliação da precisão e exatidão dos ensaios realizados. Além de verificar a reprodutibilidade (precisão), tem a função verificar a calibração dos equipamentos analíticos e assim é possível saber o momento de se promover ações corretivas quando surgir uma não conformidade. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 54 Através do controle interno pode-se avaliar o funcionamento confiável e eficiente dos procedimentos laboratoriais para fornecer resultados válidos, que possam contribuir eficazmente no estabelecimento do diagnóstico. Os resultados dos controles são comparados com os “Limites aceitáveis de Erro (LAE)”, quando os valores encontrados na amostra estão dentro dos limites aceitáveis de erro, concluímos que o método analítico está funcionando adequadamente. Se os valores encontrados estiverem fora dos limites, há indícios de problemas no processo, indicando que o método analítico não está funcionando adequadamente. Uma ferramenta muito importante no controle interno da qualidade é o gráfico de Levey-Jennings. Um gráfico de controle em que os resultados da corrida analítica são plotados em função do tempo, ou número de corridas. Ele é um importante aliadodo profissional de laboratório, no controle interno da qualidade, para evidenciar o estado do sistema analítico e ajudar a garantir a confiabilidade dos resultados entregues. O laboratório realiza análise em materiais de controle e os resultados são lançados e plotados no Gráfico de Levey-Jennings. Os profissionais de laboratório clínico poderão identificar se os pontos estão dentro dos limites de controle estabelecidos. Resumidamente, são descritas a seguir as fases do emprego dos gráficos de controle de Levey-Jennings: 1. Preparar amostras-controle no próprio laboratório ou adquiri-las no comércio. 2. Analisar a amostra-controle para o analito a ser controlado no mínimo 20 vezes e em 20 dias diferentes. 3. Calcular a média e o desvio padrão a partir dos resultados obtidos. Estabelecer os Limites de Controle (LC). 4. Preparar, para cada analito, um gráfico de controle baseado nos limites de controle. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 54 5. Diariamente, colocar no gráfico de controle os resultados obtidos pela análise do analito na amostra-controle. 6. Examinar, diariamente, cada gráfico de controle, detectando os resultados “dentro” e “fora” de controle. 7. Quando os resultados do controle estiverem “dentro” dos Limites de Controle, liberar o resultado. 8. Quando os resultados do controle estiverem “fora” dos Limites de Controle, suspender a análise e cancelar os resultados dos pacientes. Inspecionar o processo analítico e descobrir a causa do problema. Resolvido o problema, repetir os testes. Se o resultado do controle estiver “dentro” dos LC, liberar os resultados dos pacientes, caso contrário, inspecionar novamente todas as variáveis. Limites de Controle (LC): são linhas desenhadas no Gráfico de Controle que estabelecem critérios gráficos para avaliar se os resultados obtidos pelo ensaio de analito em amostras-controle estão “dentro do controle” ou “fora do controle”. Esses limites de controle são, geralmente, calculados a partir da média e do desvio padrão de resultados obtidos pela análise repetida do analito em uma amostra-controle. Durante o controle interno da qualidade algumas situações de erros podem ocorrer. A análise do gráfico é muito contributiva para compreensão da variabilidade dos resultados obtidos dos materiais e já pode apontar se há erro aleatório ou erro sistemático. “Fora de Controle”: uma vez estabelecidos os limites pelo laboratório, os resultados no gráfico que estiverem além desses limites podem representar situação fora de controle. A forma de tratar esses resultados deve ser também definida, se serão considerados critérios de alerta ou de rejeição; 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 54 Aumento da imprecisão: é exibida como aumento da aleatoriedade, em que mesmo com resultados oscilando em torno da média, os pontos se distanciam muito da mesma. Quando maior que três DP, esse distanciamento já indica necessidade de rejeição da corrida analítica; Perda da exatidão: a exatidão pode ser avaliada e sua perda percebida em pouco tempo no gráfico quando os pontos deixam a esperada oscilação em torno da média e se deslocam para cima, ou para baixo. Análise complementar deve ser feita com os resultados do controle externo; A Base Estatística do Mapa de Levey-Jennings Outro sistema descrito para o controle interno da qualidade é a interpretação multi-regra de Westgard. O sistema emprega, também, amostras controle e gráficos de controle de Levey-Jennings de modo semelhante ao utilizado na descrição anterior. O método “multi-regra” desenvolvido por Westgard ajuda a descobrir e interpretar alterações discretas que ocorrem nos dados controle. Os dados do controle são traçados do mesmo modo que o gráfico de Levey-Jennings, entretanto, os gráficos têm várias linhas de limites especificadas com média +/- 1 desvio padrão, média +/- 2 desvios 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 54 padrão e média +/- 3 desvios padrão para permitir a aplicação de normas adicionais de controle. A elaboração do gráfico multi-regra é similar ao do gráfico de Levey- Jennings; no entanto, a interpretação é mais estruturada. As fases de análise dos analitos nas amostas-controle são as mesmas. Controle Externo de Qualidade O controle externo é o controle interlaboratorial, são ensaios de proficiência realizados por meio da análise de padrões certificados e comparações entre laboratórios. Os resultados dos testes dos laboratórios participantes do programa são comparados com a média de consenso do seu grupo. Ou seja, o controle externo é a comparação da exatidão dos exames de um laboratório com a de outros participantes. Teste de proficiência: é outro tipo de Programa de Controle Externo da Qualidade para Laboratórios Clínicos. Consiste de amostras múltiplas de valor desconhecido enviadas periodicamente aos laboratórios para realização de ensaios ou identificação. Os laboratórios são agrupados por metodologia, equipamento e os resultados são comparados com os dos outros participantes. A avaliação é feita e reportada ao laboratório participante. 1. (2015/IDECAN/Prefeitura Municipal de Baependi-MG) “Na busca de detecção preventiva de erros, suas prováveis causas, sem a promoção de consequências para os clientes, os controles internos e externos são ferramentas indispensáveis” (Laboratório na Prática Clínica. 2ª ed.). Fazem parte da função do Controle Interno de Qualidade (CIQ), EXCETO: A) Ensaios de proficiência, ferramenta extensamente adotada. B) Controle do desempenho de materiais, equipamentos e métodos analíticos. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 54 C) Criação de sinais de alerta para prevenir a liberação de resultado inadequado. D) Identificação de mudanças na estabilidade dos processos, por aumento da variabilidade ou por introdução de desvios ou tendências na calibração. Comentário: o controle interno de qualidade é responsável pela análise de amostras controle com valores conhecidos para avaliarmos a precisão dos ensaios realizados e possibilita a realização das atividades de controle de qualidade interno descritas nas alternativas B, C e D. Já os ensaios de proficiência (alternativa A), conforme vimos, são utilizados no Controle Externo de Qualidade. Gabarito: A. 2. (FAFIPA – 2015). Analise as seguintes afirmações: I. Define-se como controle da qualidade o conjunto de técnicas e atividades operacionais utilizadas para monitorar o cumprimento dos requisitos da qualidade especificados. II. Controle externo da qualidade diz respeito à atividade de avaliação do desempenho de sistemas analíticos, por meio de ensaios de proficiência, análise de padrões certificados e comparações interlaboratoriais. III. Controle interno da qualidade é o conjunto de procedimentos conduzidos em associação com o exame de amostras de pacientes para avaliar se o sistema analítico está operando dentro dos limites de tolerância pré-definidos. É CORRETO afirmar que: (A) Nenhuma é correta. (B) Todas são corretas. (C) Somente I é correta. (D)Somente II é correta. (E) Somente III é correta. Comentário: o controle de qualidade são ações que visam garantir que determinado produto cumpra os requisitos de qualidade que foram especificados. O controle externo da qualidade é o controle interlaboratorial, que consiste na comparação da exatidão dos exames de 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 54 um laboratório com a de outros participantes. E o controle interno da qualidade é o controle intralaboratorial, que consiste na análise de amostras controle com valores conhecidos para avaliarmos a precisão dos ensaios realizados. Gabarito: B. Padrões, Calibradores e Amostras Controle As especificações dos padrões, calibradores e amostras de controle dependem das finalidades em que serão utilizados. Ou seja, devemos utilizar o mais apropriado para o método analítico que será utilizado. Deve ter o valor estabelecido o mais exato possível, pois qualquer erro ou incerteza no seu valor poderá refletir na qualidade dos resultados obtidos. Para evitar erros, devem ser utilizados sempre equipamentos calibrados como, por exemplo, as pipetas. O padrão é o material calibrador em matriz não proteica. Apresenta propriedades físico-químicas (viscosidade e densidade) diferentes da amostra humana (por conta disso pode gerar calibração com desvio em equipamentos automáticos). Geralmente cada padrão serve para um único analito, por exemplo: padrão de glicose. Uma substância padrão deve satisfazer as seguintes exigências: Ser substância estável e com composição conhecida; Ser fácil de obter, secar e purificar sem modificar a composição; Possuir um equivalente-grama elevado para que os erros de pesagem tenham efeitos relativamente pequenos; Substância que permita ser analisada exatamente; Todas as etapas das reações processadas com padrões devem ser simples, completas e formando produtos finais conhecidos; Permitir a investigação das impurezas por testes qualitativos ou outros métodos de elevada sensibilidade. As amostras controle – cujas concentrações são determinadas por métodos químicos – apresentam propriedades (químicas e/ou físicas) 0Aula Demonstrativa 0 Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 54 semelhantes às da amostra desconhecida. Os controles são utilizados exclusivamente com propósitos de controle da qualidade e não para padronização de processos analíticos. São soluções em geral disponíveis comercialmente, na forma liquida, congeladas ou liofilizadas, armazenadas em pequenos frascos que contêm quantidades suficientes para o uso de um dia. As amostras-controle são tratadas, na rotina, como amostras de pacientes e analisadas concomitantemente. Os resultados provenientes dessas amostras alertam quando o método apresenta não-conformidades. Esses alertas podem corresponder a situações de “falsos alarmes” ou “alarmes verdadeiros”, que são características dos procedimentos de controle da qualidade. Porém, a correta interpretação dos dados obtidos a partir de amostras-controle permite ao analista diferenciar e solucionar as não conformidades existentes. Propriedades de padrões e amostras-controle Padrão Amostras-Controle Composição química Completamente conhecida Conhecida com razoável grau de segurança Estabilidade Boa Moderada Propriedades físicas Completamente conhecida Semelhantes às das amostras de pacientes Reatividade Bem definida Iguais às da amostra de pacientes Verificação Por vários métodos Repetindo o mesmo método Calibrador: material calibrador em matriz proteica, geralmente com características físico-químicas mais próximas da amostra humana. A calibração em equipamentos automáticos deve ser feita com calibrador. Normalmente são multi-calibradores. Controle: material preparado com média e intervalo informados pelo 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 54 fabricante e que são utilizados para monitorar a precisão dos ensaios realizados. Curva de calibração: é a representação gráfica entre as medidas obtidas em um processo analítico (absorbância) e a quantidade de substância contida no material calibrador. Fator de calibração: pode ser determinado usando a seguinte equação: Fator calibração=Concentração do calibrador/Absorbância do calibrador O Fator de calibração deve ser determinado para cada sistema analítico. Fases do Controle de Qualidade: Controle de Qualidade Pré- Analítico, Analítico e Pós-Analítico Em um laboratório clínico, dividimos as tarefas em três etapas para atender adequadamente ao propósito do laboratório. São elas: fase pré- analítica, fase analítica e fase pós-analítica. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 54 Fase Pré-Analítica A fase pré-analítica é responsável por 70% dos erros que ocorrem em um laboratório clínico. É a fase que vai desde a requisição dos exames até a disponibilização das amostras do paciente para a fase analítica ou de processos analíticos. Exemplo de variações pré-analíticas não fisiológicas são as relacionadas à coleta, transporte e armazenamento das amostras. Erros podem ser introduzidos em qualquer fase desses processos. Para superar esses erros em potencial, os laboratórios clínicos devem definir claramente quais as variáveis que estão sendo medidas, para evitar erros de interpretação e identificar as conclusões possíveis de serem obtidas com base nos resultados dos exames. Processos da Fase Pré-Analítica: Preparação do paciente (informar ao paciente sobre o que pode afetar o exame, como bebidas alcoólicas, alimentos gordurosos). Instruções para o paciente; Identificação do paciente; Cadastro do cliente; Coleta do material (deve-se tomar cuidado com troca de amostra, conservação inadequada, identificação incorreta). Recebimento do material coletado; Identificação da amostra (as amostras deverão ser identificadas individualmente com o nome completo do paciente, o local de procedência, o exame a ser realizado e a data da coleta); Triagem das amostras; Transporte e estocagem da amostra (o armazenamento deve observar o tempo especificado em condições que garantam a estabilidade das propriedades e repetição do exame. Deve-se evitar 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 54 congelamentos e descongelamentos consecutivos – é uma fase essencial para o sucesso do exame; Avaliação da qualidade da amostra; A fase pré-analítica é a mais difícil de ser controlada, pois em grande parte ocorre fora do laboratório. Os erros potenciais que podem ocorrer na fase pré-analítica são: Erros na solicitação do exame: escrita ilegível, interpretação errada do exame, erro na identificação do paciente, falta de orientação por parte do médico ou do laboratório para determinados exames. Erros na coleta da amostra: identificação errada do paciente, troca de amostras, paciente não preparado corretamente – falta de jejum,horário da coleta incorreto; uso de anticoagulante errado, volume da amostra inadequado para o exame, hemólise e lipemia intensas, transporte e armazenamento incorretos; Apesar de o controle do laboratório sobre essas variáveis ser limitado, é possível contornar muitas dessas inadequações por meio da orientação do paciente, seja pelo médico que solicita o exame, seja pelo laboratório clínico, que fornece as informações pelos diversos canais de comunicação com o cliente. Além desses fatores, a fase pré-analítica ainda inclui as variações cronobiológicas como: gênero, idade, prática de atividade física, dieta, jejum, uso de medicamentos e outros. A maioria das situações dos itens acima são comuns a todos os laboratórios, entretanto, parte dessas causas de erros é específica de cada laboratório. O desenvolvimento de sistemas próprios para identificar áreas onde as não-conformidades são mais frequentes, torna o trabalho mais seguro e eficiente. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 54 Fase Analítica Na fase analítica é realizada a análise do material coletado na fase pré-analítica. Nessa fase, devemos estar atentos ao método analítico que será utilizado e aos métodos de controle para garantir resultados confiáveis. Para proceder à análise do material, os profissionais devem estar atentos e conhecer os sistemas analíticos que utilizam, os procedimentos operacionais padrão (POP) do equipamento e do método. É extremamente importante ter uma padronização dos processos analíticos para assegurar resultados precisos e exatos. Na fase analítica devemos ficar atentos a variáveis importantes como: a qualidade da água utilizada no laboratório, limpeza da vidraria e calibração dos dispositivos de medição e ensaio (pipetas, vidrarias, equipamentos, etc...). Todos os ensaios devem ser documentados detalhadamente, implementados e colocados à disposição dos responsáveis pela realização dos exames. Os erros potenciais que podem ocorrer na fase analítica são: Troca de amostras; Erros de pipetagem – pipetas não aferidas, molhadas, volume incorreto; Vidrarias e recipientes mal lavados; Reagentes e padrões: contaminados, malconservados, com validade vencida, erros no preparo dos reagentes, concentração errada; Presença de interferentes na amostra: medicamentos, lipemia, hemólise, icterícia; Equipamentos não calibrados; O controle de qualidade na fase analítica garante que os resultados produzidos pelos laboratórios atendam a um nível de qualidade desejado, 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 54 ou seja, procede-se a análise dos controles para avaliar a precisão dos ensaios. Essa atividade tem também a finalidade de garantir a exatidão dos resultados, verificar a calibração dos equipamentos e indicar o momento de se promover ações corretivas quando surgir uma não conformidade. Fase Pós-Analítica A fase pós-analítica é a fase que se inicia após a obtenção de resultados válidos das análises e finda com a emissão do laudo, para interpretação pelo solicitante (RDC nº 302/2005 ANVISA). A fase pós-analítica se materializa no laudo do exame. As etapas dessa fase são: Preparo do laudo dos exames; Impressão ou transmissão do laudo; Recebimento do laudo; Tomada de decisão; Os erros potenciais que podem ocorrer na fase pós-analítica são: Identificação errada do paciente; Transcrição de dados incorreta; Resultado ilegível; Unidades erradas; Não identificação de substâncias interferentes; Especificidade, sensibilidade e precisão dos testes não adequada; Erros na interpretação do resultado; Uma forma de evitar os potenciais erros é também padronizar os processos na fase pós-analítica. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 54 Frequência de erros no processo de diagnóstico: 3. (2016/Prefeitura de Fortaleza – CE/Farmacêutico Bioquímico) Das opções citadas abaixo uma não se classifica como vantagem decorrente do uso da automação em laboratório Clínico: a) Aumento na qualidade das etapas pré-analíticas. b) Redução na taxa de erros. c) Aumento de lesões por esforços repetitivos. d) Redução dos custos. Comentário: a implantação de automação no laboratório clínico tende a reduzir lesões por esforços repetitivos e não o contrário. Além disso, apresenta como vantagens possibilitar maior investimento na qualidade das etapas pré-analíticas, reduzir taxa de erros e custos. Gabarito: C. 4. (2016/Prefeitura de Fortaleza – CE/Farmacêutico Bioquímico) A condição patofisiológica de cada paciente é avaliada através dos exames laboratoriais. Para que os laboratórios clínicos possam avaliar o seu 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 54 desempenho analítico com relação aos testes realizados, a prioridade é que: a) Documentem as atividades realizadas pelo estabelecimento. b) Tenham vínculos com outros laboratórios clínicos. c) Participem de um Programa de Controle de Qualidade. d) Realizem a variabilidade analítica dos testes rápidos. Comentário: dentre as alternativas, a que mais se correlaciona com a avaliação de desempenho analítico é a participação em um Programa de Controle de Qualidade. Gabarito: C. 5. (2008/Marinha/ Corpo de Saúde da Marinha (CP-CSM)/Farmácia Análises Clínicas/Farmácia Industrial) O Guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos, da Resolução da ANVISA - RE nº. 899, de 29 de maio de 2003, define linearidade como sendo a: A) avaliação da proximidade dos resultados obtidos em uma série de medidas de uma amostragem múltipla de uma mesma amostra. B) representação da menor quantidade do analito (composto químico específico a ser mensurado) em uma amostra que pode ser determinada com precisão e exatidão aceitáveis sob as condições experimentais estabelecidas. C) capacidade de uma metodologia analítica de demonstrar que os resultados obtidos são diretamente proporcionais à concentração do analito na amostra, dentro de um intervalo especificado. D) capacidade que o método possui de medir exatamente um composto em presença de outros componentes, tais como: impurezas, produtos de degradação e componentes da matriz. E) representação do grau de concordância entre os resultados individuais encontrados e um valor aceito como referência. Comentário: na letra c temos exatamente o conceito de linearidade. Gabarito: C. 0Aula Demonstrativa ==0== Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 54 6. (2015/IDECAN/Prefeitura Municipal de Rio Acima-MG) O controle de qualidade em laboratórios de análises clínicas é vital para o bom funcionamento e obtenção de resultados confiáveis. Todos os erros potenciais são da etapa analítica, EXCETO: A) Troca de amostras. B) Uso de anticoagulante errado. C) Reagentes e padrões contaminados. D) Presença de interferentes na amostra. Comentário: a fase analítica é a fase prática da análise da amostra. O usodo anticoagulante errado é um potencial erro encontrado na fase pré- analítica, que se caracteriza pela fase prévia à realização do exame. Ou seja, durante a coleta devem ser tomados todos os cuidados necessários a fim de garantir uma amostra íntegra para ser analisada na fase seguinte: fase analítica. Gabarito: B. 7. (Prefeitura Municipal de Baependi/MG – IDECAN – 2015) Com relação ao controle de variáveis pré┽analíticas, analíticas e pós┽analíticas, analise as afirmativas. I. As variáveis analíticas são conhecidas como um conjunto de operações, as quais ocorrem na execução dos exames de acordo com determinado método de análise. II. Os principais erros encontrados na fase analítica do exame laboratorial são identificação errada do paciente, troca das amostras, transporte/armazenamento inadequado das amostras e uso de conservante biológico inadequado. III. Os processos pós┽analíticos são constituídos por etapas que têm início após a execução do exame e que incluem: análise da consistência de resultados, liberação de laudos, armazenamento de material ou amostra do paciente, transmissão e arquivo de resultados e consultoria técnica. Está (ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s) A) I. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 54 B) II. C) I e III. D) II e III. Comentário: o item I está correto, define o que ocorre na fase analítica, a qual consiste na execução dos exames, onde será escolhido o método de análise adequado. O item II está errado, pois cita exemplo de potenciais erros encontrados na fase pré-analítica. E o item III está correto, pois define corretamente a análise pós-analítica. Gabarito: C. 8. (Prefeitura Municipal de Baependi/MG – IDECAN – 2015) Correspondem às variáveis analíticas e/ou parâmetros analíticos, EXCETO: A) Robustez. B) Especificidade. C) Emissão do laudo. D) Automação laboratorial. Comentário: a emissão do laudo faz parte do processo pós-analítico. Gabarito: C. 9. (Prefeitura Municipal de Baependi/MG – IDECAN – 2015) De acordo com a Organização Nacional de Acreditação, os processos pré┽analíticos envolvem etapas que têm início, em ordem cronológica, a partir da solicitação médica. De acordo com a ordem cronológica, assinale a alternativa correta. A) Requisição do exame, orientação sobre a coleta, preparação e coleta do material ou amostra do paciente, transporte para dentro do laboratório clínico e cadastramento. B) Cadastramento, orientação sobre a coleta, preparação e coleta do material ou amostra do paciente, requisição do exame e transporte para dentro do laboratório clínico. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 54 C) Orientação sobre a coleta, cadastramento, requisição do exame, preparação e coleta do material ou amostra do paciente e transporte para dentro do laboratório clínico. D) Cadastramento, requisição do exame, orientação sobre a coleta, transporte para dentro do laboratório clínico, preparação e coleta do material ou amostra do paciente. Comentário: a fase pré-analítica se inicia com a requisição do exame feita pelo médico, depois a orientação ao paciente sobre a coleta, depois é realizada a coleta e o preparo da amostra do paciente e transporte adequado para análise. A fase de cadastramento é feita quando a amostra já foi coletada. Gabarito: A. 10. (2013/CESPE/SESA-ES/Farmacêutico Bioquímico) Em geral, os resultados dos diagnósticos laboratoriais variam de um laboratório para outro. Essa variação é decorrente de alguns fatores, como a falta de padronização de rotinas de controle de qualidade dos procedimentos realizados. Acerca dos procedimentos que visam garantir a reprodutibilidade dos métodos, assinale a opção correta. a) O controle de qualidade dos equipamentos é estabelecido mediante contratos de manutenção corretiva. b) Não é necessária a realização de controle de qualidade externo quando se utiliza kits comerciais. c) Os microrganismos adquiridos de um banco de padrão de microrganismos, que são empregados no controle de qualidade, devem ser mantidos na geladeira até o momento do uso. d) A localização dos equipamentos e reagentes e a descrição das metodologias devem estar contidas no manual de procedimentos. e) Ao se implementar um novo exame, é obrigatória a realização do ensaio de proficiência. Comentário: vamos analisar os itens: na letra A diz que o controle de qualidade é manutenção corretiva, porém o controle de qualidade é 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 54 manutenção preventiva. A letra B está incorreta, pois o controle externo é justamente utilizado para verificar se os kits comerciais estão de acordo em todos os laboratórios. Na letra C, os microrganismos adquiridos de um banco de padrão de microrganismos devem ser conservados de acordo com as especificações do fabricante. Na letra D a afirmação está correta, pois todos os processos e equipamentos no laboratório devem estar contidos em um POP. Na letra E a afirmativa está incorreta, pois não é obrigatória a realização do ensaio de proficiência, os ensaios de proficiência são apenas realizados quando se deseja analisar padrões certificados e realizar comparações com outros laboratórios. Gabarito: D. 11. (UEPB – 2015) A fase pré-analítica é um importante momento na realização do diagnóstico laboratorial necessitando de atenção redobrada para a garantia da qualidade do diagnóstico. Aproximadamente 70% dos erros na realização dos exames laboratoriais ocorrem por erros nesta fase. Para reduzir os índices destas ocorrências é necessário um sistema de controle bem estabelecido. Neste sentido qual das alternativas abaixo NÃO se enquadra como um fator pré-analítico? a) Variação cronobiológica b) Jejum c) Dieta d) Uso de fármacos e drogas de abuso e) Qualidade da água Comentário: devemos lembrar que a fase pré-analítica é aquela que envolve todo o preparado para o exame, como a preparação do paciente, coleta, transporte e outros. A qualidade da água é uma variável a ser considerada na fase analítica. Gabarito: E. 12. (AOCP/2015/ Farmacêutico - EBSERH/HDT-UFT) Para se obter qualidade nos exames laboratoriais realizados, é preciso que se faça uma 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 54 padronização dos processos envolvidos nas etapas pré-analítica, analítica e pós-analítica. Sobre padronização de técnicas e controle de qualidade em laboratórios de análises clínicas, assinale a alternativa correta. (A) Identificação incorreta do paciente, jejum inadequado e erro no emprego de anticoagulantes durante a coleta do material representam fatores pré-analíticos que podem provocar erros ou variações nos resultados dos exames. (B) Métodos diagnósticos que apresentam baixa sensibilidade são aqueles mais propensos a fornecer resultados chamados de falso-positivos e métodos que apresentam baixa especificidade são mais propensos a dar resultados falso negativos. (C) Exatidão de um método indica o quão próximo do valor real (valor normalmente aceito como referência, está o valor medido. Nas análises clínicas, quanto maior a exatidão, maior também a precisão de um métododiagnóstico. (D) Para monitorar e avaliar o desempenho dos processos pós-analíticos, emprega-se o controle interno e externo da qualidade, que visa determinar o grau de confiabilidade de um laudo fornecido pelo laboratório. (E) Um Procedimento Operacional Padrão (POP) tem o objetivo de padronizar e minimizar a ocorrência de desvios na execução de tarefas fundamentais para a qualidade do exame, desde que não haja variação do funcionário responsável por executar esse exame. Comentário: já na letra A encontramos informações corretas sobre fatores da fase pré-analítica que podem provocar erros nos resultados, é o gabarito da questão. A letra B está incorreta pois métodos diagnósticos que apresentam baixa sensibilidade são aqueles mais propensos a fornecer resultados chamados de falso-negativos (e não falso positivos) e métodos que apresentam baixa especificidade são mais propensos a dar resultados falso positivos (e não falso negativos). A letra C está incorreta porque nas análises clínicas não há essa correlação entre a exatidão e a precisão de um método diagnóstico, são atributos diferentes e não 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 54 correlacionados dessa forma. Na letra D, na verdade os controles de qualidade servem para verificação de operação dentro dos parâmetros pré-estabelecidos para obtenção do padrão de qualidade desejado, em todas as etapas do processo e não apenas dos processos “pós-analíticos”. Um POP ou IT tem o objetivo de padronizar e minimizar a ocorrência de desvios na execução de tarefas fundamentais para a qualidade do exame, de forma que sejam realizadas da maneira padrão, independente do profissional responsável por executar esse exame. Gabarito: A. 13. (IADES/2014/ Farmacêutico - EBSERH/MCO – UFBA) Validação de um procedimento analítico é um processo que determina a propriedade (suitability) de uma dada metodologia em gerar dados analíticos úteis. Entre os parâmetros de validação analítica, estão a determinação da exatidão e precisão de um método. Considere que o gráfico a seguir representa os resultados obtidos de um dado constituinte em um mesmo material que foi determinado por três métodos diferentes, (a), (b), e (c), em que foram feitas cinco medidas em cada método. Com base nestas informações e analisando o gráfico apresentado, assinale a alternativa correta. (A) Em (b) as medidas são precisas, mas inexatas. (B) Em (a) as medidas são exatas, mas imprecisas. (C) Em (c) as medidas são precisas, mas inexatas. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 54 (D) Em (b) as medidas são inexatas e imprecisas. (E) Em (c) as medidas são exatas, mas imprecisas. Comentário: no método “a” temos precisão (pouca dispersão dos cinco pontos que correspondem aos resultados das medições) e temos também exatidão, pois os valores obtidos se aproximam do valor verdadeiro. Com o método “b” temos precisão nas medidas, mas inexatidão e é exatamente isso que a alternativa A menciona, por isso está correta. E com o método “c”, temos imprecisão e inexatidão nas medições. Gabarito: A. 14. (IADES/2014/ Farmacêutico - EBSERH/MEJC-UFRN) O sistema da qualidade objetiva a prevenção dos erros, usando a otimização dos processos operacionais. Existem várias fontes de erro nos processos, desde a obtenção da amostra até a entrega do laudo, e o controle da qualidade é uma ferramenta útil para prevenção e localização de erros analíticos. Esses erros podem ser aleatórios ou sistemáticos. A respeito desse assunto, assinale a alternativa correta. A) Precisão é o grau de concordância entre o valor encontrado ou medido e o valor verdadeiro. B) A exatidão é a melhor concordância nas medidas repetitivas. C) O erro sistemático pode ser minimizado otimizando-se as atividades operacionais ou instrumentais, mas não totalmente eliminado. D) A imprecisão de um método é devido ao erro aleatório. E) O erro aleatório pode ser totalmente eliminado por meio da utilização de métodos otimizados para se tornarem insensíveis ao efeito da matriz, com a associação do uso de calibradores aferidos por métodos definitivos ou de referência. Comentário: bem, a letra A traz o conceito de exatidão e não de precisão. Letra B traz o conceito de precisão e não de exatidão. Na letra C, o erro é que na verdade o erro sistemático (inexatidão) pode ser praticamente eliminado ou eliminado através da otimização dos métodos, com a utilização de calibradores dos equipamentos de medição. Letra D 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 54 está correta! A letra E também está errada, pois na verdade o erro aleatório (imprecisão) pode ser minimizado através da otimização das atividades operacionais ou instrumentais, mas não pode ser totalmente eliminado. Gabarito: D. 15. (AOCP/2016/HUJBB-EBSERH/Farmacêutico) A validação de métodos analíticos tem como objetivo demonstrar que o método utilizado é apropriado para a finalidade pretendida, ou seja, a determinação qualitativa, semiquantitativa e/ou quantitativa de fármacos e outras substâncias em produtos farmacêuticos é confiável. Nesse contexto, é correto afirmar que: A) metodologias analíticas descritas nas farmacopeias serão consideradas validadas após cumprirem com os parâmetros de: especificidade e seletividade, linearidade, intervalo, precisão, limite de detecção, limite de quantificação, exatidão e robustez. B) especificidade e seletividade é a capacidade que um método possui de medir exatamente um composto na presença de outros componentes tais como impurezas, produtos de degradação e componentes da matriz. C) linearidade é a capacidade de uma metodologia analítica de demonstrar que os resultados obtidos não são diretamente proporcionais à concentração do analito na amostra, dentro de um intervalo especificado. D) para avaliação da linearidade é recomendado analisar, no mínimo, três concentrações diferentes de soluções. E) exatidão é a medida da capacidade de um método analítico em resistir a pequenas variações dos parâmetros analíticos. Comentário: A letra B está correta, é nossa resposta. Agora vamos procurar os erros nas demais alternativas. A alternativa A está correta quanto aos parâmetros de validação citados (especificidade e seletividade, linearidade, intervalo, precisão, limite de detecção, limite de quantificação, exatidão e robustez), porém, esses parâmetros apenas 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 54 serão avaliados no caso de metodologias analíticas não descritas em farmacopeias ou formulários oficiais, portanto, alternativa errada. Linearidade é a capacidade de uma metodologia analítica demonstrar que os resultados obtidos são diretamente proporcionais à concentração do analito na amostra, dentro de um intervalo especificado e para avaliação da linearidade recomenda-se a análise de, no mínimo, 5 concentrações diferentes. Portanto, letras C e D erradas. Letra E errada porque, na verdade, exatidão é a capacidade do método em apresentar resultados próximos do valor verdadeiro, ou seja, é a capacidade que o instrumento de medição tem de fornecer umresultado correto. Gabarito: B. 16. (AOCP/2015/Farmacêutico - EBSERH/MA) A principal função do laboratório de bioquímica clínica é fornecer informações bioquímicas para a definição da conduta com o paciente. A respeito das análises bioquímicas em fluidos biológicos, assinale a alternativa correta. A) As análises bioquímicas não devem ser utilizadas para determinar a presença subclínica de uma infecção. B) O plasma é o material biológico utilizado para a eletroforese de proteínas. C) A coleta de sangue em frascos inapropriados não interfere nos resultados dos exames. D) A especificidade de um teste é a medida da incidência de resultados positivos em pacientes sabidamente portadores de uma condição. E) Uma alta sensibilidade é desejada para testes de rastreamento, porém, para prevenir testes desnecessários em pessoas com parâmetros clínicos normais, a alta especificidade também é uma condição importante. Comentário: as análises bioquímicas podem sim indicar a presença subclínica de uma infecção, letra A está errada. O material biológico utilizado no exame de eletroforese de proteínas é o SORO. Não é feito no plasma para evitar bandas interferentes do fibrinogênio. Muitas vezes as questões cobram conteúdos que serão vistos em aulas diferentes ou até 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 54 mesmo misturam diferentes áreas do conhecimento, como bioquímica e hematologia. Por exemplo, a eletroforese de proteínas não está no escopo deste curso. Letra C super fácil, hein? Errada! A fase pré-analítica é determinante para qualidade dos exames e a coleta de sangue realizada em tubo inadequado pode interferir nos resultados. Na letra D foi dado o conceito de sensibilidade e não de especificidade, está errada! A especificidade poderia ser definida como a frequência de testes negativos na ausência de doença ou a propriedade do método analítico de medir somente o analito que se propõe a medir. Letra E, finalmente, é a alternativa correta. Essa última sentença é interessante pois explica que a alta especificidade também é uma condição importante, pois evita os resultados falso positivos e a necessidade de testes adicionais para esclarecimento/confirmação (desnecessários, visto que se tratava de um “falso positivo” e a pessoa na verdade tem parâmetros clínicos normais). Gabarito: E. 17. (2009/Marinha/ Corpo de Saúde da Marinha (CP-CSM)/Farmácia Análises Clínicas) O objetivo de uma validação de procedimentos analíticos é demonstrar que o método é apropriado para a finalidade pretendida. Caso a metodologia analítica esteja descrita em farmacopeias, a metodologia será considerada validada, caso contrário, a indústria farmacêutica deverá avaliar os parâmetros relacionados na Resolução - RE nº899 de 04 de maio de 2003 da ANVISA. O teste, onde é avaliada a proximidade dos resultados obtidos em uma série de medidas de uma amostragem múltipla de uma mesma amostra, corresponde à definição do teste de A) seletividade. B) exatidão. C) precisão. D) linearidade E) robustez. Comentário: precisão (ou reprodutibilidade): revela a capacidade do 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 54 método de, em determinações repetidas nas mesmas condições, fornecer resultados próximos entre si. Portanto, a precisão pode ser verificada após uma série de medições de uma mesma amostra, logo, nosso gabarito é a letra C. Gabarito: C. 18. (2009/Marinha/ Corpo de Saúde da Marinha (CP-CSM)/Farmácia Análises Clínicas) A Validação e o ato documentado que atesta que qualquer produto, processo, equipamento, material, operação ou sistema, realmente conduz aos resultados esperados. Sobre validação, de acordo com a Resolução - RDC nº210 de 04 de agosto de 2003*** da ANVISA, é INCORRETO afirmar que: (A) é parte integrante da garantia da qualidade. (B) diminui os riscos de desvios de qualidade. (C) todas as atividades de desenvolvimento de produtos devem ser concluídas com uma fase de validação. (D) por si só melhora os processos. (E) diminui a quantidade de testes de controle de qualidade nas etapas de controle em processo e no produto terminado. Comentário: a validação por si só, não melhora os processos. Ela apenas pode confirmar ou não, dependendo do caso, que o processo foi adequadamente desenvolvido e que se encontra sob controle. A validação é um ato documentado que atesta que qualquer procedimento, processo, equipamento, material, atividade ou sistema realmente e consistentemente leva aos resultados esperados. Mas a melhoria dos processos apenas virá se, ao não passar em uma validação, forem implementadas medidas para melhoria dos mesmos. Gabarito: D. *** Atenção alunos!! Essa RDC citada foi revogada pela Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 17 de 16/04/2010 que dispõe sobre as boas práticas de fabricação de medicamentos (e está vigente com alterações). 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 54 19. (2011/Marinha/ Corpo de Saúde da Marinha (CP-CSM)/Farmácia) De acordo com a RESOLUÇÃO-RDC Nº 17, de 16 de abril de 2010, Artigos 478,479,481,482 que dispõem sobre calibração e verificação em uma indústria farmacêutica, assinale (V) verdadeiro ou (F) falso nas afirmativas e assinale a opção correta: ( ) A calibração e verificação de equipamentos, instrumentos e outros aparelhos, utilizados na produção e controle de qualidade devem ser realizados em intervalos regulares. ( ) O pessoal responsável pela realização de calibração e manutenção preventiva deve possuir treinamentos e qualificação apropriados. ( ) Os padrões utilizados em calibração não devem ser rastreáveis à Rede Brasileira de Calibração. ( ) Os equipamentos, instrumentos e outros aparelhos calibrados devem ser etiquetados, codificados ou de alguma forma identificados para indicar o status de calibração e a data da próxima recalibração. (A) (V)(V)(V)(V) (B) (V)(F)(V)(V) (C) (V)(V)(F)(V) (D) (F)(F)(F)(F) (E) (F)(V)(V)(F) Comentário: a única sentença falsa é a terceira pois os padrões utilizados em calibração devem ser rastreáveis à Rede Brasileira de Calibração. Gabarito: C. 20. (2012/Marinha/ Corpo de Saúde da Marinha (CP-CSM)/Farmácia) Considerando o disposto no anexo da Resolução nº. 899, de 29 de maio de 2003, publicada pela ANVISA/MS, "Guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos", como é denominado o parâmetro que se refere a menor quantidade do analito presente em uma amostra, o qual pode ser detectado, porém não necessariamente quantificado, sob as condições experimentais estabelecidas? 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 54 (A) Seletividade. (B) Precisão. (C) Limite de detecção. (D) Limite de quantificação. (E) Robustez. Comentário: o conceito descrito no enunciado corresponde a limite de detecção. Gabarito: C. 21. (2015/Marinha/ Corpo de Saúde da Marinha (CP-CSM)/Farmácia) A Resolução nº 899, de 29 de maio de 2003 da ANVISA/MS, que dispõe sobre guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos afirma que uma metodologia analítica deve possuir capacidade de demonstrar que os resultados obtidos são diretamenteproporcionais à concentração do analito da amostra, dentro de um intervalo especificado. A definição acima está associada a qual parâmetro de validação de métodos analíticos? (A) Linearidade. (B) Seletividade. (C) Repetibilidade. (D) Robustez. (E) Exatidão. Comentário: pessoal, observem como as questões se repetem ao longo dos anos. Essa questão é muito semelhante a de número 11. Quando um conceito é importante, ele sempre volta nas provas. Por isso devemos resolver muitas questões de anos anteriores. Assim conseguimos perceber os “padrões”, o que sempre é cobrado das bancas e saber o que devemos estudar com mais afinco. O conceito descrito no enunciado corresponde a linearidade. Gabarito: A. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 54 Caros, chegamos ao fim de nossa Aula 00, em que estudamos aspectos sobre controle de qualidade, com enfoque na sua aplicação em laboratórios clínicos. Espero que tenham gostado! Até a próxima aula! Bons estudos! Prof.ª Denise Rodrigues Lista de Questões 1. (2015/IDECAN/Prefeitura Municipal de Baependi-MG) “Na busca de detecção preventiva de erros, suas prováveis causas, sem a promoção de consequências para os clientes, os controles internos e externos são ferramentas indispensáveis” (Laboratório na Prática Clínica. 2ª ed.). Fazem parte da função do Controle Interno de Qualidade (CIQ), EXCETO: A) Ensaios de proficiência, ferramenta extensamente adotada. B) Controle do desempenho de materiais, equipamentos e métodos analíticos. C) Criação de sinais de alerta para prevenir a liberação de resultado inadequado. D) Identificação de mudanças na estabilidade dos processos, por aumento da variabilidade ou por introdução de desvios ou tendências na calibração. 2. (FAFIPA – 2015). Analise as seguintes afirmações: I. Define-se como controle da qualidade o conjunto de técnicas e atividades operacionais utilizadas para monitorar o cumprimento dos requisitos da qualidade especificados. II. Controle externo da qualidade diz respeito à atividade de avaliação do desempenho de sistemas analíticos, por meio de ensaios de proficiência, análise de padrões certificados e comparações interlaboratoriais. III. Controle interno da qualidade é o conjunto de procedimentos conduzidos em associação com o exame de amostras de pacientes para 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 54 avaliar se o sistema analítico está operando dentro dos limites de tolerância pré-definidos. É CORRETO afirmar que: (A) Nenhuma é correta. (B) Todas são corretas. (C) Somente I é correta. (D) Somente II é correta. (E) Somente III é correta. 3. (2016/Prefeitura de Fortaleza – CE/Farmacêutico Bioquímico) Das opções citadas abaixo uma não se classifica como vantagem decorrente do uso da automação em laboratório Clínico: a) Aumento na qualidade das etapas pré-analíticas. b) Redução na taxa de erros. c) Aumento de lesões por esforços repetitivos. d) Redução dos custos. 4. (2016/Prefeitura de Fortaleza – CE/Farmacêutico Bioquímico) A condição patofisiológica de cada paciente é avaliada através dos exames laboratoriais. Para que os laboratórios clínicos possam avaliar o seu desempenho analítico com relação aos testes realizados, a prioridade é que: a) Documentem as atividades realizadas pelo estabelecimento. b) Tenham vínculos com outros laboratórios clínicos. c) Participem de um Programa de Controle de Qualidade. d) Realizem a variabilidade analítica dos testes rápidos. 5. (2008/Marinha/ Corpo de Saúde da Marinha (CP-CSM)/Farmácia Análises Clínicas/Farmácia Industrial) O Guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos, da Resolução da ANVISA - RE nº. 899, de 29 de maio de 2003, define linearidade como sendo a: A) avaliação da proximidade dos resultados obtidos em uma série de medidas de uma amostragem múltipla de uma mesma amostra. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 54 B) representação da menor quantidade do analito (composto químico específico a ser mensurado) em uma amostra que pode ser determinada com precisão e exatidão aceitáveis sob as condições experimentais estabelecidas. C) capacidade de uma metodologia analítica de demonstrar que os resultados obtidos são diretamente proporcionais à concentração do analito na amostra, dentro de um intervalo especificado. D) capacidade que o método possui de medir exatamente um composto em presença de outros componentes, tais como: impurezas, produtos de degradação e componentes da matriz. E) representação do grau de concordância entre os resultados individuais encontrados e um valor aceito como referência. 6. (2015/IDECAN/Prefeitura Municipal de Rio Acima-MG) O controle de qualidade em laboratórios de análises clínicas é vital para o bom funcionamento e obtenção de resultados confiáveis. Todos os erros potenciais são da etapa analítica, EXCETO: A) Troca de amostras. B) Uso de anticoagulante errado. C) Reagentes e padrões contaminados. D) Presença de interferentes na amostra. 7. (Prefeitura Municipal de Baependi/MG – IDECAN – 2015) Com relação ao controle de variáveis pré┽analíticas, analíticas e pós┽analíticas, analise as afirmativas. I. As variáveis analíticas são conhecidas como um conjunto de operações, as quais ocorrem na execução dos exames de acordo com determinado método de análise. II. Os principais erros encontrados na fase analítica do exame laboratorial são identificação errada do paciente, troca das amostras, transporte/armazenamento inadequado das amostras e uso de conservante biológico inadequado. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios comentados Prof.ª Denise Rodrigues に Aula 00 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 54 III. Os processos pós┽analíticos são constituídos por etapas que têm início após a execução do exame e que incluem: análise da consistência de resultados, liberação de laudos, armazenamento de material ou amostra do paciente, transmissão e arquivo de resultados e consultoria técnica. Está (ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s) A) I. B) II. C) I e III. D) II e III. 8. (Prefeitura Municipal de Baependi/MG – IDECAN – 2015) Correspondem às variáveis analíticas e/ou parâmetros analíticos, EXCETO: A) Robustez. B) Especificidade. C) Emissão do laudo. D) Automação laboratorial. 9. (Prefeitura Municipal de Baependi/MG – IDECAN – 2015) De acordo com a Organização Nacional de Acreditação, os processos pré┽analíticos envolvem etapas que têm início, em ordem cronológica, a partir da solicitação médica. De acordo com a ordem cronológica, assinale a alternativa correta. A) Requisição do exame, orientação sobre a coleta, preparação e coleta do material ou amostra do paciente, transporte para dentro do laboratório clínico e cadastramento. B) Cadastramento, orientação sobre a coleta, preparação e coleta do material ou amostra do paciente, requisição do exame e transporte para dentro do laboratório clínico. C) Orientação sobre a coleta, cadastramento, requisição do exame, preparação e coleta do material ou amostra do paciente e transporte para dentro do laboratório clínico. 0Aula Demonstrativa Bioquímica p/ EMSERH (Bioquímico) Teoria e exercícios
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